Astrônomos anunciaram nesta quarta-feira (11) a descoberta de dois novos
exoplanetas que giram ao redor de uma dupla de estrelas parecidas com o
Sol. Nomeados Kepler-34b e Kepler-35b, os astros confirmam que é
possível existir planetas que orbitam pares de estrelas unidas pela
gravitação.
A descoberta é tema da revista científica "Nature" dessa semana e foi
divulgada por um grupo de cientistas liderado por William Welsh, da
Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos. Cada um dos
planetas gira ao redor de pares de estrelas diferentes.
Apesar de previsto por teóricos, este modelo era mais conhecido até
então pelo cinema: na série "Guerra nas estrelas", um dos cenários onde
as ações acontecem é o planeta Tatooine, lar do herói Luke Skywalker e
iluminado por duas estrelas amarelas como o Sol.
Ilustração mostra como seria Kepler-35b, girando ao redor de par de estrelas. (Crédito: Lynette Cook / Nasa)
O estudo serviu para consolidar uma descoberta anterior, ocorrida em
setembro de 2011, quando os responsáveis pela missão Kepler anunciaram o
primeiro planeta que poderia ser a versão real de Tatooine. Era Kepler-16b, astro também encontrado pela sonda da Nasa.
Vida a dois
Os objetos têm o mesmo nome pois foram encontrados pela sonda Kepler, da agência espacial norte-americana (Nasa), que procura desde março de 2009 por exoplanetas em uma faixa extensa no espaço sideral entre as constelações de Lira e Cisne. Nesta região, o equipamento analisa variações no brilho de até 150 mil estrelas.
Os objetos têm o mesmo nome pois foram encontrados pela sonda Kepler, da agência espacial norte-americana (Nasa), que procura desde março de 2009 por exoplanetas em uma faixa extensa no espaço sideral entre as constelações de Lira e Cisne. Nesta região, o equipamento analisa variações no brilho de até 150 mil estrelas.
Mudanças na luz que vem desses astros podem indicar que um planeta
passou entre as estrelas e as lentes da sonda. Foi o que aconteceu
durante a descoberta de Kepler-16b, que está a 200 anos-luz de distância
da Terra -- 1 ano-luz é a distância percorrida por um raio luminoso
durante um ano inteiro (aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros).
Uma nova classe de planetas foi revelada com as descobertas de 34b e 35b. (Foto: Mark Garlick / Nasa)
Os dois planetas recém-descobertos são gigantes gasosos como Júpiter,
porém com massas muito menores. Kepler-34b gira ao redor de sua dupla em
apenas 288 dias terrestres. Kepler-35b leva menos tempo ainda em sua
órbita: 131 dias.
Segundo os pesquisadores, a maioria das estrelas como o Sol vive em
pares. Agora, a pesquisa de Welsh mostra que planetas orbitando duplas
de estrelas -- conhecidos como planetas circumbinários -- também devem
ser mais comuns do que se imaginava.
Desde 1995
Por centenas de anos, os astrônomos acreditaram que o Sistema Solar era o único grupo de planetas girando ao redor de uma estrela. Mas em 1995, com a descoberta do primeiro planeta a orbitar uma estrela diferente do Sol.
Por centenas de anos, os astrônomos acreditaram que o Sistema Solar era o único grupo de planetas girando ao redor de uma estrela. Mas em 1995, com a descoberta do primeiro planeta a orbitar uma estrela diferente do Sol.
Até o momento, são conhecidos mais de 700 exoplanetas. (Foto: Lior Taylor / Nasa)
Nomeado 51 Pegasi b, o astro é um gigante gasoso com massa equivalente
a, no mínimo, metade de Júpiter. A distância para a estrela que orbita é
pequena: apenas 7,5 milhões de quilômetros -- muito menor, por exemplo,
que o afastamento de 150 milhões de quilômetros da Terra em relação ao
Sol.
Atualmente, são conhecidos mais de 700 planetas fora do Sistema Solar.
No site da missão Kepler, é possível ver a contagem atual de
"candidatos" a exoplanetas: astros que foram detectados pela sonda, mas
não foram confirmados por análises posteriores como planetas. O número
está, em 11 de janeiro, em 2.326. Desses, somente 33 já receberam a
confirmação de que são realmente planetas.
Mas o principal objetivo da sonda Kepler é encontrar planetas que
possam reunir as condições para o florescimento da vida. Para isso
acontecer, os astros precisam ter um tamanho parecido com o da Terra e
uma distância da estrela que orbitam suficiente para o desenvolvimento
de uma atmosfera e de água líquida na superfície.
Na série 'Guerra nas estrelas', Tatooine serve de lar para Luke Skywalker. (Foto: Divulgação)
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