sábado, 14 de janeiro de 2012

Entomologistas batizam inseto raro com nome de Beyoncé

Entomologistas australianos deram o nome de Beyoncé a uma espécie rara de inseto, que agora se chama Scaptia Plinthina beyonceae em homenagem à generosidade das curvas da cantora pop americana.
O inseto foi descoberto no Estado de Queensland em 1981, ano de nascimento da diva, e não havia recebido ainda um nome científico.
"O inseto é de cor negra e possui pelinhos dourados tão intensos no abdome que fui levado a chamá-lo de Beyoncé. Isso me dá a oportunidade de mostrar o lado divertido da taxinomia, a arte de dar nome às espécies", explicou Bryan Lessard, do Centro australiano de Pesquisa Científica.


Cientista usou nome de Beyoncé porque espécie nova tem cor negra e pelos dourados no abdome
Cientista usou nome de Beyoncé porque espécie nova tem cor negra e pelos dourados no abdome

Foto exibe aneis de Saturno e luas que orbitam o planeta

A sonda Cassini, que tem como missão documentar informações sobre Saturno, fotografou o planeta de um ângulo a partir de onde é possível ver duas de suas luas --são mais de 60-- "cortadas" pelos seus famosos aneis.


Os aneis de Saturno e as luas Titã (esq.) e Tetis (dir.) foram fotografadas pela sonda americana Cassini
Os aneis de Saturno e as luas Titã (esq.) e Tetis (dir.) foram fotografadas pela sonda americana Cassini
À esquerda aparece Titã, a maior delas, acompanhada de Tetis. A foto é de 7 de dezembro de 2010, mas foi divulgada nesta terça-feira pela Nasa (agência espacial americana).
A distância que separa a sonda de Titã é de 3,1 milhões de quilômetros. Já Tetis está a 2,2 milhões de quilômetros.

Físico Stephen Hawking completa 70 anos

Stephen Hawking completou 70 anos no último sábado (7). E ninguém discute que se trata de uma marca e tanto. Talvez não para um indivíduo sadio, mas certamente para quem recebeu a notícia de que não viveria para completar 25.
A doença que o acomete, a esclerose lateral amiotrófica, costuma matar entre 20 e 48 meses após o aparecimento dos primeiros sintomas.
Quando Hawking recebeu o diagnóstico, em 1963, aos 21, seu médico disse que ele não chegaria a terminar seu doutorado. Não só ele contrariou essa previsão como passou 30 anos como professor e pesquisador da Universidade de Cambridge. Sua aposentadoria veio em 2009.


O físico Stephen Hawking em sua sala na Universidade de Cambridge; físico completou 70 anos
O físico Stephen Hawking em sua sala na Universidade de Cambridge; físico completou 70 anos
IMAGEM DO GÊNIO
Especializado em física teórica e cosmologia, Hawking dedicou sua carreira a desvendar alguns dos mais misteriosos segredos do Universo. O fascínio induzido por sua área de estudo, somado ao talento para escrever livros de popularização da ciência, tornou sua figura irresistível para a mídia. Não tardou para que ele fosse catapultado ao status de "gênio preso a uma cadeira de rodas".
Seu maior feito como pesquisador, publicado em 1974, foi combinar os dois alicerces da física -a relatividade geral e a mecânica quântica- para descobrir que buracos negros somem com o tempo.
Esses estranhos objetos nascem quando uma estrela com muita massa esgota seu combustível e implode em razão de seu próprio peso. Contraído até seu limite extremo, o astro gera um campo gravitacional do qual nada pode escapar -nem a luz.
Quando esses objetos foram teorizados, imaginava-se que seu destino fosse crescer sempre, conforme outros objetos caíssem neles e aumentassem sua massa.
Contudo, ao combinar efeitos da física de partículas, Hawking concluiu que, bem na fronteira matemática que divide o mundo exterior do ponto sem volta, há a emissão de uma suave radiação, alimentada pelo conteúdo do próprio buraco.
A batizada radiação Hawking era um "vazamento" de energia do buraco negro, que seria dissipada até a evaporação do objeto.
"Hawking só não ganhou um Nobel porque ninguém conseguiu confirmar por observações a existência dessa radiação", diz George Matsas, físico relativista da Unesp.
Apesar do sucesso, muitos físicos acreditam que a reputação de Hawking foi turbinada muito mais pela fama do que por suas realizações no campo da ciência.
"Ele é um físico excelente numa situação incomum", diz Nathan Berkovits, pesquisador americano que trabalha na Unesp. "Mas eu não o colocaria numa lista dos dez melhores físicos vivos."
O excesso de confiança em Hawking chegou a contagiar até ele próprio, levando a um dos maiores "micos" recentes da física. Em 2004, ele anunciou ter solucionado um dos maiores problemas teóricos ligados aos buracos negros, conhecido como "paradoxo da informação".
Entretanto, o físico foi incapaz de demonstrar sua afirmação e hoje vê o episódio como um embaraço.
A despeito das dificuldades crescentes impostas pela esclerose lateral amiotrófica -que vai tirando os movimentos do corpo e leva à morte impedindo a flexão torácica que permite a respiração-, Hawking casou-se e separou-se duas vezes. Tudo após o diagnóstico.
Teve três filhos em seu primeiro casamento e, quando ficou impedido de falar em razão de uma traqueostomia de emergência, passou a se comunicar por meio de um sintetizador de voz.
Hoje, para falar, ele move a bochecha a fim de escolher palavras numa tela. O computador detecta o movimento e forma frases. Ouvir uma resposta dele, das curtas, a uma pergunta pode levar vários minutos. Mas ele ainda está lá, e a mente continua aguda como de costume.

Brasileiros inauguram módulo científico no interior da Antártida

Cientistas brasileiros inauguraram oficialmente nesta quinta-feira (12) o módulo Criosfera 1, instalado no interior da Antártida para monitoramento meteorológico e coleta de informações sobre o impacto da mudança climática no continente antártico.
Os equipamentos já operam desde a primeira semana de janeiro e transmitem remotamente dados sobre a velocidade do vento e umidade do ar a partir das coordenadas 84°S, 79°29'39"W, a 670 km do Polo Sul Geográfico e a 2.500 km de distância da Base Antártica Comandante Ferraz, mantida pela Marinha na costa da região.
Dez pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e das universidades Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) estão desde dezembro acampados no local e são responsáveis pela instalação de equipamentos e realização de medições.
Criosfera na Antártida (Foto:  )
O Globo Natureza conversou nesta sexta-feira (13), por telefone via satélite, com o glaciólogo Jefferson Simões, da UFRGS, um dos coordenadores da expedição ao Polo Sul. No momento da conversa, a temperatura no acampamento era – 17 ºC.
“Está um friozinho aqui”, brincou o pesquisador. Durante o verão no Hemisfério Sul o sol nunca se põe (fenômeno chamado de “Sol da meia-noite”) e a temperatura média é de – 20 ºC, com sensação térmica de – 41 ºC.
Simões disse que o equipamento funcionará de forma sustentável, com energia eólica (ventos) e painéis solares. “Mas os painéis ficarão desativados a partir de março, quando a região fica totalmente escurecida”.
Análise
De acordo com o pesquisador, o módulo, que também mede a quantidade de dióxido de carbono na região, verificou a concentração de 385 partículas por milhão (ppm) de CO2, quantidade que é 40% maior aos níveis pré-industriais.
“Nós também já constatamos a presença de carbono negro, presente na fuligem que é subproduto de queimadas e uso de combustível fóssil. Isto está chegando cada vez mais na Antártida e queremos investigar o fato”, explica Simões. Outra parte importante da pesquisa está ligada ao aquecimento da região periférica do continente.
“Sabemos que já ocorre o derretimento das geleiras e também a migração de animais. São sinais da mudança climática. Mas pesquisas apontam que o centro da Antártida está esfriando, enquanto as bordas estão esquentando. Isso pode ter influência do buraco na Camada de Ozônio. O Criosfera 1 vai contribuir com pesquisas internacionais sobre o tema e reforça a participação do Brasil no Tratado da Antártida, que decide o futuro de 10% de área do planeta Terra”, complementa.
Dificuldades
Os dez pesquisadores permanecem no interior da Antártida até o dia 20, retornando para Punta Arenas, no Chile, no dia 22 e, posteriormente, para o Brasil. Enquanto isso, enfrentam um cotidiano difícil.
“Aqui não tem como seguir um horário específico, já que estamos perto do Polo Sul e é dia o tempo todo. Por isso, definimos seguir o fuso do Chile (uma hora a menos que o horário de Brasília). Os dez (cientistas) ficam divididos em cinco barracas, a uma temperatura de – 7 ºC no interior delas. São ao menos dez horas de trabalho por dia”, comenta.
Segundo o professor Simões, roupas e óculos especiais protegem a equipe do frio e dos reflexos do sol na neve, que podem prejudicar a visão humana. “O mais difícil mesmo é sair do saco de dormir”, comenta.
Após o retorno do grupo, o módulo antártico vai enviar informações automáticas para o Inpe, em São José dos Campos (SP). No fim de 2012, uma nova expedição irá ao local para verificar os instrumentos e coletar dados que não foram transmitidos.
Criosfera na Antártida (Foto:  )Os dez pesquisadores da UERJ, UFRGS e do Inpe que ficam até o dia 20 de janeiro no interior da Antártida para monitorar o módulo Criosfera 1. Na imagem, entre os cientistas está o glaciólogo Jefferson Simões (o primeiro com blusa preta, da direita para a esquerda). (Foto: Divulgação/Marcelo Arévalo).

Sonda russa que ia para Marte deve cair na Terra até segunda

A Rússia divulgou nesta quinta-feira (12) que as últimas informações sobre a sonda Phobos-Grunt indicam que ela deve cair na Terra em algum momento entre o domingo (15) e a segunda-feira (16).
Não é possível saber onde exatamente cairão os destroços da espaçonave -- a grande faixa "sob risco" inclui a maior parte do planeta, vai desde Londres até o sul da Argentina e inclui o Brasil.
A sonda de US$ 165 milhões, que deveria recolher poeira de Fobos, uma lua de Marte, teve um problema após o lançamento, em novembro, e virou lixo espacial na órbita terrestre.
A Roscosmos, agência espacial russa, disse na quinta-feira que o empuxo atmosférico e a atividade solar ainda podem alterar a trajetória da Phobos-Grunt. Um mapa divulgado pela agência mostra uma ampla faixa do globo onde o material pode cair, entre as latitudes 51,4 norte e sul (o que inclui, por exemplo, de Londres ao sul da Argentina). Mas o mapa destaca um ponto na costa de Madagascar, no Índico, como sendo o ponto central.
Fracassos
O fracasso da missão Phobos-Grunt é um dos vários tropeços que marcam o cinquentenário do primeiro voo tripulado ao espaço, feito pelo soviético Yuri Gagárin.
O chefe da Roscosmos, Vladimir Popovkin, insinuou em entrevista publicada na terça-feira (10) pelo jornal Izvestia que a missão foi sabotada por estrangeiros ao passar fora do alcance dos radares russos.
"Não está claro por que falhas frequentes das nossas naves ocorrem quando elas estão voando no que para a Rússia é o lado oculto da Terra. Não quero culpar ninguém, mas há meios muito poderosos de interferir com naves espaciais hoje em dia, cujo uso não pode ser descartado."
Popovkin não entrou em detalhes, e sua porta-voz recusou na quarta-feira a prestar esclarecimentos.
Não está claro quanto da enorme Phobos-Grunt poderá sobreviver ao calor intenso do mergulho na atmosfera. A sonda leva uma carga de combustível tóxico, que especialistas preveem que será queimada antes da queda, e um pequeno volume de cobalto-57, um isótopo radiativo.
Outras quedas na Rússia
Em 23 de dezembro, pequenos pedaços de um satélite de comunicações russo caiu em cidades siberianas depois de um lançamento fracassado, atingindo inclusive o telhado de uma casa.
Em agosto, destroços de uma missão que levaria suprimentos à Estação Espacial Internacional caíram em um bosque do sul da Sibéria.

Mistério de 'bolha de sabão' espacial é solucionado pelo telescópio Hubble

Os resquícios de uma explosão estelar que mais se parecem com uma bolha de sabão foram finalmente explicados após observações realizadas com o Telescópio Espacial Hubble, das agências espacias europeia (ESA) e norte-americana (Nasa).
O fenômeno se encontra dentro da Grande Nuvem de Magalhães. As Nuvens de Magalhães são duas galáxias pequenas que giram ao redor da nossa Via Láctea. A dupla é possível de ser vista a olho nu em locais com pouca poluição atmosférica.
A bolha (veja imagem abaixo) se chama SNR 0509-67.5 e está localizada a 170 mil anos-luz da Terra -- um ano-luz é a distância percorrida por um raio de luz durante um ano e equivale a aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros.
Cores da supernova 0509-67.5 representam dados em luz visível e em raios X. (Foto: Telescópio Espacial Hubble / ESA / Nasa)Cores da supernova 0509-67.5 foram obtidas a partir de dados coletados pelo Hubble e por instrumentos na Terra a partir da luz visível e dos raios X vindos do espaço. (Foto: Telescópio Espacial Hubble / ESA / Nasa)
Este tipo de supernova é classificada como Tipo 1a e acontece quando uma estrela conhecida como anã-branca "rouba" massa de uma companheira próxima. Anãs-brancas são pequenas e muito "pesadas" e representam o último estágio da vida de estrelas anteriores, que já não tinha material para realizar fusões nucleares.
Até agora, os pesquisadores não haviam encontrado a companheira que teria cedido material para a explosão da anã-branca que gerou SNR 0509-67.5. Mas o Telescópio Hubble conseguiu resolver o mistério, quando astrônomos da Universidade Estadual de Louisiana, nos Estados Unidos, aproveitaram uma foto obtida pelo instrumento e detectaram uma região no centro da supernova que impedia a visualização de estrelas ao fundo.
A aposta dos cientistas é que SNR 0509-67.5 tenha sido criada a partir da união de duas anãs-brancas, que teriam se aproximado e explodido intensamente no passado. A energia liberada por uma supernova é tão grande que pode chegar a ofuscar o brilho de galáxias inteiras.
Durante 40 anos, os astrônomos tiveram dificuldade para encontrar os astros que dão origem a supernovas do tipo 1a. A importância desses resquícios de material estelar aumentou na última década, pois eles são bons indicadores para a aceleração do Universo.
Os dados sobre a pesquisa feita a partir das observações do telescópio Hubble foram divulgados em um encontro da Sociedade Astronômica Americana em Austin, no estado do Texas. O estudo também foi divulgado na revista científica "Nature" desta semana.

Missão da Nasa encontra 3 menores planetas fora do Sistema Solar

A agência espacial norte-americana anunciou a descoberta dos três menores planetas fora do Sistema Solar detectados até o momento. Os astros foram descobertos pela missão Kepler, sonda voltada para a pesquisa de exoplanetas. A descrição dos astros foi feita na revista científica "Nature" em um estudo coordenado por Phil Muirhead, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).
O trio gira ao redor de uma estrela chamada KOI-961. São todos rochosos como a Terra, mas possuem menos de 80% o raio do nosso planeta -- aproximadamente 6.370 quilômetros. O menor deles é do tamanho de Marte. A estrela também não é muito grande, sendo vermelha e sendo apenas 70% maior que Júpiter. Ela está a "apenas" 130 anos-luz da Terra -- aproximadamente 1,2 quatrilhão de quilômetros.
Eles orbitam muito perto da estrela para poderem ter superfícies habitáveis, já que a temperatura é elevada e a água líquida não deve existir em nenhum dos três astros. Cada giro dos três exoplanetas ao redor de KOI-961 demora apenas dois dias. Estrelas vermelhas essa são conhecidas como anãs-vermelhas e são as mais comuns na Via Láctea.
Ilustração mostra como seria o pequeno sistema planetário ao redor de KOI-961. (Foto: JPL - Caltech / Nasa)Ilustração mostra como seria o pequeno sistema planetário ao redor de KOI-961. (Foto: JPL - Caltech / Nasa)
O conjunto forma o menor sistema planetário que se tem notícia até o momento. Para John Johnson, pesquisador do Caltech, o quarteto mais se parece em extensão com Júpiter e seus satélites. Mas como anãs-vermelhas são comuns na nossa galáxia, os cientistas acreditam que possam existir muitos outros planetas rochosos a serem desvendados.
Até janeiro de 2012, mais de 700 exoplanetas são conhecidos, após 16 anos de descobertas de planetas fora do Sistema Solar. O site da missão Kepler traz uma contagem de até 2.326 candidatos a exoplanetas. Novas observações são necessárias para dizer se eles são ou não planetas. Apenas 35 astros foram confirmados como exoplanetas pela missão -- dois deles orbitando duplas de estrelas, revelados na quarta-feira (11).
A sonda Kepler foi lançada ao espaço em março de 2009 para investigar 150 mil estrelas em uma região no céu entre as constelações da Lira e do Cisne em busca de exoplanetas que possam reunir as condições para o desenvolvimento da vida. Isso é possível pela mudança no brilho das estrelas observadas, que podem indicar a presença de um planeta próximo.
Cada suspeita de exoplanetas deve ser confirmada por observações complementares feitas por grandes observatórios na Terra. No caso do estudo sobre os 3 menores exoplanetas já detectados, foram utilizados os observatórios de Palomar e o W.M Keck, ambos em territórios norte-americanos.

China e Índia querem construir o maior telescópio do mundo em 2018

China e Índia assinaram uma acordo para construir o maior telescópio do mundo no topo do vulcão Mauna Kea, no Havaí, arquipélago norte-americana no Oceano Pacífico. O projeto deve estar concluído em 2018. Chamado de Thirty Meter Telescope, o equipamento irá ajudar os astrônomos em pesquisas sobre a origem do Universo.
É a primeira vez que ambas as nações asiáticas participam de um projeto para construção de um instrumento óptico tão grande e que deverá explorar as fronteiras da astronomia. Quando pronto, o telescópio vai permitir aos cientistas investigar objetos a 13 bilhões de anos-luz de distância -- 1 ano-luz equivale a aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros.
Telescópio será instalado no topo do vulcão Mauna Kea, no Havaí. (Foto: Thirty Meter Telescope / AP Photo)Telescópio será instalado no topo do vulcão Mauna Kea, no Havaí. (Crédito: Thirty Meter Telescope / AP Photo)
Após ficar pronto em 2018, o telescópio será o maior do mundo. (Foto: Thirty Meter Telescope / AP Photo)Após ficar pronto em 2018, o telescópio será o maior do mundo. (Crédito: Thirty Meter Telescope / AP Photo)

Nave que leva robô Curiosity até Marte realiza manobra com sucesso

A nave espacial que transporta o jipe robô Curiosity em direção a Marte realizou com sucesso nesta quarta-feira (11) a maior manobra planejada para a sua jornada rumo ao planeta vermelho, informou a agência espacial americana, a Nasa.
Segundo a Nasa, a manobra, que durou três horas, tinha como objetivo alinhar a trajetória da nave para o seu pouso em uma cratera de Marte, planejado para o dia 5 de agosto. Com a operação, a trajetória da nave está cerca de 40.000 km mais próxima de Marte. O tempo de encontro entre o Curiosity e o planeta também foi adiantado em aproximadamente 14 horas.
“A telemetria da nave mostrou que a manobra foi completada conforme o planejado”, disse Brian Portock, membro do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. “Nós concluímos um grande passo rumo ao nosso encontro com Marte”, afirmou.
Nesta quinta (12), a nave terá percorrido 130,6 milhões de quilômetros da sua viagem de 567 milhões em direção a Marte, que teve início em 26 de novembro de 2011.  A sua velocidade será de cerca de 16.600 km/h em relação à Terra e aproximadamente 110.500 km/h em relação ao Sol.
Ao custo de US$ 2,5 bilhões, o Curiosity é o veículo mais avançado já projetado para explorar outro planeta. Após completar sua viagem, o jipe robô irá passar dois anos terrestres em Marte investigando se o planeta tem, ou se um dia já teve, condições favoráveis para abrigar formas de vida. 
Segunda manobraNo dia 26 de março, a nave que transporta o Curiosity realizará a sua segunda manobra de correção de trajetória, cuja magnitude estimada pela Nasa é seis vezes menor em relação à primeira. Se for necessário, a missão ainda terá quatro oportunidades adicionais para reajustes de trajeto até a sua chegada a Marte

Planetas recém-descobertos revelam que é possível orbitar par de estrelas

Astrônomos anunciaram nesta quarta-feira (11) a descoberta de dois novos exoplanetas que giram ao redor de uma dupla de estrelas parecidas com o Sol. Nomeados Kepler-34b e Kepler-35b, os astros confirmam que é possível existir planetas que orbitam pares de estrelas unidas pela gravitação.
A descoberta é tema da revista científica "Nature" dessa semana e foi divulgada por um grupo de cientistas liderado por William Welsh, da Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos. Cada um dos planetas gira ao redor de pares de estrelas diferentes.
Apesar de previsto por teóricos, este modelo era mais conhecido até então pelo cinema: na série "Guerra nas estrelas", um dos cenários onde as ações acontecem é o planeta Tatooine, lar do herói Luke Skywalker e iluminado por duas estrelas amarelas como o Sol.
Ilustração mostra como seria Kepler-35b, girando ao redor de par de estrelas amarelas. (Foto: Lynette Cook / Nasa)Ilustração mostra como seria Kepler-35b, girando ao redor de par de estrelas. (Crédito: Lynette Cook / Nasa)
O estudo serviu para consolidar uma descoberta anterior, ocorrida em setembro de 2011, quando os responsáveis pela missão Kepler anunciaram o primeiro planeta que poderia ser a versão real de Tatooine. Era Kepler-16b, astro também encontrado pela sonda da Nasa.
Vida a dois
Os objetos têm o mesmo nome pois foram encontrados pela sonda Kepler, da agência espacial norte-americana (Nasa), que procura desde março de 2009 por exoplanetas em uma faixa extensa no espaço sideral entre as constelações de Lira e Cisne. Nesta região, o equipamento analisa variações no brilho de até 150 mil estrelas.
Mudanças na luz que vem desses astros podem indicar que um planeta passou entre as estrelas e as lentes da sonda. Foi o que aconteceu durante a descoberta de Kepler-16b, que está a 200 anos-luz de distância da Terra -- 1 ano-luz é a distância percorrida por um raio luminoso durante um ano inteiro (aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros).
Uma nova classe de planetas foi revelada com as descobertas de 34b e 35b. (Foto: Mark Garlick / Nasa)Uma nova classe de planetas foi revelada com as descobertas de 34b e 35b. (Foto: Mark Garlick / Nasa)
Os dois planetas recém-descobertos são gigantes gasosos como Júpiter, porém com massas muito menores. Kepler-34b gira ao redor de sua dupla em apenas 288 dias terrestres. Kepler-35b leva menos tempo ainda em sua órbita: 131 dias.
Segundo os pesquisadores, a maioria das estrelas como o Sol vive em pares. Agora, a pesquisa de Welsh mostra que planetas orbitando duplas de estrelas -- conhecidos como planetas circumbinários -- também devem ser mais comuns do que se imaginava.
Desde 1995
Por centenas de anos, os astrônomos acreditaram que o Sistema Solar era o único grupo de planetas girando ao redor de uma estrela. Mas em 1995, com a descoberta do primeiro planeta a orbitar uma estrela diferente do Sol.
Até o momento, são conhecidos mais de 700 exoplanetas. (Foto: Lior Taylor / Nasa)Até o momento, são conhecidos mais de 700 exoplanetas. (Foto: Lior Taylor / Nasa)
Nomeado 51 Pegasi b, o astro é um gigante gasoso com massa equivalente a, no mínimo, metade de Júpiter. A distância para a estrela que orbita é pequena: apenas 7,5 milhões de quilômetros -- muito menor, por exemplo, que o afastamento de 150 milhões de quilômetros da Terra em relação ao Sol.
Atualmente, são conhecidos mais de 700 planetas fora do Sistema Solar. No site da missão Kepler, é possível ver a contagem atual de "candidatos" a exoplanetas: astros que foram detectados pela sonda, mas não foram confirmados por análises posteriores como planetas. O número está, em 11 de janeiro, em 2.326. Desses, somente 33 já receberam a confirmação de que são realmente planetas.
Mas o principal objetivo da sonda Kepler é encontrar planetas que possam reunir as condições para o florescimento da vida. Para isso acontecer, os astros precisam ter um tamanho parecido com o da Terra e uma distância da estrela que orbitam suficiente para o desenvolvimento de uma atmosfera e de água líquida na superfície.
Na série 'Guerra nas estrelas', Tatooine serve de lar para Luke Skywalker. (Foto: Divulgação)Na série 'Guerra nas estrelas', Tatooine serve de lar para Luke Skywalker. (Foto: Divulgação)

Astrônomos descobrem aglomerado de galáxias 'gordo' e distante

Astrônomos divulgaram um estudo sobre um aglomerado de galáxias muito quente e elevada massa, recém-descoberto e tido como o maior em tamanho no Universo distante. O conjunto de galáxias está tão longe da Terra que sua luz demora 7 bilhões de anos para chegar até a Terra. Apelidado de El Gordo ("o gordo", em espanhol) pela equipe de cientistas internacional, o grupo é formado por dois grandes aglomerados que se chocam a milhões de quilômetros por hora.
O trabalho foi conduzido com o auxílio de instrumentos ópticos no Chilex, como no caso do Telescópio Muito Grande (VLT) e do Atacama Cosmology Telescope, e no espaço -- como no caso do Observatório de Raios X Chandra, da Nasax.
Os dados foram divulgados em um encontro da Sociedade Astronômica Americana, realizado nesta semana em Austin, no estado do Texas. Segundo Felipe Menanteau, cientista da Universidade Rutgers e coordenador do estudo, o grupo de galáxias foi encontrado após uma distorção na "radiação cósmica de fundo" -- o registro pela primeira radiação do Universo, deixada pelo Big Bang, a explosão que teria iniciado o cosmo há 13,7 bilhões de anos.
Imagem mostra o aglomerado de galáxias "El Gordo". (Foto: ESO / SOAR / Nasa)Imagem mostra o aglomerado de galáxias "El Gordo". (Foto: ESO / SOAR / Nasa)
Elétrons de gás quente desta região interagem com esse resquício dos primeiros dias do Universo e alteram o brilho da radiação cósmica de fundo que chega até a Terra em micro-ondas.
Mesmo com a distância e tamanho exagerados, astrônomos acreditam que "El Gordo" é um conjunto de galáxias que está de acordo com as ideais atuais sobre o como o cosmo foi criado e do que ele é feito.
Os aglomerados de galáxias são as maiores estruturas unidas pela gravidade que existem no Universo. Costumam ser formados pela colisão de grupos de galáxias menores, que se fundem.

Telescópio espacial da Nasa fotografa estrelas em formação

A Nasa publicou nesta terça-feira (10) uma nova imagem de Cygnus X, uma região de formação de estrelas que fica na nossa galáxia, a cerca de 4,5 mil anos-luz da Terra. É uma região ativa e turbulenta, que forma a nuvem de gás e poeira que vemos na fotografia.
A imagem foi captada em infravermelho pelo Telescópio Espacial Spitzer. É esse tipo de luz que permite a visualização para além da poeira espacial; as luzes do espectro visível são bloqueadas. A tecnologia possibilita aos astrônomos o estudo do processo que leva à morte de algumas estrelas e ao nascimento de outras.
Cygnus X, região formadora de estrelas (Foto: NASA/JPL-Caltech/J. Hora (CfA))Cygnus X, região formadora de estrelas (Foto: NASA/JPL-Caltech/J. Hora (CfA))

Arqueólogos acham selo para pães kosher com 1,5 mil anos em Israel

Arqueólogos israelenses encontraram um selo para identificar pães kosher usado para judeus há 1,5 mil anos. O artefato foi descoberto no sítio de Horbat Uza, a leste da cidade de Acre, As informações são do site do jornal israelense "Haaretz".
Especialistas acreditam que o objeto pertencia a algum tipo de panificadora que vendia produtos à comunidade judaica no local, à época ligado ao Império Bizantino.
As escavações são realizadas pela Autoridade de Antiguidades de Israel, órgão governamental responsável pela conservação da riqueza arqueológica e histórica do país. As atividades acontecem antes da construção de uma rodovia que irá ligar Acre até a cidade de Carmiel.
O selo é feito de cerâmica e possui a imagem de Menorá, o candelabro de sete velas que simboliza o judaísmo. Essa marca indica que os pães marcados pela peça eram destinados aos judeus que moravam ali. Segundo os escavadores, esta é a primeira vez que um selo deste tipo é achado em uma área de escavações formais. Isso torna possível determinar a origem e a idade do objeto.
Para Danny Syon, um dos chefes da equipe de arqueólogos, o artefato é prova da presença dos judeus no sítio em Uza mesmo durante o período cristão bizantino. O sítio arqueológico, localizado em uma área rural, já revelou outros objetos antigos judeus como jarros com menorás pintados e uma luminária Shabbat e um caixão de barro.
No selo, ainda é encontrada uma inscrição com o nome "Launtius" escrita em letras gregas. Este nome era comum entre judeus no período bizantino.


  Selo traz sete candelabros que formam o símbolo
menorá.(Foto:Autoridade de Antiguidades de Israel)