Estudo usa verme para avaliar efeitos da exploração espacial em humanos
Cientistas da Universidade de Nottingham, na Grã-Bretanha, estudaram o verme
microscópico Caenorhabditis elegans para tentar entender o efeito de
longas viagens espaciais no corpo de animais em geral, incluindo os humanos. Os
resultados da pesquisa foram divulgadas na revista Interface, uma publicação da
Royal Society inglesa, nesta quarta-feira (30).
A equipe de cientistas liderada por Nathaniel Szewczyk enviou um grupo de 4
mil vermes a bordo do ônibus espacial Discovery, durante uma missão realizada em
2006 rumo à Estação Espacial Internacional. A nave transportou os animais para
dentro do posto orbital (ISS, na sigla em inglês), onde eles ficaram durante
seis meses.
Durante metade da estadia, os pesquisadores conseguiram analisar 12 gerações
de C. elegans. Estas foram as primeiras observações do comportamento
deste animal em órbitas próximas a da Terra - a ISS gira o planeta a
aproximadamente 360 quilômetros de altitude.
Quando colocados no espaço, os vermes botaram ovos ao chegarem à fase adulta
e conseguiram gerar descendentes da mesma forma que fazem na Terra.
Semelhanças
Para Szewczyk, muitas das mudanças que ocorreram com o organismo dos vermes também foram observadas nos astronautas. Ele acredita que C. elegans consegue se reproduzir e manter por tempo suficiente para aguentar viagens de longas distâncias.
Para Szewczyk, muitas das mudanças que ocorreram com o organismo dos vermes também foram observadas nos astronautas. Ele acredita que C. elegans consegue se reproduzir e manter por tempo suficiente para aguentar viagens de longas distâncias.
Pelas semelhanças entre o verme com os humanos, os pesquisadores acreditam
que o modelo de pesquisa com o C. elegans pode servir para dizer, de
maneira barata e eficiente, se os homens conseguiriam aguentar uma viagem longa
para um destino distante como outro planeta.
Szewczyk destaca que as funções vitais do C. elegans podem ser
monitoradas a distância e espera que um dia seja possível estudar como o animal
se desenvolveria em solo diferente do terrestre.
Cobaia perfeita
Esta é a terceira vez que o cientista investiga o comportamento de vermes terrestres quando levados para fora do planeta. Comum em pesquisas científicas, o uso de C. elegans pode ser uma maneira de avaliar riscos em missões tripuladas futuras a locais como Marte, antes que testes com humanos sejam conduzidos.
Esta é a terceira vez que o cientista investiga o comportamento de vermes terrestres quando levados para fora do planeta. Comum em pesquisas científicas, o uso de C. elegans pode ser uma maneira de avaliar riscos em missões tripuladas futuras a locais como Marte, antes que testes com humanos sejam conduzidos.
Foi o primeiro animal a ter todos os seus 20 mil genes sequenciados. Este
mapeamento, feito em 1998, permitiu que os cientistas detectassem muitas
semelhanças entre os vermes e os humanos. Do total de genes de C.
elegans, 2 mil deles são ligados a atividades musculares e até 60% deles
possuem versões similares em humanos. O animal, que é transparente, se alimenta
de bactérias presentes em vegetais em decomposição.
Entre os desafios que uma jornada até outro planeta envolve à saúde dos
astronautas estão a exposição a radiação e a deteriaração dos músculos e do
esqueleto.
Após o experimento há 5 anos, a equipe de Szewczyk voltou a levar vermes para
a Estação Espacial para testar novamente uma cultura de vermes C.
elegans quanto aos efeitos da radiação no espaço e os efeitos de longas
estadias em órbitas próximas da Terra.
Essas duas pesquisas fazem o pesquisador acreditar que seja possível enviar
vermes a outros planetas e ainda conduzir experimentos com eles.
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