sábado, 11 de fevereiro de 2012

Abc da astronomia - Cruzeiro do Sul


Brasileiros mostram fotos de 'caça' a aurora boreal realizada no Ártico


Um grupo de 30 brasileiros que esteve na última semana na Noruega conseguiu presenciar um dos fenômenos mais belos da natureza: a aurora boreal.
Os “caçadores” de aurora desembarcaram para uma expedição nos países árticos no último dia 30, passando pelas cidades norueguesas de Tromso e Svalbard, além de parte da Lapônia finlandesa.
De acordo com o carioca Daniel Japor Garcia, 37 anos, líder da expedição, turistas do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Amazonas e Santa Catarina enfrentaram o frio e a neve em busca da "dança das luzes".
“Nem bem chegamos à região e conseguimos ver a aurora já de dentro do avião. Assim que fomos para Tromso, a aurora estava tão forte que mesmo com as luzes da cidade ela ficava fantástica”, disse Garcia.
Imagem da Aurora Boreal feita no início de fevereiro por brasileiros que estavam na Noruega (Foto: Divulgação/Aurora Connection)Imagem da aurora boreal feita no início de fevereiro por brasileiros que estavam na Noruega. 
Emoção
A cada movimento das “luzes do Norte”, como as auroras são conhecidas, os brasileiros comemoravam de forma intensa.

“Só não tivemos aurora boreal forte por dois dias, sendo que em um deles o tempo fechou. Nos outros dias, tivemos um espetáculo como nunca tinha visto, as luzes estavam nítidas e pareciam que podiam ser tocadas com as mãos”, complementou Garcia.
Nesta expedição os brasileiros pagaram cerca de R$ 10 mil para presenciar o fenômeno.O que é?
Resultado da interação de partículas de vento solar com a atmosfera da Terra, as auroras podem causar alterações nos sistemas de satélites e afetar comunicação por rádio nos polos.
Existem dois tipos. A aurora "boreal" pode ser vista apenas na região do Círculo Polar Ártico na Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Rússia, parte da América do Norte e na Escócia. Como durante o verão na região, há luz 24 horas por dia, o fenômeno é melhor visualizado durante o inverno no Hemisfério Norte -- mas as baixas temperaturas podem desencorajar os turistas.
No lado oposto do planeta, a aurora é "austral". Ela pode ser vista na Antártida e, mais raramente, no extremo Sul de Chile, Nova Zelândia e Austrália. Novamente, elas são mais intensas e belas durante o inverno, mas poucos se aventuram a passear pela Antártida nessa época do ano.
A aurora boreal da segunda quinzena de janeiro atingiu grau 3, de uma escala utilizada pela agência espacial norte-americana (Nasa) que vai até 5.
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), a navegação aérea e as plataformas petrolíferas também podem ser afetadas nestas regiões devido ao fenômeno espacial.
Um grupo de 30 brasileiros percorreu cidades da Noruega e parte da Finlândia em busca da aurora boreal. (Foto: Divulgação/Aurora Connection)
Um grupo de 30 brasileiros percorreu cidades da Noruega e parte da Finlândia em busca da aurora boreal. 

O que são píons, múons, quarks e outras partículas do mundo atômico


As aulas de química no Ensino Médio explicam que o átomo é formado por elétrons que orbitam em torno de um núcleo, composto por prótons e nêutrons. Cada vez mais, no entanto, outros nomes e expressões, com sonoridades por vezes esquisitas, do mundo atômico chegam às pessoas por meio de sites, revistas ou programas de televisão. E dá-lhe física quântica, quarks, neutrinos, píons... Entender o que cada uma dessas palavras significa, no entanto, não é tão simples. Quem explicou ao site do Globo Ciência foi a professora do Departamento de Física da PUC-Rio Carla Göbel. Confira agora e tire as suas dúvidas.
Carla Göbel (Foto: Divulgação)
Carla Göbel, professora do Departamento de
Física da PUC-Rio 
Próton e nêutron
“O nêutron é uma das partículas que constitui o núcleo atômico, junto com os prótons. Ele tem massa, mas não tem carga. A massa dele é muito parecida com a do próton. O nêutron demorou bastante para ser descoberto, só no começo da década de 1930. Não se sabia por que a massa do núcleo era mais ou menos o dobro do número da massa dos prótons. A razão era porque na maioria dos núcleos há números comparáveis de prótons e de nêutrons.”
“O próton tem a massa parecida com a do nêutron. Desde a década de 1910 já se sabia que o núcleo atômico era muito menor do que o átomo como um todo. O átomo era neutro, tinha elétrons orbitando em torno de um núcleo, como em um modelo solar. Toda essa carga positiva estaria em um diâmetro muito pequenininho, da ordem de 10 elevado a menos 14 metros. Sabia-se que ele tinha carga positiva, mas não se sabia que havia elementos neutros também lá dentro.”
“Na década de 1930, se entendeu que o núcleo atômico era formado tanto de prótons como também de nêutrons. Os nêutrons sendo iguais, em termos de massa, na realidade um pouco maior que a do próton, só que com carga nula, enquanto o próton tem carga + 1.”

Quark
“Na década de 1960, se entendeu que os prótons e os nêutrons não eram partículas fundamentais, eles próprios eram constituídos por outras partículas ainda menores. Embora não possam ser divididos, são feitos de outras partículas. E essas partículas fundamentais que formam tanto o nêutron quanto o próton são os quarks.”
“Os quarks são, até o ponto em que sabemos, as partículas mais fundamentais que formam o núcleo atômico. Toda matéria sólida que a gente conhece é feita de três partículas, que são os quarks up e down, 'u' e 'd', e o elétron. O nêutron é feito de dois quarks do tipo 'd' e um quark do tipo 'u'. O próton é feito de dois quarks 'u' e um 'd'. A diferença fundamental é a carga elétrica. O quark 'u' tem carga de + 2/3, o quark 'd' tem carga de - 1/3.”

Modelo atômico (Foto: Reprodução de TV)
Elétrons orbitam em torno do núcleo atômicoMúon e píon 
“O píon foi previsto, mas demorou um pouco para ser observado. Os prótons e os nêutrons ficam dentro do núcleo atômico. Se o próton é positivo, como vários deles ficariam juntos, se a força elétrica entre duas partículas positivas é repulsiva? Por que ficava coeso? A única amaneira de explicar o núcleo atômico seria através da existência de uma força ainda mais forte do que a repulsão elétrica. Essa força foi chamada de força forte. Um físico japonês, (Hideki) Yukawa, na década de 1930, postulou que deveria existir o píon, algo como uma cola (funciona como uma partícula mediadora da força forte). A troca desses píons, entre os nêutrons e os prótons, seria responsável por mantê-los coesos no núcleo atômico. Isso foi previsto na década de 1930, mas só foi observado em 1947, por um grupo que tinha o brasileiro César Lattes. O píon é um primo do próton e do nêutron, feito de um quark e de um antiquark, a antimatéria do quark.”
“O múon foi descoberto em 1937. Quando ele foi descoberto, pensou-se que era o píon, que já estava sendo esperado. O múon não sentia a força forte. Hoje sabemos que o múon é um irmão do elétron. Ele é igualzinho ao elétron em todos os aspectos, mas tem uma massa maior.”

Neutrino
“Os neutrinos são partículas muito esquisitas. O neutrino é o par do elétron, da mesma maneira que o quark 'd' é o par do quark 'u'. Eles fazem parte da mesma família. O neutrino não tem carga elétrica e também não tem massa.”
Teoria Quântica
“A teoria quântica é um nome genérico que explica todos os fenômenos no que a gente chama de escala quântica. Escala quântica é a da ordem de 10 elevado a menos 9 metros. É a escala de distância entre átomos.”
“O que é o mundo quântico, a física quântica? Antes, existiam as ondas e as partículas, onda e matéria. Havia onda de luz, ondas em cordas, ondas na água. Onda não era matéria, era uma vibração. Essas duas coisas eram separadas. A física quântica vem quebrar esse conceito, em particular, entendendo que a matéria também pode se comportar como onda.”
“A ideia que a maior parte das pessoas faz de um elétron é que ele é como uma bolinha. Se você jogar um monte de elétrons em uma parede de dois furos, sabe-se, pelo conceito clássico, que cada um deles vai passar ou no furo de cima ou no furo de baixo ou não vai passar, porque vai bater na parede. O que sabemos hoje é que se jogarmos um elétron na parede, ele vai passar pelos dois furos ao mesmo tempo, como acontece como uma onda de luz. A mecânica quântica interpreta que a matéria tem propriedades ondulatórias, ou seja, você não pode localizar o elétron. Ele é um objeto espalhado.”

Dia em Vênus fica 6,5 minutos mais longo


Os dias em Vênus já não são como antigamente: aparentemente, estão seis minutos e meio mais longos.
A constatação é de Nils Müller, pesquisador da DLR (agência espacial alemã) que trabalha com dados da sonda europeia Venus Express.
Em estudo publicado no periódico científico "Icarus", ele contrastou as observações de radar feitas pela espaçonave para mapear a superfície venusiana com as coletadas entre 1990 e 1994 pela sonda americana Magellan.
Surpresa: alguns traços na superfície não estavam onde eles imaginavam encontrá-los. A única explicação para isso é que, entre essa época e hoje, o planeta passou a girar mais devagar em torno de seu próprio eixo.
Seria esse um indício de que Vênus teve dias muito mais curtos no passado? "É muito improvável que essa mudança no período de rotação possa ser extrapolada para períodos como 200 anos ou mais", disse Müller à Folha. "É mais provável que estejamos apenas vendo uma oscilação."
Para ele, padrões variáveis de vento devem levar o planeta a acelerar ou frear seu movimento de rotação de tempos em tempos. "Houve medições de radar nos anos 70 e 80 e elas apontaram mais ou menos o mesmo período de rotação mais longo do que encontramos agora. Então, essa é provavelmente a duração média do dia em Vênus, e os dados da Magellan na década de 1990 representaram uma flutuação."
De toda forma, os dias mais longos não devem alterar muito os planos de quem pretenda enfrentar o ambiente inóspito de nosso vizinho planetário mais próximo (temperatura sempre acima de 400 º C e pressão atmosférica cem vezes maior que a da Terra na superfície). Com um período de rotação equivalente a pouco mais de 243 dias terrestres, dificilmente seis minutos e meio a mais fariam alguma diferença.

Russos presenteiam Vladimir Putin com água de 14 milhões de anos


Os cientistas russos que perfuraram o lago subterrâneo Vostok, na Antártida, entregaram ao primeiro-ministro Vladimir Putin uma amostra da água que se encontra isolada do planeta há pelo menos 14 milhões de anos.
A análise do material retirado, que permanece em estado líquido por causa do calor do interior do planeta e da pressão do gelo, pode oferecer pistas sobre a vida na Terra há milhões de anos e sobre condições encontradas fora do planeta, como em luas de Júpiter.
Os pesquisadores acreditam que o lago conservou organismos desconhecidos.
Putin perguntou ao ministro dos Recursos Naturais, Yuri Trutnev, depois de ganhar o frasco com a amostra: "Bem, você bebeu a água?"
Parecendo aturdido, Trutnev garantiu que não havia experimentado nem uma gota da água.
"Teria sido interessante, sabe? Dinossauros beberam e Trutnev, membro do governo russo, também", disse Putin com um sorriso.
O ministro comentou no encontro que não queria ser um dinossauro.

Pintura rupestre na Espanha pode ser a primeira feita por neandertais


Pinturas rupestres encontradas na Espanha, mais exatamente em Málaga, podem ser as mais antigas já encontradas e também as primeiras de autoria de neandertais.
Os desenhos, que lembram a estrutura do DNA, podem ser de leões-marinhos que serviram de alimento para o grupo. Desde 1959, quando garotos que caçavam morcegos entraram nas cavernas Nerja, a questão está aberta.
A partir da análise dos restos de carvão, porém, os pesquisadores da Universidade de Córdoba puderam estipular recentemente a idade das seis figuras em cerca de 43,5 mil e 42,3 mil anos.
Se confirmada essa informação, elas seriam ainda mais antigas que as famosas pinturas com cerca de 30 mil anos da caverna Chauvet, na França.

Pesquisadores da Universidade de Córdoba acreditam que os desenhos podem ser de leões-marinhos
Pesquisadores da Universidade de Córdoba acreditam que os desenhos podem ser de leões-marinhos
Até recentemente, pensava-se que os neandertais seriam incapazes de produzir trabalhos artísticos. Agora, o pensamento predominante é que eles tinham também a habilidade para lidar com simbolismos, imaginação e criatividade tal qual os humanos modernos.
Paul Pettitt, da Universidade de Sheffield (Reino Unido), classificou o achado "potencialmente fascinante". Ele acrescentou que é "vital" que os envolvidos saibam o quão antigas são as figuras.
Sem esse dado, é difícil determinar se foram mesmo os neandertais que traçaram o desenho ou se foram os Homo sapiens, que podem ter vivido no sul da Espanha no passado.
A análise não será finalizada até 2013 e as escavações continuam em andamento.

Cientistas explicam como vai surgir o supercontinente Amásia



  
O novo supercontinente se chamará Amásia, nomeado assim pela futura fusão das Américas e da Ásia e pelo fechamento do Oceano Ártico e o Mar do Caribe.
  Direções de convergência previstas (setas vermelhas) estão confinadas no "anel de fogo" das zonas de subdução (faixa azul) que circunda um eixo preferencial do manto de ressurgência. A Amásia será localizada a 90° de distância do centro geográfico da última Pangeia.
  A Terra foi coberta por combinações gigantes de continentes, chamados supercontinentes e será novamente um dia no futuro distante. O supercontinente previsto, apelidado de Amásia, pode se formar quando a América e Ásia se fundir, fechando o Oceano Ártico, é o que sugere os especialistas e cientistas, dentro de 50 a 200 milhões de anos.
De acordo com os pesquisadores de Yale, a fusão da América com a Ásia será complementada com o Polo Norte e assim será permitido, por meio de uma cadeia montanhosa, atravessar do Alasca à Sibéria.
O pesquisador Ross Mitchell, um geólogo da Universidade de Yale, acredita que a América ficará situada sobre uma área de extrema atividade sísmica e vulcânica, o Anel de Fogo, e que sua topografia irá se alterar completamente devido à atração do Polo Norte o que ocasionará o desaparecimento do Mar do Caribe e o Oceano Ártico.
Como os pesquisadores chegaram a este conclusão? Os geólogos estudaram e analisaram o magnetismo de rochas antigas e determinaram suas localizações no planeta ao longo do tempo e assim, estudando seu comportamento, mediram também, como a camada abaixo da crosta terrestre influencia na mudança dos continentes.
O que são os supercontinentes?
São massas gigantes compostas por mais de um núcleo continental. O supercontinente mais conhecido, Pangeia, foi outrora único continente do mundo - foi nele que os dinossauros surgiram - e o progenitor de continentes de hoje.
O que é o modelo ortoversão?
  O modelo de ortoversão, defendido por Mitchell e seus colegas, se baseia no movimento dos continentes em que sua ponta ou extremidade se afunda. Quando a Pangeia se separou, sua extremidade foi empurrada para baixo na terra. Esta zona de subdução, que circunda o Oceano Pacífico, é conhecida como o Anel de Fogo, e é onde muitos dos maiores terremotos e erupções vulcânicas ocorrem. Isto sugere que os continentes modernos vão deslizar para o norte ou sul em torno do Anel de Fogo.
O estudo das rochas
Para observar como os componentes de supercontinentes mudaram, os cientistas analisaram o impacto que o campo magnético da Terra tem em rochas antigas. Minerais magnéticos em rochas derretidas podem atuar como bússolas, se alinhando com as linhas do campo magnético do planeta, uma orientação que fica congelada no lugar uma vez que a rocha se solidifica.
À espera da Amásia
Estas descobertas também podem ajudar os cientistas a entender melhor a história da vida neste planeta, por descobrir onde massas de terra eram e como os organismos podem ter dispersado. "Continentes, com registros fósseis similares provavelmente compartilham um ancestral evolutivo, mas realmente estabelecer uma ponte de terra justapondo os continentes é encontrar a arma fumegante", disse Mitchell ao LiveScience.Quanto ao momento da Amasia se formar: “É difícil de responder, porque o ciclo do supercontinente não é tão regular como o ciclo sazonal. Mas podemos ter uma ideia da história da Terra - o ciclo está se acelerando de tal forma que o intervalo de recorrência entre supercontinentes sucessivos tornou-se menor. Sugerimos algo em torno de 50 a 200 milhões de anos”, finalizou Mitchell.

Telescópio obtém a mais minuciosa imagem da nebulosa Carina


O VLT (Very Large Telescope) do ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile, captou uma imagem no infravermelho da nebulosa Carina que é a mais detalhada obtida até agora.
Muitas estruturas previamente escondidas e espalhadas (gás, poeira e estrelas jovens) agora são visíveis nessa "maternidade estelar". De acordo com o ESO, é uma das "imagens mais extraordinárias obtidas pelo VLT.

A nebulosa se encontra na Via Láctea, ao sul, e está a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra
A nebulosa se encontra na Via Láctea, ao sul, e está a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra
A nebulosa se encontra na Via Láctea, ao sul, e está a cerca de 7.500 anos-luz de distância da Terra na constelação Carina. A nuvem de gás e poeira brilhante é uma das incubadoras de estrelas de grande massa mais próximas da Terra, incluindo várias das estrelas mais brilhantes e de maior massa que se conhecem.
Uma delas, a altamente instável Eta Carinae, foi a segunda estrela mais brilhante no céu durante vários anos, por volta de 1840, e vai provavelmente explodir como uma supernova no futuro.
A Carina é um laboratório perfeito para se estudar os nascimentos violentos e o estágio inicial das estrelas. Para conseguir penetrar na nebulosa, uma equipe de astrônomos europeus liderada por Thomas Preibisch (Observatório da Universidade, Munique, Alemanha), utilizou o VLT e a sua câmara infravermelha HAWK-I.
DETALHES
Centenas de imagens individuais foram combinadas para criar a imagem. Ela mostra não apenas as estrelas brilhantes de grande massa, mas também milhares de estrelas muito mais tênues, as quais eram observadas anteriormente.
A ofuscante estrela Eta Carinae aparece na parte inferior esquerda. Encontra-se rodeada por nuvens de gás que brilham devido à intensa radiação ultravioleta.
Por toda a imagem aparecem também muitos nós compactos escuros, que permanecem opacos mesmo no infravermelho. São casulos de poeira onde novas estrelas se encontram em formação.
Durante os últimos milhões de anos, esta região do céu formou um grande número de estrelas, tanto individuais como em aglomerados.
O brilhante aglomerado de estrelas próximo do centro da imagem chama-se Trumpler 14.
Embora o objeto possa ser observado perfeitamente no visível, nesta imagem infravermelha conseguem distinguir-se estrelas muito mais tênues.
Do lado esquerdo da imagem, podemos observar uma pequena concentração de estrelas amareladas. Este grupo foi visto pela primeira vez nestes novos dados do VLT: estas estrelas não podem ser observadas na luz visível. Este é apenas um dos muitos objetos novos revelados pela primeira vez.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Agência europeia diz que rotação de Vênus é mais lenta do que o previsto


A velocidade de rotação do planeta Vênus é inferior do que a comunidade científica tinha calculado até o momento, informou nesta sexta-feira (10) a Agência Espacial Europeia (ESA), que comparou suas últimas medições com as realizadas no começo da década de 1990.
Os cientistas estudaram os dados proporcionados pela sonda Vênus Express, que entrou em sua órbita em abril de 2006 para estudar em detalhe o planeta e sua atmosfera mediante seu Espectrômetro de Imagem Infravermelha e Visível, e comprovaram que havia detalhes de sua superfície que não apareciam onde eram esperados.
Se for mantido o ritmo de rotação calculado pelo satélite Magellan da Nasa no começo dos anos 90, os traços analisados teriam que estar situados a cerca de 20 quilômetros mais ao norte, segundo informou a ESA em comunicado.
Vênus gira ao redor de seu eixo em aproximadamente 243 dias. (Foto: Nasa)Vênus gira ao redor de seu eixo em aproximadamente 243 dias. (Foto: Nasa)
"Quando os dois mapas não coincidiram, a princípio pensei que havia um erro em meus cálculos, porque as medições do Magellan foram muito precisas, mas comprovamos qualquer possível falha que nos ocorreu", diz na nota o cientista planetário Nils Müller, do Centro Aeroespacial alemão DLR.
Os cientistas estabeleceram com os dados proporcionados pela missão do Magellan que uma rotação completa de Vênus equivalia a 243 dias da Terra, mas as observações da superfície facilitadas pela Vênus Express só poderiam coincidir com a primeira se seus dias fossem 6,5 minutos superiores ao calculado.
Recentes modelos atmosféricos mostraram que o planeta poderia ter diminuído seus ciclos climáticos durante as últimas décadas, o que também poderia ter feito variar os períodos de rotação, mas nenhuma das razões com que a comunidade científica trabalha é definitiva.
Outro dos cientistas ocupados neste projeto, Hakan Svedhem, diz que calcular a velocidade de rotação desse planeta ajudará a planejar futuras missões, porque 'será preciso informação precisa para selecionar lugares potenciais de aterrissagem'.
A ESA explica que na Terra o tamanho dos dias pode chegar a variar cerca de um milissegundo ao ano e se vê afetada pelos ventos e as marés nesse período.
Com missões como a Venus Express, se espera poder determinar como esse tipo de forças afetam Vênus, o que, segundo a ESA, ajudaria a descobrir, entre outros fatores, a composição de seu núcleo.

Vídeos de 1 minuto tentam explicar questões da ciência e da filosofia


Open University 300 (Foto: Reprodução)
Site inglês contém animações para explicar teorias
complexas da ciência e filosofia.
O site da universidade britânica Open University, de ensino aberto e a distância, traz seis vídeos de 1 minuto intitulados “Aventuras de 60 segundos no pensamento” para explicar experimentos e paradoxos da ciência e da filosofia, desde a Grécia Antiga até Albert Einstein.
As animações, narradas pelo comediante inglês David Mitchell, tentam responder a questões sobre números infinitos, inteligência artificial (segundo a hipótese do quarto chinês), se um gato pode estar vivo e morto ao mesmo tempo (experimento chamado de Gato de Schrödinger) e como funciona a passagem do tempo de acordo com a Teoria da Relatividade.Nesse último caso, um irmão gêmeo poderia ficar mais “novo” ou “velho” que o outro dependendo se estivesse no espaço ou na Terra.
Outro vídeo trata, ainda, do paradoxo do avô, em que uma pessoa voltaria ao passado e mataria seu avô antes de ele conhecer a mulher, casar e ter filhos. Assim, a existência do neto – e assassino – se tornaria impossível no futuro, provocando um conflito lógico e indagações sobre o tempo e a existência de universos paralelos.
Há também uma animação que aborda um argumento do filósofo grego Zenão de Eleia, que viveu no século 5 a.C. e buscava provar que o movimento não passa de uma ilusão. Segundo ele, o herói mítico Aquiles nunca poderia alcançar uma tartaruga, pois, quando atingisse o ponto de onde o animal saiu, este já estaria em outro lugar – e assim sucessivamente.

Nasa divulga imagens da aurora boreal vista do espaço


Sequência foi feita a partir de fotos tiradas na Estação Espacial Internacional. (Foto: Nasa)
Sequência foi feita a partir de fotos tiradas na
Estação Espacial Internacional. 
A agência espacial norte-americana (Nasa) divulgou o que seriam as primeiras imagens em movimento da aurora boreal, o fenômeno das luzes coloridas nas altas latitudes do hemisfério norte. Assista ao vídeo aqui (no site da BBC).
As imagens foram captadas em seqüência da Estação Espacial Internacional, que orbita a 350 quilômetros da superfície da Terra, e colocadas em ordem.
As auroras, boreal no norte, e austral no sul, ocorrem quando "ventos" de partículas carregadas de energia do sol interagem com os gases da atmosfera terrestre.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Observatório no Chile divulga criação do maior telescópio óptico virtual


Cientistas do Observatório de Cerro Paranal, no norte do Chile, anunciaram ter conseguido conectar os sinais emitidos pelos quatro telescópios mais potentes localizados nesse centro astronômico para criar o maior telescópio óptico virtual do mundo.
"No final de semana conseguimos finalizar o processo, depois de quase um ano. Pela primeira vez, pudemos fazer observações científicas através desse novo instrumento, e podemos dizer que já está pronto para ser utilizado" no futuro, disse à AFP Jean-Philippe Berger, astrônomo encarregado do processo.Em Cerro Paranal, que fica 2.635 metros acima do nível do mar em pleno Deserto de Atacama, estão quatro grandes telescópios ópticos de 30 metros de altura e com espelhos de 8 metros de diâmetro cada um, que formam o Very Large Telescope (VLT).
Os astrônomos conseguiram conectar os sinais recebidos por eles por meio de uma técnica conhecida como interferometria -- conjunto de processos de medição de comprimentos e de índices de refração, ou de análise de superfícies ópticas, baseado na interferência da luz -- combinando a luz emitidas pelos quatro para obter uma imagem de maior resolução.
Conjunto de telescópios no Observatório no Cerro Paranal, no Chile. (Foto: ESO)Conjunto de telescópios no Observatório no Cerro Paranal, no Chile. 
A partir de agora, os cientistas vão poder utilizar quando precisarem esta nova modalidade de observação, que, de uma forma virtual, permitirá contar com um espelho equivalente de 130 metros de diâmetro. Segundo Berger, o resultado final vai melhorar a resolução e a capacidade "zoom" dos aparelhos.
"Poderemos ver a superfície das estrelas, inclusive objetos que nunca haviam sido observados antes, como astros muito jovens ou algumas galáxias", explicou o astrônomo.
O Observatório de Paranal conta com duas redes de telescópios ópticos: os primeiros têm espelhos de 8 metros de diâmetro; e os segundos, menores, espelhos de 1,8 metro, já unidos mediante a interferometria em outubro de 2010.
A luz combinada proveniente destes sete instrumentos óticos forma o chamado VLT Interferômetro. Segundo Berger, é "muito difícil construir telescópios ópticos de tamanhos maiores" para conseguir visão melhor.
"Trabalhamos por isto durante muito tempo e estamos contentes de poder começar a fazer ciência" com ele, disse Berger.
O VLT do Observatório de Cerro Paranal, a 1.100 km de Santiago, perto da cidade chilena de Antofagasta, é considerado o instrumento óptico mais avançado do mundo.
O sistema é operado pelo Observatório Europeu Austral (com sigla em inglês ESO), uma organização criada em 1962 integrada por 11 países: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, Itália, Portugal, Suécia e Suíça.
A construção do Observatório de Cerro Paranal começou em 1991, depois de sete anos de trabalhos de prospecção. Cerca de 350.000 metros cúbicos de rocha e terra foram removidos do cume desse monte para criar uma plataforma de 20.000 metros quadrados, onde foram instalados os telescópios e o Laboratório de Interferometria.
Por suas boas condições geográficas e climáticas, o Chile abrigará também, a partir de 2018, o E-ELT (European Extremely Large Telescope), que contará com um espelho de 42 metros de diâmetro e que levará sete anos para ser construído. Seu custo é calculado em 1 bilhão de euros.

Fotos em 3D inéditas da Amazônia revelam detalhes físicos e químicos

A floresta amazônica tem outras tonalidades em fotos feitas por pesquisadores americanos. Em vez de um tapete verde, um caleidoscópio de cores em 3D surge a partir imagens produzidas por equipamentos de alta tecnologia do Instituto Carnegie para Ciência, ligado à Universidade Stanford, nos Estados Unidos. É um mapa completo da biodiversidade, que faz medições físicas e químicas da floresta, a partir de uma aeronave.
Imagens inéditas recebidas pelo G1 mostram dois mapas 3D da Amazônia no Peru. Eles foram feitos por um novo sistema da aeronave-observatório, a Carnegie 'Aérea' (CAO, na sigla em inglês), que é capaz de registrar aspectos invisíveis ao olho nu, como componentes químicos de diferentes espécies e o estoque de carbono da floresta.
Em uma delas, uma área preservada de mata aparece em vermelho, o que representa alta concentração de carbono, e os rios são mostrados em azul. Na outra, a cobertura florestal é exibida em diversas cores, que significam a presença de variadas espécies e uma grande diversidade.
Imagem inédita obtida pelo G1 mostra áreas de florestas protegidas no Peru; regiões em vermelho representam alta concentração de carbono (Foto: Greg Asner, Carnegie Airborne Observatory)Imagem inédita obtida pelo G1 mostra áreas de florestas protegidas no Peru; regiões em vermelho representam alta concentração de carbono.
 De acordo com Gregory Asner, diretor e cientista responsável pelo projeto, as imagens obtidas pelo CAO ajudaram os cientistas a entender melhor a biodiversidade da floresta amazônica.
“No Peru, nós descobrimos uma variação muito grande de biodiversidade e de estoques de carbono. (...) Isso significa que nós não podemos encarar o ‘tapete verde’ como uma coisa só. É um caleidoscópio de variação”, comenta.
Na Colômbia, o CAO ajudou a descobriu que variações na altitude, cobertura vegetal e regime hídrico têm um papel importante na diversidade de estoques de carbono na Amazônia.
Tecnologia
Denominado Atoms (sigla em inglês para Sistema Aéreo de Mapeamento Taxonômico), o novo sistema da aeronave foi lançado em junho de 2011 e une um poderoso laser a dois tipos de espectrômetros - aparelho que mede diferentes propriedades da luz. Um deles foi desenvolvido pela Nasa e é capaz de registrar 400 frequências, do ultravioleta até o infravermelho, com 60 mil medições por segundo.O resultado obtido é comparado com uma base de dados composta por propriedades químicas e de emissão de luz de cerca de cinco mil plantas - coletadas em um detalhado trabalho de campo, em que a equipe chegou a escalar árvores e até a usar arco-e-flecha. Já o laser atinge o solo e coleta informações como estrutura em 3D da floresta.
As imagens feitas com o Atoms fornecem ainda mais detalhes que os dois sistemas usados anteriormente, o CAO Alpha e o CAO Beta, e representam um avanço no mapeamento da biodiversidade.
O CAO, que também já registrou savanas africanas, ainda não fez imagens da porção brasileira da Amazônia, mas os cientistas esperam conseguir fundos para vir ao país em breve. O mapeamento costuma ser feito com apoio de governos locais e financiamentos de empresas.
Imagem inédita faz mostra detalhes químicos da cobertura vegetal da Amazônia peruana  (Foto: Greg Asner, Carnegie Airborne Observatory)Imagem inédita mostra detalhes químicos da cobertura vegetal da Amazônia peruana 
Aplicações
O mapeamento 3D da biodiversidade da Amazônia pode ajudar a medir a degradação da floresta, além do próprio desmatamento verificado com satélites.

“Nós desenvolvemos um método para usar a combinação de dados de satélite e de aeronaves para produzir mapas e monitoramentos muito detalhados da degradação florestal”, explica Asner.
Além disso, a tecnologia auxilia na criação de políticas adequadas de preservação da floresta em um cenário de mudanças climáticas, segundo Asner.
“Ele oferece uma nova forma de avaliar as florestas em termos de seus estoques de carbono, composição de espécies de árvores, habitat para animais outras espécies não vegetais. Como resultado, somos capazes de mapear, pela primeira vez, os impactos da mudança climática”.
Outra possível aplicação é a medição do estoque de carbono da floresta, que pode servir de base para o Programa de Redução das Emissões do Desmatamento e Degradação das Nações Unidas (REDD, na sigla em inglês), um mecanismo de compensação financeira para os países em desenvolvimento pela preservação de suas florestas.

Nível do mar subiu 12 milímetros em 8 anos


As geleiras e áreas cobertas por gelo na Terra perderam 536 bilhões de toneladas por ano entre 2003 e 2010, o que resultou na elevação de 12 milímetros no nível médio do mar nesse período, segundo aponta um estudo feito por cientistas da Universidade do Colorado, nos EUA, e publicado ontem na edição on-line da revista "Nature".
O volume derretido por ano equivale a aproximadamente o dobro da quantidade de água que existe no rio Amazonas e corresponde a cerca de 0,002% de toda a quantidade de gelo que se estima existir no mundo.
Editoria de arte/folhapress
O estudo é o primeiro a analisar com precisão o volume global de derretimento de todas as massas geladas do planeta com área coberta por gelo superior a 100 km², incluindo regiões fora da Antártida e da Groenlândia que, por conterem mais de 90% do gelo do mundo, sempre foram privilegiadas.
O novo levantamento inclui locais como topos de cordilheiras, onde constatou-se que o derretimento segue um ritmo menor que o esperado.
O estudo foi feito a partir da análise de dados das sondas gêmeas Grace, da Nasa, que desde 2002 fazem o mapeamento da massa e da gravidade terrestre.
"Esses novos resultados vão nos ajudar a responder questões importantes sobre a elevação do mar e como as regiões geladas estão respondendo ao aquecimento", disse o físico John Wahr, um dos líderes do estudo.
Para Paolo Alfredini, professor do departamento de engenharia hidráulica e ambiental da USP, a pesquisa traz dados concretos que são coerentes com o monitoramento do nível do mar feito em diversos pontos do Brasil.
Ele chama a atenção, no entanto, para o fato de que o estudo traz valores médios para todo o mundo, enquanto que algumas áreas são mais afetadas que outras pela elevação do mar. É o caso das áreas tropicais, como a costa brasileira.
"Nessas regiões, o aquecimento da água provoca sua dilatação, o que a faz ocupar um volume maior."
Segundo Alfredini, a extrapolação do resultado para um prazo de cem anos, considerando esses fatores, permite estimar que algumas áreas do país vão ter elevação de até um metro do nível do mar.
Isso significaria, numa praia com declive suave como a da cidade de Santos, um avanço do mar de até cem metros sobre a costa.
"As informações da pesquisa são preocupantes. O aquecimento não é uma questão folclórica e o Brasil está atrasado no despertar para as consequências desse processo, que pode afetar grandes áreas do país e do mundo."

Cientistas acham ancestral africano do crocodilo moderno


Os cientistas só acharam um fragmento do crânio. Mesmo assim, descobriram que um réptil recém-identificado era um "crocodilão"com até 10,5 metros de comprimento e uma formação parecida com um escudo na cabeça.
Só ela, aliás, devia ter em torno de 1,5 metro, estimam os pesquisadores.

Concepção artística do crocodilomorfo "Aegisuchus witmer", que viveu no norte da África
Concepção artística do crocodilomorfo "Aegisuchus witmer", que viveu no norte da África
O animal provavelmente viveu aproximadamente 95 milhões de anos atrás, durante o período Cretáceo.
Cicatrizes dos vasos sanguíneos no crânio fossilizado sugerem a presença de um grande escudo na testa desse crocodilo.
Não por acaso, o bicho está sendo chamado pelos cientistas de Shieldcroc (algo como "Crocoescudo"). O nome oficial é Aegisuchus witmer.
Descoberto em Marrocos, o fóssil é, segundo os autores do trabalho, publicado na "PLoS One", o mais antigo ancestral africano do crocodilo moderno.

Veja luzes da aurora boreal sobre a Terra em foto da ISS


Uma imagem capturada a partir de um vídeo produzido pela tripulação da ISS (Estação Espacial Internacional) registrou uma enorme área iluminada em verde que corresponde à Aurora Boreal, no hemisfério norte da Terra.
A Nasa (agência espacial americana) divulgou a foto nesta quarta-feira.
A região em close engloba os limites da Colúmbia Britânica (Canadá) e o Estado de Washington (EUA), perto da ilha canadense de Vancouver, e o sul de Alberta, na região de Calgary.
Tripulação da ISS gravou luzes da Aurora Boreal (em verde); a foto foi divulgada nesta quarta-feira pela Nasa
Tripulação da ISS gravou luzes da Aurora Boreal (em verde); a foto foi divulgada nesta quarta-feira pela Nasa

Cientistas estudam na Antártida impacto da atividade solar no clima


Cientistas da Austrália buscam na Antártida evidências de partículas de raios cósmicos provenientes de supernovas, que ficaram alojadas no gelo, para estudar seu impacto no clima da Terra durante o último milênio, informou a imprensa local nesta quinta-feira (9).
Os físicos Andrew Smith e Ulla Heikkila, da Organização Australiana de Tecnologia e Ciência Nuclear, viajaram até o continente para colher amostras de gelo e medir a presença de isótopos de berílio, partículas que se desprendem quando os raios cósmicos se chocam com o oxigênio ao entrar na atmosfera terrestre.
"Com as amostras de núcleos de gelo de berílio poderemos ter um indício real de como a atividade solar afetou o clima da Terra no último milênio", explicou Smith à emissora australiana "ABC".
Registros históricos
O Sol tem papel "protetor" contra os raios cósmicos graças à heliosfera, uma espécie de bolha criada pelos ventos solares para desviar os raios, destacou Smith.

Se a atividade solar é menor, a heliosfera fica debilitada e permite uma entrada maior de raios cósmicos na atmosfera terrestre, gerando mais isótopos de berílio que ficam depositados ao longo do tempo nas camadas de neve na Antártida.
Os pesquisadores esperam encontrar amostras milenares no leste do Polo Sul e pretendem submetê-las a testes especializados nos laboratórios. Smith e Ulla procuram obter a história do acúmulo de berílio na Terra para depois desvendar a história da atividade solar.
Os dois cientistas explicaram que as oscilações na quantidade de energia emitida pelo Sol tiveram um papel pouco significativo na mudança climática no último século, porém não descartam que durante períodos maiores de tempo tenham tido uma importância mais relevante.
"A relação histórica entre a atividade solar e a mudança climática da Terra" é um dos aspectos que o estudo poderá esclarecer.
Capa de gelo flutuante na região da Antártida, já com rachaduras. (Foto: Michael Van Woert / NOAA /  Divulgação)Capa de gelo flutuante na região da Antártida. Cientistas vão tentar encontrar registros de partículas de raios cósmicos para estudar o clima na Terra.

Novo estudo explica luzes de buraco negro no centro da Via Láctea


Uma pesquisa publicada pela revista “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society” traz uma explicação para um fenômeno que acontece no centro da Via Láctea.
Lá fica um buraco negro supermassivo chamado Sagitário A*. A região é estudada pelo Observatório Chandra de Raios X, da Nasa, e pelo Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês), que faz observações em infravermelho.
Buraco negro Sagitário A*, no centro da Via Láctea (Foto: NASA/CXC/MIT/F. Baganoff, R. Shcherbakov et al. )
Buraco negro Sagitário A*, no centro da Via Láctea
Há anos, os cientistas percebem a liberação de luzes em raios X a partir do buraco negro, mas nunca souberam explicar por que isso acontece.O novo estudo sugere que, em volta de Sagitário A*, existe uma nuvem com trilhões de asteróides e cometas que se desprenderam de suas estrelas mães. Quando um desses corpos celestes passa perto – cerca de 150 milhões de quilômetros, mesma distância entre a Terra e o Sol – desse buraco negro, é quebrado em pequenos pedaços.
Os fragmentos seriam então vaporizados pelo atrito ao passar pela camada de gás quente. Nesse processo, segundo a teoria, são liberadas as luzes que os cientistas observavam havia anos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Telescópio chileno detecta detalhes de berçário estelar em infravermelho

Na comparação, a foto acima foi feita a partir de radiação infravermelha; abaixo, uma imagem obtida com luz visível. (Foto: ESO)
Na comparação, a foto acima foi feita a partir de
radiação infravermelha; abaixo, uma imagem
obtida com luz visível. (Foto: ESO)
A imagem mais detalhada já obtida da Nebulosa de Carina, um berçário estelar a 7,5 mil anos-luz da Terra, foi divulgada nesta quarta-feira (8) por astrônomos que utilizaram instrumentos do Observatório Europeu do Sul (ESO).
Formada por poeira brilhante e gás, essa estrutura é o lar de Eta Carinae, uma estrela que já foi a segunda mais brilhante do céu terrestre, por volta de 1840.
A nebulosa oculta detalhes de seu interior por conta da concentração de poeira no local, que bloqueia todo o espectro de luz visível das regiões que ficam atrás das nuvens de material particulado.
Esse obstáculo foi vencido com o uso do Telescópio Muito Grande (VLT), um dos principais da organização de pesquisa astronômica, localizado no Chile. O instrumento consegue detectar a radiação infravermelha que rompe a barreira de poeira e consegue chegar até nós.
A imagem abaixo é o resultado da união de centenas de fotografias justapostas, feitas com os dados colhidos pelo VLT durante o estudo da equipe do observatório da Universidade de Munique, coordenada pelo pesquisador Thomas Preibisch.
Na parte inferior esquerda da imagem, a estrela Eta Carinae, que já foi uma das mais brilhantes do céu noturno terrestre. (Foto: T. Preibisch / ESO)
Na parte inferior esquerda da imagem da Nebulosa de Carina surge a estrela Eta Carinae, que já foi uma das mais brilhantes do céu noturno terrestre há mais de 170 anos. (Foto: T. Preibisch / ESO)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Abc da astronomia - Big Bang


GPS europeu terá super foguete para levar quatro satélites


Satélite da categoria Capacidade Operacional Plena, a próxima família do Galileo a ser lançada


Satélites e foguete
A ESA (agência espacial europeia) assinou o contrato para a construção de mais oito satélites Galileo, cuja constelação criará a versão europeia do GPS norte-americano.
Para adiantar a instalação do GPS europeu, a ESA também firmou um acordo para modificar o foguete Ariane 5, para que ele possa transportar até quatro satélites de uma só vez.
O contrato para a construção e teste dos satélites Galileo foi entregue a um consórcio liderado pela OHB System AG, em Bremen, na Alemanha, que tem como parceira a Surrey Satellite Technology Ltd (SSTL), em Guilford, Reino Unido.
A OHB é responsável pela plataforma dos satélites e pela integração, enquanto a SSTL constrói o equipamento de navegação.
Em Janeiro de 2010, este mesmo consórcio já tinha conseguido o contrato para a construção dos 14 satélites anteriores.
Super foguete
A ESA também assinou dois contratos com a Astrium, em França, para a modificação do Ariane 5 modelo ES, criando numa variante mais potente, de forma que o foguete seja capaz de lançar até quatro satélites Galileo de uma só vez, em uma órbita considerada média.
O Ariane 5 ES está sendo usado atualmente no lançamento do Veículo de Transferência Automatizado para a Estação Espacial Internacional, a cerca de 380 km de altitude, mas exige mudanças e requalificações para colocar satélites a uma altitude de mais de 23.000 km, como é o caso do Galileo.
Será necessário também desenvolver um equipamento para transportar e liberar o conjunto de quatro satélites nas suas órbitas.
O lançador requalificado, chamado de Ariane 5 ES Galileo, deverá estar disponível na segunda metade de 2014, ao lado do atual Soyuz, na Guiana Francesa.
Relógios atômicos
Os satélites do sistema europeu Galileo combinam os melhores relógios atômicos já lançados ao espaço - o erro é de apenas um segundo em três milhões de anos - com um potente transmissor capaz de transmitir sinais de navegação muito precisos.
A constelação Galileo começou a tomar forma em 21 de Outubro de 2011, quando os primeiros dois dos quatro satélites de Validação em órbita (IOV) foram lançados. Os dois estão funcionando de acordo com o esperado. Os dois que faltam serão lançados até Março. Seguir-se-á o lançamento dos satélites de Capacidade Operacional Plena (FOC), que já estão sendo construídos pela OHB e pela SSTL.

Marte teve oceano no hemisfério norte, anuncia agência espacial


A ESA (Agência Espacial Europeia) informou na segunda-feira que sua missão Mars Express apresentou evidências de que um oceano cobriu parte da superfície de Marte, algo que já se suspeitava, mas que ainda continua sendo objeto de controvérsia.
O estudo partiu de dados gerados durante mais de dois anos pelo radar Marsis, que chegou à órbita do planeta vermelho em 2005.
As informações recolhidas permitiram que os especialistas descobrissem que as planícies do hemisfério norte estão cobertas por um material de baixa densidade.
Jéremie Mouginot, do IPAG (Instituto de Astronomia Planetária e Astrofísica de Grenoble), diz que esses compostos parecem ser depósitos sedimentares, o que supõe "uma nova e sólida prova de que, em outros tempos, houve um oceano nessa área".
O fato de que Marte já foi parcialmente coberto por um oceano era uma hipótese já trabalhada pela comunidade científica, mas essa descoberta apresenta melhores indícios para confirmá-la.
Ainda não há certeza aboluta sobre a formação da água, mas acredita-se que pôde ter sido originada há 4 bilhões de anos, quando esse planeta apresentava condições meteorológicas mais amenas, ou há 3 bilhões, quando a camada de gelo da superfície se fundiu após um grande impacto.
O chefe da equipe da IPAG, Wlodek Kofman, explica que o radar Marsis consegue, mesmo em órbita, investigar informações sobre o que está embaixo do solo marciano. O instrumento averigou o terreno entre 60 e 80 metros sob a superfície, onde achou indício de material sedimentar e de gelo.
Por enquanto, os cientistas descartam que esse provável oceano tenha tido tempo suficiente para permitir o desenvolvimento de vida. Segundo os pesquisadores, para encontrar provas de o planeta já possa ter tido vida, é preciso buscar em épocas anteriores.
Esse novo estudo, no entanto, marca um ponto de inflexão. Até então, os dados anteriores da missão Mars Express sobre a existência de água em Marte procediam do estudo de imagens ou de informação mineralógica e atmosférica, e não do subsolo, como as referências obtidas pelo radar.
Para tentar acabar com essas e outras dúvidas, bem como conhecer o paradeiro de toda essa água, o satélite continuará em operação.

Nasa quer desenvolver 'táxis' para visitas à Estação Espacial


A Nasa espera que pelo menos duas empresas norte-americanas projetem e fabriquem táxis espaciais para levar e trazer astronautas no trajeto entre a Terra e a Estação Espacial Internacional, disseram gerentes do programa na terça-feira (7).
A Nasa planeja investir US$ 300 a 500 milhões em cada uma das firmas selecionadas sob uma parceria prevista para durar 21 meses, disse Ed Mango, gerente do programa de Tripulação Comercial da Nasa, em um evento no Centro Espacial Kennedy, no mesmo dia da oficialização da iniciativa.
O novo programa incrementa investimentos anteriores da agência espacial norte-americana em firmas voltadas para a construção de naves. Com a aposentadoria da frota de ônibus espaciais dos EUA, no ano passado, a Rússia passou a ter o monopólio no transporte de tripulantes da Estação. A China, único outro país a manter voos espaciais tripulados, não participa do projeto do laboratório orbital.
Cartaz mostra empresas que participam do Programa de Tripulação Comercial da Nasa. (Foto: Nasa)
Cartaz mostra empresas que participam do Programa de Tripulação Comercial da Nasa.

A Rússia cobra da Nasa cerca de 60 milhões de dólares por tripulante transportado até a estação, que orbita a Terra a cerca de 385 quilômetros da altura, e recebe seis tripulantes por vez - dos EUA, Rússia, Europa, Japão e Canadá.
As firmas que ganharem a concorrência terão até maio de 2014 para concluir os projetos, e se as verbas permitirem a intenção é testar as naves até meados da década, segundo Mango.
No voo de demonstração, a nave, com capacidade para pelo menos quatro astronautas, deve ser capaz de alcançar uma altitude de pelo menos 370 quilômetros, manobrando no espaço e permanecendo em órbita por pelo menos três dias, segundo o executivo.Desde 2010, a Nasa já investiu US$ 365,5 milhões em empresas privadas, sendo US$ 130,9 milhões na Boeing, US$ 125,6 milhões na Sierra Nevada Corp. e US$ 75 milhões na SpaceX.
A Boeing está desenvolvendo uma cápsula chamada CST-100, que voaria a bordo do foguete Atlas 5. A SpaceX, já escolhida pela Nasa para levar cargas à Estação Espacial, pretende modernizar sua nave cargueira Dragon e o foguete Falcon 9, para que também possam voar com tripulantes.
A Sierra Nevada está desenvolvendo um veículo alado chamado Dream Chaser, que parece um ônibus espacial em miniatura. Assim como a nave da Boeing, essa também seria lançada com o Atlas 5, que é fabricado e vendido pela United Launch Alliance, joint-venture da Boeing e Lockheed Martin.
A Nasa tem US$ 406 milhões de dólares para gastar em novos programas para voos comerciais tripulados no ano fiscal que começa em 1O de outubro. Mango disse que cerca de três quartos da verba estão disponíveis para a próxima fase do programa, e que os escolhidos devem ser anunciados em julho ou agosto.
A agência espacial dos EUA espera que seus astronautas possam usar os voos comerciais a partir de 2017, aproximadamente.

Sistema em 3D busca dar autonomia médica a astronautas no espaço

Testes na Bélgica mostraram como o astronauta pode ser guiado durante o procedimento médico pelo dispositivo. (Foto: ESA)
Testes na Bélgica mostraram como um astronauta
poderia ser guiado durante procedimentos médicos
pelo dispositivo


Um sistema baseado na realidade aumentada, divulgado nesta terça-feira (7) pela Agência Espacial Europeia (ESA), deverá ajudar os astronautas a cuidar de sua saúde no espaço e permitir realizar intervenções cirúrgicas feitas pelos próprios tripulantes de missões espaciais.
O projeto, que está em fase de testes e foi impulsionado por dois centros de pesquisa alemães e um consórcio com sede na Bélgica, leva o nome de Sistema de Diagnósticos Médicos e Cirurgia Assistida por Computador (CAMDASS, na sigla em inglês).
O dispositivo requer primeiro o registro do corpo do paciente com uma câmera após ter recebido marcas de referência. Depois gráficos em três dimensões gerados por computador proporcionam informação em tempo real sobre como atuar.
Esta técnica de visualização começou a ser usada durante exames de ultrassom, já que a ESA dispõe dos equipamentos necessários para realizá-los, mas é uma tecnologia que, segundo a agência, poderia ser aplicado a qualquer procedimento médico.
Os testes realizados em um hospital em Bruxelas demonstraram que usuários sem experiência conseguiram realizar procedimentos relativamente difíceis graças às explicações do CAMDASS.O dispositivo mostra aos usuários como colocar e movimentar de forma adequada o transdutor de ultrassom para examinar a área de interesse, e apresenta uma série de imagens com indicações sobre o que podem encontrar.
A ideia da ESA é de treinar os astronautas para que eles possam solucionar os problemas médicos por conta própria. Conforme uma tripulação se afaste da Terra em futuras missões do Sistema Solar, aumenta a possibilidade de interferências nas comunicações com a base.
Porém, o CAMDASS, acrescentou a ESA, também poderia ser usado como um sistema de "medicina via satélite", para "prestar primeiros socorros em países em vias de desenvolvimento ou na Antártida".

Cientistas recrutam voluntários para simulação de ida a Marte no Havaí


Cientistas responsáveis por simular uma missão até Marte recrutam quatro voluntários para passar quatro meses no Havaí, na costa oeste dos Estados Unidos. A ideia da experiência é investigar como a vida enclausurada de astronautas pode afetar o olfato dos tripulantes e a apreciação da comida espacial.Conduzida pelas universidades Cornell e do Havaí, a simulação está prevista para começar nos primeiros meses de 2013.  A inscrição para participar do projeto vai até o dia 29 de fevereiro de 2012. Cada integrante vai receber US$ 5 mil pela participação. Serão aceitas pessoas entre 21 e 65 anos, que não fumem e possam se comunicar em inglês. Parte da experiência já começou, com um grupo de cientistas sendo mantidos em um espaço que imita a microgravidade dentro de uma nave. Os novos integrantes irão participar da segunda parte da missão, que simula as condições do próprio planeta, fora da proteção de um veículo de transporte espacial.A simulação do "habitat" marciano vai contar com oito pessoas ao todo, que poderão utilizar roupas de astronauta sempre que necessário. Elas irão avaliar o que comem todos os dias, oferecendo informações sobre quais comidas gostaram mais, além de dados de saúde como índice de massa corporal e condições de humor. Astronautas russos e norte-americanos já reclamaram em diversas ocasiões sobre como a comida no espaço se torna insossa e a sensibilidade para gostos diminui durante as missões. Segundo os coordenadores do estudo, com o tempo os tripulantes podem passar a comer menos e, como consequência, deixar de ingerir as quantidades vitais de nutrientes diários.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cientistas russos alcançam lago subglacial na Antártida, diz agência


Uma equipe de pesquisadores da Rússia conseguiu alcançar neste domingo (5) o Lago Vostok, localizado abaixo de uma camada de gelo de 4 km na Antártida, anunciou nesta segunda-feira (6) a agência de notícias Ria Novosti.
A tarefa demorou cerca de duas décadas para ser alcançada. Segundo uma fonte científica, “os pesquisadores concluíram a perfuração e atingiram a superfície do lago encontrado a 3.768 metros de profundidade, sob a calota de gelo do Polo Sul".
O trabalho vai permitir um estudo científico fundamental sobre a mudança climática, afirma Sergei Lesenkov, porta-voz do Instituto de Pesquisa Científica para o Ártico e Antártida.
Imagem de janeiro de 2009 mostra equipe de cientistas russos na estação Vostok, no interior do Polo Sul, juntamente como o príncipe Albert II de Mônaco. Nesta segunda-feira, pesquisadores disseram ter alcançado a superfície do Lago Vostok. (Foto: Palais Princier/AFP)Imagem de janeiro de 2009 mostra equipe de cientistas russos na estação Vostok, no interior do Polo Sul, juntamente como o príncipe Albert II de Mônaco (terceiro da esquerda para a direita). Nesta segunda-feira, pesquisadores disseram ter alcançado a superfície do Lago Vostok. 
Isolada da superfície a milhares de anos, a água -- classificada como pura -- está no lago com 250 km de comprimento e 50 km de largura, que pode abrigar espécies desconhecidas.
“A perfuração começou em 1989, com o objetivo de pesquisa sobre paleoclimatologia (estudo das variações climáticas ao longo da história da Terra). Mas as obras foram suspensas por falta de financiamento no início da década de 1990, devido à complicação da situação econômica e à queda da União Soviética”, disse Lesenkov.
Em 2006 a pesquisa foi retomada. O estudo do gelo e da água no lago permitirá que especialistas estabeleçam um cenário de mudança natural do clima para os próximos milênios.

Agência espacial europeia revela novas provas sobre oceano em Marte


A Agência Europeia do Espaço (ESA) informou nesta segunda-feira (6) que seu satélite Mars Express apresentou provas que um oceano cobriu parte da superfície de Marte, algo que já se suspeitava, mas que ainda continua sendo objeto de controvérsia.
O estudo partiu de dados gerados durante mais de dois anos pelo radar Marsis, que alcançou o planeta vermelho em 2005. As informações recolhidas permitiram que os especialistas descobrissem que as planícies do hemisfério norte estão cobertas por um material de baixa densidade.
Jéremie Mouginot, do Instituto de Astronomia Planetária e Astrofísica de Grenoble (IPAG), assegura que esses compostos parecem ser depósitos sedimentários, o que supõe "uma nova e sólida prova de que em outros tempos houve um oceano nessa área".
Ilustração mostra como seria o hemisfério norte de Marte, ocupado por oceanos no passado. (Foto: C. Carreau / ESA)
Ilustração mostra o hemisfério norte de Marte, ocupado por oceano no passado.

O fato de que Marte já foi parcialmente coberto por um oceano era uma hipótese já trabalhada pela comunidade científica, mas essa descoberta apresenta melhores indícios para confirmá-la.
A certeza sobre a formação dessa massa de água continua sendo vaga. Acredita-se que pode ter sido originada há 4 bilhões de anos, quando o planeta vermelho apresentava condições meteorológicas mais amenas, ou há 3 bilhões, quando a camada de gelo da superfície se fundiu após um grande impacto.O chefe da equipe da IPAG, Wlodek Kofman, explica que a Marsis penetrou o subsolo marciano, chegando a 80 metros de profundidade, onde recolheu provas de sedimentos e de gelo.
Por enquanto, os cientistas descartam que esse provável oceano tenha tido tempo suficiente para permitir o desenvolvimento de vida e asseguram que provas da mesma terão que surgir em pesquisas sobre épocas anteriores da história desse planeta.
Os dados anteriores do Mars Express sobre a existência de água em Marte vinham da análise de imagens ou de informações mineralógica e atmosférica, mas não de uma visão tão próxima com as referências obtidas pelo radar.
O satélite vai seguir em atividade para investigar o possível paradeiro desse grande volume de água..

Vida animal na Terra teria surgido há 760 milhões de anos, diz estudo


Uma equipe de pesquisadores descobriu na Namíbia fósseis de esponja considerados a primeira prova da vida animal na Terra, que faz remontar em várias dezenas de milhões de anos a data estimada da aparição desta forma de vida.
Os fósseis foram encontrados em sua maioria no Parque Nacional de Etosha (norte), e também em outros pontos deste país africano, em rochas de até 760 milhões de anos, segundo uma equipe internacional de dez pesquisadores que publicaram seus resultados no "South African Journal of Science".
Até agora, a comunidade científica considerava que a vida animal apareceu na Terra entre 600 e 650 milhões de anos. Com esta descoberta, essa origem remontaria entre 100 e 150 milhões de anos a mais.
Ancestrais dos humanos
Segundo o estudo, estas minúsculas esponjas esféricas, do tamanho de um grão de pó e cheias de buracos que permitem a passagem da água, são nossos ancestrais mais distantes, assegura Tony Prave, um dos coautores do estudo, da Universidade de St Andrew (Escócia).

"Se pegarmos a árvore genealógica e remontarmos até o que se chama grupo mãe, o ancestral de todos os animais, então, sim, esta seria nossa mãe comum", afirmou.
Segundo o professor Prave, a descoberta de fósseis de 760 milhões de anos é coerente com a hipótese dos especialistas da genética, que trabalham no "relógio molecular". Trata-se de um método que permite determinar a idade de uma espécie comparando as variações de seu DNA com as de outras espécies vizinhas.

Carbono mais 'caro' pode salvar espécies


 Quanto maior o valor de mercado da tonelada de carbono não emitido na atmosfera, mais espécies de plantas e de animais que vivem nas florestas são preservadas.
É o que indica um estudo de pesquisadores europeus coordenados por um economista brasileiro.
O grupo parte do princípio que as políticas de crédito de carbono ajudam a manter as florestas em pé.
Isso porque o sistema permite que quem tenha preservado suas florestas venda créditos a quem tenha poluído além do que determinam as convenções internacionais.
A política começou a ser discutida na primeira reunião do painel do clima da ONU, em 1988.
A ideia é que esse tipo de negociação aconteça principalmente entre países ricos (que poluem muito) e os mais pobres (que emitem menos carbono e venderiam seus créditos).
A conclusão dos pesquisadores é que quanto mais alto o valor do crédito de carbono no mercado, mais sobrevida ganham as florestas e os animais que vivem nela.
Sem as políticas de crédito de carbono, calculam os cientistas, 36 mil espécies de animais e de plantas florestais seriam extintas até 2100.
Com a tonelada de carbono a US$ 7, valor perto do que é negociado hoje, cerca de 50% dessas espécies seriam preservadas até 2100.
Se o preço subisse para US$ 25 a tonelada, a preservação aumentaria para 94% das espécies florestais.
Para o economista Bernardo Strassburg, do ISS (Instituto Internacional para Sustentabilidade), que coordenou o trabalho, negociar a tonelada do carbono a US$ 25 é bastante factível. "Em 2007, quando o mercado de crédito de carbono estava aquecido, chegamos a negociar a tonelada a US$ 34."
De acordo com Strassburg, o IPCC (painel do clima da ONU) considera que até US$ 100 por tonelada são aceitáveis.
Hoje, o mercado de crédito de carbono está desaquecido por falta de acordo nas convenções internacionais de clima.
Além disso, algumas correntes defendem que os créditos favorecem mais o mercado do que o ambiente.
DEPENDE DA FLORESTA
Os impactos dos créditos de carbono na preservação das espécies, de acordo com a pesquisa, dependem da biodiversidade da floresta e variam em cada região.
"Na Mata Atlântica, por exemplo, a manutenção da floresta reduziria significativamente a perda de biodiversidade do Brasil", disse o coordenador do trabalho.
Para o economista, é importante saber quais áreas valem mais a pena serem preservadas para direcionar políticas. Ele lembra que manter as florestas não significa ter menos áreas agrícolas.
"Podemos expandir a produção agrícola por meio de novas tecnologias, sem mexer nas florestas."
O estudo foi publicado no domingo na revista "Nature Climate Change". Agora, os cientistas planejam ampliar a análise do impacto das políticas de carbono na preservação em áreas não florestais, como as savanas. 

Agências brasileiras já oferecem pacotes de turismo espacial

                                   Virgin Galactic começa a decolar voos turísticos em
                                                                2012 ou 2013


  Você já viajou o mundo todo, conhece os quatro cantos do planeta e está sem ideias para o passeio das próximas férias? Não tem problema: procure seu agente de turismo e ele te apontará o novo destino disponível. Quer uma dica? Basta olhar para cima.
Em breve, as viagens espaciais estarão bem mais acessíveis para os turistas. A Virgin Galactic, uma empresa particular, pretende começar a lançar suas naves ainda em 2012. Inicialmente, eles saem de uma base mais humilde nos Estados Unidos; depois, passam para um espaçoporto que está sendo construído no estado do Novo México.
O preço da viagem está em US$ 200 mil – cerca de R$ 340 mil. Pode parecer caro, mas é apenas um centésimo do que o primeiro turista espacial desembolsou há pouco mais de dez anos. Em 2001, o milionário americano Dennis Tito pagou US$ 20 milhões à Rússia para passar uma semana no espaço – com direito a visita à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
O voo oferecido pela Virgin é bem mais curto, dura cerca de três horas e meia, mas também atrai os aficionados pelo espaço. A lista de espera já tem mais de 430 nomes – e inclui brasileiros. Inicialmente, os voos serão semanais, mas a tendência é que eles sejam cada vez mais frequentes.
 Cientistas,sonhadores e estudiosos
Há no País duas agências parceiras da Virgin Galactic que oferecem o roteiro, ambas na cidade de São Paulo. A GSP Travel confirma que já vendeu um pacote, enquanto a Teresa Perez não passa essa informação por política da empresa.
Para Ilan Wallaph, diretor-sócio da GSP, o brasileiro é um cliente “muito desconfiado”, mas o filão vai crescer assim que as viagens se tornarem rotineiras.
“Eu acredito que, a partir do primeiro voo, o Brasil vai se tornar o mercado número um, mas antes disso as pessoas ficam receosas”, afirmou.
                          Turistas espaciais verão a Terra desta altitude

  Tomas Perez, presidente e cofundador da Teresa Perez, concorda com esse ponto de vista.
“Os brasileiros têm um perfil mais conservador do que os norte-americanos. A viagem especial pode ser um produto consolidado para o turismo brasileiro, sim. No entanto, é preciso amadurecer a ideia de visitar o espaço”, disse o empresário.
Segundo ele, o público-alvo desse filão são “pessoas ligadas ao ramo de aviação, que viram o homem pisar na lua pela TV em 1969, cientistas, sonhadores e estudiosos”.
                  SpaceShipTwo, nave da Virgin Galactic que levará turistas ao espaço

O voo
Os turistas viajaram a bordo da SpaceShipTwo, um planador semelhante aos ônibus espaciais que a Nasa aposentou em 2011. A nave tem capacidade para dois pilotos e seis passageiros.

Quando for lançada, a nave atingirá uma velocidade supersônica, e os passageiros sentirão forças até quatro vezes maiores do que a gravidade. Em seguida, virá o momento mais aguardado: a gravidade "zero".
Na verdade, a gravidade não chega a zero, porque a nave ainda fica presa à Terra – é o chamado voo suborbital. Porém, para quem está a bordo, a sensação é uma ilusão de que não há gravidade. Por todas essas variações, o cliente deve passar por exames médicos antes do voo.
Essa permanência no espaço dura apenas quatro minutos – a viagem, desde a decolagem até o pouso, leva três horas e meia. O programa completo tem a duração de três dias.
“Você vê o planeta azul com o Universo preto ao fundo, mas vê só uma parte do planeta”, disse Wallaph. “Você passa quatro minutos vendo a Terra, mas o voo é eterno”, brincou.
“O valor da viagem vai além das três horas e meia no espaço. O valor está na experiência de vida, na rotina de preparação até que a viagem realmente se conclua, na experiência de ser uma das primeiras pessoas a viajar para o espaço e de poder contar história para seus familiares e amigos por toda a sua vida. Uma viagem como essa é um marco, é inesquecível por gerações”, completou Perez.