segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dinossauros também possuíam instintos maternais


Dinossauros que existiram há 190 milhões de anos compartilhavam instintos maternais complexos, que se mostraram similares ao de aves ou répteis modernos.
A hipótese é defendida por um grupo de pesquisadores, que analisou um conjunto de ninhos fossilizados encontrados na região hoje conhecida como parque nacional Golden Gate Highlands, da África do Sul.
Divulgado na revista médica "PNAS", o estudo mostra que, nos primeiros momentos da existência dos dinossauros, a espécie Massospondylus colocava os ovos de uma forma comunitária, em um mesmo local, geração após geração.
"Agora podemos argumentar que temos a evidência de que não só esta jazida é o centro de ninhos de dinossauros mais antigo do mundo", disse o professor Robert Reisz, da Universidade de Toronto, "mas também o centro de ninhos mais antigo de qualquer vertebrado terrestre".
Reisz explicou à agência de notícias Efe que, depois de os ovos se romperem, os Massospondylus permaneciam no ninho até dobrarem de tamanho.
"Pudemos ver que todos os ovos estão postos em uma só camada, assim como fazem as aves. Mas esses dinossauros não se sentavam em cima dos ovos, como fazem as aves", destacou Reisz. "Pela primeira vez, esses dois elementos estão separados: botar ovos em uma só camada e sentar-se em cima deles não estão relacionados. Evoluíram de forma separada."
Segundo ele, até agora só se tinha conhecimento de um comportamento reprodutivo parecido entre dinossauros nos períodos finais de sua existência sobre a Terra, há cerca de 65 milhões ou 70 milhões de anos, por isso a descoberta recua esses instintos em mais de 120 milhões de anos.
O cientista e sua equipe também encontraram marcas deixadas no barro por alguns Massopondylus no momento em que rompiam a casca do ovo e começavam a se aventurar no mundo.
"Esses animais caminhavam inicialmente com suas quatro patas. Mas os adultos eram bípedes. Só conhecemos outra espécie animal que começa sua existência como quadrúpede e termina como bípede, e são os humanos", ressaltou.
A jazida sul-africana pode se transformar em um incrível "diário" do processo reprodutivo dos dinossauros graças à coleção de ovos e embriões que contém.
"Temos uma grande quantidade de material embrionário para estudar. Esperamos conseguir o que chamamos de "embriologia de dinossauros", algo que ainda não foi feito: ver como os animais crescem no interior do ovo. Isto é extremamente apaixonante", disse Reisz.

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