sábado, 25 de fevereiro de 2012

Será que os 160 bilhões de planetas da Via Láctea são parecidos com a Terra?


As últimas pesquisas astronômicas sugerem que existem, pelo menos, 160 bilhões de planetas extrasolares na Via Láctea. Será que isso significa que temos bilhões de mundos potencialmente habitáveis em nossa galáxia?
  Seguido dessa pergunta, vem outra: será que boa parte deles são realmente parecidos com a Terra? Essas perguntas estão sendo feitas por uma equipe internacional de astrônomos, que buscam respondê-las com provas. Enquanto nós ainda só descobrimos um punhado de planetas rochosos – embora esse número aumente constantemente – podemos olhar para a composição das nuvens de poeira e gás em sistemas solares jovens para observar se aglutinam em planetas.
Ao olhar para os primórdios destes jovens sistemas planetários, os astrônomos podem fazer suposições perspicazes sobre como planetas como a Terra acabam se formando.
  Segundo os cientistas, existem duas razões químicas essenciais que determinam a composição final dos planetas “terrestres” e, por extensão, a sua aptidão em suportar a vida. O primeiro é a relação de carbono e oxigênio. Enquanto as composições da Terra, Marte, Vênus possuem oxigênio, planetas com baixíssimas taxas desse gás vital para nós e rico em carbono, podem resultar nos chamados “planetas de diamante”. A transferência de calor de tais planetas seria tão rápido que seu interior congelaria, tornando a vida impossível em mundos tão diferentes.
  Outra perspectiva é que o planeta candidato tenha magnésio e silício. A Terra tem uma grande quantidade dos dois elementos – o silício um pouco mais. Mas planetas com uma diferença muito grande entre esses dois elementos, contendo uma elevada taxa de silício, levaria a diferentes composições mineralógicas no interior do planeta, formando tipos radicalmente diferentes de placas tectônicas, causando problemas na atmosfera com atividades vulcânicas intensas, o que seria menos propício à vida, para não dizer totalmente impossível.
Pesquisadores dizem que, para abrigar a vida como conhecemos, um planeta não deve apenas conter uma atmosfera parecida com a Terra, mas também uma similaridade com a composição interna.
Os membros da equipe Garik Israelian, responsáveis por entender essas questões, deram um comunicado: “Não pode haver bilhões de planetas como a Terra no Universo, mas a grande maioria deles pode ter uma estrutura interna totalmente diferente da nossa. Planetas em construção são quimicamente diferentes de ambientes não-solares (o que é algo muito comum no Universo), podendo levar à formação de mundos estranhos, muito diferentes do nosso. A quantidade de substâncias radioativas e alguns elementos refratários, especialmente o silício, podem ter implicações drásticas para processos planetários, como a influência nas placas tectônicas e atividades vulcânicas inadequadas”.Este trabalho científico ainda está em seu estágio inicial, por isso não podemos dizer com certeza o percentual de planetas rochosos que são parecidos com a Terra. A chave será descobrir a abundância média destes elementos em diferentes galáxias em incontáveis sistemas solares.
Mas isso não é uma tarefa fácil – agora, tudo o que os cientistas podem dizer com certeza é que parece haver variação gigantesca entre diferentes sistemas solares, com alguns índices que caracterizam carbono/ oxigênio e magnésio/ silício, que são combinações perfeitas para procurar em sistemas solares, e quem sabe, em planetas exóticos.
Parece que nossa galáxia é capaz de variedades inimagináveis, e encontrar um planeta muito parecido com a Terra pode ser mais difícil do que a humanidade espera.

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