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terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Pai da computação, Turing recebe o perdão real 59 anos após morrer
Alan Turing
O matemático britânico Alan Turing (1912-1954), recebeu o perdão real 59 anos depois de morrer intoxicado por cianeto, decorrência de um processo de castração química ao qual foi condenado pelo Reino Unido em 1952 por ser assumidamente homossexual –o que, à época, era ilegal.
O perdão foi garantido pela Prerrogativa Real de Compaixão, depois de um pedido do ministro da Justiça, Chris Grayling, para quem a atuação de Turing salvou milhares de vidas.
O perdão vale a partir desta terça-feira (24). “Turing merece ser lembrado e reconhecido pela sua fantástica contribuição aos esforços de guerra e por seu legado à ciência. Um perdão da Rainha é um tributo apropriado a esse homem excepcional”, escreveu Grayling, em nota.
A morte de Turing foi classifica a época como suicídio, mas estudiosos e biógrafos concluíram que o matemático faleceu de intoxicação devido aos remédios que tomava para cumprir sua pena.
Turing foi pioneiro em códigos da computação. Trabalhou no serviço secreto britânico em Bletchley Park, para auxiliar os Aliados durante a Segunda Guerra Mundial a desvendar as mensagens cifradas trocadas entre a marinha alemã. Apesar disso, Turing foi durante sua vida um grande desconhecido para o grande público, já que seu trabalho foi mantido em segredo até 1974.
Algumas das contribuições de Turing para o estudo da criptografia permaneceram secretas por 70 anos e só foram reveladas em 2012 pelo governo britânico.
Os documentos continham anotações escritas à mão pelo matemático explicando das aplicações probabilísticas para cifrar mensagens e uma tese estatística das repetições.
A homossexualidade só foi descriminalizada no Reino Unido em 1967, mas mesmo assim Turing não foi perdoado. O indulto já havia sido pedido anteriormente. Em 2012, onze cientistas britânicos, entre eles Stephen Hawking, solicitaram o perdão real, mas não foram atendidos.
Em 2009, o então primeiro-ministro britânico Gordon Brown, pediu desculpas póstumas ao criptógrafo. Ainda assim, o perdão não saiu.
Em fevereiro de 2011, uma petição on-line reuniu 23 mil assinaturas para que Turing fosse perdoado. O governo de David Cameron não concedeu o perdão. Na época, o ministério da Justiça afirmou que era “inapropriado” perdoar “o que foi devidamente condenado pelo que então era um delito”.
Fonte: G1
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