quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mil novas espécies são encontradas no subsolo do deserto australiano 

Na foto acima um crustáceo que tem presas ligadas a glândulas secretoras. É um grupo muito primitivo de crustáceos, antes só conhecida do hemisfério norte.
Uma equipe de pesquisadores da Austrália foi à procura de invertebrados em pequenas cavidades subterrâneas sob o deserto. Até agora a equipe, incluindo cientistas da Universidade de Adelaide, do South Australian Museum, em Adelaide e do Museu da Austrália Ocidental em Perth, encontrou mais de mil novas espécies. Eles estimam que haja mais 3,5 mil espécies abaixo do solo árido.
"Quando a descoberta foi feita pela primeira vez, nós realmente não acreditamos", disse o líder da equipa Andy Austin, professor de biologia do Centro Australiano para a Biologia Evolutiva e Biodiversidade da Universidade de Adelaide. "Nós pensamos que talvez fosse exclusivo para apenas três ou quatro locais”. O deserto australiano é quente, seco e desolado.
Os cientistas encontraram criaturas minúsculas, incluindo pequenos crustáceos, aranhas, besouros e minhocas, em quase todos os buracos escondidos do deserto.
Sob o deserto
A Austrália já foi úmida, quase como uma floresta tropical, antes de começar a estiagem em torno de 15 milhões de anos atrás. Alguns dos pequenos invertebrados que estavam em ambientes aquáticos há muitos anos refugiaram-se em ambientes subterrâneos, enquanto que hoje, "o que você tem na superfície é uma variedade de vertebrados de origem mais recente", disse Austin, membro da equipe de Bill
Humphries, pesquisador do Museu da Austrália Ocidental, ao OurAmazingPlanet.
O cientista especulou anos atrás, que talvez, a “stygofauna” assim como na Europa, também se escondeu no deserto australiano. Humphries descobriu essas criaturas abaixo do deserto australiano há 15 anos e foi o catalisador do projeto. O advento do código genético nos últimos anos ajudou a acelerar as descobertas.
Código genético
Antigamente os biólogos usavam traços físicos como tamanho, forma e cor para tentar identificar espécies em campo, mas com os avanços no sequenciamento de DNA, agora é muito mais barato e mais fácil observar o material genético para encontrar novas espécies.
O propósito de descobrir novas espécies é compreender melhor a biodiversidade sob o deserto e talvez entender as suas origens, mas também protegê-las. A Austrália tem uma indústria de mineração muito ativa. Na Austrália Ocidental, as empresas de mineração se preocupam em não causar a extinção de qualquer espécie, elas trabalham ativamente com os pesquisadores para compreender o ambiente que está perfurando.
O DNA também está sendo usado para a identificação de espécies de madeira de corte, para evitar a distribuição ilegal e também para a identificação de peixes que estão sendo vendidos como outra espécie. Situações que apenas a observação não é suficiente para distinguir. O deserto australiano não está sozinho, outros continentes, como África e América do Sul, provavelmente tem milhares de “stygofauna” desconhecidas.

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