Cientistas descobrem primeiro lençol da história, feito há 77 mil anos
Cientistas encontraram na África do Sul vestígios do primeiro lençol da
história da humanidade. A conclusão veio da análise de 15 fósseis diferentes, de
plantas usadas entre 38 mil e 77 mil anos atrás, em estudo publicado na edição
desta sexta-feira (9) da revista “Science”. O material estava no sítio
arqueológico de Sibudu, na região sudeste do país
A descoberta é 50 mil anos mais antiga que qualquer outro vestígio de lençóis
de que se tenha notícia. Além disso, é mais uma informação importante sobre como
se comportavam os humanos modernos em sua origem.
Os primeiros indivíduos de nossa espécie – Homo sapiens – surgiram
há cerca de 200 mil anos, no sul da África, e começaram a se espalhar pelo mundo
aproximadamente 50 mil anos atrás.
Esse lençol pré-histórico consistia em um entrelaçado de raízes e folhas, com
um centímetro de espessura e uma área que podia chegar a três metros quadrados.
Ele era revestido por folhas de uma espécie de marmeleiro, que contêm uma
substância química capaz de repelir mosquitos.
“A seleção dessas folhas para a confecção de cobertores sugere que os primeiros habitantes de Sibudu tinham um profundo conhecimento das plantas em redor da gruta, e tinham consciência de seus usos medicinais. Remédios naturais teriam oferecido vantagens à saúde humana, e o uso de plantas repelentes acrescenta uma nova dimensão à nossa compreensão do comportamento humano 77 mil anos atrás”, afirmou em nota Lyn Wadley, da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, que liderou a equipe de pesquisa.
“Esse lençol não era usado só para dormir, mas oferecia também uma superfície
confortável para viver e trabalhar”, completa a pesquisadora.
Foram encontrados ainda outros vestígios que mostram que os lençóis se
tornaram gradualmente mais comuns na região. Com o tempo, eles passaram a ser
queimados depois de perder a função original.
“Eles colocavam fogo nos lençóis usados, possivelmente como uma forma de
remover pestes. Isso prepararia o local para ocupações futuras e representa um
uso ainda desconhecido do fogo para a manutenção de um local de ocupação”, diz
Christopher Miller, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, responsável pela
análise microscópica do material.
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