sábado, 17 de dezembro de 2011

Novo radiotelescópio pode ir para Austrália ou África do Sul

Um novo radiotelescópio --aparelho que investiga zonas espaciais inacessíveis aos telescópios ópticos-- pode ser construído na Austrália ou na África do Sul.



Foto de março deste ano mostra região em Northern Cape, na África do Sul, onde estão instalados radiotelescópios
Foto de março deste ano mostra região em Northern Cape, África do Sul, onde estão instalados radiotelescópios
Os dois países são as locais mais prováveis para abrigar o radiotelescópio SKA (Square Kilometre Array), segundo o comitê internacional que está envolvido no projeto, do qual fazem parte agências financiadoras na área científica.
A escolha final será anunciada no ano que vem
Hubble registra força violenta de estrela em formação

O telescópio espacial Hubble capturou o momento em que uma gigantesca nuvem de gás de hidrogênio é iluminada em decorrência de uma estrela que se encontra em sua fase final de formação. A ESA (Agência Espacial Europeia) divulgou a imagem nesta quinta-feira (15).
A estrela em questão é a S106 IR, que ejeta material a uma velocidade tão alta, a ponto de interferir nos gases e na poeira que a rodeiam.


As áreas em vermelho são formadas por poeira fria e fina; já a azul é a expansão dos gases de hidrogênio
As áreas em vermelho são formadas por poeira fria e fina; já a azul é a expansão dos gases de hidrogênio
A S106 IR também é capaz de "esquentar" esses gases, fazendo-os com que cheguem a uma temperatura de 10 mil graus Celsius. A radiação da estrela ioniza o hidrogênio que, por sua vez, se expande. A luz dessa expansão é vista na cor azul na foto e a camada de poeira fina e fria aparece em vermelho.
A próxima fase da S106 IR será a de estabilidade, mais calmo, considerado como sendo o da fase "adulta". Mas até lá vai demandar um bom tempo cósmico
Táxi espacial será viável só a partir de 2017, diz Nasa

Cortes orçamentários em um programa destinado ao desenvolvimento de táxis espaciais devem fazer com que os EUA continuem dependendo da Rússia até 2017 para levar astronautas à ISS (Estação Espacial Internacional), disse um dirigente da Nasa (agência espacial americana) na quinta-feira.
A reformulação do programa, que busca uma alternativa comercial aos recém-aposentados ônibus espaciais, tem um lado positivo: a Nasa vai abandonar os contratos tradicionais, com preços prefixados e passará a adotar parcerias mais baratas e flexíveis.
"É um pequeno passo para o 'Commercial Crew'", disse Michael Gold, advogado da empresa Bigelow Aerospace, referindo-se ao programa da Nasa para o desenvolvimento do táxi espacial. "E um passo gigantesco para o bom senso."
A alteração foi motivada pelo fato de a Nasa ter reduzido à metade a solicitação orçamentária para o programa no ano fiscal, que começou em 1º de outubro (o valor ficou em US$ 850 milhões), e pela determinação da agência em manter pelo menos dois projetos de táxi espacial sendo desenvolvidos para uma futura operação.
"Gostaríamos de manter dois fornecedores no mínimo. Na verdade, mais", disse o administrador-associado da Nasa, Bill Gerstenmaier, a jornalistas. "Achamos que a competição é algo crucial."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cientistas do Brasil fazem expedição até o Polo Sul para estudar clima

Cientistas brasileiros e chilenos iniciam nesta sexta-feira (16) uma viagem ao Polo Sul, justo quando se completam 100 anos da chegada do explorador norueguês Roald Amundsen, para extrair um cilindro de gelo que permitirá compreender a evolução do clima nos últimos 500 anos.
Segundo informou o Instituto Antártico Chileno (Inach), a expedição, composta por 15 brasileiros e dois chilenos, partirá nesta sexta da cidade chilena de Punta Arenas, no extremo sul do continente americano. O grupo viajará ao Círculo Polar Antártico e chegará à geleira União, situada na Cordilheira Heritage, nas montanhas Ellsworth, onde deve permancer por 35 dias sob a temperatura de 35 graus negativos.
Capa de gelo flutuante na região da Antártida, já com rachaduras. (Foto: Michael Van Woert / NOAA /  Divulgação)Capa de gelo flutuante na região da Antártida, já com rachaduras. Cientistas brasileiros e chilenos vão estudar evolução do clima.
Lá os pesquisadores extrairão um cilindro de gelo que está a 150 metros de profundidade, tomarão mostras do ar para analisar seus componentes e desenvolverão estudos de geomorfologia da geleira para conhecer os processos que originam seu relevo.
Segundo explica o cientista brasileiro Jefferson Simões, o estudo do cilindro de gelo permitirá saber como se desenvolveu a história do clima dos últimos 500 anos na Antártida, a fim de ligar as informações com o clima da América do Sul.
O projeto tem um custo de US$ 1 milhão para um período de três anos e também conta com as participações de Estados Unidos e Nova Zelândia.
Telescópio faz imagem detalhada de uma das galáxias mais brilhantes 

Os astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgaram nesta sexta-feira (16) aquela que pode ser a imagem mais detalhada já feita da galáxia do Escultor (também chamada de galáxia da Moeda de Prata), a 11,5 milhões de anos-luz da Terra.
Conhecida entre os cientistas pelo nome técnico NGC 253, ela é a uma das galáxias mais brilhantes do céu – atrás da gigante galáxia de Andrômeda, vizinha da nossa Via Láctea. Tão luminosa que pode ser vista de binóculo.
A imagem foi feita durante os testes com o telescópio terrestre VST, de 2,6 metros de diâmetro, o mais recente do observatório localizado no Chile. Com ela, os pesquisadores conseguem analisar a formação de novas estrelas nos braços em espiral. Ao fundo, é possível ver galáxias mais distantes.
Fotografia feita no Observatório Europeu do Sul da galáxia do Escultor (Foto: ESO/INAF-VST)Fotografia feita no Observatório Europeu do Sul da galáxia do Escultor

Nuvem espacial será engolida por buraco negro

      Simulação de como a nuvem de gás e poeira poderá se esfacelar ao longo dos próximos anos, conforme se aproxima do buraco negro no centro da Via Láctea
Algodão-doce de buraco negro
Astrônomos descobriram uma nuvem de gás, com várias vezes a massa da Terra, aproximando-se rapidamente do seu destino final: ser engolida pelo buraco negro situado no centro da Via Láctea.
Esta é a primeira vez que uma nuvem "condenada" é observada aproximando-se para ser engolida por um buraco negro supermassivo.
Segundo a equipe do Reinhard Genzel, do Instituto Max Planck, na Alemanha, a velocidade deste objeto praticamente dobrou nos últimos sete anos, atingindo mais de 8 milhões de km/hora.
Seu grupo tem um programa de pesquisas que planeja observar o buraco negro massivo no centro da nossa galáxia durante 20 anos, usando os telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul).
Nuvem passageira
A nuvem condenada está em uma órbita muito alongada.
Em meados de 2013, ela passará a uma distância de apenas 40 bilhões de quilômetros do horizonte de eventos do buraco negro.
Isto corresponde a cerca de 36 horas-luz, um pouco mais do que a distância entre o Sol e Júpiter, um "raspão" em termos astronômicos.
A nuvem é muito mais fria do que as estrelas à sua volta e é essencialmente composta de hidrogênio e hélio. Ela é formada por poeira e gás ionizado, com uma massa de cerca de três vezes a da Terra.
A nuvem brilha sob a intensa radiação ultravioleta emitida por estrelas quentes, que se encontram em seu redor no coração superlotado da Via Láctea.
A atual densidade da nuvem é muito maior do que a densidade do gás quente que rodeia o buraco negro. No entanto, à medida que ela se aproxima do "monstro esfomeado", a pressão externa vai aumentando, comprimindo a nuvem.
Ao mesmo tempo, a grande força gravitacional do buraco negro, que tem uma massa quatro milhões de vezes maior que a do Sol, continuará a sugá-la, esticando-a ao longo da sua órbita.
"A imagem de um astronauta, próximo de um buraco negro, sendo esticado até ficar parecido com um espaguete, é bastante comum na ficção científica. Mas agora podemos efetivamente ver isso acontecendo à nova nuvem, que não vai sobreviver à experiência," explica Stefan Gillesseen, autor principal do artigo científico que descreve os resultados e que será publicado no mês de Janeiro na revista Nature.
Refeição de buraco negro
As bordas da nuvem já começaram a rasgar-se e espera-se que a nuvem se desfaça completamente em pedaços nos próximos anos. Os astrônomos detectaram sinais claros do aumento da perturbação no período de 2008 a 2011.
Espera-se também que o material se torne muito mais quente à medida que se aproximar do buraco negro, em 2013, e comece a emitir raios X. Atualmente existe pouco material próximo do buraco negro, por isso a refeição recém-chegada será o combustível dominante do buraco negro durante os próximos anos.
Uma explicação para a formação da nuvem é que o material que a compõe possa ter vindo de estrelas jovens de grande massa que se encontram nas proximidades e que perdem massa muito rapidamente devido a ventos estelares. Estrelas deste tipo sopram literalmente o seu gás para o exterior.
A colisão de ventos estelares de uma estrela dupla conhecida que orbita em torno do buraco negro central pode ter levado à formação da nuvem.
"Os próximos dois anos serão muito interessantes e deverão trazer-nos informação extremamente valiosa sobre o comportamento da matéria em torno destes objetos massivos tão extraordinários," conclui Reinhard Genzel.

Câmera mais rápida do mundo mostra luz em câmera lenta

1 trilhão fps
Cientistas do MIT, nos Estados Unidos, criaram uma filmadora tão rápida que até a luz pode ser vista se movimentando em câmera lenta.
A câmera captura imagens a uma velocidade de 1 trilhão de quadros por segundo.
Isto é suficiente para filmar a luz atravessando uma garrafa de refrigerante, como que "enchendo a garrafa de luz", com alguns raios caminhando de volta para o fundo da garrafa depois de refletirem-se na tampinha .
A câmera mais rápida do mundo até agora atingia 6 milhões de quadros por segundo, usando raios lasers e sem usar um CCD.
A nova câmera também não tem quase nenhuma similaridade com as filmadoras tradicionais - ela é baseada em uma nova tecnologia chamada câmera de listras.
Câmera elétrica
A abertura da câmera super rápida, por onde os fótons entram, é uma fenda muito estreita.
Após a fenda, os fótons passam por um campo elétrico que os faz virar na direção perpendicular à fenda.
Como o campo elétrico varia muito rapidamente, ele deflete menos os fótons que chegam primeiro, e mais os fótons que chegam logo depois.
Assim, a câmera produz uma imagem que é bidimensional, mas apenas uma das dimensões é espacial - a dimensão correspondente à direção da fenda.
  
Imagens superpostas da face esférica das ondas de luz refletidas pelas superfícies que estão sendo filmadas - este é um dos quadros da filmagem da câmera de 1 trilhão de quadros por segundo.
A outra dimensão, correspondente ao grau de deflexão dos fótons, corresponde ao tempo.
Assim, a imagem representa o tempo de chegada dos fótons passando através de uma fatia unidimensional do espaço.
O resultado é que a imagem capturada em cada exposição corresponde a apenas uma faixa da cena - ou uma linha vertical de pixels.
Câmera de listras
Essa estranha, mas rapidíssima câmera, será muito útil em química e biologia, em experimentos que observam a luz que atravessa ou que é emitida por uma amostra.
Como, nesses casos, os cientistas estão interessados nos comprimentos de onda da luz que a amostra absorve, ou como a intensidade da luz que a amostra emite varia ao longo do tempo, o fato de que a câmera registra apenas uma dimensão espacial é irrelevante.
Mas é possível também capturar imagens completas de uma cena, desde que seja uma cena estática.
Para isso, a captura de cada imagem deve ser repetida inúmeras vezes, deslocando ligeiramente a câmera para que ela capture uma linha vertical de pixels a cada exposição - é daí que vem o nome da tecnologia, câmera de listras.
Por exemplo, a luz entra e sai da garrafa de refrigerante em cerca de 1 nanossegundo, mas leva cerca de uma hora para coletar todos os dados necessários para fazer o filme.
Destruição de matéria escura é detectada por telescópio 

O telescópio Fermi confirmou um sinal anômalo de antimatéria no espectro de raios cósmicos.
Rastros de partículas de antimatérias são detectados voando pelo espaço, pelo telescópio Espacial Fermi Gamma-ray. A primeira observação foi feita em 2008, pelo satélite italiano Pamela, apesar de controverso na época, hoje é possível a constatação da energia responsável por explicar grande parte do universo.
Os cientistas acreditam que no momento em que duas partículas de matéria escura colidem, elas aniquilam umas às outras para produzir partículas como um elétron e um pósitron (antimáteria). Graças à equivalência icônica de Einstein entre energia e massa, E = mc², cada uma dessas partículas deve emergir com uma energia essencialmente igual à massa da partícula de matéria escura original.
Logo, quando Pamela observou um aumento na proporção de pósitrons para os elétrons ao longo de um espectro de energia, alguns físicos ficaram animados. É provável que Pamela, constatara a evidência de aniquilação. Mas como pósitrons são produzidos em outras partes do universo, inclusive em pulsares e estrelas de nêutrons, o resultado foi inconclusivo
Em uma conferência em que os dados preliminares de Pamela foram apresentados, os físicos usaram celulares para tirar fotos dos slides da equipe italiana e publicaram artigos na Internet sobre o significado dos dados de matéria escura, tudo antes dos resultados serem preparados para publicação em uma revista científica.
No entanto em 2009, quando a equipe divulgou dados ao observar seu próprio satélite no espectro de raios cósmicos, não constatou nenhum sinal fora do comum, porque o telescópio foi projetado para medir raios gama e não possuía um ímã adequado para distinguir os elétrons e os pósitrons.
O sinal esperado seria um aumento constante de pósitrons durante um determinado intervalo de energia, seguido por uma súbita queda. Ao observar a energia em nível de físicos é possível equivaler a bilhões de elétron volts.
Após a excitação gerada pelo resultado Pamela, físico da Universidade de Stanford, Stefan Funk e Justin Vandenbrouckem, descobriram uma maneira de descobrir um sinal zero de pósitrons, usando a própria Terra como um filtro de partículas. "Basicamente você pode observar em certas direções em que os elétrons ou pósitrons poderão ser vistos através do campo magnético da Terra", diz Vandenbroucke. O método foi submetido à revista Physical Review Letters.
A abundância relativa de pósitrons parece subir de 20 mil a 100 milhões de elétron-volts. E pela primeira vez, os pesquisadores mostraram que o sinal pode chegar a 200 bilhões de elétron volts. Se o que estamos vendo são sinais de “morte” de matéria escura, então a massa teria que ser pelo menos 100 vezes maior do que um pósitron.
O físico da Universidade de Harvard Doug Finkbeiner diz que "como uma proeza técnica, é bonito”. Ainda assim, ele lembra que é muito cedo para afirmações sobre a matéria escura. Um olhar mais atento sobre os resultados do Pamela e Fermi sugere que o sinal de pósitrons continua a ficar mais forte em altas energias, uma tendência geral no espectro de raios cósmicos, cuja fonte é impossível assegurar. O novo estudo é "uma maravilhosa confirmação do resultado Pamela", afirma, "no entanto o sinal de pósitrons provavelmente vai estar lá se os pósitrons vêm de aniquilações de matéria escura, ou a partir de pulsares, ou a partir de fadas do dente" brinca.
O cosmólogo, da Universidade de Chicago, Michael Turner, lembra que os resultados significam que há algo novo acontecendo. Ele, juntamente com Frank Wilczek, um teórico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Cambridge, sugeriu pela primeira vez a procura de pósitrons como evidência de aniquilações.
A busca por respostas conta agora com o Espectrômetro Magnético Alfa, financiado internacionalmente (AMS-02), que foi levado para a Estação Espacial Internacional em maio. O AMS-02 inclui um ímã poderoso para analisar raios cósmicos e deve ser capaz de sondar os pósitrons e a súbita queda em energias, significativamente maior do que o telescópio Fermi pode gerenciar. "AMS-02 deve ser capaz de fazer uma declaração definitiva sobre isso", diz Funk. "Isso é algo que todos nós estamos aguardando ansiosamente”, conclui.
Tegopelte: criatura de 50 pernas que pode ter sido um predador no fundo do mar 
Segundo o Footprint Networkk Global (GFN) no dia 27 de setembro de 2012 os recursos naturais da Terra alcançarão o seu limite no papel de fornecer recursos para os seres vivos, este dia foi denominado de “O dia de não retorno”.
Um novo fóssil, datado de 500 milhões de anos, revela que uma criatura parecida com uma barata antiga, de quase trinta centímetros de comprimento, viveu no fundo do mar no lugar que hoje é o Canadá. A criatura tem 25 pares de pernas e é conhecido como Tegopelte, um gigante raro.
Os pesquisadores liderados por Nicholas Minter, da Universidade de Saskatchewan, no Canadá sugerem que Tegopelte era um predador temível ou talvez um ‘sugador’, capaz de "rapidamente se deslizar no fundo do mar", com apenas algumas de suas muitas pernas tocando o chão de cada vez.
Cinco pegadas feitas pelo artrópode foram descobertas em dois locais no Yoho National Park, em British Columbia, em uma formação geológica chamada de Burgess Shale. A maior faixa de pegadas mede três centímetros e as menores um centímetro, o que sugere que além de uma criatura comprida, também é larga. Essa criatura pode chegar a 28 centímetros de comprimento e 14 centímetros de largura.
As evidências sugerem uma criatura de movimentos rápidos, com duas vezes o tamanho de outros artrópodes conhecidos. Artrópodes são invertebrados com exoesqueleto, um grupo que inclui os crustáceos de hoje e insetos, o que provavelmente permitiu-lhe fazer curvas fechadas, evidenciadas em alguns dos fósseis. A pesquisa foi divulgada na revista Proceedings of the Royal Society B.
                             O fóssil encontrado

Fósseis de besouros pré-históricos ostentam cores metálicas 
 
A cor original do besouro, de 47 milhões de anos, foi reconstruída usando detalhes microscópicos.
Fósseis de besouros, datados entre 15 e 47 milhões de anos, refletem as cores amarelo, verde, azul, vermelho, e outros tons metálicos devido à interferência da luz. As tonalidades dependem de duas variáveis: a própria estrutura e o índice de refração da cutícula das asas do besouro, ou seja, a quantidade de luz é dobrada, ou retardada, à medida que passa através de um material.
A manipulação de luz foi obtida com "camadas muito finas, milionésimos de um metro, da cutícula das asas do besouro", explicou McNamara, pós-doutorada de investigação no Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade de Yale.
"Nossos resultados mostram que as cores dos fósseis de besouros foram alteradas durante o processo de fossilização", afirma Maria McNamara ao Discovery News.
"Em particular, as cores foram deslocados para a extremidade vermelha do espectro - não completamente, mas o suficiente para fazer, por exemplo, um besouro anteriormente azul mais verde, e um besouro amarelo anteriormente mais laranja", acrescentou McNamara.
Uma análise microscópica mostra que a estrutura do besouro não foi alterada durante a fossilização. "Estes resultados permitirão a observação de cores metálicas originais a serem identificadas em fósseis de insetos fornecendo evidências da evolução da cor estrutural", concluíram os pesquisadores.
O pesquisador do Museu Japonês de História Natural, Gengo Tanaka, também estudou a cor besouros fossilizados e acredita que McNamara e sua equipe "marcaram a paleontologia", dada a possibilidade futura de recriação das cores originais.
O líder de pesquisa na Universidade de Oxford e The Natural History Museum, de Londres, Andrew Parker, é um dos principais especialistas em cores no mundo pré-histórico. "Estou muito ansioso para observar os estudos que adicionam detalhes de cor para a escala de tempo geológico. Isso nos informa que as interações que envolvem uma miríade de cores que vemos hoje - a corrida armamentista entre predadores e presas, e as de sinalização para um parceiro em potencial dentro de membros da mesma espécie – se estende ao longo do tempo”.
A grande questão é: “Quando é que o mundo se tornou um lugar tão colorido?” "A resposta é a origem dos olhos de um predador que pode ter uma grande influência sobre a dinâmica de todo um ecossistema" respondeu Parker. "Isso parece ocorrer há 520 milhões de anos, com o predador orientado, provavelmente provocando a nova explosão cambriana".
E ainda acrescenta: "Depois disso, outras inovações afetaram a corrida armamentista visual, tais como a evolução do vôo nos predadores e nas presas”.
Os fósseis tendem a oferecer uma visão em preto e branco do passado, mas novas pesquisas sobre besouros pré-históricos trazem insetos com cores metálicas de volta a vida real. As cores dos fósseis nem sempre podem ser vistas a olho nu. Pesquisadores, no entanto, agora são capazes de revelar os tons há muito tempo perdidos, estudando as bases estruturais e químicas da cor original do indivíduo.
Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the Royal Society B.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gás de efeito estufa 30x mais potente que o gás carbônico está em erupção no Ártico
Uma área que abrange mais de dois milhões de quilômetros quadrados do fundo do mar no Oceano Ártico, possui fontes gigantes de metano e estão em erupçãoO derretimento da camada de gelo no fundo do mar está liberando grandes quantidades desse gás prejudicial, contribuindo para o aquecimento global.
Lavrentiev, um navio russo de investigação, realizou um levantamento em 10 mil quilômetros quadrados na costa leste do mar da Sibéria. E fez uma descoberta terrível – bolhas enormes de gás metano sobem à superfície do fundo do mar. "Encontramos mais de cem fontes, algumas mais do que um quilômetro de diâmetro," afirma o Dr. Igor Semiletov, “Estes são campos de metano a uma escala nunca antes vista. As emissões foram diretamente para a atmosfera”.
A Sibéria Oriental é uma área rica em metano, que abrange mais de dois milhões de quilômetros quadrados no Oceano Ártico. Normalmente, as bolhas do fundo do mar se transformam em dióxido de carbono antes de chegar à superfície, mas na Sibéria Oriental, por ser raso, o metano viaja diretamente para a atmosfera
Semiletov afirma ao Independent. “Esta é a primeira vez que encontramos contínuas, poderosas e imponentes estruturas de erupção, mais de mil metros de diâmetro. É incrível. Tudo isso em uma área relativamente pequena. Encontramos mais de cem, mas sobre uma área mais ampla, deve haver milhares delas”.
Os cientistas estimam que o metano preso sob a plataforma de gelo pode causar mudanças climáticas mais rápidas do que pensamos. As concentrações de metano no Ártico chegam a 1,85 partes por milhão, a maior em 400 mil anos. Concentrações acima da plataforma da Sibéria Oriental são ainda maiores. A equipe usou monitores sísmicos e acústicos para detectar bolhas de metano subindo à superfície.
A plataforma no fundo do mar é rasa, com 50 metros ou menos em profundidade, o que significa que tem sido alternadamente submersa e acima da água, o que depende do nível do mar ao longo da história da Terra. Durante os períodos mais frios, a camada aumenta e não libera metano. À medida que o planeta se aquece e ocorre ascensão do nível do mar, ocorre o derretimento devido às temperaturas que variam entre 12 e 15 graus mais quentes que a temperatura média do ar.
O gás metano oxida em dióxido de carbono antes que ele atinja a superfície, em águas profundas. No caso, como na plataforma leste da Sibéria ártica, o metano não tem tempo suficiente para oxidar, o que significa que ele escapa para a atmosfera. Isso, combinado com a enorme quantidade de metano na região, poderia acrescentar uma variável, não calculada anteriormente, aos modelos climáticos.
Por que o ser humano ainda tem pêlos pelo corpo?
Os   pêlos do corpo podem ajudar a detectar insetos sugadores de sangue.
A maioria das pessoas, principalmente as mulheres, se incomoda com os pêlos do corpo humano. Eles podem parecer até inúteis no homem moderno, mas as ancestrais preferiam homens peludos por estarem livres de parasitas. E hoje? Os pesquisadores sugerem que eles ainda podem nos ajudar a detectar parasitas.seres humanos parecem não ter pêlos em comparação com nossos parentes símios, mas a densidade de folículos pilosos em nossa pele é realmente o mesmo em comparação, se um macaco tivesse nosso tamanho. Os pelos finos que cobrem nossos corpos, que substituíram os grossos, são uma sobra evolutiva dos nossos antepassados peludos.
O pesquisador Michael Siva-Jothy, um ecologista da Universidade de Sheffield, na Inglaterra busca compreender a biologia de insetos sugadores de sangue. Ele declara: "Nosso objetivo é encontrar formas de controlar esses insetos de forma eficaz e, assim, prevenir a transmissão de doenças." Os cientistas acreditam que os pelos finos são úteis para detectar percevejos, por exemplo.
A pesquisa
Por meio do Facebook, 29 voluntários, estudantes universitários, foram recrutados para os testes. Os cientistas rasparam seus braços e então testaram quanto tempo levou para que os voluntários detectassem os percevejos colocados em cada braço e quanto tempo levou os parasitas para encontrar um bom lugar para se alimentar.
Foi constatado que os pêlos do corpo aumentaram a detecção de percevejos, em participantes com o braço cabeludo. Já nos braços "carecas", os homens demoraram a perceber que havia um intruso à espreita para atacar. Os pêlos também prolongaram o tempo que levou para os parasitas encontrarem lugares para se alimentar, presumivelmente porque impediu o movimento”, declarou Siva-Jothy ao LiveScience.
Os homens, que são geralmente mais peludos do que as mulheres, perceberam os parasitas antes delas, por causa dos níveis mais elevados de testosterona. Isto não significa necessariamente que as mulheres são mais propensas a ser mordidas - sugadores de sangue preferem atacar em áreas sem pêlos, como tornozelos.
Os pesquisadores não afirmam que as diferenças de pêlos do corpo masculino e feminino são devido à proteção aos parasitas. Os cientistas detalharam suas descobertas na revista Biology Letters.
Menor rã do mundo é descoberta na Nova Guiné
O pesquisador Fred Kraus, do Bishop Museum, em Honolulu, encontrou os menores sapos do mundo no sudeste da Nova Guiné. Descoberta que os torna os menores tetrápodes do mundo.As rãs pertencentes ao gênero Paedophryne, são espécies extremamente pequenas, com adultos - chamadas Paedophryne dekot e Paedophryne verrucosa – medindo entre 8 e 9 mm de comprimento.
O estudo foi publicado na revista ZooKeys. Uma pesquisa anterior havia levado à descoberta de Paedophryne por Kraus em 2002 em áreas próximas da Nova Guiné. As duas espécies descritas anteriormente eram maiores, atingindo tamanho de 10 a 11 mm, mas o gênero ainda representa o menor grupo de tetrápodes no mundo.
Kraus comenta: "Há milhares de sapos pequenos ao redor do mundo", mas a Nova Guiné parece abrigar a maior parte espécies pequenas em sete gêneros. Embora haja gêneros de sapo que tenha representantes pequenos entre parentes maiores, o Paedophryne é único em que todas as espécies são pequenas. As quatro espécies conhecidas habitam regiões nas montanhas do sudeste da Nova Guiné ou adjacentes. Seus parentes mais próximos permanecem obscuros”.
Os membros deste gênero têm tamanhos dos dedos reduzidos, o que não lhes permitem escalar muito bem. Todos habitam serapilheira, e seus dedos são reduzidos a um tamanho necessário para que habitem na manta morta e musgos, o que explica a adaptação à vida nesta região. A habitação em serapilheira e musgo é mais comum em rãs ‘miniaturas’. As pequenas rãs também têm seu ovo reduzido e as fêmeas carregam apenas dois, embora os pesquisadores não saibam se ambos os ovos são colocados simultaneamente ou em intervalos.
A descoberta inclui também os vertebrados de menores dimensões de que há registros, excluindo os peixes.
Descoberto peixe primitivo africano que anda usando suas barbatanas
O lungfish Africano, Protopterus annectens, exibe seu comportamento primitivo em laboratório. Ele anda, usando suas barbatanas pelo chão do aquário.
Antes que os animais aquáticos começassem a migrar para a terra, alguns peixes evoluíram sua vida subaquática por meio de suas barbatanas usando-as para andarem sobre o chão. É o caso do Protopterus annectens que pode sustentar seu corpo no chão e se movimentar para frente utilizando “membros”, habilidade que se pensava corresponder apenas aos tetrápodes primitivos.
O pesquisador Neil Shubin, da Universidade de Chicago. Comenta: "Isso nos mostra - com o perdão do trocadilho - os passos que estão envolvidos na origem da caminhada". "O que notamos em um lungfish é um exemplo muito bom de como os peixes na água pode facilmente andar em um padrão muito parecido com um tetrápode.”
Os antepassados distantes dos seres humanos e todos os mamíferos, répteis, aves, anfíbios e outros tetrápodes, são peixes que eventualmente desenvolveram a capacidade de respirar em terra. Os peixes mais antigos que vivem na terra estão equipados com pulmões e são encontrados hoje na África, América do Sul e Austrália.
O lungfish em questão tem um corpo semelhante a uma enguia e um par de barbatanas traseiras com grande fragilidade.
Shubin comenta que "se me mostrassem o esqueleto desta criatura e me pedissem para fazer uma aposta sobre se ele anda ou não, eu teria apostado que não”.Para descobrir o caminhar do lungfish, os pesquisadores projetaram um tanque especial na qual eles podiam gravar os movimentos do lungfish por uma câmera. Os vídeos revelaram o lungfish movimentando seus membros traseiros de uma só vez, para "andar", alternando os movimentos dos membros.
A pesquisadora Heather King, biólogo evolucionista da Universidade de Chicago, diz: “Emocionante e surpreendente que, mesmo com pequenas barbatanas, este lungfish é capaz de não só impulsionar a si me
smo, mas sustentar seu corpo”.
A história do lungfish torna animais de estimação populares entre os paleontólogos e anedotas e rumores circularam entre os cientistas há anos sobre andar, comportamento alegadamente visto nestes peixes estranhos. Para descobrir a verdade por trás dessas histórias, os pesquisadores projetaram outro tanque com câmera em todas as direções para gravar os movimentos do lungfish para análise em profundidade.
A capacidade do lungfish em apoiar seu corpo sobre seus membros magros pode ser auxiliada por seus pulmões cheios, sugerem os pesquisadores. "Isso mostra que é possível num meio aquático, você não precisa ter que se sustentar pela gravidade", disse Shubin
Esta descoberta pode redesenhar a rota evolutiva que a vida tomou da água para a terra. A adaptação de caminhar em terra poderia ter ocorrido milhões de anos antes dos tetrápodes desenvolverem membros e derem os primeiros passos, disse King. Esta descoberta fez os cientistas repensarem se há cerca de 380 milhões de anos, as pegadas foram feitas pelos tetrápodes primitivos. Elas poderiam ter sido criadas por outros tipos de peixe. As descobertas estão disponíveis na National Academy of Sciences pela internet.
Novo pterossauro encontrado na China contou com participação de pesquisador brasileiro

China é palco de mais uma descoberta fantástica, um novo pterossauroUm novo pterossauro, Jianchangnathus robustus, do grupo Schaphognathidae do Jurássico Médio da Formação Tiaojishan, da Província de Liaoning, nordeste da China foi recentemente nomeado e descrito. A pesquisa foi publicada no periódico Historical Biology e contou com a participação do brasileiro Prof. Dr. Alexander Kellner, do Museu Nacional/UFRJ.
O espécime de Jianchangnathus é baseado em um esqueleto incompleto com crânio e está depositado no Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia (Academia Chinesa de Ciências), Beijing, China.
A nova espécie mostra diversas características com o não-pterodactilóide Scaphognathus dos depósitos do Jurássico Superior do sul da Alemanha. O novo táxon chinês difere de Fenghuangopterus lii, proveniente do mesmo depósito, e foi considerado pelos autores como Scaphognathidae, principalmente pelo número alto de dentes e várias proporções dos elementos da asa.

Aparência de Scaphognathus em imagem artística, pterossauro relacionado Jianchangnathus. Foto: Dewlap
A descoberta de Jianchangnathus demonstra a grande diversidade na fauna de pterossauros da região chinesa de Linglongta dominada por não-pterodactilóides do grupo Wukongopteridae
Maior família de plantas do mundo ganha bancos de dados integrados

Objetivo dos projetos, desenvolvido por pesquisadores de diversos países, é aumentar o entendimento sobre a origem e a evolução das Compositae

À exceção da Antártica, é possível encontrar em todo o mundo uma família de plantas, conhecida como Compositae ou Asteraceae, que possui quase 30 mil espécies, espalhadas pelos mais variados biomas.
Para aumentar e melhorar o entendimento sobre a origem e a evolução dessa família de plantas, composta por espécies como o girassol, a alface, a margarida e o crisântemo, cientistas dos Estados Unidos, em parceria com pesquisadores de diversos países, como o Brasil, estão desenvolvendo bancos de dados e sistemas de busca globais para integrar informações taxonômicas e biogeográficas sobre Compositae.
Algumas iniciativas foram apresentadas no The South American Compositae Meeting – reunião internacional que ocorreu nos dias 5 a 7 de dezembro, no auditório da FAPESP, e teve como objetivo apresentar os mais recentes desenvolvimentos na sistemática, biogeografia, evolução e conservação de Compositae.
O evento, organizado pela FAPESP em parceria com a National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, e com a Universidade de São Paulo (USP), reuniu cientistas de diversos países para compartilhar informações e desenvolver colaborações de pesquisa em estudos envolvendo espécies de Compositae.
Durante o evento, Vicki Funk, pesquisadora e curadora do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, dos Estados Unidos, pediu a ajuda dos pesquisadores presentes para a conclusão de dois projetos em andamento para a construção de banco de dados globais, disponíveis na internet, sobre Compositae.
Denominados Global Compositae Checklist (GCC) e Compositae Enciclopédia da Vida (C-EOL), os projetos estão sendo coordenados pela The International Compositae Alliance (Tica), que reúne cerca de 500 pesquisadores, de mais de 60 países, incluindo o Brasil.
“Há centenas de pesquisadores trabalhando nesses projetos, tentando fazer uma abordagem global das Compositae. Nós tivemos vários avanços, como a construção de uma árvore-mãe dessa família de plantas, mas agora estamos em uma encruzilhada e precisamos de ajuda para concluir os projetos”, disse Funk, que faz parte da coordenação da Tica.
De acordo com a pesquisadora, cerca de 70% das listas de espécies do GCC – o primeiro projeto de um banco de dados biogeográficos integrados sobre Compositae da Tica – já estão finalizadas. O objetivo, agora, segundo ela, é finalizar a integração de listas de espécies de países como o Brasil e Madagascar, na África.
“Nós já fizemos listas nacionais e regionais de espécies de Compositae de países como Peru, Equador, Colômbia e do Brasil, que ainda falta integrar completamente suas listas”, disse Funk.
Lançado em 2005, durante o Congresso Internacional de Botânica em Viena, na Áustria, o GCC pretende reunir informações sobre nomenclatura e taxonomia das 25 mil espécies de Compositae estimadas no mundo. Com isso, de acordo com os coordenadores do projeto, será possível reunir as informações de 10% da flora mundial.
“Esse banco de dados integrados de Compositae será um importante recurso para a manutenção da biodiversidade e da biossegurança dessa família de plantas”, avaliou Funk.
Já o mais novo e ambicioso projeto de construção de um banco de dados de Compositae, capitaneado pela Tica, é a C-EOL.
Lançado em 2010, o objetivo do projeto é reunir informações biológicas de todas as espécies de Asteracea que existem ou existiram no mundo e dedicar uma página na internet com imagens de cada uma delas.
Para criar o banco de dados, os pesquisadores desenvolveram uma ferramenta virtual, denominada Virtual Key to the Compositae (VKC), para identificar as espécies em todo o mundo com base em uma matriz reunindo o maior número possível de informações sobre elas.
“A ideia foi construir uma ferramenta simples em linguagem HTML que pudesse facilitar a identificação de Compositae pelo público em geral”, disse Mauricio Bonifacino, professor da Universidade de la República, no Uruguai.
De acordo com o pesquisador, um dos maiores desafios para a construção da ferramenta está sendo a terminologia das espécies. “Nós avançamos muito na construção dessa ferramenta. Mas ainda é preciso caminharmos bastante para padronizar a terminologia das espécies”, disse.
Lista de espécies brasileiras
Em 2010, o Brasil divulgou a lista de espécies de sua flora, cumprindo uma das metas da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC), estabelecida pela Conservação sobre a Diversidade Biológica, da qual o país é signatário.
A GSPC estabeleceu que cada país signatário da Convenção deve elaborar uma lista de suas espécies conhecidas de plantas como primeiro passo para a construção de uma lista completa da flora mundial.
A primeira versão da lista brasileira apresentou um total de 40.982 espécies, sendo 3.608 de fungos, 3.495 de algas, 1.521 de briófitas, 1.176 de pteridófitas, 26 de gimnospermas e 31.156 de angiospermas dos quais 1.966 são Asteraceae, que foram incluídas no Global Compositae Checklist, sendo que cerca de um terço ocorre no Estado de São Paulo.
“Essa lista brasileira veio suprir uma lacuna no conhecimento da distribuição das espécies de plantas no país, e é muito útil para que nós possamos saber onde devemos coletar, principalmente, Asteraceae”, disse Mara Magenta, professora da Universidade Santa Cecília.
De acordo com a pesquisadora, durante a elaboração do projeto“Diretrizes para a conservação e restauração da biodiversidade no Estado de São Paulo, realizado no âmbito do Programa Biota-FAPESP, foi constatado que há um desequilíbrio na coleta de espécies de planta no Estado.
Os pesquisadores participantes do projeto identificaram que há uma grande carência de coleta nas áreas de cerrado de São Paulo, onde justamente estão concentradas as Asteraceae. E que árvores e arbustos são muito mais coletadas do que as Asteraceae devido, em parte, à dificuldade para se identificar as espécies.
“É preciso direcionar as coletas para as Asteraceae no Estado de São Paulo, especialmente nas áreas de cerrado, que vem sendo degradado a passos largos pela agricultura. Se nós não nos apressarmos em conhecer a biodiversidade de plantas dessa região pode ser tarde demais”, alertou.
Imagem mostra estrela jovem 'se rebelando' contra nuvem-mãe
                                                          
A imagem obtida pelo telescópio espacial Hubble mostra Sh 2-106, uma região formadora de estrelas. Uma jovem estrela chamada S106 IR expele material a uma velocidade muito alta, espalhando gás e poeira em seu redor. A estrela, que tem aproximadamente 15 vezes a massa do Sol, vai se estabilizar em breve e começar sua fase adulta. Ela continua dentro de sua ‘nuvem-mãe’, mas se rebela contra ela. O material expelido deixa o hidrogênio em volta muito quente – até 10 mil graus Celsius – e turbulento. (Foto: Nasa/ESA/Hubble Heritage Team (STScI/AURA))
A imagem obtida pelo telescópio espacial Hubble mostra Sh 2-106, uma região formadora de estrelas. Uma jovem estrela chamada S106 IR expele material a uma velocidade muito alta, espalhando gás e poeira em seu redor. A estrela, que tem aproximadamente 15 vezes a massa do Sol, vai se estabilizar em breve e começar sua fase adulta. Ela continua dentro de sua nuvem-mãe, mas 'se rebela' contra ela. O material expelido deixa o hidrogênio em volta muito quente – até 10 mil graus Celsius – e turbulento. (Foto: Nasa/ESA/Hubble Heritage Team (STScI/AURA))
Explosão de supernova dá pistas sobre formação da vida
A explosão de uma estrela supernova em uma galáxia a 21 milhões de anos-luz deu a cientistas um raro vislumbre de como a explosão de estrelas pode gerar vida no universo. Astrônomos capturaram as imagens da explosão da supernova SN2011fe, na galáxia Cata-vento na constelação de Ursa Maior, apenas 11 horas depois do evento.

Três telescópios poderosos localizados na Terra e o telescópio espacial da Nasa, o Swift, foram usados para estudar a explosão e os resultados da observação mostraram com detalhes nunca vistos antes como elementos mais pesados - como oxigênio e ferro - foram atirados para fora da bola de fogo em expansão resultante da explosão.

Com o tempo estes elementos vão se transformar nos blocos de construção de novos sistemas solares e, possivelmente, de seus habitantes vivos.

Observação da supernova SN2011fe deu dados aos cientistas sobre explosões deste tipo. (Foto: BBC)Observação de SN2011fe deu dados sobre supernovas deste tipo. (Foto: BJ Fulton / Las Cumbres Observatory Global Telescope / Palomar Transient Factory / Space Telescope Science Institute /PA Wire)

BJ Fulton (Las Cumbres Observatory Global Telescope)/Palomar Transient Factory/Space Telescope Science Institute/PA Wire

"A compreensão de como estas explosões gigantes criam e misturam materiais é importante, pois é das supernovas que pegamos a maioria dos elementos que formam a Terra e até nossos corpos, por exemplo, estas supernovas são uma grande fonte de ferro", explicou Mark Sullivan, da Universidade de Oxford, que participou da pesquisa.

"Então somos todos feitos de pedaços de estrelas que explodiram", acrescentou.

20 minutos A SN2011fe é uma supernova do Tipo 1 e a observação da explosão deu aos cientistas informações valiosas sobre como as explosões ocorrem nesta classe de estrelas
As supernovas do Tipo 1 são importantes, pois sempre produzem a mesma quantidade de luz e isto permite que os astrônomos as usem como 'velas cósmicas' para determinar o tamanho e a taxa de expansão do universo.

Mas a forma precisa como estas explosões ocorriam era um mistério.

"O que causa estas explosões dividia profundamente a comunidade astronômica. A SN2011fe é como uma Pedra de Rosetta das supernovas do Tipo 1", disse o professor Shri Kulkarni, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, um dos autores da pesquisa sobre a explosão publicada na revista Nature.

Os cientistas conseguiram calcular o momento da explosão com uma diferença de 20 minutos.

Peter Nugent, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, localizou o sinal da supernova pela primeira vez em agosto, enquanto analisava dados coletados pelo telescópio no Monte Palomar, Califórnia.

"Nossas primeiras observações confirmaram algumas suposições a respeito das supernovas do Tipo 1 (...). Mas este olhar mais aproximado também nos fez descobrir coisas que ninguém tinha sonhado antes", disse.
Nasa vai 'arpoar' cometas para entender criação do universo
A agência espacial americana, a Nasa, trabalha na criação de um arpão capaz de atingir cometas para retirar amostras que dêem indícios sobre a criação do universo. O projeto é baseado em um conceito desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ASE), ao qual a Nasa agregou uma câmara capaz de recolher amostras dos cometas.

Concretamente, o projeto consiste em uma máquina espacial que viaja em busca de um cometa "e que lança um arpão para retirar amostras em locais determinados, com uma precisão cirúrgica", revelou a Nasa em seu comunicado.
Geralmente, os cometas têm vários quilômetros de diâmetro, mas é muito difícil pousar uma nave sobre eles para recolher material devido a sua baixa gravidade. "Como a nave espacial não pode pousar sobre o cometa, deve se agarrar a ele de uma forma ou outra", explicou Joseph Nuth, especialista da Nasa. "Assim, vamos utilizar um arpão, que recolherá amostras".

No momento, a Nasa estuda os cometas apenas com naves que os sobrevoam, como o foguete Stardust-NExT, lançado em 1999 para recolher amostras das caudas dos cometas.

Em 2016, a Nasa lançará o foguete OSIRIS-REx, que recolherá amostras através de um braço robotizado. "A próxima etapa consiste em recolher uma amostra retirada da superfície (do cometa), onde estão os materiais mais puros e mais antigos", disse o engenheiro do projeto do arpão, Donald Wegel.

Atualmente, uma equipe da Nasa em Greenbelt (Maryland) testa um arpão contra um bloco de areia, gelo e rocha com o objetivo de medir o volume de explosivos necessário e determinar a forma que deve ter o arpão para otimizar sua penetração.

"Não sabemos com precisão o que vamos encontrar no cometa. A superfície pode ser macia, formada por poeira ou por uma mistura de gelo e pedras", explicou Wegel. "Por esta razão, precisamos desenhar um arpão capaz de penetrar qualquer tipo de superfície".

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Novo aplicativo da Apple permite informar Nasa sobre meteoritos

 


Aplicativo permite informar à Nasa sobre meteoros encontrados na terra (Foto: Divulgação)
Aplicativo permite informar à Nasa sobre meteoritos
encontrados na terra

Um novo aplicativo da Apple batizado de “Meteor Counter” ajudará a Nasa a rastrear os meteoritos que caem no planeta a partir de informações enviadas pelos usuários, anunciou a agência norte-americana na terça-feira (13).
Todos os dias, cerca de 40 toneladas de meteoritos caem no planeta, embora quase todos sejam pequenos e se desintegrem sem causar danos à atmosfera terrestre.Com o objetivo de receber informações sobre os restos dos meteoros, a Nasa e a Apple criaram a ferramenta para que os usuários contribuam com as pesquisas da agência espacial por meio de seus smartphones.
“Com o aplicativo, pessoas de todo tipo podem contribuir para uma autêntica pesquisa da Nasa”, disse Bill Cooke, do Escritório de Meteoritos da agência, que patrocinou o projeto. “Os dados fornecidos pelos cidadãos nos ajudarão a descobrir novas chuvas de meteoros, localizar os rastros dos cometas e criar um mapa da distribuição dos meteoritos ao redor da órbita da Terra”, acrescentou Cooke.O aplicativo está disponível de maneira gratuita na App Store e pode ser baixado para iPhone, iPad e iPod touch. O programa usa uma interface que simula um piano, onde cada tecla é destinada a identificar cada tipo de meteorito em relação ao seu tamanho e luminosidade.“Cada vez que alguém avistar um meteoro, simplesmente deve pressionar a tecla correspondente a seu brilho. As teclas da esquerda correspondem aos meteoros que têm uma luz tênue visível à simples vista, e as teclas da direita representam assombrosas bolas de fogo”, explicou. Depois disso, o próprio aplicativo carrega os dados para que sejam processados pelos funcionários da Nasa, que registram o momento no qual foi avistado o meteorito, sua magnitude e localização.
O programa usa uma interface que simula um piano (Foto: Divulgação)O aplicativo usa uma interface que simula um piano

Sonda da Nasa tira novas fotos de lua de Saturno

 A Nasa publicou nesta terça-feira (13) as imagens obtidas pela sonda Cassini durante uma manobra que executou por uma das luas de Saturno. Na segunda, a nave ficou a cerca de cem quilômetros da superfície de Dione.

As imagens publicadas ainda não passaram por nenhum tipo de tratamento. Elas mostram as fraturas na superfície do satélite natural e, ao fundo, os anéis de Saturno e outras duas luas do planeta, Epimeteu e Pandora. A sonda Cassini foi lançada em 1997 para estudar a composição das luas de Saturno – mais de 60 satélites naturais já foram encontrados na órbita do planeta.
Imagem de Dione, com outras duas luas e os anéis de Saturno (Foto: Nasa/JPL/Space Science Institute)Imagem de Dione, com outras duas luas e os anéis de Saturno (Foto: Nasa/JPL/Space Science Institute)

A Grande Pirâmide de Gizé terá suas portas secretas abertas 

 Depois de duas décadas de tentativas fracassadas, investigadores irão revelar o que está por trás das portas secretas da pirâmide mais magnífica do Egito

Após a exploração no mausoléu faraônico de 4,5 mil anos por um robô, novas revelações sobre o grande mistério são esperadas. A Grande Pirâmide de Gizé foi construída para o faraó Quéops, também conhecida como Khufu, é uma das maiores maravilhas do mundo antigo. O monumento é a maior de uma família de três pirâmides no planalto de Gizé, nos arredores de Cairo, e boatos espalham a idéia de ter passagens secretas levando a câmaras secretas.
Os arqueólogos estão muito tempo intrigados por terem encontrado quatro eixos estreitos e profundos no interior da pirâmide. Os eixos estendem-se desde a parte superior até a inferior, um no lado sul e um no lado norte na chamada "Câmara da Rainha" e desaparecem dentro das estruturas. Acredita-se que são passagens para a alma do faraó na sua busca da vida após a morte. Estes eixos permaneceram inexplorados até 1993, quando o engenheiro alemão Rudolf Gantenbrink enviou um robô para o eixo sul. Depois de uma escalada de 213 metros do centro da pirâmide, o robô parou na frente a uma laje misteriosa de calcário adornada com dois pinos de cobre.
Nove anos depois, o eixo sul foi explorado ao vivo na televisão. O mundo parou, mas o robô, ao empurrar uma câmara, apenas revelou o que parecia ser outra porta. No dia seguinte, o robô foi enviado para o eixo norte. Após navegar por várias curvas acentuadas, o robô chegou à laje de pedra calcária, também adornada com pinos de cobre.
A missão arqueológica
O robô, projetado por Rob Richardson da Universidade de Leeds, foi capaz de penetrar em lugares jamais conhecidos. Ao contrário de expedições anteriores, em que imagens da câmera só retratam a frente, a câmera era pequena o suficiente para passar em um pequeno buraco em uma porta de pedra no final do túnel.
Esta tecnologia ofereceu aos pesquisadores uma visão mais clara além da câmara - que não tinha sido vista por olhos humanos, desde a construção da pirâmide. Os escritos em tinta vermelha começaram a aparecer. Segundo alguns estudiosos, as marcas são sinais numéricos que registram o comprimento do eixo. A teoria não foi confirmada pelos investigadores.
"Nossa estratégia é manter a mente aberta e só tirar conclusões quando nós terminarmos nosso trabalho", disse Whitehead.
Equipado com um amplo leque de instrumentos que também incluiu uma miniatura do próprio robô que pode penetrar em um buraco 0,7 de polegadas, uma broca de perfuração e um dispositivo ultrassônico miniaturizado que podem tocar nas paredes e ouvir a resposta para ajudar a determinar a sua espessura. A equipe Djedi estava pronto para continuar a exploração da pirâmide em agosto passado, mas a virada dos acontecimentos políticos no Egito suspendeu o projeto.
O Conselho Supremo de Antiguidades (SCA), liderado pelo controverso, mas carismático Zahi Hawass está consentindo lentamente as licenças para escavações e pesquisas arqueológicas. "Como acontece com outras missões, tivemos que solicitar autorização. No momento, estamos à espera de várias comissões para formalizar a aprovação" afirma Shaun Whitehead, gerente da exploração da empresa Scoutek UK, em entrevista à Discovery News.
A equipe está confiante de que o robô irá revelar muito mais; quando a equipe for autorizada a retomar suas pesquisas. "O plano é o mesmo. Vamos examinar completamente os eixos principais da Câmara da Rainha e olhar além das pedras", disse Whitehead.

Manuscritos de Isaac Newton estão disponíveis para visualização na internet 
 


A universidade de Cambridge publicou mais de quatro mil páginas manuscritas sobre descobrimentos importantes de Newton em uma biblioteca digital. A obra original está disponível online, juntamente com outras obras históricas do grande cientista.Os manuscritos incluem anotações de Newton sobre Filosofia Natural dos Princípios Matemáticas, publicados originalmente em 1687. A obra não contém somente as leis do movimento, mas também a lei da gravitação universal. Ela é considerada como uma das obras mais significativas na história da ciência. Ao longo dos próximos meses a biblioteca da universidade irá disponibilizar mais páginas, fazendo com que quase toda a sua coleção de Newton esteja disponível para qualquer um ver e baixar.
O programa também pretende disponibilizar trabalhos de outros cientistas famosos, desde Darwin a Ernest Rutherford.
Os manuscritos
O trabalho de conservação, que começou em 2010, teve que ser realizado em diversos manuscritos e cadernos antes que pudessem ser digitalizadas 200 páginas por dia. Para conhecer as obras de Newton basta acessar o Cambridge Digital Library (http://cudl.lib.cam.ac.uk/collections/newton). A digitalização dos documentos Newton foi possível graças a uma doação da Fundação Polonsky, que apóia a educação e as artes

O livro universitário, usado por Newton entre 1664 e 1665, contém notas de sua leitura em matemática e geometria, mostrando principalmente a influência de John Wallis e René Descartes.

O gerente de digitalização na Biblioteca da Universidade de Cambridge, Grant Young, ressalta: "Estamos lançando nossas coleções para o mundo talvez com alguns dos mais importantes jornais e documentos da história da ciência. Além de suas anotações, incluímos o seu ‘Livro de resíduos’, uma obra que Newton herdou de seu padrasto com notas e cálculos de quando ele foi forçado a deixar seus estudos em Cambridge durante a Grande Peste”.
A bibliotecária da Universidade de Cambridge, Anne Jarvis, afirma: “Ao longo de seis séculos as coleções têm crescido em uma das grandes bibliotecas do mundo, com uma extraordinária acumulação de livros, mapas, manuscritos e periódicos”.
"Qualquer pessoa, onde quer que esteja, pode ver por um clique como Newton trabalhou e o desenvolvimento de suas teorias e experimentos”, lembra Anne.
 O “Livro de Resíduos”, de 1664, contém muitos cálculos do gênio que estava afastado da Universidade devido à grande peste.
 Infelizmente, nem todos os manuscritos foram aprovados para serem publicados. Várias obras contêm a frase "não apto para ser impresso" escrita à mão por Thomas Pellet, da Royal Society Fellow, que foi convidado a analisar os trabalhos de Newton e decidir quais devem ser publicados.