sábado, 21 de janeiro de 2012

Vídeo mostra tempestade sobre a África e a Via Láctea

Os astronautas da expedição de número 30 que se encontram a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional) são os autores do vídeo divulgado pela Nasa na terça-feira (17). 
A câmera registrou tempestades sobre regiões sobre a parte central da África, o sudeste do Níger, o oceano Índico e a ilha de Madagascar.
Conforme o filme avança, surgem luzes formadas durante tempestade sobre a Terra.
A faixa branca e brilhante que aparece bem no fim da gravação, datada de 29 de dezembro de 2011, é da Via Láctea. 
veja: http://youtu.be/1nTeYc6zvJM

Brasileiras estudam produção de biodiesel com cianobactérias

A Escola de Engenharia de Lorena e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), ligados à Universidade de São Paulo, conduzem pesquisas sobre a geração de biocombustível a partir de cianobactérias, um microorganismo que realiza fotossíntese, e que poderia substituir o uso de alimentos como milho e cana-de-açúcar.
Chamado de cianodiesel, desde 2010 esta tecnologia é pesquisada pelas professoras Marli de Fátima Fiore e Heizir Ferreira de Castro. O principal resultado, até agora, foi a produção de diesel em pequena escala, possível através da transformação dos lipídios presentes nas cianobactérias, acumulados por meio da fotossíntese.
A produção comercial do cianodiesel poderia ser mais vantajosa e mais sustentável que a de biodiesel produzido a partir de plantas, como cana-de-açúcar, milho e palma, defende Caroline Pamplona, pós-doutoranda da USP que participa da pesquisa.
Primeiro, porque o período de produção de biomassa das cianobactérias é muito curto, podendo chegar a apenas dez dias. A colheita do milho, por exemplo, só ocorre depois de mais de cem dias do plantio. Além disso, a capacidade de armazenamento de lipídios é muito alta e pode chegar a metade da biomassa do microorganismo.
Outra possível vantagem, segundo a pesquisadora, é que não é preciso terra para cultivar cianobactérias. Assim, não haveria interferência na geração de alimentos - uma crítica existente à geração de biocombustíveis com plantas.
Detalhe de uma cultura de cianobactérias. Elas armazenam lipídios, que são posteriormente convertidos em biodiesel. (Foto: Divulgação)Detalhe de uma cultura de cianobactérias. Elas armazenam lipídios, que são posteriormente convertidos em biodiesel.
Perspectiva comercial
Mas ainda não existem respostas científicas sobre como seria a produção comercial do cianodiesel. Entre as opções estariam bioreatores fechados e tanques abertos. Também não existem estimativas sobre a produtividade deste tipo de biocombustível, ou seja, quanto de óleo seria obtido a partir de uma área “cultivada” com cianobactérias.
Uma das primeiras etapas do trabalho das pesquisadoras da USP foi selecionar linhagens adequadas para a produção de biodiesel. Só no Cena, existe um banco de cultura com mais de 500 tipos de cianobactérias, isoladas de diversos ecossistemas, como manguezais, caatinga e Mata Atlântica. Dessas, apenas duas não tóxicas foram selecionadas para experimentos de produção de biodiesel.
Agora, o próximo passo da pesquisa é buscar obter viabilidade comercial para a produção de cianodiesel, explica Caroline. Uma estratégia é aumentar a quantidade de lipídios produzidos pelos microorganismos, inclusive via engenharia genética.
A pesquisadora Caroline Pamplona mostra uma cultura de cianobactérias, usadas para produção do cianodiesel. (Foto: Divulgação)A pesquisadora Caroline Pamplona mostra uma cultura de cianobactérias, usadas para produção do cianodiesel.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Kodak registrou chegada do homem na Lua; veja história

George Eastman, que deixou a escola em Nova York, fundou a Kodak em 1880 e começou a fazer chapas fotográficas. Para levar o negócio adiante, comprou um equipamento de segunda mão por US$ 125.
Oito anos depois, a companhia registrou a marca Kodak e lançou a câmera de mão e os filmes de rolo, tornando-se a maior fabricante desses produtos, com o slogan "você aperta o botão, nós fazemos o resto".
Eastman também lançou o pagamento de bônus aos empregados com base nos resultados.
Quase um século após a fundação, o astronauta Neil Armstrong usou uma câmera Kodak do tamanho de uma caixa de sapato quando se tornou o primeiro homem a pisar na Lua, em 1969.
Seis anos depois da viagem de Armstrong, a Kodak inventou a câmera digital. Do tamanho de uma torradeira, a máquina era muito grande para fotógrafos amadores, cujos bolsos agora levam aparelhos de concorrentes como Canon, Casio e Nikon.
Mas, em vez de desenvolver a câmera digital, a Kodak a deixou de lado e passou anos vendo as rivais conquistando o mercado que nunca mais passaria a ter de volta. A empresa chegou a a ter cerca de 145 mil funcionários no pico de suas atividades.
Em 1994, a Kodak separou a divisão de produtos químicos, a Eastman Chemical, que se mostrou mais bem-sucedida.
A queda final da Kodak diante dos olhos dos investidores começou em setembro, quando a empresa sacou de maneira inesperada US$ 160 milhões de uma linha de crédito, levantando preocupações sobre falta de dinheiro.

Genes são responsáveis por 40% da inteligência ao longo da vida

Os genes são responsáveis por 40% da inteligência ao longo da vida do ser humano, enquanto os outros 60% são determinados pelo contexto, indica um estudo genético publicado nesta quinta-feira na edição digital da revista científica "Nature".
Peter Visscher, especialista em genética da Universidade de Queensland, considerou que a inteligência incide nas chances de sobrevivência, em declarações à emissora australiana ABC.
Com o objetivo de saber por que algumas pessoas envelhecem mais inteligentes, o cientista australiano e pesquisadores britânicos examinaram testes de inteligência de mais de duas mil pessoas, que o fizeram aos 11 anos de idade e depois aos 65.
A maioria das pessoas que tinham uma inteligência média quando crianças a aumentou durante a etapa adulta, e as que tinham uma inteligência abaixo da média no início de sua vida mantiveram esta média na velhice.
O contexto no qual a vida se desenvolve, considerando-se fatores como nutrição, educação dos pais e escolaridade, contribui para o desenvolvimento da inteligência, comprovaram os pesquisadores.
Durante o estudo, os especialistas também analisaram amostras genéticas e quantificaram o papel dos genes nas mudanças da inteligência à medida que o ser humano envelhece.
"Calculamos que entre um quarto e um terço destas mudanças são genéticas", indicou Visscher.

Nova tecnologia consegue gerar biocombustível com algas, diz estudo

Cientistas do Bio Architecture Lab (BAL), laboratório especializado em pesquisas com biocombustíveis nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova tecnologia que consegue aplicar algas marinhas na criação de combustíveis renováveis e produtos químicos.
Segundo o estudo, publicado nesta quinta-feira (19) na revista “Science”, a equipe de engenharia conseguiu desenvolver enzimas capazes de extrair açúcares encontrados nas algas e convertê-los em uma fonte rentável de energia e de biomassa.
“Cerca de 60% da biomassa seca das algas são carboidratos fermentáveis e em aproximadamente metade delas é possível encontrar um único carboidrato: o alginato. Nossos cientistas desenvolveram uma enzima para degradá-lo e uma alternativa para metabolizar o alginato, o que nos permite usar todos os principais açúcares das algas", disse Daniel Trunfio, presidente da Bio Lab Architecture, em material de divulgação.
"Isto faz da alga uma matéria-prima econômica para a produção de combustível renovável, além de produtos químicos”, complementa o CEO da empresa.
A imagem mostra exemplar de macroalga, utilizada por pesquisadores para a retirada de açúcares, que podem ser transformados em combustíveis renováveis e produtos químicos. (Foto: Divulgação/Bio Architecture Lab. Inc/Science)A imagem mostra exemplar de macroalga, utilizada por pesquisadores para a retirada de açúcares. Enzimas transformariam açúcares em combustíveis renováveis e produtos químicos. (Foto: Divulgação/Bio Architecture Lab. Inc/Science)
As algas marinhas podem ser usadas na produção global de itens renováveis devido ao seu elevado teor de açúcar e a ausência de lignina, fatores que não exigem plantações em terras aráveis ou água doce para o seu desenvolvimento. Além disso, segundo a publicação, elas não têm impacto ambiental.
Segundo o estudo, ao menos 3% das águas costeiras podem produzir algas capazes de substituir 60 bilhões de galões de combustíveis fósseis. Já existem casos no mundo de produção comercial destas algas, como em quatro fazendas de algas no Chile, com alta taxa de produção economicamente viável, segundo a BAL.

Brasil tem até junho para cumprir acordo com observatório no Chile

A participação brasileira como país-membro do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), grupo europeu de pesquisas astronômicas, pode estar ameaçada caso o país não cumpra o acordo estabelecido em dezembro de 2010, que prevê um investimento de 250 milhões de euros para a aceitação no consórcio, segundo o diretor-geral do ESO, o astrônomo holandês Tim de Zeeuw. Se o Brasil não entregar sua parte, a construção de um telescópio gigante já atrasada pode não acontecer.
Segundo Zeeuw, o prazo final para uma resposta financeira do Brasil precisa ocorrer até junho, seis meses depois do previsto no compromisso inicial firmado no final do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do então ministro de Ciência, Tecnologia Sérgio Rezende.
“Se existe um prazo final? Acho que podemos dizer que sim, afinal o compromisso inicial era em dezembro de 2011. Se a situação não se resolver até junho, teremos problemas”, alerta o chefe do ESO.
Tim de Zeeuw cita que essa demora não é compreendida pelos outros países-membros do ESO. "Algumas nações que participam do grupo estão surpresas. E também não tem sido fácil entrar em contato com o governo brasileiro", diz. 
O ministério afirmou em nota que o projeto no valor de 250 milhões de euros foi reavaliado por conta de ajustes orçamentários feitos pelo governo brasileiro em 2011 e pela atual conjuntura econômica internacional.
Ilustração mostra como será o Telescópio Europeu Extremamente Grande. (Foto: ESO)Ilustração mostra como será o Telescópio Europeu Extremamente Grande. (Foto: ESO)
O ministério brasileiro afirma que após reavaliação, o projeto está em fase final de conclusão e deve ser enviado ao Congresso Nacional para votação em breve. Se aprovado, o valor, equivalente a R$ 566 milhões, deverá ser pago totalmente até 2021.
Telescópio Extremamente Grande
O Brasil é peça-chave para tornar viável o projeto mais ambicioso da instituição atualmente: o Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT, na sigla em inglês), um instrumento óptico que contará com um espelho primário de 39,3 metros e será, segundo o ESO, o maior equipamento para detectar luz visível disponível no mundo.
Quando pronto, o telescópio deverá permitir pesquisas sobre os principais campos de investigação astrônomica atuais como a procura por planetas fora do Sistema Solar, a análise de buracos negros e pesquisas sobre a origem do Universo. O local escolhido para receber o instrumento é Cerro Amazones, no Chile.
Orçada em 1 bilhão de euros, a construção do equipamento estava prevista para começar em 2011 e pode demorar ainda mais caso o Brasil não garanta parte do investimento.
“Para que a gente possa começar a construção do telescópio, nós precisamos da participação brasileira”, explica Zeeuw.
Tim de Zeeuw, diretor-geral do Observatório Europeu do Sul. (Foto: ESO) 
Tim de Zeeuw, diretor-geral do Observatório
Europeu do Sul. (Foto: ESO)
O país espera garantir transferência de tecnologia e participação da indústria nacional.
O ESO já disponibiliza instrumentos e instalações no Chile para uso de pesquisadores brasileiros desde 2011. A pasta de Ciência reconhece que 30% do tempo solicitado por cientistas nacionais foi cedido, valor pouco abaixo dos 32% aceitos, em média, para os outras nações.
Mudança ministerial
Tim de Zeeuw está ciente dos argumentos apresentados pelo Ministério da Ciência e diz compreender a dificuldade para um contato nos últimos dias, marcados pela mudança na pasta, com o ministro Aloizio Mercadante sendo substituído por Marco Antonio Raupp, chefe da Agência Espacial Brasileira (AEB).
“É natural a demora por responder neste momento, espero entrar em contato com Raupp em breve, que é uma pessoa com um passado ligado à comunidade astronômica”, diz de Zeeuw.
O diretor-geral também afirma não estar interessado em rediscutir as bases do acordo firmado em 2010. “O contrato inicial é bom para todas as partes, acho que ele faz sentido", afirma, sinalizando que as relações com o Brasil seguem amistosas. "Caso isso seja resolvido, nós esperamos por uma parceria que dure muitos anos."

Britânico descobre novo 'planeta' participando de programa de TV

Um espectador do programa de TV da BBC Stargazing Live descobriu o que seria um novo planeta aproximadamente do tamanho de Netuno e que teria condições de temperatura e ambiente similares às de Mercúrio.
Novo exoplaneta teria o tamanho de Netuno. (Foto: BBC)Novo exoplaneta teria o tamanho de Netuno. (Foto: BBC)
O astro orbita a estrela chamada SPH10066540 e seria cerca de quatro vezes maior que a Terra. Os pesquisadores ainda precisam se certificar de que trata realmente de um planeta.
O britânico Chris Holmes teria feito a descoberta ao atender a um pedido do programa para que seus espectadores utilizassem dados coletados pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, com informações relativas a possíveis novos planetas.
"Eu nunca tinha tido um telescópio. Tinha um interesse vago sobre onde as coisas se situam nos céus, mas não passava muito disso", disse o astrônomo amador Chris Holmes.
Ele encontrou o novo planeta ao analisar imagens de estrelas no site Planethunters.org, uma colaboração entre a Universidade de Yale e o projeto científico realizado por amadores Zoouniverse.
                              Chris Holmes, o astrônomo amador que desvendou novo planeta. (Foto: BBC) 
                           Chris Holmes, astrônomo amador que desvendou
                                        o novo planeta. (Foto: BBC)
Candidato a planeta
De acordo com o cientista Chris Lintott, da Universidade de Oxford e um dos organizadores do Planethunters, ainda será preciso realizar mais testes para se certificar plenamente de que a nova descoberta é de fato um planeta, mas ele acrescenta que tudo o leva a crer que sim.
"Se comprovada, esta será a nossa quinta descoberta desde que o projeto teve início e primeira feita por um britânico", afirma.
O telescópio Kepler, em atividade desde 2009, vem promovendo buscas em uma parte do espaço que muitos acreditam ser similar ao nosso sistema solar.

Cidade promove apagão para ver estrelas

Os moradores da cidade de Dulverton, na Inglaterra, tiveram uma noite diferente, sem as luzes artificiais da cidade. Assista ao vídeo.

O objetivo do apagão na cidadezinha de cerca de 2 mil habitantes na região de Somerset era reduzir a poluição visual causada pelas luzes, para que os moradores pudessem ver as estrelas.

Apesar das nuvens e da chuva, a rua principal ficou lotada e muitos disseram que o que valeu foi a iniciativa de tentar mostrar a cidade sem a poluição visual.

O evento em Dulverton fez parte de um projeto da BBC, chamado Stargazing ('Observando Estrelas'), que tenta fazer com que os britânicos voltem a olhar para o céu sem as luzes artificiais para atrapalhar.

Telescópio revela detalhes de nebulosa em formato de 'olho'

Uma nova imagem obtida pelo Observatório do Paranal, no Chile, mostra com detalhes uma nebulosa em formato de olho, mas conhecida como Nebulosa da Hélice. O astro foi vislumbrado por astrônomos do Observatório Europeu do Sul, organização de pesquisas em astronomia composta por 15 países, incluindo o Brasil.
O instrumento usado nas observações foi o Telescópio Vista, capaz de detectar radiação infravermelha. A nebulosa está localizada na direção da constelação do Aquário, a 700 anos-luz de distância da Terra -- 1 ano-luz vale aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros.
Segundo os especialistas, o astro teria sido formado no final da vida de uma estrela parecida com o Sol que habitava a região. Sem conseguir manter suas partes mais externas, a estrela começou a liberar camadas de gás no passado que formaram a nebulosa.
Na imagem, ainda é possível ver o que restou da estrela: um pequeno ponto azul no centro da foto mostra como a estrela se transformou em uma anã-branca, uma pequena estrela com muita massa.
Já a nebulosa é feita apenas de poeira, íons e gás, sendo que o anel principal do "olho" possui dois anos-luz de diâmetro -- metade da distância do Sol até a estrela mais próxima. Ao fundo, o telescópio Vista revela uma série de estrelas e galáxias.
A Nebulosa da Hélice, localizada a 700 anos-luz de distância da Terra. (Foto: J. Emerson / Vista / ESO) 
A Nebulosa da Hélice, localizada a 700 anos-luz de distância da Terra. (Foto: J. Emerson / Vista / ESO)

Arquiteto propõe edifício para abrigar vida selvagem

Ao invés de usar o espaço urbano para construir estruturas apenas para os seres humanos, um arquiteto holandês resolveu pensar em projetos urbanísticos também para a vida selvagem.
"Quanto mais construímos, mais deslocamos a flora e a fauna", justificou o arquiteto J. Koen Olthuis.


O edifício Sea Tree ("árvore marinha") serviria de refúgio para plantas, animais marinhos e pássaros
O edifício Sea Tree ("árvore marinha") serviria de refúgio para plantas, animais marinhos e pássaros
Daí a ideia de construir algo destinado apenas a animais e plantas. "Há pouco espaço nas cidades grandes, mas ainda podemos aproveitar a água", disse à BBC Brasil.
Assim surgiu a Sea Tree ("árvore marinha", em tradução livre), uma construção de cerca de 30 metros de altura (mais seis a oito metros sob a superfície) que tem como objetivo servir de refúgio para plantas, animais marinhos e pássaros, por exemplo.
A estrutura do projeto é semelhante à de uma usada para construir plataformas de petróleo no mar, mas serve para grandes rios e lagos urbanos.
O custo, estima, é de cerca de US$ 9 milhões (R$ 16 milhões). "Mas estamos tentando barateá-lo", acrescenta o arquiteto.
Olthuis argumenta que projetos como esse podem aumentar a fauna e flora das cidades grandes, ajudar a limpar rios poluídos e absorver a água da chuva.

Amazônia está virando emissora de carbono, alerta estudo

A bacia amazônica, tradicionalmente considerada uma proteção contra o aquecimento global, pode estar se tornando um contribuinte-chave de emissões de dióxido de carbono (CO2) como resultado do desmatamento, alertaram cientistas em artigo publicado quarta-feira (18).
Em um resumo divulgado na revista Nature, cientistas chefiados por Eric Davidson, do Centro de Pesquisas Woods Hole (WHRC), em Massachusetts, a Amazônia está "em transição" em consequência das atividades humanas.
Ao longo de 50 anos, a população na região aumentou de 6 para 25 milhões de habitantes, levando a uma limpeza maciça de terreno para a exploração de madeira de corte e a agricultura, afirmaram.
O balanço de carbono da Amazônia - quantidade de dióxido de carbono que é liberada ou retirada da atmosfera - está mudando, embora seja difícil estimar com precisão, acrescentaram.
"O desmatamento alterou o balanço líquido da bacia de um possível sumidouro de carbono, no final do século XX, para uma fonte líquida", afirmaram os cientistas no artigo.
Florestas maduras, como a amazônica, são fatores importantes na equação do aquecimento legal.
Suas árvores sugam CO2 da atmosfera, através da fotossíntese. Mas quando apodrecem ou são queimadas ou a área de florestas é desmatada, o carbono volta para o ar, incrementando o efeito estufa.
O artigo calcula que a biomassa da Amazônia contenha colossais 100 bilhões de toneladas de carbono, o equivalente a mais de 10 anos de emissões globais de combustíveis fósseis.
Desencadeador de mudanças no clima, o aquecimento global pode liberar parte deste estoque, alertaram.
"Grande parte da floresta amazônica é resiliente à seca sazonal e moderada, mas esta resiliência pode ser e foi exacerbada com secas severas experimentais e naturais, indicando um risco de perda de carbono se a seca aumentar com as mudanças no clima", acrescentaram.
No artigo, os cientistas também destacaram que tem sido registradas secas extremas e cheias nas bacias do Tocantins e do Araguaia, cujos rios drenam a região do Cerrado, fortemente desmatada.
"Onde o desmatamento é extenso em escalas local e regional, a duração da estação seca está se alongando e a descarga da estação úmida está se intensificando", destacou.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Paleontólogos apresentam fóssil do 'Matador dos Pampas' no RS

Fóssil encontrado no RS foi apresentado nesta terça (17) em Porto Alegre (Foto: Cadinho Andrade/Divulgação UFRGS)Fóssil encontrado no RS foi apresentado nesta terça (Foto: Cadinho Andrade/Divulgação UFRGS)
O fóssil do crânio do Pampaphoneus Biccai, uma nova espécie encontrada em São Gabriel, na região sudoeste do Rio Grande do Sul, foi oficialmente apresentado na manhã desta terça-feira (17) por uma equipe internacional de paleontólogos no Museu de Paleontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A peça foi descoberta em 2008, durante escavações feitas na região. Desde então, passou por trabalhos de limpeza e restauração.
O nome Pampaphoneus significa “Matador dos Pampas” em grego. Já a espécie, Biccai, é uma referência a José Bicca, o proprietário da fazenda onde o fóssil foi encontrado.
Professor Juan Carlos Cisneros apresenta o fóssil encontrado no RS (Foto: Cadinho Andrade/Divulgação UFRGS)Professor Juan Carlos Cisneros apresenta o fóssil
(Foto: Cadinho Andrade/Divulgação UFRGS)
O animal era um dinocefálio, um tipo de terápsido (réptil mamaliforme), parente distante dos mamíferos. Segundo os pesquisadores, o predador viveu no Período Permiano (mais de 260 milhões de anos atrás) da Era Paleozoica, media cerca de três metros e pesava aproximadamente 300 quilos.
Os paleontólogos ressaltaram a importância da descoberta, destacando o fato de ser o primeiro carnívoro do período a ser achado na América do Sul, além de apresentar uma semelhança com dinocefálios carnívoros encontrados na Rússia e na África do Sul. 
A descoberta será publicada esta semana na Revista americana Proceedings of The National Academy of Sciences, uma das mais conceituadas do mundo científico.

Cientistas falam sobre procedimentos em caso de 'contato alienígena'

Há décadas mandamos sinais, deliberados ou acidentais, ao espaço, além de procurar por emissões de sinais por alienígenas. Mas qual seria o plano caso um dia ouvíssemos alguma coisa?
Se isso acontecer, é mais provável que os cientistas da Seti (sigla em inglês para Busca por Inteligência Extraterrestre) percebam primeiro os sinais.
Este grupo de cerca de 20 cientistas pelo mundo monitora constantemente o universo na esperança de captar comunicações alienígenas, geralmente contando com recursos parcos e sendo ridicularizados.
Eles buscam por algo estranho por entre os sinais dos maiores telescópios do mundo.
A Seti começou com um único homem com um telescópio em 1959. Hoje computadores são usados para vasculhar o tráfego de ondas de rádio, enviando para astrônomos possíveis  indícios de vida alienígena.
 
Cientistas consideram impossível prever anatomia
alienígena

Mas o que aconteceria caso fosse detectada uma comprovada comunicação alienígena?
Teorias da conspiração defendem que os governos impediriam a divulgação desta informação, mas o principal astrônomo da Seti, Seth Shostak, pensa diferente.
"A ideia de que os governantes iriam manter isso em segredo para evitar pânico não faz sentido. A história mostra que não é assim", diz ele.
"No início do século 20 muitos acreditavam que existiam canais em Marte, uma vasta civilização hidráulica a apenas 50 milhões de km da Terra. A população dizia só que era coisa de marcianos, sem entrar em pânico".
O que fazer?
A primeira coisa a ser feita caso os computadores detectem algo seria confirmar a autenticidade com outros telescópios, o que levaria alguns dias.
"Neste período você pode ter certeza de que muita gente falaria sobre isso em e-mails ou blogs... O assunto não ficaria secreto".
É provável portanto que a notícia de um contato alienígena fosse divulgada primeiro por um astrônomo da Seti.
Em 1997, um "alarme falso" mostrou a reação provável.
"Observamos este sinal durante todo o dia e a noite toda, aguardando alguém de algum governo se manifestar", diz Shostak.
"Nem mesmo políticos locais telefonaram. Os únicos interessados eram da imprensa".
Não há nem um plano de ação detalhando quais organismos internacionais devem ser informados primeiro.
"O protocolo é simplesmente fazer o anúncio", diz Shostak.
As Nações Unidas têm um pequeno escritório em Viena chamado Escritório para Assuntos do Espaço Sideral (UNOOSA, na sigla em inglês). Os cientistas da Seti tentam sem sucesso há anos estabelecer um plano comum de ação.
Perguntados o que aconteceria no caso de mensagem alienígena, a UNOOSA respondeu que seu mandato atual "não inclui nada referente à questão colocada".
Portanto, o planejamento fica a cargo de pessoas como Paul Davies, da Universidade do Arizona, que lidera a equipe de pós-detecção da Seti. Mas não sabemos que tipo de informação, se é que existirá alguma, estaria contida em algum sinal. E sua decodificação poderia levar anos ou mesmo décadas.
E o que eles poderiam dizer? Poderia ser uma saudação simples, como um "Olá terráqueos, estamos aqui", diz Davies.
"Poderia ser algo totalmente transformador e revolucionário, algo simples como a forma de controlar o processo de fusão nuclear... que resolveria a crise energética mundial".
"Por causa do grande tempo que levariam as viagens de um ponto muitos e muitos anos-luz de distancia, teríamos tempo o bastante para refletir sobre as consequências de nos engajar em um diálogo nessa escala lenta".
O que dizer?
Pergunte a qualquer um na comunidade Seti se deveríamos responder e o consenso é de que sim. Mas o que dizer e como é motivo de discórdia.
"Quando lidamos com uma mente alienígena -- o que eles poderiam apreciar, o que eles considerariam interessante, belo ou feio -- será muito relacionado com o desenho de sua arquitetura neurológica que realmente não podemos adivinhar", diz Davies.
"Portanto, a única coisa que devemos ter em comum pode ser no terreno da matemática e da física".
De volta ao instituto Seti na Califórnia, o diretor de composição de mensagens interestelares, Doug Vakoch, concorda.
"É difícil entender como alguém poderia construir um transmissor de rádio se não souber que dois mais dois são quatro", diz ele.
"Mas como usamos este conhecimento em comum para comunicar algo que é mais idiossincrático para outras espécies? Como diremos a eles como é realmente ser humano?"
Alguns cientistas da Seti argumentam que, uma vez que saibamos para onde mandar um e-mail interestelar, poderíamos simplesmente enviar todo o conteúdo da internet por meio de um raio de laser.
Alienígenas teriam então informação bastante para construir padrões, identificar linguagens e ver imagens, de todos os tipos, sobre o que é ser humano.
Mas Vakoch acredita que mandar um "carregamento de dados digitais" seria uma aproximação "feia". "Deve existir algo mais elegante para dizer sobre nós mesmos do que isso".
Imagem mostra altruísmo da espécie humana (Foto: cortesia Doug Vakoch/BBC)Imagem mostra altruísmo da espécie humana
(Foto: cortesia Doug Vakoch/BBC)
Poderíamos expressar nossa ideia de beleza, embora de forma simples, ao enviar um sinal representando a sequencia Fibonacci, na qual cada número é a soma dos dois anteriores: um, dois, três, cinco, oito, 13 e assim por diante. Em uma sequência vista em galáxias espirais e como algumas conchas nautilus crescem, uma constante algébrica conhecida como Proporção Áurea, que é esteticamente prazerosa e usada na arquitetura clássica.
Vakoch também espera mostrar características possivelmente idiossincráticas como o altruísmo. Para isto, ele preparou uma animação simples de uma pessoa ajudando outra a subir um penhasco.
Mas qualquer mensagem precisaria de consenso internacional antes de ser enviada, coisa que só seria atingida por meio de negociações se um sinal realmente for captado. Até lá, ele pretende continuar pensando no que dizer em um microfone interestelar.
"Talvez mais importante do que se comunicar com extraterrestres, este exercício de compor mensagens é uma oportunidade para refletir sobre nós mesmos, sobre com o que nos importamos e como expressamos o que é importante para nós", diz ele.