sábado, 26 de novembro de 2011

Nasa lança foguete de US$ 2,5 bi em busca de vida em Marte

 

O foguete propulsor foi lançado às 13h02 (do horário de Brasília) da plataforma 41 na Estação da Força Aérea na Flórida. O Laboratório Científico de Marte (MSL, na sigla em inglês) chegará ao planeta vermelho em agosto de 2012.
Dois minutos depois da partida, em uma manhã nublada sobre Cabo Canaveral, e quando o projétil alcançava 7.778 km/h, se desprendeu o primeiro segmento do foguete propulsor.
Depois que se desprendeu o segundo segmento, a cápsula que contém a sonda "Curiosity" disparou a mais de 24 mil km/h para sua travessia de 9,65 milhões de km nos próximos oito meses e meio com destino à cratera de Gale, em Marte.
Curisosity
O robô Curiosity pesa 1 t e tem 3 m de comprimento. É cinco vezes mais pesado que os robôs antecessores - os exploradores Spirit e Opportunity, que chegaram a Marte em janeiro de 2004 na busca de rastros de água.
O Laboratório Científico de Marte conta com dez instrumentos para buscar evidências de um ambiente propício para a vida microbiana, inclusive os ingredientes químicos essenciais para a vida.
Isso representa o dobro de instrumentos que os robôs lançados anteriormente pela Nasa. Este será o primeiro a utilizar um laser para analisar o interior das rochas e analisar os gases com o espectrômetro que pode enviar dados à Terra.
O Curiosity leva todos os instrumentos para medir as condições de vida no passado e no presente, estudando as condições ambientais do planeta. Ele buscará compostos que contenham carbono - um dos principais ingredientes para a vida como se conhece - e avaliará como eram em suas origens. Ao contrário dos outros robôs, o Curiosity conta com o equipamento necessário para obter amostras de rochas e solo e processá-las.
Assista o lançamento do jipe-robo Curiosity ao vivo na Nasa tv

http://www.nasa.gov/multimedia/nasatv/index.html

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Arqueólogos encontram anzol mais antigo da história 


Arqueólogos australianos divulgaram ter encontrado o que acreditam ser os anzóis mais antigos já descobertos, em uma caverna ao norte do Timor Leste. As imagens foram apresentadas na edição desta sexta-feira (24) da revista “Science”.
Os anzóis foram feitos de concha. Um deles tem aproximadamente 11 mil anos, segundo as análises. O outro, entre 16 mil e 23 mil anos.
Anzol de 11 mil anos encontrado no Timor Leste (Foto: Cortesia/Susan O'Connor)Anzol de 11 mil anos encontrado no Timor Leste
Além deles, foram encontrados 38 mil ossos de peixes, de atum a tubarões e arraias. Alguns com idade de 42 mil anos. Boa parte deles, de espécies de mar aberto, que não ficavam perto da costa.
O achado indica que a humanidade já pescava longe das praias bem antes do que os cientistas imaginavam. Os registros mais antigos até agora datavam de 5,5 mil anos atrás, mais ou menos a mesma época do início da agricultura na região.
Nova missão da Nasa a Marte é de alto risco, adverte especialista


O astrônomo britânico que líderou uma missão fracassada a Marte, a Beagle 2, disse ao programa Material World da BBC Radio 4 que a nova missão americana ao Planeta Vermelho, o Mars Science Laboratory, é de altíssimo risco.
Colin Pillinger, professor de Ciências Planetárias da Open University da Grã-Bretanha, comentou que nesta sexta-feira, dia marcado para o lançamento da nova missão americana, o clima entre seus colegas na Nasa deve ser de preocupação.
Desde a década de 1960, dezenas de missões robóticas foram direcionadas a Marte, com o intuito de coletar informações sobre as condições do planeta e sua história, além de abrir caminho para uma possível missão tripulada.
A maior parte dessas missões fracassou, levando cientistas a ponderar, brincando, sobre a existência de um grande diabo galáctico que se alimentaria de sondas enviadas a Marte. Outros falam da "maldição" do Planeta Vermelho.
Fobos-Grunt
O caso mais recente de missão fracassada a Marte - ou quase fracassada, já que os cientistas ainda estão tentando salvá-la - foi o lançamento da sonda russa Phobos-Grunt, no dia 9 de novembro.
Apesar de ter sido lançada com sucesso, os cientistas russos não conseguiram colocar a nave na direção correta (seu destino seria uma das luas de Marte) e a missão está presa na órbita da Terra.
Depois de duas semanas de tentativas, a Agência Espacial Europeia conseguiu estabelecer contato com a sonda.
Agora, a agência europeia está trabalhando com cientistas russos para identificar o problema da sonda e consertar seu motor. "Eles não conseguem dar ignição no motor", disse Pillinger. "As baterias da nave estão acabando e uma vez que isso aconteça, será o fim da missão."
Ele explicou que o caso da missão liderada por ele, a Beagle 2, lançada em 2003, foi diferente: "A Beagle chegou a Marte mas foi na descida que o problema aconteceu. A descida é sempre a fase mais difícil."
Pillinger disse que o grande desafio em missões como essas não é necessariamente a distância. "Podemos ir muito mais longe. Hoje mesmo estávamos discutindo a possibilidade de irmos às luas do planeta gigante (Júpiter) para reexaminar Europa e buscar evidências de vida lá."
Pillinger explicou que quanto mais longe vai uma missão espacial, mais falhas acontecem. "Cada uma dessas falhas, se você não consegue resolver o problema, significa o fim da missão", explicou.
A estratégia usada pelos cientistas é criar duplicatas de cada sistema. Quando um aparelho falha, o outro assume seu lugar.
"Você constrói as naves com a maior quantidade de sistemas duplicados possível, mas há um limite, porque quanto mais você constrói, maior e mais complicada fica a nave", diz ele.
"O problema da Beagle é que ela tinha tão pouca massa que não podíamos construir nenhum sistema duplicado", observa. "No caso da Phobos-Grunt, eles tinham alguns sistemas duplicados, mas não tinham um sistema duplicado na área de telecomunicações da nave."
Sonda Curiosity
Nessa sexta-feira, os americanos estão lançando a missão Mars Science Laboratory, cuja estrela é a imensa sonda Curiosity. Pillinger disse que a missão enfrenta agora riscos muito altos.
"A Nasa descobriu no passado que é um risco alto aterrissar em Marte, e a maioria dos êxitos alcançados foram situações onde havia duas naves duplicando o sistema inteiro", disse. "Assim, se uma dá errado, eles aprendem com isso e asseguram que a outra tem melhores chances."
"Eles estão preparados para fazer isso com as últimas sondas que enviaram a Marte. Eles esperavam aterrissar a Spirit em uma parte mais tranquila de Marte na antecipação de que aprenderiam mais com essa missão para depois lançarem a Opportunity a um ponto geológico mais interessante. No final, as duas quebraram", explica.
Na verdade, a sonda Opportunity não quebrou. Depois de cerca de sete anos explorando Marte, ela se prepara para enfrentar o rigoroso inverno marciano e os cientistas da Nasa não acreditam que a sonda sobreviva ao frio extremo.
Experimento arriscado
"Dois terços das missões fracassam", disse Pillinger. Quanto às chances de sucesso da nova missão americana, Pillinger hesitou em arriscar um palpite.
"As chances são tão boas quanto os engenheiros puderem assegurar. Você testa, testa e testa e nunca lança algo que não tenha chances de sucesso", disse
Pillinger contou que a nova missão é um grande experimento. "Eles vão testar um novo sistema de aterrissagem."
"A Curiosity é do tamanho de um carro pequeno, o maior veículo já lançado. Já a Beagle 2 era do tamanho de uma roda de carro", observa.
"Na Beagle, nós usamos um sistema em que a nave é embalada com sacos cheios de gás e acoplada a um paraquedas. Quando ela toca o chão, ela joga os sacos fora e vai embora", disse.
"Dessa vez, eles vão sobrevoar o local e baixar o veículo com cabos. Quando a sonda tocar o chão, vão cortar os cabos", explica. "É um grande experimento, e de alto risco. Eles têm uma chance única de sucesso."
"Alguns engenheiros da Nasa devem estar extremamente preocupados, mas devem estar também confiantes de que fizeram o melhor possível", disse.
Vida em Marte
O grande tamanho da sonda Curiosity se deve ao fato de que ela não será movida a energia solar. O robô é munido de um gerador radioativo que lhe fornece energia constantemente, permitindo que ele viaje para mais longe e mais rapidamente.
E enquanto explora Marte, o robô estará procurando respostas para a pergunta que há muito tempo os cientistas tentam responder: haveria sinais de vida no Planeta Vermelho?
"Eles vão fazer experimentos que vão contribuir muito nessa direção", disse Pillinger. "Está carregando exatamente os instrumentos que eu teria escolhido."
Conheça o jipe robô que a Nasa manda para Marte no sábado

Britânico toca Beethoven para elefantes cegos na Tailândia


Um britânico de 50 anos arrastou um piano para uma montanha da Tailândia com o objetivo de tocar Beethoven para elefantes cegos. O feito foi registrado em vídeo, que já conta com mais de 12 mil acessos no YouTube.
De acordo com o jornal "Mail Online", Paul Barton conseguiu realizar um projeto que sonhava há muitos anos quando sentou atrás de seu piano, a poucos metros de distância dos mamíferos gigantes, e iniciou as primeiras notas da composição Pathetique Sonata, de Beethoven.
A intenção dele é chamar a atenção da sociedade e angariar fundos para a causa dos elefantes cegos, que vivem em um santuário da vida selvagem nas montanhas Kanchanaburi, nas proximidades de Bangcoc.
Segundo Barton, até o fim deste ano ele pretende organizar um show junto com os elefantes, com o intuito de arrecadar dinheiro para a compra de uma cerca elétrica.
Nasa se prepara para lançar robô Curiosity a Marte


Os técnicos da Nasa (agência espacial americana) anunciaram nesta quarta-feira (23) que está tudo pronto para o lançamento do robô Curiosity, que viajará a Marte a bordo de um foguete Atlas para buscar sinais de vida no Planeta Vermelho.
"O lançamento neste sábado (26) e os sucessos obtidos pela Nasa no último ano mostram quão equivocadas são as especulações de que acabaram os tempos de glória da Nasa", disse Colleen Hartman, executiva da agência espacial.
O robô, que carrega o Laboratório Científico de Marte (MSL, na sigla em inglês), partirá de Cabo Canaveral, na Flórida, no sábado às 10h02 locais (13h02 de Brasília).
Depois de uma viagem de 9,65 milhões de quilômetros nos próximos oito meses e meio, ele se aproximará da cratera Gale de Marte. A plataforma superior, equipada com foguetes, se manterá a cerca de 40 metros da superfície e fará o robô descer a Marte
 Ilustração de um artista de como será a exploração do Curiosity em Marte.

O Curiosity pesa uma tonelada e tem três metros de comprimento. É cinco vezes mais pesado que os robôs antecessores - os exploradores Spirit e Opportunity, que chegaram a Marte em janeiro de 2004 na busca de rastros de água.
"O Curiosity irá mais longe e descobrirá muito mais que o imaginado", destacou Hartman. "Eu acredito que estarei viva no dia em que poderemos ver a primeira astronauta a pisar em Marte", acrescentou.
O diretor de lançamentos em Cabo Canaveral, Omar Báez, explicou que os técnicos completaram nesta quarta-feira uma nova revisão dos equipamentos e sistemas do foguete propulsor e a cápsula com o robô. "Tudo está pronto para a partida", resumiu ele. "Na sexta-feira (25), levaremos o foguete e a cápsula do hangar à plataforma de lançamento", afirmou Báez. "E no sábado, às 3h da manhã (pelo horário local, 6h de Brasília), começará o abastecimento de combustível", disse.
 O jipe-robô Curiosity, da Nasa.

O lançamento, inicialmente previsto para sexta-feira, foi adiado para sábado após os técnicos terem constatado no último fim de semana que era necessário substituir uma das baterias do foguete que levará o robô.
Os engenheiros contam com um período de chances de lançamento até 18 de dezembro e esperam que tudo ocorra conforme o previsto para que o veículo chegue a Marte em agosto de 2012.
O Laboratório Científico de Marte (MSL, na sigla em inglês) conta com dez instrumentos para buscar evidências de um ambiente propício para a vida microbiana, inclusive os ingredientes químicos essenciais para a vida. Isso representa o dobro de instrumentos que os robôs lançados anteriormente pela Nasa. Este será o primeiro a utilizar um laser para analisar o interior das rochas e analisar os gases com o espectrômetro que pode enviar dados à Terra.
O Curiosity leva todos os instrumentos para medir as condições de vida no passado e no presente, estudando as condições ambientais do planeta. Ele buscará compostos que contenham carbono - um dos principais ingredientes para a vida como se conhece - e avaliará como eram em suas origens.
Ao contrário dos outros robôs, o Curiosity conta com o equipamento necessário para obter amostras de rochas e solo e processá-las.
 A cratera Gale, na superfície marciana, onde deve pousar o robô Curiosity

A Nasa começou a planejar a missão MSL em 2003. Nos últimos oito anos, cientistas e engenheiros construíram e testaram as capacidades do robô, que, segundo as expectativas, levará a pesquisa planetária a outro nível.
"Esta máquina é o sonho de qualquer cientista", assinalou à imprensa Ashwin Vasavada, cientista adjunto do projeto MSL no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) em uma das sessões prévias informativas.
O Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, localizado na Califórnia, elaborou o Curiosity para que fosse capaz de superar obstáculos de até 65 centímetros de altura, com o objetivo de evitar que se prendesse, como aconteceu com o Spirit, e de se locomover cerca de 160 metros por dia.
Estudo identifica planetas com mais chance de vida extraterrestre

 A lua de Saturno Titã e o exoplaneta Gliese 581g estão entre os planetas e luas mais propensos à existência de vida extraterrestre, segundo um artigo científico publicado por pesquisadores americanos
O estudo da Universidade de Washington criou um ranking que ordena os países segundo a sua semelhança com a Terra e de acordo com condições para abrigar outras formas de vida.
Segundo os resultados publicados na revista acadêmica "Astrobiology", a maior semelhança com a Terra foi demonstrada por Gliese 581g, um exoplaneta - ou seja, localizado fora do Sistema Solar - de cuja existência muitos astrônomos duvidam.
Em seguida, no mesmo critério, veio Gliese 581d, que é parte do mesmo sistema. O sistema Gliese 581 é formado por quatro - e possivelmente cinco - planetas orbitando a mesma estrela anã a mais de 20 anos-luz da Terra, na constelação de Libra.
Condições favoráveis Um dos autores do estudo, Dirk Schulze-Makuch, explicou que os rankings foram elaborados com base em dois indicadores.
O Índice de Similaridade com a Terra (ESI, na sigla em inglês) ordenou os planetas e luas de acordo com a sua similaridade com o nosso planeta, levando em conta fatores como o tamanho, a densidade e a distância de sua estrela-mãe.
Já o Índice de 'Habitabilidade' Planetária (PHI, sigla também em inglês) analisou fatores como a existência de uma superfície rochosa ou congelada, ou de uma atmosfera ou um campo magnético.
Também foi avaliada a energia à disposição de organismos, seja através da luz de uma estrela-mãe ou de um processo chamado de aceleração de maré, no qual um planeta ou lua é aquecido internamente ao interagir gravitacionalmente com um satélite.
 O satélite Titã é representado artisticamente, recebendo uma sonda.

Por fim, o PHI leva em consideração a química dos planetas, como a presença ou ausência de elementos orgânicos, e se solventes líquidos estão disponíveis para reações químicas.
"Habitáveis"
No critério da "habitabilidade", a lua Titã, que orbita ao redor de Saturno, ficou em primeiro lugar, seguida da lua Europa, que orbita Marte e Júpiter.
Os cientistas acreditam que Europa contenha um oceano aquático subterrâneo aquecido por aceleração de maré.
O estudo contribuirá para iniciativas que, nos últimos tempos, têm reforçado a busca por vida extraterrestre.
Desde que foi lançado em órbita em 2009, o telescópio espacial Kepler, da Nasa, a agência espacial americana, já encontrou mais de mil planetas com potencial para abrigar formas de vida.
No futuro, os cientistas creem que os telescópios sejam capazes de identificar os chamados "bioindicadores" - indicadores da vida, como presença de clorofila, pigmento presente nas plantas - na luz emitida por planetas distantes.
Teorema abala fundações da mecânica quântica


Função real
Você já deve estar cansado de ouvir falar que a mecânica quântica pode "interpretar" um átomo, um elétron ou um fóton, por exemplo, como uma partícula ou como uma onda.
Quando as encaram como ondas, os físicos estão falando de uma função de onda, uma descrição matemática de uma onda, que determina as probabilidades de que as partículas quânticas tenham determinadas propriedades.
A função de onda há muito tempo é interpretada como uma ferramenta estatística que reflete nossa ignorância sobre as partículas quânticas.
Mas agora um trio de físicos ingleses está defendendo a ideia quase chocante de que a função de onda na verdade é algo real, fisicamente real, e não uma probabilidade estatística.
Terremoto na física
Parece que "abalar" as bases da física não é uma expressão suficiente para dar conta do que essa proposta significa: "Eu não quero parecer hiperbólico, mas eu acredito que a expressão 'abalo sísmico' parece se aplicar bem a esse artigo," comentou o professor Antony Valentini, da Universidade Clemson, que não faz parte do trio que está defendendo esta ideia.
Ouvido pela revista Nature, Valentini afirma que este resultado pode ser o teorema geral (relacionado à mecânica quântica) mais importante desde o teorema de Bell.
Em 1964, o irlandês John Stewart Bell demonstrou que, se a mecânica quântica descrevia entidades reais, então ela teria que incluir a misteriosa "ação à distância", os famosos átomos assombrados de Einstein.
Agora, um novo teorema mostra que, se a função de onda quântica for meramente uma ferramenta estatística, então mesmo os estados quânticos que não estão conectados através do espaço e do tempo - por meio do entrelaçamento quântico - deveriam ser capazes de se comunicar uns com os outros.
Como isso parece ser altamente improvável, Matthew Pusey, Terry Rudolph (Imperial College) e Jonathan Barrett (Universidade de Londres) concluíram que a função de onda não é algo meramente formal, mas um aspecto concreto da realidade.
"Isso arranca fora a obscuridade e mostra que não podemos ter uma interpretação de um estado quântico como algo probabilístico," opinou David Wallace, da Universidade de Oxford.
Consciência quântica
Essa discussão nos leva de volta à geração de gênios que construiu o arcabouço teórico sobre o qual a física navega há quase um século. Nos anos 1920, Niels Bohr e a chamada "interpretação de Copenhague" da física quântica consideraram a função de onda como uma ferramenta computacional.
Einstein concordou com reservas, afirmando que a função de onda também poderia ter algo a ver com uma realidade subjacente ainda desconhecida.
Já Erwin Schrodinger, aquele do gato que fica viva e morto ao mesmo tempo, chegou a considerar que a função de onda era uma realidade física.
Mas o assunto foi varrido para debaixo do tapete desde então.
Segundo Valentini, a interpretação de Copenhague caiu de moda, mas a ideia da função de onda como uma ferramenta estatística voltou a dominar o mundo da física com o advento da teoria da informação quântica.
O novo teorema volta atrás, afirmando que os sistemas quânticos devem "saber" exatamente o estado em que foram preparados - algo como se uma moeda que dê seis caras em cada 10 tentativas tenha uma propriedade física de dar resultados corrompidos, em vez de o excesso de caras ser um mero acidente estatístico.
A propósito, a revista Nature não publicou, apenas comentou o artigo, que está no repositório arXiv, ainda não publicado por nenhuma revista revisada pelos pares.
 Dois sistemas quânticos são preparados independentemente. O estado quântico de cada um, determinado pelo método de preparação, é ou 0 ou positivo. Os dois são postos juntos e medidos. Segundo a nova teoria, o resultado da medição somente pode depender das propriedades físicas dos dois sistemas no momento da medição
 Representação radial da função de onda de um elétron.
Microlâmpadas de plasma superam eficiência dos LEDs

 A lâmpada brilha por inteiro, aquecendo menos do que um LED.

Microplasma
A ideia quase ingênua de um aluno parece ter sido o suficiente para que engenheiros inventassem um novo sistema de iluminação.
Segundo eles, a tecnologia de microplasma produz um novo tipo de lâmpada que é mais eficiente do que tudo o que se conhece até agora, incluindo as lâmpadas fluorescentes compactas e até os LEDs.
"O estudante se aproximou de mim com um pedaço de silício e me perguntou, literalmente, 'Você se importa se eu fizer um pequeno furo nesta placa e tentar produzir um plasma dentro do buraco?'," conta o Dr. Gary Eden, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
Pouco depois, o estudante tinha um plasma dentro de um furo com apenas 400 micrômetros de diâmetro - o precursor da tecnologia que ele e seu agora colega Sung-Jin Park estão tentando comercializar, depois de mais de uma década de aperfeiçoamentos.
Inicialmente a luz emitida era adequada apenas para aplicações médicas. Alguns anos depois, as microlâmpadas de plasma já brilhavam em luz visível, superando as lâmpadas incandescentes.
Agora elas parecem ter superado tudo o que se conhece em termos de iluminação.
Lâmpada de plasma
O plasma, um gás ionizado, frequentemente chamado de quarto estado da matéria, já é utilizado nas lâmpadas fluorescentes e está saindo de moda nas telas de TV, onde está sendo substituído pelos LEDs - os pesquisadores chegaram a demonstrar que sua tecnologia é superior à das telas de plasma no mercado, mas eles parecem ter perdido o "timing" da indústria.
A chave para o desenvolvimento está na relação entre diâmetro e pressão, essencial para se obter plasmas estáveis.
Nos minúsculos furos, feitos em placas de alumínio, a pressão do plasma é muito alta, fazendo com que ele consuma menos energia e aqueça menos a estrutura, ainda assim produzindo luz de alta qualidade - enquanto as telas de plasma das TVs são conhecidas por seu aquecimento e alto consumo de energia, as lâmpadas de microplasma geram menos calor do que os LEDs.
 Enquanto as telas de plasma das TVs são conhecidas por seu aquecimento e alto consumo de energia, as lâmpadas de microplasma batem todos os concorrentes

Os protótipos até agora desenvolvidos medem 15 x 15 centímetros, por 4 milímetros de espessura, incluindo o vidro para prender o plasma nos microfuros e revestimentos poliméricos extras de proteção contra quebra.
Essas pequenas placas têm 250 mil furos, o que faz com que elas brilhem por inteiro - ao contrário de um refletor de LED, onde você vê as pequenas lâmpadas de estado sólido lado a lado.
Produzir barato para vender barato
As lâmpadas fluorescentes também geram luz por plasma, mas perdem eficiência por causa de seu formato em 360 graus. A lâmpada de microplasma, que é direcional, compara-se a uma lâmpada fluorescente de 80 lumens por watt, mesmo tendo apenas 35 lumens por watt.
Além da vantagem de não conter mercúrio, o alumínio, plástico e vidro usados em sua construção são totalmente recicláveis.
Quando elas chegarão ao comércio? A depender dos pesquisadores, que já fundaram sua empresa - a Eden Park Illumination - para comercializá-las, muito brevemente.
Mas eles terão antes que vencer a difícil etapa de convencer a indústria a fabricar suas microlâmpadas de plasma em grandes volumes para que elas atinjam um custo compatível com a concorrência.
Transístor quântico estará nos computadores em 2017


Computadores quânticos
Muito antes que os computadores quânticos se tornem realidade, a mecânica quântica poderá ajudar a transformar os computadores tradicionais em supermáquinas.
Um avanço demonstrado por pesquisadores da IBM e do Instituto Politécnico Federal de Lausanne, na Suíça, promete que, em 2017, os fenômenos quânticos ajudarão a diminuir o consumo de energia dos equipamentos eletrônicos por um fator de 100.
Como o grande limitador ao aumento de velocidade dos processadores é justamente o elevado consumo de energia - e, por decorrência o calor dissipado por eles - é de se esperar um aumento equivalente na velocidade de processamento.
Há poucos dias, a IBM anunciou uma tecnologia que usa metal líquido para retirar calor dos processadores, afirmando que isso permitiria colocar um supercomputador atual dentro de um celular "em poucos anos."
Agora os pesquisadores resolveram marcar data: 2017.
Transístor quântico
O segredo está em um novo tipo de transístor, o elemento fundamental de toda a eletrônica, chamado Túnel-FET, ou TFET.
O termo túnel se refere ao fenômeno do tunelamento quântico, pelo qual uma partícula consegue atravessar uma barreira física - este fenômeno já é largamente utilizado, por exemplo, nos microscópios eletrônicos de tunelamento. FET é uma sigla em inglês para transístor de efeito de campo.
A tecnologia atual é baseada nos transistores de efeito de campo, onde um fluxo de elétrons ativa ou desativa o transístor - um fluxo de bilhões de elétrons, que esquenta tudo por onde passam.
No transístor, duas câmaras são separadas por uma barreira de energia. Na primeira, uma horda de elétrons fica esperando quando o transístor está desligado (indicando um 0 binário, por exemplo). Quando é aplicada uma tensão, eles cruzam a barreira de energia, ativando o transístor. É o que se chama de injeção termal.
Ocorre que alguns elétrons acabam cruzando essa barreira antes da hora, mesmo que aparentemente não tivessem energia para tanto. Esse é o efeito túnel, que sempre atrapalhou o funcionamento dos transistores.
Agora o problema virou solução.

Esta é uma versão de transístor quântico construído pela IBM usando nanofios.
Efeito túnel
Estreitando a barreira do transístor torna-se possível amplificar o efeito quântico e passar a basear o funcionamento do transístor inteiro nesse tunelamento - é a chamada injeção por tunelamento.
Com isto, a energia necessária para que os elétrons cruzem a barreira é reduzida drasticamente.
"Substituindo o princípio do transístor de efeito de campo tradicional pelo efeito túnel, pode-se reduzir a tensão dos transistores de 1 volt para 0,2 volt," afirmou o Dr. Adrian M. Ionescu, que está desenvolvendo o Túnel-FET juntamente com Heike Riel.
Híbrido clássico-quântico
Esta é, na verdade, uma abordagem híbrida, ainda um passo aquém de um verdadeiro "transístor atômico", demonstrado recentemente por pesquisadores australianos e finlandeses.
Mas justamente isto torna sua adoção mais rápida, uma vez que os processadores poderão ser construídos com FETs e Túnel-FETs convivendo no mesmo chip.
"Os protótipos atuais foram construídos em ambiente pré-industrial. Nós podemos razoavelmente esperar vê-los em produção em massa por volta de 2017," disse Ionescu.
Bebê de 9 meses foi salvo com injeção de células que comportaram-se como fígado 


O fígado do garoto que já havia parado voltou a funcionar normalmente após a injeção com as células.
Um bebê de apenas 9 meses do leste de Londres sofreu com um grave problema: seu fígado parou de funcionar. Os médicos não quiserem substituir o órgão em um transplante. A inovação vem do Hospital King College através de uma ação pioneira. Os médicos injetaram na barriga do pequeno Iyaad Syed algumas células que foram retiradas do fígado do doador. Apesar da disponibilidade de um doador com fígado saudável, os médicos preferiram arriscar.
O resultado foi surpreendente, as células começaram a se comportar como uma espécie de “fígado temporário”, eliminando toxinas e produzindo algumas proteínas que são necessárias a sobrevivência. Isso permitiu que o fígado já paralisado pudesse ficar em repouso e lentamente voltar as suas funções normais. Em apenas duas semanas o órgão começou a funcionar plenamente.
A falência do fígado ocorreu por uma infestação grave de vírus, que só foi percebida pelos pais quando o bebê estava com muitas dores e olhos extremamente amarelados. As células injetadas foram revestidas por uma proteção especial para não serem atacadas pelo sistema imunológico, mas o hospital não quis revelar no que consiste esse envelopamento celular, afirmando apenas que este é o primeiro procedimento realizado no mundo em que células do órgão do doador são injetadas, evitando a realização de um transplante.
Brinicle: Filmado pela primeira vez o “Dedo da Morte” em ação na Antártida 


Um fenômeno raro na natureza foi filmado pela primeira vez. O “brinicle” congela tudo o que toca, matando várias espécies no fundo do mar.
Pela primeira uma equipe de filmagem da BBC conseguiu captar imagens de um fenômeno raro e difícil de ser registrado, ocorrendo apenas em águas geladas. O “brinicle”, também chamado de "dedo da morte" é na verdade uma espécie de coluna de gelo, formado por salmoura, congelando rapidamente tudo o que toca.
O fenômeno ocorre da seguinte forma: em locais gelados como a Antártida, o congelamento da água salgada não provoca a formação de gelos sólidos como ocorre com a água doce, os famosos icebergs. O que ocorre é a formação de uma estrutura esponjosa com bastante água do mar concentrado de sal, com pequenos canais onde flui salmoura. Em estações de inverno na Antártida, o ar acima dos icebergs pode alcançar uma média de – 20ºC de temperatura. O mesmo não ocorre com a água do mar que fica em torno de – 1,9 ºC.
O calor sai naturalmente dos locais mais quentes, como o fundo do mar, para os mais frios, como o ar acima dos icebergs. Neste processo ocorre o congelamento de colunas, onde existe concentração de sal que acaba entrando pelos canais da coluna congelada, formando um “brinicle”.
Como o “brinicle” é mais denso que a água do mar pela concentração de sal, acaba descendo como se fosse um tornado, lembrando uma nuvem. Como é extremamente gelado, com temperaturas menores do que a água acaba congelando tudo em sua volta, quando toca o chão do mar, inclusive espécies marinhas como as estrelas-do-mar e ouriços que não conseguem escapar pela rapidez do congelamento.
Confira no vídeo abaixo um "brinicle" em ação:



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Base da biologia moderna, teoria de Darwin completa 152 anos


O ano é 1859. O dia, 24 de novembro. Charles Darwin acaba de publicar a primeira edição de A Origem das Espécies. O livro mudaria radicalmente a forma como os humanos enxergam a evolução dos seres vivos, tornando-se base de toda a biologia moderna.
No aniversário de 152 anos desse trabalho, teste seus conhecimentos sobre Darwin e sua obraA teoria de Charles Darwin completa 152 anos da sua 1ª edição. Foto: AFP
A teoria de Charles Darwin completa 152 anos da sua 1 edição
Vírus ameaça tartarugas verdes da Grande Barreira de Corais


Além do aumento na presença do fibropapilloma, as tartarugas também sofrem com a deterioração do ambiente de seu habitat. Foto: Divulgação Além do aumento na presença do fibropapilloma, as tartarugas também sofrem com a deterioração do ambiente de seu habitat 
 Um vírus está ameaçando dizimar a população de tartarugas verdes da Grande Barreira de Corais, no norte do país. A doença causada pelo fibropapilloma produz tumores nos animais. Além do aumento na presença do vírus, as tartarugas também sofrem com a falta de alimento e a deterioração do ambiente de seu habitat.
Na foto cedida pela organização WWF, o professor de veterinária e saúde pública Leo Foyle segura a tartaruga Roxy, que está contaminada pelo fibropapilloma. O animal está recebendo tratamento no centro de reabilitação da universidade James Cook, na cidade de Townsville, na Austrália.
Reagente facilita detecção de tumor inferior a um milímetro

 Uma equipe liderada por dois cientistas japoneses desenvolveu um reagente que faz com que as células cancerígenas brilhem, facilitando a detecção de tumores muito pequenos, informa nesta quinta-feira a agência de notícias japonesa "Kyodo".
Ao ser pulverizado sobre uma área determinada, o reagente, ainda em fase experimental, pode ressaltar um carcinoma de tamanho inferior a um milímetro.
A substância dá às células malignas um brilho de cor verde, detalham os cientistas na última edição da revista médica "Science Translational Medicine".
A ressonância magnética e outros métodos existentes são incapazes de destacar tecidos cancerígenos de dimensões tão pequenas.
Os pesquisadores consideram que este avanço poderá, no futuro, ajudar a identificar com maior precisão e menor custo o desenvolvimento de um câncer.
"A capacidade do olho humano em detectar, sem ajuda, pequenos focos de câncer ou limites precisos entre o câncer e o tecido normal durante a cirurgia ou a endoscopia é limitada", explicam os pesquisadores em seu artigo.
Yasuteru Urano, professor de Bioquímica da Universidade de Tóquio, e Hisataka Kobayashi, cientista-chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, são os dois cientistas que lideraram os estudos. Eles esperam que o reagente possa ser utilizado dentro de poucos anos.
O reagente desenvolvido emite um brilho verde em questão de minutos graças a uma reação química quando entra em contato com uma enzima chamada GGT, só presente na superfície das células cancerígenas.
Durante a pesquisa, o grupo conseguiu fazer com que o tecido afetado brilhasse 20 vezes mais que o restante, poucos minutos após pulverizar o reagente sobre o abdome de ratos que tinham recebido células humanas afetadas por câncer de ovário.
A equipe ainda terá de certificar que a molécula fluorescente não é tóxica para o restante das células, mas já afirma que não foram detectados efeitos perigosos, mesmo ao utilizar grandes quantidades do reagente.
Bióloga que propôs célula 'mestiça' morre aos 73 anos


A ciência perdeu nesta semana a mulher que ajudou a mostrar como pessoas, árvores e outros seres vivos complexos são criaturas híbridas, tão improváveis quanto centauros ou sereias.
Trata-se da bióloga americana Lynn Margulis, da Universidade de Massachusetts em Amherst. Em comunicado oficial divulgado na quarta-feira, a universidade informa que Margulis morreu em casa, um dia antes, aos 73 anos.
Lynn Margulis em foto durante uma conferência na Espanha, em 2005; a pesquisadora faleceu na terça-feira (22)
Lynn Margulis em foto durante uma conferência na Espanha, em 2005; a pesquisadora faleceu na terça-feira (22)
Durante toda a sua carreira científica, Margulis foi a principal defensora da teoria da simbiogênese, a ideia de que grandes transições da evolução envolveram a fusão de dois ou mais seres vivos completamente diferentes --daí a analogia com centauros e sereias do parágrafo acima.
Parece uma maluquice, mas pistas de que isso realmente ocorreu começaram a surgir quando cientistas verificaram que certas estruturas das células possuem DNA próprio, distinto do material genético "principal" que a célula guarda em seu núcleo.
PISTAS NO DNA
Isso foi em meados do século passado, quando começou a ficar claro que o DNA era a molécula da hereditariedade, ou seja, a substância responsável por transmitir as características dos seres vivos de pais para filhos.
O DNA independente achado no interior das mitocôndrias (os "pulmões" das células, responsáveis pela respiração celular) e dos cloroplastos (estruturas das células vegetais que comandam a fotossíntese) sugeria uma hereditariedade à parte.
As coisas estavam nesse pé quando Margulis, nos anos 1960, propôs que a explicação mais provável era uma fusão simbiótica. No passado remoto, dois micróbios totalmente diferentes um do outro, com estrutura parecida com a das bactérias atuais, teriam se fundido.


Um deles passou a ser o que consideramos como a célula "principal", enquanto o outro passou a levar uma vida semi-independente dentro da célula maior (o que seria o caso das mitocôndrias e dos cloroplastos).
Dessa forma, a célula maior ganharia a energia produzida pelos seus novos parceiros internos, enquanto a menor ficaria mais protegida de predadores microscópicos, por exemplo.
Hoje, poucos biólogos discordam da ideia, porque a comparação entre o DNA "normal" das células e o encontrado nas mitocôndrias e cloroplastos mostrou que, de fato, eles têm muito pouco a ver um com o outro.
Mais importante ainda: o material genético dos dois lembra muito o de certas bactérias (no caso dos cloroplastos, com o DNA de bactérias que fazem fotossíntese).
Margulis participou da elaboração de outra ideia famosa, que também enfatiza a cooperação entre organismos: a hipótese Gaia, que vê a Terra como um superorganismo.
Ela foi a primeira mulher do célebre astrônomo e divulgador de ciência Carl Sagan (1934-1996) e mãe de dois dos filhos do pesquisador.
Estudo revela arte egípcia muito antes da época dos faraós




As pirâmides e a Esfinge podem parecer antigas, mas seus milênios de existência ficam pequenos perto da idade de obras de arte egípcias que acabam de ser datadas por arqueólogos: 15 mil anos, no mínimo, e talvez mais.
São gravuras de auroques (Bos primigenius), bois selvagens comuns em boa parte do Velho Mundo na Idade da Pedra. Uma equipe liderada por Dirk Huyge, dos Museus Reais de Arte e História de Bruxelas, é a responsável por achar os desenhos em Qurta, no sul do Egito.
Editoria de arte/Folhapress
Coincidência ou não, é o mesmo período em que europeus da Idade da Pedra estavam produzindo pinturas e gravuras rupestres requintadas, em cavernas como a de Altamira, na Espanha, e a de Lascaux, na França.
Huyge e seus colegas relatam a descoberta na última edição da revista científica "Antiquity", especializada em arqueologia. É o primeiro registro confirmado de arte egípcia da Era do Gelo.
Por causa do estilo e dos temas das gravuras em pedra, os pesquisadores já desconfiavam que as imagens datavam da Idade da Pedra.
Para confirmar isso com precisão, usaram duas técnicas diferentes, com a ajuda de geólogos da Universidade de Ghent, também na Bélgica.
O que acontece é que sedimentos carregados pelo vento foram se acumulando em cima das gravuras, feitas numa escarpa de arenito perto do rio Nilo.
Uma das técnicas consegue dizer quando foi a última vez que os grãos de sedimento foram expostos à luz solar, o que dá uma idade mínima para a gravura, pois o sedimento foi parar lá depois de os desenhos serem feitos.
Além disso, havia restos orgânicos nesses sedimentos (coisas como ossinhos de camundongos e aves), os quais também puderam ser datados pelo método do carbono-14, um "relógio" radioativo que funciona justamente com matéria orgânica.
Foi daí que veio a data mínima de 15 mil anos, embora o acúmulo de sedimentos possa ter começado antes, dizem os especialistas.
Huyge e companhia levantam a possibilidade de contato cultural indireto entre os egípcios e os europeus da Era do Gelo, por causa da semelhança de temas e estilos entre a arte dos dois lugares.
Se a ideia estiver correta, o Mediterrâneo da Idade da Pedra já estava interligado. Como o nível do mar na época era 100 metros mais baixo, seria mais fácil viajar por terra ou por barco.

Divulgação
Membro da equipe de escavação ao lado das gravuras egípcias que foram encontradas em Qurta
Membro da equipe de escavação ao lado das gravuras egípcias que foram encontradas em Qurta
Pesquisadores anunciam descoberta de dinossauro que viveu há 220 milhões de anos no RS

 Pesquisadores brasileiros anunciaram nesta quinta-feira (24), em Canoas (14 km de Porto Alegre), a descoberta de uma nova espécie de dinossauro que viveu há 220 milhões de anos, o Pampadromaeus barbarebai.
 Reconstituição do Pampadromaeus barbarebai, espécie de dinossauro que viveu há 220 milhões de anos no RS. O esqueleto do animal foi descoberto em 2006, em rochas no município de Agudo, mas sua descrição só foi concluída neste ano Divulgação


O esqueleto do animal foi descoberto em 2006, em rochas no município de Agudo, na região central do Rio Grande do Sul, mas sua descrição só foi concluída neste ano.
O animal tinha um metro de comprimento por 50 centímetros de altura e era veloz, daí o nome Pampadromaeus, que quer dizer “corredor dos Pampas” em latim. “Ele era parecido com uma ema e possivelmente tinha penas”, afirma o pesquisador Max Langer, do campus da USP de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), que participou dos estudos.
Apesar de veloz, foi do Pampadromaeus que se originaram os saurópodos, quadrúpedes pesados e lentos com pescoço comprido.
A espécie anunciada hoje era do período triássico, quando surgiram os primeiros mamíferos e carnívoros. Já os saurópodos são do período cretáceo (144 milhões de anos atrás).
Langer afirma que os Pampadromaeus tinham hábitos alimentares “generalistas” e provavelmente viviam em bandos. De acordo com ele, animais parecidos já foram descobertos no Rio Grande do Sul e na Argentina, mas não da mesma espécie. “Este pode ser o mais primitivo de todos.”
O pesquisador afirma que a espécie descoberta chamou a atenção por ter características anatômicas do terópodos, bípedes carnívoros que têm no Tiranossauro rex e no Velociraptor seus representantes mais conhecidos.
A descrição do Pampadromaeus foi feita num trabalho conjunto de pesquisadores da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), universidades federais do Rio Grande do Sul e Minas Gerais e da USP. O nome do bicho é uma homenagem ao paleontólogo gaúcho Mario Costa Barberena, já aposentado.
A descoberta foi publicada no início do mês na revista científica alemã "Naturwissenschaften".
Estudo indica que os médicos podem aprender muito com Shakespeare

 Detalhe do retrato do dramaturgo William Shakespeare visto em Londres


Os médicos devem ler Shakespeare, é a indicação de um estudo recente e incomum divulgado e que afirma que o Bardo era excepcionalmente habilidoso em detectar sintomas psicossomáticos.
Kenneth Heaton, médico da Universidade de Bristol, no oeste da Inglaterra, analisou as 42 principais obras de Shakespeare e 46 trabalhos do mesmo gênero de contemporâneos do escritor.

Ele descobriu que Shakespeare se destacou por sua capacidade de vincular sintomas físicos e angústia mental.

Vertigem e tontura são sentidas por cinco personagens masculinos no auge de problemas emocionais, em "A Megera Domada", "Romeu e Julieta", "Henrique VI, Parte 1", "Cimbelino", e "Troilo e Créssida".

Onze episódios de falta de ar relacionados a emoções extremas são encontrados em "Os dois cavalheiros de Verona", "O estupro de Lucrécia", "Vênus and Adônis" e "Troilo e Créssida".

Mágoa ou angústia aparecem através de sintomas de fadiga em "Hamlet", "O mercador de Veneza", "Do jeito que você gosta", "Ricardo II" e "Henrique IV, Parte 2".

Distúrbios de audição em períodos de crise mental aparecem em "Rei Lear", "Ricardo II" e "Vida e morte do Rei João".

Enquanto isso, frieza e desmaios, emblemáticos de choque profundo, ocorrem em "Romeu e Julieta", "Julius Caesar", "Ricardo III" e em outras obras.

"A percepção de Shakespeare de que torpor e sensações fortes podem ter uma origem psicológica parece não ter sido compartilhada por seus contemporâneos, nenhum deles incluiu estes fenômenos nos trabalhos examinados", observa Heaton.

Shakespeare pode ajudar hoje em dia médicos que precisam atender a pacientes cujo estado físico mascara problemas emocionais profundos, sugere.

"Muitos médicos são relutantes em atribuir sintomas físicos a distúrbios emocionais, e isso resulta em diagnósticos tardios, mais investigação e tratamentos impróprios", explica Heaton.

"Eles poderiam aprender a ser médicos melhores estudando Shakespeare. Isto é importante porque os chamados sintomas funcionais são a principal causa de visitas a clínico geral e a encaminhamentos para especialistas".

O estudo foi divulgado na quarta-feira em uma publicação britânica, o Journal of Medical Humanities
Emissões de gases do efeito estufa devem dobrar até 2050


As emissões globais de gases que causam o efeito estufa devem aumentar em 50% até 2050, principalmente em razão da maior demanda de energia e do crescimento econômico nos grandes países emergentes.
O alerta foi feito nesta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que publicou o relatório Perspectivas do Meio Ambiente no Horizonte 2050.
O documento foi divulgado às vésperas da 17ª Conferência das Partes (COP 17) da ONU sobre as mudanças climáticas, que começa na próxima segunda-feira em Durban, na África do Sul.
Segundo a OCDE, a fatia dos países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) nas emissões globais de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global, passou de 30% nos anos 70 para 40% atualmente.
De acordo com o relatório, as emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases que provocam o efeito estufa, deverá crescer 70% até 2050 em razão do aumento do uso de energias.
'A previsão é de que as emissões de CO2 causadas pelos transportes dobrem entre 2010 e 2050 em razão do forte aumento da demanda por carros nos países em desenvolvimento e do crescimento da aviação', diz o documento.
'A concentração média global dos vários gases de efeito estufa na atmosfera continuam aumentando desde que os recordes começaram', alerta a OCDE.
Segundo cientistas, uma concentração de CO2 na atmosfera em 450 partes por milhão (ppm), limitaria em 50% a possibilidade do aumento da temperatura mundial em 2°C, meta de aquecimento definida em 2010 na conferência internacional em Cancún.
Esse aumento de 2°C é considerado pelos especialistas como sendo o limite para que as mudanças climáticas sejam suportáveis ou adaptáveis.
A OCDE ressalta que as concentrações atuais de CO2 'estão chegando muito perto da meta de 450 ppm'.
De acordo com o documento, esse número já estava próximo de 400 ppm no ano passado.
'Se não houver novas medidas governamentais, a concentração de CO2 na atmosfera poderá atingir 685 ppm em 2050', afirma a organização, ressaltando que isso poderá resultar em uma alta média de 3,7°C a 6° da temperatura do planeta até o final do século.
A OCDE também alerta que se não houver mudanças de políticas governamentais, as energias fósseis ainda continuarão representando 85% das energias utilizadas no mundo.
'Os governos devem deixar de lado suas viseiras nacionais e considerar a situação em escala mundial', disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.
'Para atingir o objetivo fixado de limitar em 2°C o aumento da temperatura mundial, eles devem acelerar as negociações em Durban', declarou Gurría.
Radares dos EUA podem ter afetado sonda Fobos-Grunt, diz especialista


Radares norte-americanos podem ter provocado a falha da estação interplanetária russa Fobos-Grunt que ficou em órbita terrestre ao invés de seguir para Marte, disse nesta quinta-feira (24) o tenente-general Nikolai Rodionov, ex-comandante-em-chefe do sistema de prevenção de ataques de mísseis da Rússia.
"A trajetória do Fobos-Grunt passou pela zona de cobertura de poderosos radares americanos no Alasca. Temo que a potente radiação eletromagnética dessas estações tenha afetado os equipamentos de controle da sonda interplanetária", avaliou Rodionov, citado pela agência "Interfax".
Ele ressaltou que a Rússia deveria se preocupar com a presença de radares norte-americanos na Noruega e no Alasca. Rodionov sugeriu ainda as autoridades de seu país a usarem menos componentes eletrônicos estrangeiros na fabricação de mísseis e equipamentos espaciais russos.
"A qualquer momento (os fabricantes estrangeiros) poderiam enviar alguns sinais, ativar chips para deixar fora de serviço um míssil ou uma nave espacial", explicou.
Na quarta-feira à noite, especialistas da Agência Espacial Europeia (ESA) conseguiram pela primeira vez receber dados de telemetria a partir da estação interplanetária russa, que até então não tinha emitido sinal desde o lançamento.
A Fobos-Grunt devia cumprir uma missão de 34 meses, incluindo o voo da Fobos, a descida em sua superfície e, finalmente, o retorno à Terra de uma cápsula com mostras do solo do satélite marciano.
Com custo de US$ 170 milhões, o projeto tinha como objetivo estudar a matéria inicial do Sistema Solar e ajudar a explicar a origem de Fobos e Deimos, a segunda lua marciana, assim como dos demais satélites naturais no sistema solar.
Roscosmos, a agência espacial russa, declarou que tem até o fim de novembro para tentar reativar a Fobos-Grunt e colocá-la rumo ao seu destino: Fobos, uma das duas luas de Marte
Estudo sobre neutrinos deve conter 'erros sutis', afirma Nobel de Física


O norte-americano William Daniel Phillips consegue brecar átomos com lasers, já recebeu até um Nobel pelo feito, mas prefere citar humildemente os amigos ao comentar sobre o principal assunto do mundo da física nos últimos meses: partículas que, em laboratório, teriam superado a velocidade da luz.
"É consenso entre meus colegas nessa área que o estudo deve conter erros sutis", afirma o pesquisador, após uma aula magna a alunos de engenharia na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo.
Ao comentar a polêmica recente levantada pela equipe de cientistas no laboratório Gran Sasso, na Itália, Phillips declara achar "difícil" que o estudo esteja correto. "Mas os pesquisadores de lá já fizeram novamente o experimento e chegaram aos mesmos resultados. Caso estejam certos, seria um grande impacto na Física", diz.
 Físico William Phillips deu palestra em São Paulo.


O "tsunami" atingiria até mesmo a teoria da Relatividade, desenvolvida pelo físico alemão Albert Einstein em 1905, que define a velocidade da luz como um limite para qualquer informação ser transmitida.
Uma explicação clássica usada pelos cientistas é um hipotético "extermínio do Sol": caso a estrela deixasse de existir de repente, os terráqueos só saberiam disso depois de oito minutos. Este é o tempo que a luz leva para percorrer a distância entre o Sol e o nosso planeta.
"Até agora, nós aprendemos que nenhuma informação pode ser transmitida mais rápido que a luz. Mas se eu apontar e mexer minha caneta laser para uma parede muito distante, a marquinha projetada na parede pode alcançar velocidades maiores", diz Phillips. Ele cita pulsos de luz como exemplos de "violadores" que podem ultrapassar esse limite (aproximadamente 300 mil km/s).
Ao notar a confusão que sua afirmação causou nos ouvintes, o cientista prossegue. "Isto não quer dizer nada, é apenas um truque, uma marca na parede não é algo que 'carregue dados'. Eu continuo sendo proibido pela natureza de levar informação de um ponto da parede ao outro acima da velocidade da luz."
Brecando átomos
Phillips recebeu o Nobel de Física em 1997 junto com outros dois cientistas: o também norte-americano Steven Chu e o francês Claude Cohen-Tannoudji. Eles levaram o prêmio por serem responsáveis pelo desenvolvimento de técnicas para esfriar e "aprisionar" átomos com laser.
Na temperatura ambiente, átomos vagam pela natureza a velocidades de até 4 mil km/h. Mas os cientistas conseguem fazer certos materiais alcançarem quase -273°C em laboratórios.
Um iPad é apenas um ábaco que trabalha muito rápido, usando elétrons ao invés de contas"
William D. Phillips,
Nobel de Física em 1997
Nessas condições, é possível brecar átomos como os de hidrogênio até que eles "andem" a uma velocidade razoável: 1 km/h (ou 27,7 cm/s). Para isso, Phillips ajudou a criar uma técnica que "aprisiona" os átomos com lasers.
'Angry Birds' quântico
Atualmente, Phillips é professor de física na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e integra o Instituto de Padrões e Tecnologia norte-americano (NIST). Sua pesquisa permitiu que ele conhecesse bastante sobre física quântica e pudesse comentar sobre as possibilidades da computação quântica - ramo da ciência que pode dar à luz máquinas capazes de realizar cálculos impossíveis para as ferramentas atuais.
Mesmo capazes de armazenar mais dados e realizar cálculos complexos, computadores quânticos não devem tornar obsoletas as máquinas atuais. "A maioria das pessoas, ao usar o computador, realiza operações aritméticas. E para essas contas, o computador quântico não trará nenhuma vantagem", afirma Phillips.
O norte-americano não aposta, mas acredita que o uso dos computadores quânticos deverá se manter aos laboratórios e não haverá apelo para o produto entre os consumidores comuns."Você provavelmente não poderá se divertir com o game 'Angry Birds' em um computador quântico", diz.
 O físico falou sobre o universo da física quântica

O pesquisador explica que a diferença entre um bit normal e um bit quântico está na capacidade que cada um tem de armazenar informação. Um bit normal é a menor unidade para guardar dados que existe. Ele só pode assumir um valor: 0 ou 1. Nos computadores comuns, um grupo de 8 bits equivale a um 1 byte.
Já os bits quânticos seriam partículas capazes de carregar muitas informações ao mesmo tempo, como se fossem versões expandidas do bit comum. Um computador com apenas 300 bits quânticos poderia realizar mais cálculos do que o número de átomos existente no Universo.
Você provavelmente não poderá se divertir com o game 'Angry Birds' em um computador quântico"
William Phillips, ao comentar sobre
limitações da computação quântica
Ábaco com elétrons
Phillips compara a capacidade dos computadores atuais às do ábaco, instrumento que até hoje é usado para ensinar crianças a contar e que também é, em essência, uma máquina de computar. "Um iPad é apenas um ábaco que trabalha muito rápido, usando elétrons ao invés de contas", diz o Nobel de Física.
Já os ábacos da física quântica também apresentariam limitações, mas poderiam ser muito úteis na área de encriptografia. "A vantagem dos computadores quânticos será resolver problemas físicos mais rapidamente. Mas eles também poderão ser usados para quebrar códigos."
Salvando o bóson de Higgs
Assim como partículas, bits quânticos e ábacos com elétrons não parecem assustar Phillips, a possibilidade de erros na ciência não impressiona o norte-americano. "Se o estudo dos neutrinos estiver errado, ou mesmo o LHC, isso faz parte do nosso trabalho", afirma.
Como o próprio universo da física quântica "celebra" a existência de incertezas na natureza, o cientista norte-americano lembra que mesmo os erros de Einstein podem um dia significar material para o trabalho de futuros cientistas. "É como o Nobel de Física deste ano, que celebrou pesquisas que podem ter achado uma utilidade à constante cosmológica, algo que Einstein criou e depois reconheceu como um erro", diz.
Um exemplo de engano ocorreu há mais de cem anos, quando cientistas tentaram salvar um conceito na Física chamado éter luminífero. Seria um elemento que preencheria o espaço para que a luz pudesse ser propagada, assim como as ondas sonoras usam o ar para serem transmitidas.
Testes foram feitos para detectá-lo, todos sem sucesso, até que a teoria da Relatividade de Einstein o tornou dispensável. Agora, o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), outro experimento conduzido pelo Cern, está à procura de uma partícula que parece ser tão difícil de ser encontrada quanto o éter luminífero: o chamado bóson de Higgs, a peça-chave para explicar como os átomos conseguiram "segurar" massa quando foram criados.
Ao escutar a hipótese de que a procura pelo bóson de Higgs pode ter um fim igualmente trágico, Phillips demonstra não ter medo do futuro. "Talvez essa partícula nunca seja descoberta mesmo. Mas alguns colegas meus, especialistas em física de partículas, não se mostram tão preocupados, já que o mecanismo que Higgs descreveu pode existir mesmo sem o bóson", diz.


Cientistas criam banco de dados genéticos para acelerar o crescimento do arroz 

 O arroz é simplesmente o principal alimento consumido por metade da população mundial. Estudá-lo e conhecê-lo torna-se necessário
O arroz é um dos cereais mais consumidos no mundo, ficando em terceiro lugar na produção global de alimentos, atrás apenas do milho e trigo. Cientistas estão preocupados com o futuro, devido ao grande crescimento populacional, o que causará no futuro falta de alimentos se os padrões permanecerem os mesmos de hoje.
Cientistas do Join BioEnergy Institute em parceria com o Lawrence Berkeley National Laboratory, desenvolveram um modelo com escalas genéticas do arroz, para prever e identificar as funções dos genes de seu DNA. O projeto é chamado de RiceNet e tem como objetivo principal a troca de informações entre cientistas de todo o mundo para o melhoramento genético do arroz, buscando grande desempenho produtivo em menor tempo possível.
Devido à importância do arroz, uma base de dados para decodificar os segredos contidos em seu DNA é de suma importância, mas apesar da necessidade existe um grande problema: o arroz contém mais de 41 mil genes, número bastante elevado comparado com os humanos que possuem entre 20.000 e 25.000 genes, o que torna o trabalho um grande desafio.
O site oficial do projeto pode ser acessado por cientistas de todo o mundo para fornecer informações sobre seus genes, em especial os responsáveis pela parede celular.
Outro fator importante da pesquisa é a busca incessante de genes que possam elevar ao máximo a concentração de açúcares fermentáveis nas células vegetais do arroz para que a produção de biocombustível torne-se mais barata e com menos impacto ao meio ambiente.
Besouros com “mochilas” poderiam nos ajudar captando informações 


 
Pesquisa americana patrocinada por uma importante agência de tecnologia, desenvolveu uma “mochila” para colocar nas costas de besouros.
A pesquisa foi desenvolvida pelos engenheiros da Universidade de Michigan, e consiste basicamente em colocar sensores em besouros, com o objetivo de monitorar várias situações de perigo para os seres humanos.
Tudo funciona através da captação de energia, proveniente do calor do corpo que os besouros produzem quando estão em atividade, ou seja, voando. Isso seria suficiente para recarregar e manter uma bateria que comandaria vários sensores.
Os pesquisadores afirmam que é perfeitamente possível acoplar em uma espécie de “micro-mochila” nas costas de besouros, artefatos como microfones, câmeras de vídeo e vários equipamentos minúsculos de comunicação. A afirmação foi dada pelo professor Khalil Najafi em uma coletiva de imprensa nos Estados Unidos.
A pesquisa, financiada pela DARPA (Agência de Pesquisa Avançada em Projetos de Defesa, criada em 1958, a agência foi montada para manter a superioridade americana em tecnologias avançadas) já demonstrou em análises experimentais, total eficácia. A idéia mais simplista do projeto é permitir que besouros entrem em locais de escombros, em situações como terremotos e tsunamis.
Os cientistas conseguiram a proeza de captar a energia liberada pelo movimento das asas de besouros através de um gerador espiral piezoelétrico que consegue maximizar a produção de energia, permitindo melhor armazenagem na microbateria. A DARPA está auxiliando os pesquisadores no processo de requerimento de patente em todo o mundo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Nasa anuncia que Curiosity está pronto para ser enviado à Marte no sábado

 O maior e mais avançado veículo robotizado já construído para explorar Marte está pronto para ser enviado no sábado em uma missão para descobrir os locais onde pode ter existido ou existe vida no Planeta Vermelho, anunciou a Nasa.
O Laboratório Científico de Marte, que custou 2,5 bilhões de dólares, é descrito como a "máquina dos sonhos" pela agência espacial americana por suas câmeras de última geração, braço robótico, laboratório químico móvel e raio laser capaz de destruir rochas.
O lançamento do veículo, de 899 quilos, está previsto para sábado às 10H02 locais (13H02 de Brasília) a partir da base de Cabo Canaveral, na Flórida
Depois de uma viagem de nove meses, o veículo robótico não tripulado, apelidado de Curiosity, deve fazer um pouso espetacular propulsionado por foguetes antes de começar a rodar para percorrer o planeta mais próximo da Terra.
"Ele fará uma avaliação profunda. Onde estão os bons lugares de estudo de Marte? Onde pode haver micróbios vivendo ou algum tipo de vida?", questiona Mary Voytek, diretora do programa de Astrobiologia da Nasa.
O local de pouso do veículo será a cratera Gale, escolhida por conter cinco quilômetros de altas montanhas e porque os cientistas acreditam que abriga baixas camadas de sedimentos e de argilas que podem ter contido água e, portanto, vida.
"Este parece um local muito promissor, que teve água em algum momento de seu passado e que poderia ter se transformado em uma área habitável", disse Michael Meyer, principal cientista do programa de Exploração de Marte da Nasa.
Na Terra, a vida microbiana existe em todos os lugares onde há água. Os cientistas esperam que o mesmo ocorra em Marte.
Em agosto, a Nasa anunciou que havia encontrado provas de fluxo de água salgada em áreas inclinadas de Marte, o que, em caso de confirmação, seria a primeira descoberta de água líquida ativa no Planeta Vermelho.
Os dados pareciam mostrar movimentos de água salgada em deslocamento sob a superfície, captados pelo Mars Reconnaissance Orbiter. Mas o Curiosity não vai explorar estas áreas e não terá condições de confirmar a hipótese.
Os cientistas ainda não confirmaram água líquida em Marte, mas descobriram gelo nos polos.
A Nasa considera o veículo de exploração como um ponto médio no longo caminho de exploração do planeta, que começou com o pouso do dispositivo espacial Viking em 1976 e pode culminar com uma missão de exploração humana em 2030.
Qualquer pista que o robô possa enviar sobre a habitabilidade do quarto planeta mais próximo do Sol, e sobre os níveis de radiação, será de vital importância para a Nasa e as futuras missões de exploração.
Sonda russa Fobos-Grunt dá sinais de vida, diz agência espacial europeia

 

Horas após ser considerada perdida no espaço, a sonda interplanetária russa Phobos-Grunt, que por uma ação ainda não esclarecida ficou em órbita terrestre em vez de seguir rumo a Marte, deu sinais de vida, confirmou em comunicado a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
A ESA indicou que a estação de acompanhamento de Perth (Austrália) recebeu sinais da Fobos-Grunt nesta terça-feira, primeira vez que se consegue estabelecer contato com a sonda, lançada ao espaço há duas semanas.
"Estabelecemos comunicação com o aparelho em uma frequência, mas por enquanto não recebemos informações", disse o representante da ESA na Rússia, Rene Pishel, à agência de notícias oficial russa Itar-Tass.
O contato ocorreu horas após o subdiretor da Roscosmos (agência espacial russa), Vitaly Davydov, considerar a sonda praticamente perdida.
A ESA anunciou que estuda agora maneiras de manter a comunicação com a sonda e ressaltou que suas equipes "estão trabalhando estreitamente com engenheiros da Rússia para determinar a melhor maneira de manter a comunicação".
Lançada no último dia 8, a Fobos-Grunt deveria cumprir uma missão de 34 meses que incluía o voo a Fobos (uma das duas luas de Marte), um pouso à superfície do astro e, por fim, o retorno à Terra de uma cápsula com amostras do solo do satélite marciano.
O projeto, avaliado em 5 bilhões de rublos (US$ 170 milhões), tinha como objetivo estudar a matéria inicial do sistema solar e ajudar a explicar a origem de Fobos e Deimos - outra lua marciana -, assim como dos demais satélites naturais do Sistema Solar.
Estudo alerta para perigo de doses acima do recomendado de paracetamol


Consumir uma dose um pouco acima da recomendada do analgésico paracetamol por um longo período de tempo - mesmo que apenas por uma questão de dias - pode causar graves danos à saúde, de acordo com pesquisadores britânicos.
Cientistas da Universidade de Edimburgo analisaram 161 casos do que chamaram de "overdose escalonada" durante um período de
Os pesquisadores descobriram que muitas pessoas que usam os comprimidos contra dor não percebem quando tomam mais do que o permitido e não se dão conta dos danos causados pelo consumo excessivo do remédio ao fígado.
Segundo os pesquisadores, este problema geralmente também não é detectado pelos médicos no início, pois os exames de sangue não indicam níveis excessivos de paracetamol após a ingestão inicial superior à indicada.
O estudo, publicada na revista British Journal of Clinical Pharmacology, sugere que os efeitos para a saúde de overdoses escalonadas - mesmo que modestas - de paracetamol são mais graves do que uma única overdose com grande quantidades de comprimidos.
Fígado
Kenneth Simpson e sua equipe analisaram os registros médicos de 663 pacientes que foram encaminhados para a Unidade Escocesa de Transplante de Fígado, no hospital da Universidade de Edimburgo, devido a problemas do fígado induzidos por paracetamol.
Os 161 casos que tiveram a overdose escalonada tinham mais chances de desenvolver problemas no fígado e cérebro e de precisar de diálise ou ajuda para respirar. Eles também tinham mais chances de morrer devido a estas complicações.
'Eles não tomaram overdoses grandes e únicas, aquelas que ocorrem em um único momento, tomadas por pessoas que tentam cometer suicídio, mas no decorrer do tempo o dano se acumula e o efeito pode ser fatal', disse Simpson.
Para o professor Roger Knaggs, da Royal Pharmaceutical Society da Grã-Bretanha, o estudo indica que "se você tomar mais paracetamol do que o recomendado, você não vai melhorar o controle da dor, mas poderá prejudicar sua saúde".
"Se as pessoas estão sentindo dor e o paracetamol não ajuda, ao invés de pensar em aumentar a dose, eles devem consultar o farmacêutico para outro tipo de controle da dor ou consultar alguém que possa ajudar (a entender) a causa da dor", disse.
seis anos.