Depois do discurso em uma apresentação dos últimos dados
coletados pelo veículo explorador Curiosity, Gómez-Elvira disse que
essas semelhanças, como a presença de uma atmosfera apta para a vida ou a
presença de água na superfície, levam a acreditar que poderia ter
havido vida em Marte.
Assim, o planeta vermelho seria "outro bom candidato
para ver se o que aconteceu na Terra pode acontecer em outro ponto do
Sistema Solar".
No entanto, para o chefe do CAB, um centro misto do
Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (Inta) e do Conselho Superior
de Investigações Científicas (CSIC) não é provável que a missão do
Curiosity dê maiores surpresas nesse sentido.
"Seria uma casualidade muito grande se houvesse esse
salto", entre outras coisas porque "ele também não possui instrumentos"
para isso, explicou. Assim, o Curiosity fica encarregado de dizer se
"Marte e a Terra foram parecidos".
"Espera-se que o próximo "rover", que a Nasa vai enviar,
em 2020, dê um passo além e tente buscar vestígios de vida", disse,
confiante, Gómez-Elvira. Para essa missão de 2020, o CAB apresentou o
Solid, um instrumento mais focado à detecção de vida microbiana e que
espera que seja aceito pela Nasa.
Em relação às últimas análises realizadas pelo Curiosity
na atmosfera de Marte, Sushil Atreya, da Universidade de Michigan,
indicou, em entrevista coletiva, que ela apresenta mais evidências de
que há milhões de anos foi muito mais grossa e rica e tinha as condições
perfeitas para um mundo habitável. Em um processo que durou cerca de 4
bilhões de anos, Marte perdeu entre 85% e 95% de seu volume, afirmou.
O Curiosity chegou a Marte em agosto de 2012 para
investigar a história meio ambiental na cratera de Gale, onde se
acredita que um dia já houve as condições apropriadas para a existência
de vida microbiana.
A Assembleia-Geral da União Europeia de Geociências
reunirá até o dia 12 de abril cerca de 10 mil participantes que
debaterão os mais variados assuntos como a mudança climática e seus
custos, as últimas descobertas relacionadas a recursos naturais ou
possíveis avanços no prognóstico de terremotos.
Um dos campos da atualidade que se tratarão é o do
polêmico "fracking", ou fratura hidráulica, pelo crescente
desenvolvimento dessa tecnologia para explorar o gás de xisto.
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