Mecânica quântica: juntando todas as peças
Ao mesmo tempo que descobertas eram feitas com a radioatividade, físicos e químicos estavam estudando como a luz interagia com a matéria. Esses estudos deram origem ao campo da mecânica quântica e ajudaram a resolver o problema da estrutura do átomo.Foto cedida NASA Luz branca passando por um prisma. |
Foto cedida NASA Espectro contínuo de luz branca. |
Foto cedida NASA Espectro de hidrogênio |
Foto cedida NASA Espectro de hélio |
Em 1913, um físico dinamarquês chamado Niels Bohr juntou as descobertas de Rutherford com os espectros observados e, em um momento de grande intuição, criou um novo modelo de átomo. Ele sugeriu que os elétrons orbitando ao redor do núcleo somente poderiam existir em certos níveis de energia (ou seja, distâncias) a partir do núcleo, em vez dos níveis contínuos que se esperariam com base no modelo de Rutherford. Quando os átomos nos tubos de gás absorviam a energia da corrente elétrica, os elétrons ficavam excitados e pulavam dos níveis de baixa energia (próximos ao núcleo) para os de alta energia (mais distantes do núcleo). Os elétrons excitados acabariam voltando a seus níveis originais e emitiriam energia na forma de luz. Como havia diferenças específicas entre os níveis de energia, apenas comprimentos de onda específicos de luz eram vistos no espectro (linhas).
Os modelos de Bohr de vários átomos |
- espectros atômicos - já citados
- comportamento periódico dos elementos - elementos com propriedades semelhantes tinham espectros atômicos parecidos:
- Cada órbita, do mesmo tamanho e energia (camada), conseguiria segurar um número determinado de elétrons.
- primeira camada = dois elétrons
- segunda camada = oito elétrons
- terceira camada e acima = oito elétrons
- ao preencher uma camada, os elétrons eram encontrados em níveis mais altos.
- as propriedades químicas baseavam-se no número de elétrons na camada mais distante do núcleo.
- elementos com camadas exteriores cheias não reagem com outros elementos.
- outros elementos pegariam ou dariam elétrons para ter a camada mais externa cheia.
- Cada órbita, do mesmo tamanho e energia (camada), conseguiria segurar um número determinado de elétrons.
Elétrons podem se comportar como ondas: o modelo quântico do átomo
Embora o modelo de Bohr explicasse adequadamente como os espectros atômicos funcionavam, havia alguns problemas que ainda incomodavam os físicos e químicos:- por que os elétrons ficariam confinados apenas em níveis específicos de energia?
- por que os elétrons não emitiam luz o tempo todo?
- Já que os elétrons mudavam de direção em suas órbitas circulares (ou seja, aceleravam), eles deveriam emitir luz.
- o modelo de Bohr conseguia explicar muito bem os espectros de átomos com um elétron na camada mais externa, mas não era muito bom para os que tinham mais de um elétron nessa camada.
- por que somente dois elétrons ficariam na primeira camada e oito elétrons em cada camada após essa? Por que dois e oito especificamente?
Outra questão rapidamente seguiu a idéia de De Broglie. Se um elétron viajava como uma onda, seria possível localizar a posição exata de um elétron dentro dessa onda? Um físico alemão, Werner Heisenberg, respondeu que não, com o que chamou de princípio da incerteza:
- para ver um elétron em sua órbita, é preciso iluminá-lo com um comprimento de onda menor do que o comprimento de onda do elétron em si;
- esse pequeno comprimento de onda de luz possui energia alta;
- o elétron irá absorver essa energia;
- a energia absorvida irá mudar a posição do elétron;
A função de onda de cada elétron pode ser descrita como um conjunto de três números quânticos:
- número principal (n) - descreve o nível de energia;
- número azimutal (l) - a rapidez com que o elétron se move em sua órbita (momento angular), assim como a rapidez com que um CD gira (rpm). Isso se relaciona ao formato do orbital;
- número magnético (m) - sua orientação no espaço;
- s (sharp) - esférico (máx. = 1)
- p (principal) - formato de halteres (máx. = 3)
- d (diffuse) - formato de quatro lóbulos (máx. = 5)
- f (fundamental) - formato com seis lóbulos (máx. = 7)
- s
- p
- d
- f
O modelo resultante do átomo é chamado de modelo quântico do átomo.
Modelo quântico de um átomo de sódio. |
- um orbital s - dois elétrons
- um orbital s - dois elétrons e três orbitais p (dois elétrons cada)
- um orbital s - um elétron
A moderna tabela periódica dos elementos (os elementos são organizados baseando-se em seu número atômico, em vez de na massa) |
- Química:
- a tabela periódica - o padrão da tabela e sua organização refletem a organização dos elétrons no átomo.
- Os elementos possuem diferentes números atômicos - o número de prótons ou elétrons aumenta com a tabela, já que os elétrons vão preenchendo as camadas.
- Os elementos possuem massas atômicas diferentes - o número da soma de prótons e nêutrons vai aumentando de acordo com a tabela.
- Linhas - os elementos de cada linha têm o mesmo número de níveis de energia (camadas).
- Colunas - os elementos têm o mesmo número de elétrons na camada ou nível de energia mais externo (de um a oito).
- Reações químicas - a troca de elétrons entre os diferentes átomos (dando, pegando ou compartilhando). A troca envolve elétrons no nível mais externo de energia em tentativas de preencher essa camada mais externa (ou seja, buscam atingir a forma mais estável do átomo).
- a tabela periódica - o padrão da tabela e sua organização refletem a organização dos elétrons no átomo.
- Física
- Radioatividade - mudanças no núcleo (decaimento) têm como consequência a emissão de partículas radioativas.
- Reatores nucleares - dividindo o núcleo (fissão).
- Bombas nucleares - dividindo o núcleo (fissão) ou formando um núcleo (fusão).
- Espectros atômicos - causados por elétrons excitados que mudam de níveis de energia (absorção ou emissão de energia na forma de fótons de luz).
É possível ver os átomos?
Os átomos são tão pequenos que não podemos vê-los a olho nu. Para dar uma noção de alguns tamanhos, aqui estão diâmetros aproximados de vários átomos e partículas: - átomo = 1 x 10-10 metros
- núcleo = de 1 x 10-15 a 1 x 10 -14 metros
- nêutron ou próton = 1 x 10-15 metros
- elétron - não se sabe com exatidão, mas acredita-se que seja algo da ordem de 1 x 10-18 metros
- uma ponta muito pequena e afiada que conduz eletricidade (sonda);
- um dispositivo de varredura rápida piezoelétrica no qual é encaixada a ponta;
- componentes eletrônicos que fornecem corrente elétrica à ponta, controlam o dispositivo de varredura e aceitam os sinais do sensor de movimento;
- um computador para controlar o sistema e fazer a análise dos dados (coletar, processar e exibir dados);
- uma corrente é fornecida à ponta (sonda) enquanto o dispositivo de varredura (scanner) move a ponta rapidamente pela superfície de uma amostra condutora;
- quando a ponta encontra um átomo, o fluxo de elétrons entre o átomo e a ponta muda;
- o computador registra a mudança na corrente com a posição x,y do átomo;
- o scanner continua a posicionar a ponta sobre cada ponto x,y da superfície de amostra, registrando uma corrente para cada ponto;
- o computador coleta os dados e desenha um mapa da corrente sobre a superfície que corresponde a um mapa das posições atômicas;
Foto cedida National Institute of Standards and Technology (NIST) Imagem de STM (7 nm x 7 nm) de uma cadeia em ziguezague simples de átomos de césio (vermelho) sobre uma superfície de arsenieto de gálio (azul) . |
Foto cedida NIST Foto de: Laboratórios de pesquisa da IBM em Almaden Átomos podem ser posicionados em uma superfície usando um ponta de STM, o que permite criar um padrão personalizado sobre a superfície |
Resumindo: a ciência no século XX revelou a estrutura do átomo. Os cientistas agora conduzem experimentos para revelar detalhes sobre a estrutura do núcleo e as forças que o mantém unido.
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