sábado, 31 de março de 2012

Crocodilo pré-histórico descoberto em SP devorava raízes

O mais novo integrante da diversificada fauna de crocodilos pré-históricos do Brasil provavelmente não meteria medo em ninguém, apesar da fama de máquina assassina de alguns de seus parentes do mundo moderno.
É verdade que o "Caipirasuchus paulistanus" tinha uma mordida poderosa, mas os paleontólogos que descobriram fósseis do bicho afirmam que ela a usava para fins relativamente pacíficos: cortar raízes de plantas, quebrar conchas de moluscos e capturar um ou outro vertebrado de pequeno porte.
A espécie é genuinamente caipira, como sugere o nome, tendo sido descoberta na zona rural de Monte Alto (cidade do interior paulista a 350 km da capital do Estado).
A criatura foi descrita em artigo na revista científica "Journal of Vertebrate Paleontology" por Fabiano Iori e Ismar Carvalho, ambos do Departamento de Geologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).


O "Caipirasuchus" é mais um exemplo da imensa diversidade de crocodilos que povoava o interior paulista na Era dos Dinossauros (no caso da nova espécie, há cerca de 90 milhões de anos).
O ponto em comum entre esses bichos todos era o fato de serem terrestres, e não semiaquáticos, com membros relativamente eretos e alongados. Alguns, porém, eram superpredadores, parecidos com leões ou lobos; outros tinham armaduras corporais que lembravam as de tatus.
O "C. paulistanus" se destaca por causa de maneira como usava a boca para agarrar e processar os alimentos. O focinho afilado o ajudava a "fisgar" as presas, enquanto os dentes de trás eram capazes de triturar coisas como vegetais duros e raízes.
No geral, seria um onívoro oportunista e ágil, não muito diferente de criaturas como quatis e gambás (embora, medindo 1,5 m, ele fosse maior que esses bichos). É um estilo de vida que jacarés e crocodilos não adotam hoje.

Setor espacial é 'prioridade' do governo, diz novo presidente da AEB

Mesmo após o corte de 22% no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o programa espacial brasileiro é uma "prioridade do governo", afirmou ao G1 o novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela.
Villela passou ao comando da agência após o presidente anterior, Marco Antônio Raupp, assumir o Ministério, em janeiro.
Segundo ele, apesar do corte no MCTI, o repasse de R$ 2,2 bilhões do governo federal para investimentos até 2015 no setor -- previsto no Plano Plurianual 2012-2015 -- mostra que interesse governamental no espaço aumentou.
O valor é 16,4% superior ao montante repassado entre 2008-2011 (R$ 1,89 bilhão) -- mas não chega a ser nem 10% do valor que a agência espacial americana (Nasa) vai receber do governo dos Estados Unidos para investimentos apenas em 2012 (R$ 32,5 bilhões), mesmo com uma redução de gastos devido à crise.
Em 2012, a agência brasileira pode investir o montante de R$ 327,5 milhões.
De acordo com Villela, o país não vai atrasar mais o lançamento do satélite Cbers 3, que deveria ter acontecido há três anos e está agora previsto para voar em novembro. Quarto satélite do projeto feito em parceria com a China, ele deve fazer um monitoramento da superfície da Terra para uso em em projetos de gerenciamento agrícola e licenciamentos ambientais.
Segundo ele, o programa Cbers é "prioridade zero" da agência, ao lado do desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e da modernização da base de lançamentos de Alcântara (RN). O custo total desses projetos é de R$ 640,7 milhões.
Satélite Cbers-3 durante testes no Laboratório de Integração e Testes (LIT) em São José dos Campos (SP). Equipamento está na China e deve ser lançado em novembro deste ano, de acordo com a AEB. (Foto: Divulgação/Inpe)Satélite Cbers-3 no Laboratório de Integração e Testes (LIT) em São José dos Campos (SP). Equipamento está na China e deve ser lançado em novembro deste ano, de acordo com a AEB. 
 
Imprevistos e desenvolvimento tecnológico
Villela afirma que os atrasos nesses projetos ocorreram devido a “imprevistos” já solucionados, como no caso do Cbers 3. “Tivemos problemas no sistema de controle, em alguns subsistemas e também a indústria brasileira não produzia algumas peças. Mas agora o satélite está pronto e passa por fase de testes na China. A previsão de lançamento é novembro deste ano”, disse.
Ele ressalta que a participação do país no projeto aumentou de 30% para 50%, o que exigiu investimentos em pesquisa. Os satélites do programa Cbers portam câmeras que captam imagens da Terra, distribuídas gratuitamente pelo Inpe. O Cbers 4, que tem pouca diferença do modelo 3, tem previsão de lançamento para 2014.
Segundo Villela, testes experimentais com protótipos do VLS já estão em curso no Rio Grande do Norte e os primeiros estágios do foguete passarão a ser testados em 2013.
Em fevereiro, o ministro Raupp afirmou, se tudo desse certo, a fabricação do foguete completo deveria acontecer a partir de 2018.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Nasa divulga foto da galáxia do Disco Voador, feita pelo Hubble


A Nasa divulgou nesta sexta-feira uma imagem da galáxia do Disco Voador, feita pelo telescópio Hubble. O apelido que chama a atenção foi dado por astrônomos de um observatório em Cocoa, na Flórida.
A visão lateralizada da NGC 2683, localizada a 16 milhões de anos luz da Terra, na constelação de Lynx, permite a observação das particularidades dessa galáxia em espiral, como as camadas de poeira cósmica e a imensa quantidade de estrelas nas extremidades.

A Lua é filha da Terra?


A Lua é filha da Terra?















As descobertas podem lançar pelo espaço a teoria mais aceita atualmente sobre a formação da Lua.

Formação da Lua
Uma nova análise química de rochas lunares mostrou que nosso satélite é muito mais parecido com a Terra do que os cientistas acreditavam.
A teoria mais aceita atualmente afirma que a Lua teria sido gerada quando um planeta hipotético do tamanho de Marte - conhecido como Théia, ou Téia - teria saído de sua órbita e entrado em rota de colisão com a Terra.
O impacto arrancou as camadas externas de Téia e da Terra, deixando enormes quantidades de detritos em órbita da nova Terra-híbrida. Esse material eventualmente coalesceu sob sua própria gravidade e formou a Lua.


Composição da Lua
Para que esse modelo seja consistente, cerca de 40% da composição da Lua deveria ter vindo de Téia.
Contudo, ao comparar a abundância relativa dos isótopos titânio-47 e titânio-50 em rochas lunares, Junjun Zhang e seus colegas da Universidade de Chicago descobriram que a proporção dos dois isótopos é exatamente a mesma da Terra - cerca de 4 partes por milhão.
Já se sabia que a composição isotópica do oxigênio na Lua também é similar à da Terra, mas o oxigênio se vaporiza muito facilmente durante uma colisão, e essa semelhança pode ser resultado de uma troca posterior.
Ocorre que o titânio não vaporiza tão facilmente. Segundo Zhang, seria virtualmente impossível que a Lua e a Terra tivessem atingido a mesma composição.
Análises de meteoritos, por outro lado, vistos como restos de eventuais corpos planetários errantes pelo Sistema Solar, confirmam que a composição de Téia seria muito diferente da composição da Terra.


Novas teorias para a formação da Lua
Mas os cientistas afirmam que ainda não é hora de descartar a hipótese do choque Téia-Terra para explicar a origem da Lua, porque o choque pode ter desencadeado processos sobre os quais ainda não se tem conhecimento.
A principal razão, contudo, é que a única teoria alternativa para a formação da Lua propõe uma Terra girando extremamente rápido, a ponto de atirar material de sua própria crosta para o espaço - mas ninguém tem uma ideia sobre o que teria diminuído posteriormente a velocidade do nosso planeta.
Enquanto isso, as sondas gêmeas STEREO estão procurando sinais de meteoritos com composição similar à da Lua e da Terra, com o objetivo de dar novas ideias sobre a formação da Lua.
Outra novidade recente, que pode ajudar neste estudo, é a descoberta de dois planetas na mesma órbita, o que poderia sugerir uma composição mais similar entre Téia e Terra se ambos fossem gêmeos orbitais.

Explosão de laser mostra como magnetismo surgiu no Universo

Explosão de laser mostra como magnetismo surgiu no Universo
























A explosão revelou a formação de campos magnéticos e correntes elétricas ao redor da onda de choque - o fenômeno ocorreu em uma janela de 1 microssegundo após o disparo.



Origem do magnetismo


Há campos magnéticos por todo o espaço galáctico e intergaláctico.
O que é intrigante é imaginar como é que eles foram criados originalmente, e como se tornaram tão fortes.
Agora, uma equipe internacional de cientistas usou um laser para criar campos magnéticos semelhantes àqueles que se imagina serem necessários para a formação das primeiras galáxias, na infância do Universo.
Os resultados são um primeiro elemento importante na tentativa de solucionar o enigma de como o Universo gerou seu próprio magnetismo.
"Nosso experimento recriou o que estava acontecendo no início do Universo e mostrou como os campos magnéticos galácticos apareceram," afirmou o Dr. Gianluca Gregori, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
"Isso abre a perspectiva emocionante de sermos capazes de explorar a física do cosmos, que remonta a bilhões de anos, em um laboratório de laser aqui na Terra," completou.


Explosão a laser


A equipe, liderada por físicos da Universidade de Oxford, no Reino Unido, usaram um laser de alta potência para explodir uma haste de carbono, semelhante a uma ponta de lápis, imersa em gás hélio.
A explosão foi projetada para imitar o caldeirão de plasma do qual foram formadas as primeiras galáxias - o plasma é um gás ionizado contendo elétrons livres e íons positivos.
O disparo revelou a formação de campos magnéticos e correntes elétricas ao redor da onda de choque - o fenômeno ocorreu em uma janela de 1 microssegundo após a explosão.
Os astrofísicos pegaram estes resultados e os ampliaram em 22 ordens de grandeza (x * 1022) para descobrir que a medição é compatível com as chamadas "sementes magnéticas", previstas pelas teorias de formação de galáxias.

Cientistas capturam tornados na superfície solar


Cientistas do País de Gales filmaram tornados gigantes na superfície do Sol, cujo tamanho é diversas vezes ao do planeta Terra.
Pesquisadores da Universidade de Aberystwyth encontraram as tempestades com ajuda do telescópio atmosférico que fica a bordo do Observador Dinâmico Solar (SDO, na sigla em inglês), que pertence à Nasa (agência espacial americana).


Veja o vídeo

Imagem de tornado na superfície do Sol; gases podem atingir até 300 mil quilômetros por hora
Imagem de tornado na superfície do Sol; gases podem atingir até 300 mil quilômetros por hora
O vídeo foi exibido em um encontro nacional de astronomia em Manchester.
"Está é provavelmente a primeira vez que um tornado solar tão grande é filmado", afirma o astrônomo Xing Li, do Instituto de Matemática e Física da universidade. "Outros tornados menores já haviam sido detectados por satélites [Soho], mas eles não haviam sido filmados."
Os tornados solares foram observados em 25 de setembro de 2011. Eles foram descobertos com um equipamento que havia sido lançado no espaço em fevereiro de 2010.
O objetivo do satélite é coletar dados que ajudem os cientistas a entender como variações nos padrões do Sol podem afetar o resto do espaço.
O telescópio registrou gases superaquecidos --com temperaturas entre 47.250 e 2 milhões de graus Celsius-- circulando a distâncias de cerca de 200 mil quilômetros por períodos de pelo menos três horas.
A velocidade dos gases pode atingir até 300 mil quilômetros por hora. Na Terra, os tornados de ar chegam a 150 quilômetros por hora, no máximo.
As tempestades solares têm efeitos na Terra. Durante o fenômeno, eles podem provocar interrupções no serviço de alguns satélites e em redes de eletricidade.

Cientista que fracassou em experimento com neutrinos se demite

O físico italiano Antonio Ereditato, porta-voz do experimento Opera, que detectou neutrinos que supostamente viajavam mais rápido do que a luz, algo que contradizia a Teoria da Relatividade de Einstein, apresentou sua demissão.O anúncio foi divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Física Nuclear (INFN) italiano, cujo vice-presidente, Antonio Masiero, indicou que a entidade 'tomou conhecimento da renúncia do professor Antonio Ereditato como porta-voz do experimento Opera'.
A decisão de Ereditato foi tomada depois que alguns de seus colegas no projeto apresentaram uma proposta na qual defenderam sua demissão e apesar de não ter sido aprovada, gerou uma divisão entre os pesquisadores que levou o cientista italiano a apresentar a renúncia, segundo a imprensa italiana.
Em setembro, os responsáveis do experimento Opera confirmaram ter constatado a existência de neutrinos, um tipo de partículas subatômicas, que viajavam a uma velocidade superior à da luz, algo que a física considerava impossível até o momento.
O experimento consistiu em lançar feixes dessa partícula subatômica por terra do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), em Genebra, para o italiano de Gran Sasso, situado a 730 quilômetros de distância, com o qual foi obtida em várias ocasiões uma conclusão surpreendente: os neutrinos chegavam 60 nanossegundos antes da luz.
No entanto, em fevereiro, os responsáveis do Opera no CERN advertiram que as conclusões do experimento que questionou a Teoria da Relatividade de Einstein poderiam ter sido produzidas por uma série de problemas técnicos nos aparelhos.
Um mês depois, um novo experimento do laboratório italiano de Gran Sasso refutou as conclusões preliminares do Opera e confirmou que os neutrinos não são mais velozes do que a luz.

Astrônomos fazem foto de um bilhão de estrelas de uma só vez


Astronômos europeus divulgaram uma fotografia feita de um bilhão de estrelas de uma só vez, na nossa galáxia, a Via Láctea.
A imagem foi obtida combinando o trabalho de dois telescópios, no Havaí e no Chile, e é resultado de uma colaboração de mais de uma década entre cientistas das Universidades de Edinburgo e Cambridge, no Reino Unido.
A fotografia inteira é imensa -- com 150 bilhões de pixels, é grande demais para ser colocada nesta página.
Para acessá-la (e dar zoom onde quiser), basta clicar aqui, no site do projeto responsável.
Abaixo estão dois pedaços da fotografia:
Parte da foto com um bilhão de estrelas da Via Láctea  (Foto: Mike Read (WFAU), UKIDSS/GPS and VVV) 
Parte da foto com um bilhão de estrelas da Via Láctea (Foto: Mike Read (WFAU), UKIDSS/GPS and VVV)Parte da foto com um bilhão de estrelas da Via Láctea

FAB lança foguete de treinamento no RN


A Força Aérea Brasileira (FAB) lançou o Foguete de Treinamento Básico, na tarde desta quinta-feira (29),do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Parnamirim (RN). O artefato atingiu 30 quilômetros de altitude (estratosfera). O exercício, segundo a FAB, é dar condições técnicas para que a base possa lançar, rastrear foguetes e obter dados de voos.
O foguete tem 68,3 quilos, três metros de comprimento e foi desenvolvido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Segundo a FAB, este foi o primeiro de uma série de lançamentos previstos no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) em 2012.
FAB faz lançamento de foguete de treinamento no Rio Grande do Norte (Foto: Divulgação/FAB)
FAB faz lançamento de foguete de treinamento no Rio Grande do Norte 

Magnata planeja buscar no fundo do mar motor que levou homem à Lua


Jeff Bezos, dono da Amazon, em foto de 2010 (Foto: AP Photo/Ted S. Warren, Arquivo)
Jeff Bezos, dono da Amazon, em foto de 2010 
O bilionário Jeff Bezos, fundados do site Amazon, pretende lançar uma expedição para buscar no fundo do oceano os motores que impulsionaram o homem à Lua pela primeira vez. Bezos anunciou o plano nesta quarta-feira (28), pela internet.
O empresário afirmou que sua expedição já localizou no fundo do Atlântico os motores do foguete Saturn V, que lançou ao espaço a nave Apollo 11, em julho de 1969. A bordo estavam Neil Armstrong, Buzz Aldrin – os dois primeiros homens a pisar na Lua – e Michael Collins, que não pôde descer porque ficou no módulo de comando.
Com o uso de um sonar de alta tecnologia, a expedição localizou o objeto a mais de quatro mil metros de profundidade. Bezos deu poucos detalhes e não explicou como eles podem ter certeza de que o motor encontrado é o que lançou a Apollo 11, e não outro qualquer. Desde a década de 1960, vários foguetes foram lançados do estado da Flórida e caíram no mar -- inclusive os de outras seis missões Apollo.
Motor de foguete do modelo Saturn, em foto de 1963 (Foto: AP Photo/Nasa)Motor de foguete do modelo Saturn, em foto de 1963 
“Ainda não sabemos em que condição estes motores estão”, escreveu Bezos. “Eles caíram no oceano em alta velocidade e estão na água salgada há mais de 40 anos. Por outro lado, são feitos de material resistente, então veremos”, completou.
Apesar de liderar a expedição com recursos privados, o bilionário reconhece que os motores são propriedade da Nasa. De toda forma, ele disse que gostaria de ver os objetos expostos em museus, caso a operação tenha sucesso.
A Nasa afirmou que ainda não foi procurada pela equipe de Bezos, mas se mostrou receptiva. “Sempre houve grande interesse nos artefatos dos primeiros dias da exploração espacial e o anúncio dele só tem a acrescentar ao entusiasmo daqueles que se interessam pela história da Nasa”, afirmou o porta-voz Bob Jacobs, em nota.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Último degelo do planeta elevou nível do mar em 20 metros


O último grande degelo do planeta não aconteceu de forma constante. Houve sim um período de aumento abrupto do nível das águas.
Em menos de 500 anos, subiu cerca de 20 metros, segundo Pierre Deschamps, geólogo e pesquisador principal do Cerege (sigla em francês de Centro Europeu de Pesquisa e Ensino de Geociências do Meio Ambiente), em artigo publicado a revista científica "Nature.
O ponto mais ativo desse degelo, que começou há 15 mil anos e acabou há 12 mil, foi no período entre 14.650 anos e 14.310 anos atrás. É nesse intervalo de tempo que, segundo as medições dos analistas, o nível de água subiu no Taiti entre 12 e 22 metros.
Os cientistas participantes do estudo basearam a pesquisa em medições efetuadas nesta ilha do Pacífico e concluíram também que a maior parte de água veio do degelo da Antártida.
Para obter os dados, Deschamps e seus colegas estudaram os fósseis dos corais e de uma espécie de búzio que habitaram no litoral norte, sul e oeste do Taiti.
O aumento das águas que o analista cita em seu artigo coincidiu no tempo com a Oscilação de Boelling, uma época na qual o clima se moderou e as massas de gelo continentais liberaram grandes quantidades de água no mar.
No entanto, a cronologia exata do degelo e a origem de suas águas seguem sem esclarecer tudo, já que o nível dos mares não ascendeu de forma uniforme, e por isso é necessário estudar os aumentos em distintas costas do planeta.
Além disso, os especialistas não só tentam averiguar quanto cresceram os mares, mas também qual foi a fonte que produziu o aumento das águas, ou seja, se o que derreteu foi o Ártico, a Groenlândia ou a Antártida.
Os dados da pesquisa liderada por Deschamps, em combinação com outro estudo realizado em Barbados, sugerem que a maior parte desta água procedia do degelo da Antártida.
Segundo os analistas, conhecer melhor estes fenômenos permitiria compreender como a mudança climática atual afetará os gelos polares nos próximos anos.
Neste sentido, a velocidade com a qual cresceram as águas no período estudado por Deschamps foi "significativamente maior" às estimativas para o século 21, que predizem um aumento inferior a dois metros por século.

Sonda da Nasa faz voo 'rasante' em lua de Saturno

A sonda espacial Cassini fez um voo rasante no Polo Sul da lua Encélado, de Saturno. A nave chegou a uma distância de apenas 74 quilômetros do astro, antes de passar também pelas luas Dione e Jano.O objetivo da aproximação foi procurar sinais de vida na região. Encélado é considerada uma das melhores candidatas a abrigar micro-organismos em nosso Sistema Solar.Os jatos de gelo de Encélado (Foto: NASA/JPL/Space Science Institute )
Os jatos de gelo de Encélado
Além disso, os cientistas esperam que equipamentos da Cassini reunam informações sobre o ambiente magnético entre Saturno e a lua.
De acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, a sonda carrega 12 instrumentos científicos. Entre seus achados mais importantes para a ciência, o laboratório lista a descoberta de quatro novas luas, de dois novos anéis ao redor de Saturno e, inclusive, a emissão de partículas de gelo na lua Enceladus.
A Cassini foi lançada em 1997 e entrou na órbita de Saturno em 2004. Sua primeira missão foi completada em 2008 e, desde então, foi prorrogada por duas vezes. Em 2015, ela deve se aproximar ainda mais do Polo Sul de Encelados, chegando a apenas 25 km do astro. Esta mesma distância já foi atingida em 2008 na região do equador.
A missão é uma cooperação entre a Nasa, a agências espaciais da Europa e da Itália e deve durar até 2017.
Fotografia de Encélado tirada pela Cassini a 'apenas' 111 mil quilômetros de distância (Foto: NASA/JPL/Space Science Institute )
Fotografia de Encélado tirada pela Cassini a 'apenas' 111 mil quilômetros de distância

Veja fotos de luas de Saturno feitas por sonda da Nasa


quarta-feira, 28 de março de 2012

Sonda espacial acha condições favoráveis para a vida em lua de Saturno


A sonda espacial Cassini registrou jatos de água gelada em vários voos próximos à superfície de uma lua de Saturno, Encélado, que poderiam indicar um habitat propício para a existência de vida, informou a Nasa em seu site nesta quarta-feira. "Mais de 90 gêiser de todos os tamanhos estão emitindo vapor de água, partículas de gelo, e componentes orgânicos na superfície do Polo Sul de Encélado", disse Carolyn Porco, chefe da equipe de Imagens Científicas da sonda espacial Cassini.
Estes gêiser, que surgem através de fendas na superfície gelada da sexta lua de Saturno, poderiam revelar a existência de um vasto mar subterrâneo.
"Cassini voou várias vezes através destas partículas e as analisou. Além de água e material orgânico, encontramos sal nas partículas de gelo. A salinidade é a mesma que a existente nos oceanos da Terra", explicou Carolyn.
A cientista afirmou que parece "coisa de louco", mas parece como "se nevasse sobre a superfície deste pequeno mundo", em referência às condições favoráveis à vida microbiana neste satélite.
"No fim, esse é o lugar mais promissor que conhecemos para a pesquisa em astrobiologia. Não precisamos sequer mexer na superfície. Basta voar entre estas colunas de partículas. Ou podemos pousar sobre a superfície e tirar mostras", disse.
A sonda Cassini, lançada em 1997, é uma missão na qual participam a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana, cujo objetivo é estudar as mudanças climáticas em Saturno e em suas luas.
No ano passado a Nasa decidiu prolongar a missão, que transmitiu informações do sistema de Saturno durante quase seis anos, até 2017.
"O tipo de ecossistemas que Encélado pode abrigar poderiam ser como os existentes nas profundezas de nosso planeta. Embora tudo aconteça inteiramente à revelia de luz solar", acrescentou.
Cassini foi lançada ao espaço em outubro de 1997 junto com a sonda Huygens da ESA, e chegou às imediações de Saturno em 2004 para iniciar o estudo de Titã, a maior lua do planeta.  

Cientistas refazem pelo excremento, genoma de hiena extinta


Pesquisadores franceses conseguiram reconstituir uma parte do genoma da hiena das cavernas, uma espécie pré-histórica há muito tempo extinta, a partir do seu próprio excremento, o que confirmou o seu parentesco com o hiena pintada de hoje. Cientistas da Comissão de Energia Atômica (CEA) também descobriram nestes excrementos fossilizados o DNA de veados vermelhos, que serviram de alimento para estas hienas. É a prova de que as fezes antigas carregam uma enorme quantidade de informações sobre carnívoros pré-históricos.
Os primeiros testes de DNA com os restos de animais extintos (ossos, dentes, pelos, etc) foram realizados em 1984, com um quagga, uma espécie de zebra extinta no final do século 19. Mas foi necessário esperar até 2001 para conseguir o primeiro genoma completo de uma espécie extinta, os moas, aves gigantes da Nova Zelândia que desapareceram por volta de 1500.
Os recentes avanços da genética e da informática têm permitido acumular dados mais precisos e descriptografar genomas muito mais velhos como, por exemplo, o do homem de Neandertal e do mamute, a partir de seus restos mortais.
Assim, os "coprólitos", excremento fóssil mineralizado, são de particular interesse para os paleontólogos, pois contêm tanto o DNA dos seus donos quanto o de seus alimentos. Mas este DNA antigo continua difícil de analisar. O processo de digestão adicionando à degradação de sequências de DNA associadas com a passagem do tempo tornam a tarefa complicada.
Por esta razão, nenhuma análise de DNA de coprólitos do período Pleistoceno Médio ou posterior (780 mil anos até 11 mil anos atrás) havia sido realizada até hoje. Os pesquisadores do CEA assumiram o desafio, a começar com a coleta das fezes fossilizadas no solo da gruta de Coumère Ariege (sudoeste da França), atribuídas a hienas das cavernas (Crocuta crocuta spelaea), um animal muito difundido na Europa durante o Pleistoceno.
Das nove amostras coletadas, eles selecionaram duas que pareciam particularmente ricas em DNA exploráveis, explica o estudo, publicado nesta quarta-feira na revista britânica Proceedings of the Royal Society B. Os resultados da análise mostraram ainda que esses excrementos pertenciam a duas hienas distintas. A comparação do genoma extraído com o de hienas modernas "estabeleceu, sem dúvida, a relação de parentesco entre a hiena das cavernas e a hiena malhada" (Crocuta crocuta), que ainda vive no cerrado africano.
Apesar das diferenças significativas na anatomia e tamanho entre as duas espécies, "o genoma da hiena das cavernas tem apenas 115 diferenças com a sequência genética da hiena malhada", afirma o estudo, liderado por Jean-Marc Elalouf, do Instituto de Biologia e Tecnologia de Saclay.
"A distância genética entre a hiena das cavernas e a hiena pintada é notavelmente menor do que entre as diferentes espécies da família das hienas" atuais, acrescentaram os biólogos franceses.
No total, cerca de 50% do DNA encontrado em duas amostras pode ser atribuído a uma hiena das cavernas, uma taxa que rivaliza com os restos de animais conservados em gelo: 40% para um dente de urso polar e 55% para alguns ossos de mamute, por exemplo. Por comparação, as amostras de dentes ou ossos de animais pré-históricos, onde o congelamento não contribuiu para a preservação de DNA, geralmente contem menos de 6% de DNA animal ou humano, revela o estudo.

Nasa produz imagem de correntes oceânicas no litoral da África


Uma foto divulgada nesta quarta-feira pela Nasa (agência espacial americana) mostra as correntes oceânicas no litoral leste do continente africano.
Para compor a imagem, usou-se informações coletadas no período 2005-2007, usadas posteriormente por um equipamento de estudo da circulação e clima dos oceanos, o Ecco02.
Veja o vídeo das correntes em todo o planeta
Esse sistema faz simulações do movimento das águas oceânicas em seus níveis mais profundos, mas aqui, na visualização intitulada "Oceano Perpétuo", é exibida somente a superfície.

Imagem exibe correntes oceânicas na região sudeste do continente africano; veja o vídeo aqui do planeta inteiro
Imagem exibe correntes oceânicas na região sudeste do continente africano; 

Fóssil de pé de hominídeo pode mudar estudo da evolução humana


Ossos encontrados na Etiópia, comparados à estrutura do pé de um gorila (Foto: The Cleveland Museum of Natural History/Yohannes Haile-Selassie)
Ossos encontrados na Etiópia, comparados à
estrutura do pé de um gorila
O fóssil de um pé encontrado na Etiópia pode mudar concepção dos cientistas sobre as espécies que deram origem aos humanos modernos. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (28) pela revista científica “Nature”, estes ossos mostram que diferentes espécies de hominídeos evoluíram paralelamente.
Os pesquisadores não sabem ao certo a que espécie pertencem os dedos e parte do peito do pé analisados. No entanto, eles têm certeza de que não se trata do Australopithecus afarensis, espécie da “Lucy”, famosa ossada de hominídeo encontrada na década de 1970 -- e esta é uma descoberta importante.
Até agora, os cientistas pensavam que o Australopithecus era a única espécie de hominídeo que viveu na região entre três milhões e quatro milhões de anos atrás. O fóssil analisado é de um animal que viveu há 3,4 milhões de anos, o que indica que estas duas espécies coexistiram.
Mesmo sendo uma parte pequena do corpo, o pé diz muito sobre a vida destes hominídeos. A estrutura lembra a do Ardipithecus ramidus, que viveu há 4,4 milhões de anos.
O dedo polegar se opõe aos demais – como em uma mão humana –, o que é um sinal de que eles eram adaptados a viver em árvores. O Australopithecus, por outro lado era bípede e tinha os dedos dos pés alinhados, como os humanos modernos.

Além do pé, os pesquisadores encontraram apenas alguns dentes, que não serviram para nenhuma conclusão científica. Estes achados foram feitas em 2009, e os paleontólogos seguem procurando por mais vestígios que possam esclarecer que espécie é esta.
Ossos do pé encontrados na Etiópia (Foto: The Cleveland Museum of Natural History/Yohannes Haile-Selassie)Ossos do pé encontrados na Etiópia 

Mostra em Londres exibirá cérebro de Einstein


Cérebro de Einstein foi fatiado pelo médico que fez sua autópsia, em 1955 (Foto: AFP/via BBC)
Cérebro de Einstein foi fatiado pelo médico que fez
sua autópsia, em 1955 
Um pedaço do cérebro de Albert Einstein (1879-1955) é um dos destaques da exposição 'Cérebro: A Mente como Matéria', em cartaz a partir desta quinta-feira (29) até 17 de junho no centro de exposições Wellcome Collection, em Londres.
A mostra tem como objetivo explorar o que os humanos fizeram com cérebros em nome da medicina, da pesquisa científica, das relações sociais e da tecnologia, reunindo 'o que artistas e cientistas investigaram, nas últimas centenas de anos, sobre a natureza cerebral -- medindo, classificando, mapeando e tratando' os órgãos, explicam os organizadores da exposição.
É a primeira vez que uma parte do cérebro de Einstein será colocado em exibição na Grã-Bretanha. O corpo do genial cientista foi cremado, mas, segundo o jornal 'The Guardian', o patologista Thomas Harvey, responsável pela autópsia, disse que o filho de Einstein deu-lhe permissão para preservar o cérebro para pesquisas -- alegação que posteriormente foi contestada.
Harvey dividiu o cérebro em 240 partes, e duas delas estão sendo exibidas em Londres.
A mostra também conta com cerca de outros 150 objetos, entre cérebros inteiros preservados, desenhos do órgão, vídeos, fotos e manuscritos com estudos.
Segundo os organizadores, esses objetos mostram 'a longa jornada para manipular e decifrar o mais especial e misterioso dos órgãos humanos, cujos segredos continuam a nos confundir e inspirar'.


Cérebro mumificado
O curador convidado da exposição, Marius Kwint, disse à BBC que outro destaque é um cérebro mumificado do Egito Antigo, de quase 5 mil anos atrás.

Também estão expostos cérebros preservados de pessoas completamente diferentes entre si: por exemplo, o do assassino do século 19 Edward Rulloff, dono de um dos maiores cérebros de que se tem notícia, acusado de ter matado sua mulher e filho e sentenciado à morte em 1871, por um outro assassinato cometido em Nova York em 1871; e o de Helen H. Gardener (1853-1925), uma respeitada defensora do voto feminino, que doou seu cérebro à ciência na tentativa de provar que cérebros de homens e mulheres eram igualmente capazes.

Via Láctea tem bilhões de planetas teoricamente habitáveis, diz estudo


Um estudo publicado nesta quarta-feira (28) descobriu que a nossa galáxia, a Via Láctea, abriga dezenas de bilhões de “superterras” em zonas habitáveis. “Superterra” é o termo usado pelos astrônomos para definir planetas com a massa um pouco maior que a da Terra. Já a zona habitável é uma distância da estrela parecida com a que separa a Terra e o Sol, que permite a existência de água líquida.
Concepção artística da 'superterra' Gliese 667 Cc (Foto: ESO/L. Calçada)Concepção artística da 'superterra' Gliese 667 Cc
Pelas características semelhantes, estes planetas são os principais candidatos a abrigar vida fora da Terra, e por isto são um objeto de pesquisa importante na astronomia.
O estudo foi conduzido pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), um projeto que conta com participação brasileira. Os dados foram obtidos pelo espectrógrafo Harps, um aparelho colocado dentro de um telescópio, feito especialmente para procurar planetas.
Esta pesquisa foi focada nas anãs vermelhas, um tipo de estrela brilhante e menor que o nosso Sol que constitui cerca de 80% de todas as estrelas da Via Láctea.
Os cientistas concluíram que cerca de 40% das estrelas deste tipo têm “superterras” em seu redor. Como há cerca de 160 bilhões de anãs vermelhas na Via Láctea, o estudo estima que haja dezenas de bilhões de planetas teoricamente habitáveis na galáxia.

terça-feira, 27 de março de 2012

Nasa descobre nebulosa que brilha ao misturar gases e poeira de estrelas


Um imagem registrada pela Nasa (agência espacial norte-americana), nesta terça-feira (27), mostra um emaranhado de poeira e gases estelares em luzes ultravioleta provenientes da nebulosa Cygnus Loop, que fica a cerca de 1.500 anos-luz de distância.
A nebulosa é o que restou de uma supernova, que sofreu uma enorme explosão estelar entre 5.000 e 8.000 anos atrás.
A nebulosa tem mais de três vezes o tamanho da Lua cheia, e está situada próximo a uma das "asas de cisne “ da constelação de Cygnus.
Os filamentos de gás e pó visíveis foram aquecidos pela onda de choque da supernova, que ainda se espalha a partir da explosão original. A supernova original teria sido brilhante o suficiente para ser vista a olho nu da Terra.

Nebulosa criada pela mistura de gases e poeira tem efeito de luz ultravioleta  (Foto: AFP/Nasa)Nebulosa criada pela mistura de gases e poeira tem efeito de luz ultravioleta 

Nasa lança 5 foguetes em sequência na madrugada desta terça


A Agência Espacial Americana (Nasa) lançou na madrugada desta terça-feira (27) cinco foguetes de sondagem suborbitais, dotados de um novo mecanismo de voo, como parte de um estudo. Os equipamentos fazem parte do projeto Atrex.
O primeiro foguete foi lançado às 4h58, hora local (5h58, horário de Brasília) e os outros quatro projéteis foram acionados na sequência, com intervalos de 80 segundos.
Cada foguete liberou na atmosfera um marcador químico. Isto vai colaborar com informações para entender melhor o processo responsável pela corrente de vento localizada entre 60 e 65 quilômetros acima da superfície da Terra.
Foguete da missão Atrex lançado nesta terça-feira (27) pela Nasa. (Foto: Nasa)Foguete da missão Atrex lançado nesta terça-feira (27) pela Nasa.

Por que existe desequilíbrio entre matéria e antimatéria


Há algumas semanas, resultados científicos obtidos pelo Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) e por uma experiência que utilizou um reator nuclear chinês conquistaram manchetes, ao menos no mundo da Física de partículas.
No Cern, em Genebra, átomos de antimatéria foram estudados pela primeira vez, por algumas dezenas de cientistas que trabalham no projeto Alpha. Na China, o reator da baía de Daya, na província de Guangdong, perto de Hong Kong, foi usado para confirmar que os neutrinos podem em breve assumir posição central em nossa compreensão de como o universo surgiu. Os dois resultados envolvem um dos maiores problemas não resolvidos na física fundamental: por que resta matéria no universo?
Ainda bem que resta matéria, porque por matéria designamos partículas como os elétrons e prótons, que formam átomos, pessoas, planetas e estrelas. Mas a situação é precária. Para cada partícula de matéria no universo existem cerca de um bilhão de partículas de luz. Em outras palavras, o universo é feito quase inteiramente de luz.
As partículas de matéria, em vasta inferioridade numérica, parecem ser um minúsculo resíduo deixado da espetacular queima de fogos que ocorreu no segundo posterior ao Big Bang. Aquele momento fugaz viu a produção de quantidades praticamente iguais de matéria e antimatéria, combinadas em um plasma quente. À medida que o universo se expandia e resfriava, os antielétrons começaram a se fundir com os elétrons e os antiprótons a se fundir com prótons, convertendo-os em partículas de luz.
Dessa forma, matéria e antimatéria se cancelavam mutuamente, deixando para trás um universo repleto de luz --excetuado aquele ínfimo resíduo.
A mensagem é clara: algo deve ter interferido para impedir que matéria e antimatéria se cancelassem de modo perfeito, e sem isso não estaríamos aqui para refletir sobre nosso notável universo.


RACIOCÍNIO MATEMÁTICO
A existência da antimatéria foi prevista em 1928 pelo físico britânico Paul Dirac, que mais tarde ganhou um Nobel. O feito de raciocínio puramente matemático de Dirac foi comprovado quatro anos mais tarde quando Carl Anderson descobriu o antielétron, em seu laboratório na Califórnia. De acordo com as equações de Dirac, a antimatéria devia se comportar exatamente como a matéria comum, com a exceção de que portaria a carga elétrica oposta.
A "simetria" entre matéria e antimatéria é a razão para que tenham sido criadas em volume igual no nascimento do universo e para que se tenham cancelado mutuamente de maneira quase completa.
Hoje, experiências de Física de partículas e hospitais (ao usarem tomografia por emissão de pósitrons) de todo o mundo produzem partículas de antimatéria rotineiramente e, na maioria dos casos, elas se comportam exatamente como Dirac previu. Assim, o que impede a perfeita simetria entre matéria e antimatéria?
As partículas de matéria e antimatéria foram observadas, em raras ocasiões, agindo de maneira diferente uma da outra, em experiências de laboratório. Os quarks e antiquarks (partículas usadas para construir o núcleo do átomo), especialmente, às vezes se desviam da simetria perfeita.
Em 1973, em outro feito de raciocínio matemático, os físicos japoneses Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa concluíram que a única maneira de enquadrar os resultados anormais era supor que deveriam existir pelo menos seis tipos de quark na natureza.
Na época, apenas quatro tipos haviam sido observados; deve ter sido muito satisfatório para eles quando os tipos restantes foram enfim observados, em 1977 e 1995. Assim, ainda que cada átomo do universo seja formado por apenas dois tipos de quark, ao que parece os quatro tipos restantes desempenham papel central na quebra da simetria entre matéria e antimatéria.
Uma reviravolta fascinante revelou que as diferenças entre os quarks e antiquarks não bastariam para explicar o volume de matéria existente no universo. A mensagem é clara: ainda não compreendemos plenamente as sutis diferenças entre matéria e antimatéria.


ESFORÇO
A experiência Alpha, do Cern, é mais um esforço com o objetivo de descobrir essas sutis diferenças, mas o que torna o projeto Alpha especial é a singularidade do teste que ele pode executar. O Cern produz anti-hidrogênio desde 1995, mas apenas agora esses átomos podem ser desacelerados, aprisionados (usando ímãs) e estudados por sondas de micro-ondas.
A expectativa teórica é de que o hidrogênio e o anti-hidrogênio absorvam e emitam luz (micro-ondas são uma forma de luz) exatamente da mesma maneira. Os resultados até o momento confirmam a premissa, mas o projeto apenas começou e a experiência planeja realizar mensuração precisa; a descoberta de qualquer desvio entre o hidrogênio e o anti-hidrogênio seria nada menos que sensacional.
Até o momento, as experiências de Física de partículas se concentraram primordialmente nas diferenças entre os quarks e os antiquarks. Os mais recentes esforços quanto a isso foram liderados por cientistas que trabalham no projeto Beauty do Large Hadron Collider, no Cern, mas quarks não são a única possibilidade.
Os neutrinos também têm parceiros de antimatéria. Foram menos bem estudados, basicamente porque detectá-los é muito mais difícil; só nos últimos anos a situação começou a mudar.
A experiência com o reator da baía de Daya, na China, envolve contar o número de antineutrinos emanados de um reator nuclear; o resultado, publicado em 8 de março, fez uma contribuição decisiva ao demonstrar, sem sombra de dúvida, que os neutrinos também podem contribuir para o debate sobre matéria e antimatéria.


JEFF FORSHAW é professor de Física teórica na Universidade de Manchester e coautor de "The Quantum Universe: Everything That Can Happen Does Happen" ["o universo quântico: tudo que pode acontecer, acontece"], com Brian Cox.

Imagem feita por astronauta mostra formação apelidada de 'olho da África'

Imagem registrada pelo astronauta holandês André Kuipers, que está na Estação Espacial Internacional, mostra uma enorme formação geológica localizada no meio do deserto do Saara, na Mauritânia, na África. Os tons avermelhados são característicos da Estrutura de Richat, também apelidada de “Olho da África”, que tem cerca de 50 quilômetros de diâmetro e só é possível de ser visualizada do espaço. A imagem foi feita no dia 7 de março deste ano, segundo informou a Agência Espacial Europeia. (Foto: André Kuipers/ESA/Nasa)Imagem registrada pelo astronauta holandês André Kuipers, que está na Estação Espacial Internacional, mostra uma enorme formação geológica localizada no meio do deserto do Saara, na Mauritânia, na África. Os tons avermelhados são característicos da Estrutura de Richat, também apelidada de “Olho da África”. Com cerca de 50 quilômetros de diâmetro, esta estrutura só pode ser totalmente visualizada do espaço. A imagem foi feita no dia 7 de março deste ano, segundo a Agência Espacial Europeia. 

Brasileiro ajuda a descobrir espécie de crocodilo pré-histórico


Foto do fóssil de crocodilo encontrado por pesquisadores na Inglaterra (Foto: Divulgação)
Foto do fóssil de crocodilo encontrado por
pesquisadores na Inglaterra 
Um brasileiro é um dos responsáveis pela descoberta e descrição de uma nova espécie de crocodilo que teria vivido na Terra há 130 milhões de anos, juntamente com os dinossauros.
A pesquisa se baseou em um crânio fossilizado, com um metro de comprimento, encontrado ao acaso em 2007, nos arredores dos pântanos de Swanage, uma vila litorânea de Dorset, no Sul da Inglaterra.
A espécie batizada de Goniopholis kiplingi foi examinada durante cinco anos por cientistas da Universidade de Bristol, que compararam o fóssil com amostras de outras espécies.
De acordo com Marco Brandalise de Andrade, pós-doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) -- e um líder da descoberta, feita em parceria com outros cientistas britânicos -- a nova espécie tem parentesco com outros crocodilianos.
“Foi uma experiência fantástica, porque este é provavelmente o exemplar de Goniopholis com melhor preservação já encontrado e eu o tive à disposição por um longo tempo. Foi então que pude verificar o parentesco estreito com outros Goniopholis europeus, mas também suas diferenças, como ossos lacrimais muito mais alongados", disse Andrade ao G1.


Escritor inspirou nome da espécie
Ainda segundo Andrade, as diferenças permitiram reconhecer a nova espécie. O nome G. kiplingi foi em homenagem ao autor Rudyard Kipling, que escreveu a obra “O Livro da Selva” (a história no Brasil é conhecida como “Mogli, o menino lobo”).
“O autor influenciou um grande número de pessoas, eu inclusive, a gostar das ciências naturais”, disse Andrade.
O réptil media entre quatro e cinco metros do nariz à ponta da cauda, se alimentava de peixes, tartarugas e, provavelmente, de pequenos dinossauros que habitavam os pântanos e lagos das florestas tropicais.
Embora outros restos do Goniopholis já tenham sido encontrados na Inglaterra há mais de um século, os ossos do crânio descoberto são mais alongados, além de apresentarem outras diferenças sutis em sua mandíbula superior.
Tecnologias avançadas de scanner e reconstrução por computador foram utilizadas na análise do fóssil para elaborar um modelo em 3D. A descoberta deve ajudar os pesquisadores a calcular o número de espécies, já que esta espécie teria vivido apenas na Inglaterra.
AEu (esquerda), Ray Barnet (Royal Vet College London) e Remmert Schouten (co-autor, Univ. de Bristol) no Royal Veterinary College London, quando fomos fazer a tomografia do espécime.  (Foto: Divulgação)
O pesquisador brasileiro Marco de Andrade, junto com Ray Barnet e Remmert Schoutenm co-autores do estudo científico, no dia em que foram realizar a tomografia do crânio do crocodilo pré-histórico.

segunda-feira, 26 de março de 2012

A evolução da terra


Mosca das Trevas: Japoneses criaram moscas por 57 anos no escuro em uma pesquisa inédita


Investigadores japoneses analisaram o DNA de uma variedade de moscas que ficaram quase seis décadas aprisionadas em total escuridão.
No dia 11 de novembro de 1954, o Dr. Syuichi Mori, da Universidade de Tóquio, aprisionou um grupo de moscas de fruta, da espécie Drosophila melanogaster, em várias garrafas, mantendo-as em completa escuridão.
  Após a morte do cientista, seus colegas continuaram a cuidar das moscas, ficando famosas com um apelido de “Moscas das Trevas”. Após quase 60 anos, outra equipe de pesquisadores da Universidade de Tóquio seqüenciaram o genoma das moscas em busca das mudanças ocorridas na ausência de luz.
O estudo foi publicado na PLoS One, mostrando que nenhuma mudança radical ocorreu. As moscas continuaram com a visão perfeita, não tornaram-se albinas e seu ciclo circadiano (o que faz o organismo entender o que é dia e o que é noite) continuou o mesmo de seus ancestrais.
Uma “Mosca das Trevas” é exatamente igual ao grupo controle, exceto nos filamentos da cabeça que se tornaram mais numerosos. O fato de terem ficado aprisionadas por 57 anos e formado mais de 1.400 gerações, pode oferecer possíveis pistas sobre a adaptação.
Para testar isso os cientistas começaram a estudar a sua capacidade de reprodução, um indicador muito importante na adaptação para a sobrevivência. Os cientistas levaram as moscas para diferentes condições de luz, por 24 horas e em seguida para escuridão total durante 30 minutos por 3 dias.
Os pesquisadores contaram o número de descendentes e eles descobriram que as moscas do grupo controle possuíam vantagens reprodutivas comparadas com as “Moscas das Trevas”.Após o sequenciamento do DNA, os pesquisadores encontraram 220.000 pontos de mutações e 4.700 inserções ou exclusões. “Isto sugere que uma alteração genômica ocorreu em larga escala nas Moscas das Trevas”, comentou a equipe de cientistas.
No entanto, a maioria das mutações não possui significado real, mas há algumas mudanças que sugerem modificações no metabolismo e produção de substâncias que combateriam toxinas produzidas pelo organismo, o que teria ocorrido pela ausência de luz.
Em resumo, o estudo não mostrou claramente o processo de adaptação, mas tem recolhido dezenas de dicas sobre como alterar o código genético de uma espécie de modo global, modificando suas condições de vida.

Vespa encontrada na Indonésia possui mandíbulas maiores que suas patas


Uma nova espécie de vespa foi descoberta na ilha de Sulawesi, Indonésia, possuindo 2,5 centímetros de comprimento.
Suas mandíbulas são tão grandes que o pesquisador Lynn Kimsey, descobridor da nova espécie comentou: “Eu não sei como ela consegue andar!”.
Kimsey que é professor de entomologia da Universidade da Califórnia, disse: “Suas mandíbulas são tão grandes que ela as embrulha para os lados quando se movimenta”.
A nova espécie já é chamada informalmente de “dragão de Komodo das vespas”. O pesquisador decidiu nomeá-lo de Garuda, homenageando o país com um nome que é considerado símbolo nacional.
 A palavra Garuda significa “Rei dos Pássaros” sendo um poderoso guerreiro mítico parte humano e parte águia, com envergadura de grande porte, habilidades marciais e uma velocidade vertiginosa.
A primeira vez que vi essa vespa percebi que existia algo incomum. Eu nunca tinha visto nada parecido com esta espécie. Nós não sabemos nada sobre a biologia desta espécie, apenas sabemos que é encontrada no sudoeste de Sulawesi”, comentou Kimsey
Os biólogos imaginam que as grandes mandíbulas desempenhem papel de reprodução e defesa. 

Área com duas mil gravuras rupestres é alagada na Amazônia

Há milhares de anos, povos amazônicos criaram um enorme complexo de gravuras rupestres nos arredores do Rio Madeira, na área onde hoje está localizada a capital de Rondônia, Porto Velho. Ao longo de 200 metros, eles esculpiram em blocos de rochas pelo menos duas mil gravuras geométricas e desenhos que lembram animais, como gato, macaco e lagarto.
As gravuras, que podem ter até 8 mil anos, segundo arqueólogos que trabalharam na área, foram encontradas durante pesquisas que antecederam a construção da usina hidrelétrica Santo Antônio. Os pesquisadores esperaram o período de seca para catalogar os desenhos, já que a área ficava submersa durante as cheias do Rio Madeira. Em janeiro deste ano, a área foi alagada permanentemente para dar origem ao reservatório da usina.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanhou as obras e afirma que não existem irregularidades. “A existência de sítios arqueológicos não inviabiliza a implementação do investimento. Pode inviabilizar, se o sítio for considerado de grande relevância científica, dependendo da força política do Iphan e do apoio de comunidades”, afirma Rogério Dias, coordenador de pesquisa e licenciamento arqueológico do Iphan.
Pedral com figura geométrica em alto relevo, uma das duas mil gravuras encontradas na área do Rio Madeira alagada para construção de reservatório de usina hidrelétrica (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)Pedral com figura geométrica em alto relevo, uma das duas mil gravuras encontradas na área do Rio Madeira alagada para construção de reservatório de usina hidrelétrica 

Impacto
De acordo com a Sciencia Consultoria Científica, contratada pela Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e operação da usina Santo Antônio para realizar pesquisas arqueológicas na área, não existe um estudo do impacto do alagamento permanente na preservação das gravuras.
“Não há um estudo do impacto nas gravuras quando ficam na água por um bom tempo. Nós não sabemos qual será o impacto. Pode ser que elas ainda estejam lá”, afirmou Renato Kipnis, diretor da Sciencia.
Segundo o Iphan, os blocos de rocha com as gravuras rupestres “não sofreriam processo de destruição, ficariam embaixo de água, preservados como estavam”. “Vamos supor que se resolva esvaziar o lago. As gravuras vão continuar lá embaixo. Também é possível fazer pesquisa subaquática”, afirma Rogério Dias, do Iphan.
"É melhor deixar isso lá que retirá-los. O processo de retirada de lá é muito complicado e às vezes há risco de rachar o bloco, quebrar. É melhor que fique lá. Mas [antes do alagamento] fica registrada a existência [das gravuras]", explica Dias.
Características
Ainda não existe uma cronologia exata das gravuras, mas sabe-se que alguns sítios arqueológicos na área têm cerca de 8 mil anos de ocupação, segundo Kipnis. “A ocupação da área do rio madeira começou por volta de 8 mil anos atrás. Por isso, a área pode ter entre 8 mil anos”, diz.

Para tentar descobrir a idade das gravuras esculpidas, os arqueólogos vão compará-las com cerâmicas pintadas encontradas em outros sítios arqueológicos da região, explica Kipnis. De acordo com a semelhança dos desenhos , será possível estimar a idade. “Como conseguimos datar a cerâmica, talvez por associação possamos ter uma ideia da cronologia dessas gravuras”, diz.
Para esculpir as gravuras nas rochas, os povos amazônicos que viveram na região utilizavam uma técnica chamada “picotamento”, explica a Sciencia. Eles batiam na rocha com alguma pedra ou outro artefato rígido até produzir a forma desejada em baixo relevo. Segundo Kipnis, provavelmente não era usada tinta nas gravuras.
Decalque em tecido de um dos painéis do sítio arqueológico (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)Equipe de arqueologia faz registro em tecido de um dos painéis de sítio arqueológico do Rio Madeira 
Registro em 3D “A área era pouco conhecida do ponto de vista da arqueologia. O projeto Santo Antônio possibilitou um trabalho sistemático de [estudo de] coleções arqueológicas”, defende Kipnis.
Depois do achado das gravuras, foi iniciado um trabalho sistemático de catalogação das imagens com uso de alta tecnologia, que incluiu um registro digital para reconstituição em modelos 3D. Um dos equipamentos empregados emitia 900 mil feixes de laser por segundo, em 360°, com precisão de 2 milímetros, de acordo com a Santo Antônio Energia. Assim, será possível reconstitui os desenhos em alto relevo.
Também foram feitos registros em 3D da topografia da área e dos pedrais onde estão localizados as gravuras, que são importantes para compreender a espacialidade das gravuras. O objetivo do registro em 3D é criar uma plataforma voltada para comunidade científica onde será possível visualizar a área, agora alagada, e dar zoom para visualizar as gravuras.
“O nível de detalhe é tão grande que será possível reconstituir os pedrais com gravuras”, afirma Kipnis. Além da Scientia, participou da catalogação em 3D a empresa portuguesa Dryas Arqueologia. O trabalho se concentrou em cinco áreas com extensos pedrais, chamadas Ilha Dionísio, Ilha do Japó, CPRM 2, Ilha das Cobras e Teotônio.
“Fizemos um registro que nunca foi feito no Brasil. A contrapartida [da construção da hidrelétrica] é a concentração de recursos para fazer a pesquisa, de alta qualidade”, defende Kipnis. Os gastos da Santo Antônio Energia com estudos arqueológicos na área foram de R$ 12 milhões.
Decalque em tecido de um dos painéis do sítio arqueológico (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)Decalque em tecido de um dos painéis do sítio arqueológico 

Ancestral de baleia ajuda a entender espécie moderna


Ilustração mostra a espécie ancestral em primeiro plano. Ao fundo, a beluga e o nardal. (Foto: Divulgação / Carl Buell)
Ilustração mostra a espécie ancestral em primeiro
plano. Ao fundo, a beluga e o nardal. 
As baleias belugas e os narvais vivem somente em águas geladas do Ártico e subártico. Agora, os cientistas descreveram uma espécie ancestral que vivia em águas temperadas entre 3 milhões e 4 milhões de anos atrás. A descoberta, publicada no periódico científico "Journal of Vertebrate Paleontology", pode indicar que as belugas sos os narvais se adaptaram a águas frias mais recentemente.
A espécie ancestral foi descrita pelos cientistas a partir de um crânio completo encontrado em 1969 na Virgínia, nos Estados Unidos. Eles fizeram comparações anatômicas do fóssil com esqueletos de belugas e confirmaram que se tratava de uma nova espécie de baleia sem dentes -- o grupo das belugas. O animal, que recebeu o nome de Bohaskaia monodontoides, vivia no clima temperado da Virgínia.
"As belugas e os narvais são encontradas somente no Ártico e subártico, apesar de que os registros de fósseis mais antigos terem sido encontrados em regiões tropicais e temperadas", afirmou Nicholas Pyenson, geólogo que fez parte da pesquisa, em material de divulgação. "Para obter evidências sobre quando e como as belugas e os narvais se adaptaram ao Ártico, nós precisaremos buscar respostas em tempos mais recentes".

Estudo de brasileiro recalcula o tamanho do Sol com mais precisão


Um estudo publicado nesta semana chegou ao cálculo mais preciso já feito do tamanho do Sol. O "astro rei" tem 696.342 quilômetros de raio – com margem de erro de 65 km. A precisão é dez vezes maior que as disponíveis até então.
Como comparação de tamanho, a Terra tem 6.371 km em seu raio médio.
O cálculo foi feito a partir do chamado “trânsito de Mercúrio”, que acontece quando o planeta fica no caminho entre o Sol e a Terra. A pesquisa foi feita na Universidade do Havaí, nos EUA, com a participação do astrônomo brasileiro Marcelo Emílio, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR).
Trânsito de Mercúrio (Foto: Nasa)Trânsito de Mercúrio
“Se pudéssemos chegar perto de Mercúrio suficiente veríamos ele [Mercúrio] cobrir todo o Sol, pois eles estariam quase alinhados”, explicou Emílio. “Chamamos de trânsito, pois o tamanho angular de Mercúrio não é suficiente para cobrir todo o Sol. Se assim fosse, chamaríamos de eclipse”, comparou. A trajetória de Mercúrio ajuda a observar o Sol porque estes dados já eram conhecidos com precisão pelos cientistas. Assim, com o tempo que o planeta leva para ir de uma extremidade à outra do Sol – de acordo com o ponto de vista da Terra – permite calcular esta distância, ou seja, o tamanho do Sol.
O cálculo se baseou em dados do trânsito de Mercúrio ocorrido em 2003 – o evento não é muito comum, acontece 12 ou 13 vezes a cada 100 anos. O resultado demorou a ser obtido porque foi preciso elaborar um programa complexo de computador para processar os dados corretamente.
Os astrônomos contaram com dados obtidos pelos projetos Soho e SDO, da Nasa feitos para estudar o Sol, que observam o astro a partir do espaço.
“A maioria dos valores publicados não leva em conta os erros sistemáticos. Um deles é a atmosfera da Terra. Medidas espaciais permitem um cálculo mais preciso, pois não há a atmosfera da Terra para interferir na medida”, explicou Emílio.
Segundo o astrônomo, medidas mais precisas devem ser obtidas em pouco tempo, a partir do trânsito de Vênus, que acontece em junho.