
Investigadores japoneses analisaram o DNA de uma variedade de moscas
que ficaram quase seis décadas aprisionadas em total escuridão.
No dia 11 de novembro de 1954, o Dr. Syuichi Mori, da Universidade de Tóquio, aprisionou um grupo de moscas de fruta, da espécie Drosophila melanogaster, em várias garrafas, mantendo-as em completa escuridão.
O estudo foi publicado na PLoS One, mostrando que nenhuma mudança radical ocorreu. As moscas continuaram com a visão perfeita,
não tornaram-se albinas e seu ciclo circadiano (o que faz o organismo
entender o que é dia e o que é noite) continuou o mesmo de seus
ancestrais.
Uma “Mosca das Trevas”
é exatamente igual ao grupo controle, exceto nos filamentos da cabeça
que se tornaram mais numerosos. O fato de terem ficado aprisionadas por
57 anos e formado mais de 1.400 gerações, pode oferecer possíveis
pistas sobre a adaptação.
Para testar isso os cientistas começaram a estudar a sua capacidade de
reprodução, um indicador muito importante na adaptação para a
sobrevivência. Os cientistas levaram as moscas para diferentes
condições de luz, por 24 horas e em seguida para escuridão total
durante 30 minutos por 3 dias.
Os pesquisadores contaram o número de descendentes e eles descobriram
que as moscas do grupo controle possuíam vantagens reprodutivas
comparadas com as “Moscas das Trevas”.Após o sequenciamento do DNA, os pesquisadores encontraram 220.000 pontos de mutações e 4.700 inserções ou exclusões. “Isto sugere que uma alteração genômica ocorreu em larga escala nas Moscas das Trevas”, comentou a equipe de cientistas.
No entanto, a maioria das mutações não possui significado real, mas há
algumas mudanças que sugerem modificações no metabolismo e produção de
substâncias que combateriam toxinas produzidas pelo organismo, o que
teria ocorrido pela ausência de luz.
Em resumo, o estudo não mostrou claramente o processo de adaptação, mas
tem recolhido dezenas de dicas sobre como alterar o código genético de
uma espécie de modo global, modificando suas condições de vida.
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