quarta-feira, 11 de abril de 2012

Andorinhas de Chernobyl resistem bem à radiação, afirma pesquisa


Imagem feita pelo fotógrafo da usina de Chernobyl, Anatoliy Rasskazov, poucas horas após a explosão no reator 4, mostra uma coluna de vapor radioativo saindo da instalação. O fotógrafo foi exposto a 12 vezes o máximo aceitável de radiação naquela época. M (Foto: AP)
Imagem feita pelo fotógrafo da usina de Chernobyl,
Anatoliy Rasskazov, poucas horas após a explosão
no reator 4, mostra uma coluna de vapor radioativo
saindo da instalação. O fotógrafo foi exposto a 12
vezes o máximo aceitável de radiação naquela
época. 
As andorinhas que vivem ao redor da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, resistem melhor do que se pensava aos atuais níveis de radiação, afirma um estudo publicado nesta quarta-feira (11) na revista científica “Biology Letters”.
Especialistas britânicos estudaram os mecanismos de defesa antioxidante das aves e concluíram que elas são capazes de resistir a doses baixas de radiação.
A explosão do reator 4 da central nuclear de Chernobyl, em 1986, considerado o pior acidente nuclear da história, teve um forte efeito sobre a fauna e flora dos arredores.
Hoje, 26 anos depois, os cientistas seguem debatendo as consequências para o ecossistema dos níveis de contaminação.
Os radicais livres, moléculas produzidas pela radiação, causam dano às celular e ao DNA e o organismo os combate com vitaminas C ou E.
Entretanto, quando a quantidade de radicais livres supera a de antioxidantes, ocorre o “estresse oxidativo”, que danifica as células, os tecidos e os órgãos.
O estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, conseguiu detectar quantos antioxidantes são necessários para combater a ação do agente radioativo e, com isso, constatou que a redução da população de aves ocorreu mais por fatores ambientais do que pela própria contaminação.
Cavalos selvagens galopam pela zona de exclusão de Chernobyl. (Foto: Dennis Barbosa/G1)Cavalos selvagens galopam pela zona de exclusão de Chernobyl. (Foto: Dennis Barbosa/G1)
Animais selvagens
Quem vai à a zona de acesso restrito em torno da usina de Chernobyl, no norte de Ucrânia, além de visitar o reator onde começou o desastre nuclear e a cidade fantasma de Pripyat, pode conhecer uma atração adicional: os cavalos selvagens que andam em bando pelos campos abandonados.
São animais da espécie Przewalski (Equus ferus przewalskii), que já esteve extinta na natureza no passado, mas foi reintroduzida à vida selvagem e tem uma população crescente na Ucrânia e em países da Ásia.
Originalmente, o cavalo Przewalski vivia no oeste da Mongólia, norte da China e leste do Cazaquistão. A última vez que a espécie foi observada na natureza, antes de ser dada como extinta, foi em 1969.
 Os animais que hoje existem soltos são fruto de reintrodução feita pelo homem. Todos os cavalos Przewalski que vivos atualmente descendem de 12 animais que estavam em cativeiro, segundo informações da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês).

A zona de exclusão de Chernobyl, uma área de acesso controlado de 30 km de raio, tem outros animais, como castores, veados, gaviões e águias. A caça é proibida, mas segue ocorrendo clandestinamente, segundo relatos de moradores locais. Apesar de os animais serem frequentamente avistados na região, há cientistas que contestam que a área seja um “santuário”, já que a radioatividade segue afetando a natureza ali, restringindo a variedade de espécies.

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