segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pesquisadores descobrem 8.000 anos de história humana escondida no Oriente Médio


Como podemos mapear a expansão das primeiras civilizações da Terra?
  Durante anos os pesquisadores enfrentaram esta difícil tarefa, buscando pistas em montes em várias partes do Oriente Médio. Mas agora, pesquisadores voltaram os satélites para descobrirem uma vasta rede de 14.000 assentamentos que foram negligenciados da Mesopotâmia, abrangendo 8.000 anos de história de civilizações antigas.
A descoberta representa um passo monumental em frente aos campos de arqueologia e antropologia, sugerindo uma grande perspectiva nestas áreas, sendo uma descoberta chave para desvendar os mistérios da humanidade no que diz respeito aos grandes assentamentos de civilizações humanas.
  Evidências significativas arqueológicas sugerem que as civilizações mais primitivas surgiram na Mesopotâmia, na região geográfica que hoje está o Iraque, a nordeste da Síria, sudeste da Turquia e sudoeste do Irã. O tamanho e a distribuição desses assentamentos por toda a Mesopotâmia, no entanto, permaneceu por muito tempo como um grande mistério.
  
As técnicas tradicionais arqueológicas exigem pesquisadores em busca de evidências dessas civilizações antigas, ao nível do solo. Este é um excelente método para aprender sobre os assentamentos individuais, mas é um trabalho árduo e extremamente complicado fazer correlações de como este assentamento se relacionava com outras comunidades e como ocorria essa interação.
Pensando nisso, o arqueólogo Jason Ur da Universidade de Harvard  e o cientista especialista em computação, Bjoern Menze, estão combinando imagens de satélites espiões adquiridas no ano de 1960 com imagens modernas do nosso planeta, criando um novo método de padrões de mapeamento dos assentamentos humanos em uma escala sem precedentes.
Ur e Menze usaram recentemente a técnica para mapear 14.000 assentamentos anteriormente negligenciados, distribuídos em 23.000 km², no meio da Mesopotâmia.
Os arqueólogos sabiam de cerca de 1.000 assentamentos nesta região, principalmente os localizados em locais mais altos, por isso é um grande salto em termos de conhecimento”, explicou Ur.
  novo método de análise aérea baseia-se na detecção de anthrosol, um tipo distinto de solo que se forma ao longo prazo da presença humana. O anthrosol tem uma cor muito sutil, sendo rico em matéria orgânica no solo circundante – um fato que os arqueólogos utilizam há anos para detectar no solo.
As imagens dos satélites conseguem detectar e distinguir diferentes comprimentos de onda de radiação eletromagnética:
A fotografia em preto e branco leva todos os comprimentos de onda visível para nós. A imagem colorida mostra como as combinações de vermelho, verde e azul se misturam. As imagens multiespectrais podem registram ondas ainda maiores, como o infravermelho. Os solos na superfície de sítios arqueológicos podem ser sensíveis em ambos os intervalos, de visível ao infravermelho”, comentaram os cientistas.

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