terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Marte teve oceano no hemisfério norte, anuncia agência espacial


A ESA (Agência Espacial Europeia) informou na segunda-feira que sua missão Mars Express apresentou evidências de que um oceano cobriu parte da superfície de Marte, algo que já se suspeitava, mas que ainda continua sendo objeto de controvérsia.
O estudo partiu de dados gerados durante mais de dois anos pelo radar Marsis, que chegou à órbita do planeta vermelho em 2005.
As informações recolhidas permitiram que os especialistas descobrissem que as planícies do hemisfério norte estão cobertas por um material de baixa densidade.
Jéremie Mouginot, do IPAG (Instituto de Astronomia Planetária e Astrofísica de Grenoble), diz que esses compostos parecem ser depósitos sedimentares, o que supõe "uma nova e sólida prova de que, em outros tempos, houve um oceano nessa área".
O fato de que Marte já foi parcialmente coberto por um oceano era uma hipótese já trabalhada pela comunidade científica, mas essa descoberta apresenta melhores indícios para confirmá-la.
Ainda não há certeza aboluta sobre a formação da água, mas acredita-se que pôde ter sido originada há 4 bilhões de anos, quando esse planeta apresentava condições meteorológicas mais amenas, ou há 3 bilhões, quando a camada de gelo da superfície se fundiu após um grande impacto.
O chefe da equipe da IPAG, Wlodek Kofman, explica que o radar Marsis consegue, mesmo em órbita, investigar informações sobre o que está embaixo do solo marciano. O instrumento averigou o terreno entre 60 e 80 metros sob a superfície, onde achou indício de material sedimentar e de gelo.
Por enquanto, os cientistas descartam que esse provável oceano tenha tido tempo suficiente para permitir o desenvolvimento de vida. Segundo os pesquisadores, para encontrar provas de o planeta já possa ter tido vida, é preciso buscar em épocas anteriores.
Esse novo estudo, no entanto, marca um ponto de inflexão. Até então, os dados anteriores da missão Mars Express sobre a existência de água em Marte procediam do estudo de imagens ou de informação mineralógica e atmosférica, e não do subsolo, como as referências obtidas pelo radar.
Para tentar acabar com essas e outras dúvidas, bem como conhecer o paradeiro de toda essa água, o satélite continuará em operação.

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