Os resquícios de uma explosão estelar que mais se parecem com uma bolha
de sabão foram finalmente explicados após observações realizadas com o
Telescópio Espacial Hubble, das agências espacias europeia (ESA) e
norte-americana (Nasa).
Cores
da supernova 0509-67.5 foram obtidas a partir de dados coletados pelo
Hubble e por instrumentos na Terra a partir da luz visível e dos raios X
vindos do espaço. (Foto: Telescópio Espacial Hubble / ESA / Nasa)
Este tipo de supernova é classificada como Tipo 1a e acontece quando
uma estrela conhecida como anã-branca "rouba" massa de uma companheira
próxima. Anãs-brancas são pequenas e muito "pesadas" e representam o
último estágio da vida de estrelas anteriores, que já não tinha material
para realizar fusões nucleares.
O fenômeno se encontra dentro da Grande Nuvem de Magalhães. As Nuvens
de Magalhães são duas galáxias pequenas que giram ao redor da nossa Via
Láctea. A dupla é possível de ser vista a olho nu em locais com pouca
poluição atmosférica.
A bolha (veja imagem abaixo) se chama SNR 0509-67.5 e
está localizada a 170 mil anos-luz da Terra -- um ano-luz é a distância
percorrida por um raio de luz durante um ano e equivale a
aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros.
Até agora, os pesquisadores não haviam encontrado a companheira que
teria cedido material para a explosão da anã-branca que gerou SNR
0509-67.5. Mas o Telescópio Hubble conseguiu resolver o mistério, quando
astrônomos da Universidade Estadual de Louisiana, nos Estados Unidos,
aproveitaram uma foto obtida pelo instrumento e detectaram uma região
no centro da supernova que impedia a visualização de estrelas ao fundo.
A aposta dos cientistas é que SNR 0509-67.5 tenha sido criada a partir
da união de duas anãs-brancas, que teriam se aproximado e explodido
intensamente no passado. A energia liberada por uma supernova é tão
grande que pode chegar a ofuscar o brilho de galáxias inteiras.
Durante 40 anos, os astrônomos tiveram dificuldade para encontrar os
astros que dão origem a supernovas do tipo 1a. A importância desses
resquícios de material estelar aumentou na última década, pois eles são
bons indicadores para a aceleração do Universo.
Os dados sobre a pesquisa feita a partir das observações do telescópio
Hubble foram divulgados em um encontro da Sociedade Astronômica
Americana em Austin, no estado do Texas. O estudo também foi divulgado
na revista científica "Nature" desta semana.
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