A interpretação de muitos mundos (IMM) da física quântica propõe a existência de múltiplos “universos paralelos”.
Essa teoria foi formulada inicialmente por Hugh Everett na tentativa de
explicar alguns processos não determinísticos na mecânica quântica.
Foi graças à mecânica quântica que sabemos que a matéria assume as
propriedades de partículas e ondas, o que sugere também, que o universo
(pelo menos em certa escala) parece ser completamente confuso,
nebuloso e possivelmente aleatório.
Embora várias versões de IMM tenham sido propostas desde o trabalho
original de Everett, todas as ideias compartilham dois pensamentos
chave. O primeiro deles é a existência de uma função-estado para todo
universo, o qual obedece a uma equação de Schrödinger, no qual não há
processo de colapso de onda. O segundo pensamento é que o estado
universal é uma sobreposição quântica de vários, possivelmente
infinitos, estados de universos idênticos e paralelos que não se
comunicam entre si.
O postulado de Everett, baseado na mecânica quântica, sugere que parecemos viver num mundo
determinístico (ou seja, um mundo racional, compreensível) que contém
alguns elementos não-determinísticos. Everett trabalhou para conciliar o
micro com o macro, compreendendo o caso no qual nenhuma divisão
arbitrária precisa ser invocada para delinear os dois reinos.
Ele considerou a função de onda universal - uma lista matemática de
cada configuração única de um objeto quântico, como um átomo de
hidrogênio. É uma descrição de todas as configurações possíveis de cada
partícula elementar única no universo (que é uma grande lista). O que
Everett fez foi aplicar a equação da função de onda de Schrödinger para
todo o universo - o que agora é conhecido como o Postulado de Everett.
Everett também argumentou que a medida de um objeto quântico não o
força a um estado compreensível ou a outro estado. Ao contrário, o
universo acaba se dividindo, ou se ramificando, para que cada possível
desfecho da medida, o universo, literalmente, se divida em mundos
distintos para acomodar cada resultado único possível.
A interpretação de muitos mundos contrasta nitidamente com a
interpretação de Copenhagen, que é um ramo da física que diz que a
mecânica quântica não pode produzir uma descrição coerente da realidade
objetiva. Em vez disso, podemos apenas lidar com as probabilidades de
observar ou medir vários aspectos de energia quanta.
De acordo com Everett, um “mundo” é complexo e casualmente conectado
a um subsistema que não interfere significativamente com outros
elementos de superposição maior. Estes “mundos” podem ser chamados de
“universos”.
Esta é uma teoria metafísica que altera radicalmente a nossa
compreensão do universo e nosso lugar nele. Se for verdade, o universo é
composto de uma série de constantes evoluções que se ramificam para
acomodar todas as possibilidades. Isto significa que a versão de você,
ou do que você acha que é você, está na verdade se ramificando em
outras histórias alternativas.
Já imaginou isso? Uma versão de você mesmo vivendo em um mundo paralelo diante de uma das inúmeras realidades alternativas?
Então,
você, que aparentemente parece ser único, e vive de momento em momento,
é na verdade um fluxo perpétuo de multiplicação de experiências, onde
não há apenas uma linha do tempo. Em vez disso, há muitas linhas do
tempo para muitos mundos. Isso significa que todas as possíveis
histórias alternativas e futuros que você imagina que poderia acontecer
com você, mas que você acha que não aconteceram, na verdade foram e
são reais.
Em outras palavras, de acordo com a IMM poderia haver um número
infinito de universos, e que tudo o que poderia ter acontecido em nosso
passado, de fato aconteceu, não conosco, mas sim no passado de “outro
você” nestes mundos alternativos.
Interessante, não?
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