sábado, 18 de fevereiro de 2012

Aparelho que será usado em Marte encontrou um oásis microbiano no solo do Atacama


Um teste para detectar material biológico em Marte encontrou uma vasta colônia de micróbios vivendo abaixo da superfície do deserto do Atacama, ao norte do Chile.
  Cientistas espanhóis e chilenos usaram um instrumento chamado SOLID (detector de sinais de vida), desenvolvido para futuras missões em Marte. O teste foi realizado neste deserto por ser considerado um solo “substituto” das condições possíveis encontradas no planeta vermelho.
Abaixo de 2 a 3 metros existe um verdadeiro oásis microbiano”, declarou Victor Parro, pesquisador do Centro Espanhol de Astrobiologia e coordenador do estudo.
Ao analisar um peso inferior a 0,5 gramas de material colhido do solo, a equipe descobriu bactérias e milhares de microorganismos unicelulares chamados de arqueas, além de grande quantidade de material biológico, incluindo DNA.O chão mostrou ser rico em sal-gema, também chamado de halita e outros compostos que são altamente higroscópicos, o que significa que o solo consegue absorver muita água.
Na superfície dos cristais de sal, existem películas de água líquida absorvida a partir da umidade do ar, limitada por um processo chamado de deliqüescência. Estes parecem fornecer água para os micróbios, de acordo com a equipe.Processo semelhante com a deliqüescência foi descoberto em Marte, comentaram os cientistas. O desempenho de detecção de vida é graças a um sensor, chamado LDCChip, dentro do SOLID, demonstrando seu grande potencial na utilização da exploração planetária, em particular no planeta vermelho.
A pesquisa foi apresentada na revista Astrobiology.

Encontrado rosto que ficou escondido em sarcófago de madeira no Egito


  Envolto no solo, esta face extraordinariamente delicada emerge para o Sol, pela primeira vez, em milhares de anos.
  O sarcófago de madeira foi descoberto por arqueólogos da necrópole de Qubbet el-Hawa em Aswan, Egito. Acredita-se que o corpo possa conter uma pessoa em posição incomum. A imagem possui características extremamente delicadas e bem conservadas. Segundo os pesquisadores, a areia pode ter tido papel fundamental, evitando deterioração.A peça foi encontrada por uma equipe da Universidade de Jaén, Espanha. Os cientistas estavam realizando escavações desde 2008. No início das escavações realizadas em janeiro desde ano, foram descobertas 20 múmias e uma tumba que é datada de 1.830 antes de Cristo.
  A escavação está sendo conduzida pelo professor Alejandro Jiménez Serrano, que está trabalhando ao lado de 16 funcionários de Jaén, contandoambém com a participação da Universidade de Granada. Ele declarou que sua equipe vem de diversas disciplinas em um enfoque bastante amplo, o que facilita e acelera a decodificação de enigmas.

A melhor pista para encontrar alienígenas vem de um farol interestelar, afirma astrônomo


Um astrônomo que passou 30 anos procurando uma fonte de transmissão, que seria considerada por muitos como prova de vida alienígena, diz que a prova pode vir de um farol interestelar.
  Desde 1982, Robert Gray se envolveu em uma missão para resolver o enigma da descoberta de vida fora da Terra, através das leituras de um rádio telescópio, captando sinais que nenhum outro humano teria captado desde então.
Gray acaba de publicar um livro sobre sua tentativa de redescobrir o sinal que sinalizaria vida extraterrestre e acredita que a informação proveniente de algum tipo de vida poderia vir de um “farol”, embora critique o fato do projeto para encontrá-lo ser muito caro.
No dia 15 de agosto de 1977, as 23:16h, um sinal foi captado durante a noite, por um telescópio em Ohio, EUA, varrendo o céu na direção da constelação de Sagitário. O sinal durou 72 segundos e ganhou o nome de WOW, devido ao espanto que o pesquisador Jerry Ehman, pesquisador sobre buscas de inteligências extraterrestres do programa SETI, teve ao ouvir o sinal. A imagem desta matéria mostra os rabiscos que o pesquisador fez em um pedaço de papel no momento exato que captou o sinal.
As características do sinal – a ascensão e queda em sua sonoridade eram exatamente o que os caçadores de alienígenas foram instruídos para procurarem, como sendo uma prova da existência de vida.
Dezoito anos antes, os pesquisadores haviam se colocado no lugar dos possíveis ETs imaginando o que eles fariam para entrar em contato conosco. Eles decidiram que o sinal mais notável seria uma onda de rádio, exatamente a 1.420 MHz. Esta freqüência é a mesma da vibração do hidrogênio, a molécula mais comum no Universo.
O sinal naquele dia fatídico foi captado exatamente na freqüência de 1.420 MHz, o que fez o cientista Jerry Ehman gritar WOW, ficando famoso por isso. Mas, com uma área tão vasta para cobrir no espaço, o programa SETI tinha adotado a estratégia de varrer o céu com seus receptores de rádio, o que significa que eles só poderiam passar alguns segundos olhando para cada local.
Eles trabalharam na suposição de que eles poderiam encontrar uma espécie de “farol” espacial de transmissão que está sendo emitido constantemente, por isso precisariam examinar toda a vastidão do céu para encontrá-lo.
  O astrônomo Gray, formado em economia, disse ao Theatlantic que ele acredita que a pesquisa convencional, levando em consideração o tal “farol” estrangeiro, poderá ser um equívoco.al transmissão exigiria enormes quantidades de energia para operar. Segundo Gray, os astrônomos precisam encontrar uma forma mais barata de transmissão periódica, para encontrar o feixe emissor de rádio.
Ele acrescentou: “As pessoas que participam e fazem o SETI, possuem uma mentalidade que não é sensata ao olhar para um sinal forte que está sendo emitido o tempo todo. Minha educação não é em astronomia ou engenharia, mas sei que seria muito difícil e algo não muito prático sobre a energia necessária para que os alienígenas enviassem um sinal constante para o espaço”.
O livro do Sr. Gray, The Elusive Now, foi publicado nos EUA pela editora Palmer Press.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Europa apresenta satélites que vão medir o campo magnético da Terra


Os três satélites europeus que deverão medir com exatidão o campo magnético da Terra foram apresentados nesta sexta-feira (17) no centro espacial de Ottobrunn, no sul da Alemanha, onde foram submetidos aos últimos testes.
Segundo os planos da Agência Espacial Europeia, os três satélites deverão ser lançados em julho da base russa de Plesetsk, no marco da missão Swarm.
Após algumas semanas, os cientistas esperam os primeiros dados, mas a importância da missão se baseia antes de tudo em uma observação durante um longo período.
Por isso, os satélites deverão colher dados durante pelo menos quatro anos.
Foto divulgada pela Agência Espacial Europeia nesta sexta-feira (17) mostra os três satélites em sala na cidade alemã de Ottobrunn (Foto: Reuters)
Foto divulgada pela Agência Espacial Europeia nesta sexta-feira (17) mostra os três satélites em sala na cidade alemã de Ottobrunn

Cientistas pesquisam como proteger a Terra de futuros impactos com asteroides


 Os cientistas não têm certeza absoluta quando o último grande asteroide atingiu a Terra, mas é certo que aconteça novamente.
Alan Harris, pesquisador de asteróides do Centro Aeroespacial Alemão (Deutsches Zentrum für Luft-und Raumfahrt; DLR), estuda para saber com antecedência quando irão ocorrer novos impactos. No mês passado, Harris estabeleceu uma colaboração internacional de 13 investigadores para elaborar novos métodos de proteger a Terra de objetos que possam nos atingir. O projeto é chamado de NEOShield.
Cratera de Barringer, Arizona. Foto: Reprodução/NASA
Asteroides que se aproximam do planeta viajam normalmente entre 5 e 30 quilômetros por segundo. Com uma velocidade tão alta, um corpo de tamanho moderado pode provocar grandes conseqüências. A cratera de Barringer no Arizona é um buraco de 1.200 metros de diâmetro e 200 metros de profundidade. Os cientistas imaginam que esta imensa marca de um passado não muito distante, foi causada por um asteroide de no máximo 50 metros.
A má notícia é que existem milhares de asteroides do mesmo tamanho daquele que impactou no Arizona provocando a abertura da cratera de Barringer, no sistema solar, levando os especialistas a postularem possíveis colisões no futuro.
A boa notícia é que é possível parar um asteroide antes que ele atinja a Terra. Você apenas precisa estar no lugar certo e no momento certo, para dar um impulso para direcionar o objeto cósmico em outra direção.
Um asteroide em destaque. Foto: Reprodução/JPL/NASA
Os cientistas estão se concentrando em métodos possíveis de redirecionar asteróides ameaçadores para que nosso planeta seja poupado de impactos. “A fim de modificar sua órbita e evitar uma colisão com a Terra, deve haver uma força exercida sobre eles, e no momento preciso também. Uma maneira de fazer isso é ter um impacto através de uma nave espacial, dando força suficiente para mudar sua órbita”, explica Alan Harris.
Em minha opinião este é um método muito prático”, ressaltou o cientista. Mas ainda há perguntas a responder, como por exemplo, o modo que os astrônomos e engenheiros conseguirão guiar a nave espacial para um alvo em movimento e atingir um ângulo exato de impacto.
Outra maneira é usar a força gravitacional da nave espacial para deslocar o asteroide em uma órbita diferente. Se o objeto estiver longe o suficiente, um cabo minúsculo pode ter um grande efeito. Mas até agora, “este método só existe no papel, mas poderia funcionar”, disse Harris.Outra perspectiva, o terceiro menos atraente, é usar o poder explosivo para quebrar um asteroide antes que chegue até nós. Mas isso poderia ser desastroso, criando uma chuva de detritos em vez de uma única peça sólida. Como tal, Harris considera este método o último recurso. “Se um grande objeto perigoso, com um diâmetro de 1.000 metros ou mais for descoberto, desviar sua órbita não seria uma opção. A maior força
 que seria capaz de desviar um objeto tão grande de seu caminho seria uma explosão nuclear. Esta técnica é considerada por muitos como controversa”.
Ao longo dos próximos 3 anos, durante o qual a União Eurpeia apoiará o projeto com quatro milhões de euros e parceiros internacionais irão contribuir com um adicional de 1,8 milhão de euros, o projeto NEOShiel irá pesquisar estes métodos de defesa. Os cientistas vão concentrar-se em dados de observações de asteroides e experiências de laboratório para gerar simulações de computador em última análise, para determinar a melhor forma de proteger a Terra de futuros impactos devastadores que poderiam acabar com toda a raça humana.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Exploração de lago na Antártida pode ajudar a encontrar vida fora da Terra

A descoberta do Lago Vostok, localizado na Antártida a 4 mil metros sob o gelo, é o primeiro passo para encontrar vida em outros planetas, como Marte, onde as condições são parecidas com as do continente gelado, disse à Agência Efe o chefe da expedição antártica russa."Na estação russa de Vostok, a temperatura chega a 89,2 graus negativos, e em Marte é de 90 graus abaixo de zero", afirmou Valery Lukin, subdiretor do Instituto de Pesquisas Árticas e Antárticas (IIAA).
O cientista russo destacou que "os equipamentos usados para perfurar o gelo que cobria o lago e projetados com esse único fim pelo Instituto de Engenharia de Minas de São Petersburgo foram um sucesso, por isso essa tecnologia poderia ser utilizada agora para explorar outros planetas".
Imagem de janeiro de 2009 mostra equipe de cientistas russos na estação Vostok, no interior do Polo Sul, juntamente como o príncipe Albert II de Mônaco. Nesta segunda-feira, pesquisadores disseram ter alcançado a superfície do Lago Vostok. (Foto: Palais Princier/AFP)Imagem de janeiro de 2009 mostra equipe de cientistas russos na estação Vostok, no interior do Polo Sul, juntamente como o príncipe Albert II de Mônaco. Nesta segunda-feira, pesquisadores disseram ter alcançado a superfície do Lago Vostok. 
"O lago da vida", como foi batizado pela comunidade científica, e que tem cerca de 300 quilômetros de comprimento, 50 quilômetros de largura e quase mil metros de profundidade em algumas regiões, pode ter a água mais pura do planeta, espécies desconhecidas ou muito antigas.
"Provavelmente é a água mais antiga e pura do planeta. Não temos provas concretas, mas sim informações de que a superfície é estéril, apesar de esperarmos encontrar formas de vida como termófilos e extremófilos (microorganismos que vivem em condições extremas) no fundo do lago", comentou.
Lukin revelou que a expedição russa, cujas perfurações demoraram mais de 20 anos para alcançar a superfície do lago, encontraram "rastros do DNA de termófilos" a 3,6 quilômetros de profundidade, por isso é provável que haja vida nessa massa de água líquida formada há 40 milhões de anos.
"Se não encontrarmos nada, isso também seria uma descoberta. Mas se acharmos algum organismo, poderemos estudar a evolução de espécies que não tiveram nenhum contato durante milhares de anos com a atmosfera terrestre", disse.
O cientista também está convencido de que o Vostok será um "polígono promissor" para estudar as zonas polares de Marte e o satélite de Júpiter, Europa, que abriga uma camada de gelo e, possivelmente, água.
"E se houver água, significa que também pode haver vida", disse, citado pelas agências russas.
De acordo com Lukin, os resultados da investigação no lago serão fundamentais também para o estudo da mudança climática na Terra durante os próximos séculos, pois o Vostok foi e continua sendo uma espécie de termostato isolado do resto da atmosfera e da superfície da biosfera.
Vários expedicionários russos vão hibernar na estação, mas ninguém tocará o lago até dezembro, quando a expedição será retomada.
"Se tudo correr bem, traremos amostras de água congelada à Rússia em maio de 2012. Aí saberemos se o Vostok é o lar de novos microorganismos, bactérias ou nada", disse.
O chefe da expedição antártica reconhece que alguns cientistas ocidentais se mostraram "céticos" com a descoberta e preocupados com o risco de que os russos infectem o lago, saturado de oxigênio com níveis de concentração 50 vezes superiores aos da água doce.
"Há muita disputa. Muitos países queriam ser os primeiros. Usamos equipamentos especiais de perfuração para não danificar o ecossistema do Vostok e respeitamos todos os protocolos internacionais da Antártida", garantiu Lukin.
Para a demonstração, o IIAA informou em seu relatório que 40 litros de água do lago foram bombeados à superfície, porém congelaram no caminho.
Os russos desenharam uma máquina dragadora térmica que utiliza fluido de silicone não contaminante depois que a secretaria do Sistema do Tratado Antártico pôs impedimentos à expedição russa por temer a contaminação do lago com o querosene usado pela perfuradora.
"Nem tudo se faz com dinheiro. Sem conhecimento, entusiasmo e capacidade, é impossível. Tenho certeza de que nem a revista britânica 'Nature' nem a americana 'Science' publicarão nossas conquistas, mas isso não importa", declarou.
Lukin garante que a Rússia é, pela primeira vez, líder mundial em algum campo científico desde que Yuri Gagarin se tornou o primeiro astronauta da história, em abril de 1961.
"É preciso reconhecer que a casualidade jogou a nosso favor. Os soviéticos não sabiam quando abriram a estação em 1957, e que justo debaixo dela havia um lago", confessa.
De qualquer forma, não faltaram elogios aos cientistas russos, que chegaram ao lago às 18h25 (de Brasília) do dia 5 de fevereiro, em particular por parte do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin -- que foi presenteado com uma amostra de água do Vostok em um frasco de vidro hermeticamente fechado --, e do departamento de Estado americano.
O Vostok tem uma superfície de 15,6 quilômetros quadrados, parecida com a do Baikal, a maior reserva de água doce do mundo, e é o maior lago subterrâneo entre os mais de 100 que se encontram sob o continente.

Enigma sobre a Nebulosa do Caranguejo pode estar com os dias contados


No coração da famosa Nebulosa do Caranguejo existe um grande enigma astronômico: uma grande emissão de radiação intensa que desafia as tentativas de explicação dos astrônomos.
Agora um novo estudo sugere que esta emissão de raios gama de altíssima energia não é proveniente de um imenso pulsar no centro da nebulosa, mas sim de um vento inacreditavelmente veloz.
A Nebulosa do Caranguejo é um dos objetos mais estudados no espaço. A nebulosa é resultado de uma violentíssima explosão estelar de uma imensa supernova. A estrela que está ‘morrendo’ foi localizada a 6.500 anos-luz da Terra, na constelação de Touro. A luz dessa explosão colossal que deu origem a nebulosa foi notada e registrada em 1054 por chineses e americanos.
No coração da nebulosa existe um pulsar – os restos do núcleo de uma estrela que entrou em colapso, transformando-se em uma estrela de nêutrons, girando sem parar. Este pulsar é muito denso e tem massa muito superior a do sol, girando cerca de 30 vezes por segundo!
Imagem mostrando o núcleo da estrela de nêutrons na Nebulosa do Caranguejo. 
O pulsar da nebulosa emite um feixe contínuo de radiação que varre o céu, como se fosse um grande farol. Após constatar que este feixe não era proveniente do pulsar, cientistas em todo mundo começaram a estudar qual seria sua origem. O pesquisador Aharonian do Instituto Dublin para Estudos Avançados na Irlanda, previu que estes raios gama eram provenientes de uma aceleração de ventos que se originavam nas proximidades do pulsar.
Durante quase 40 anos, astrônomos e físicos, acreditavam existir este tipo de vento elétron-pósitron com base nas propriedades do pulsar e das nebulosas, mas o vento em si nunca foi detectado.Ao que tudo indica, os ventos do pulsar interagem com os fótons que o pulsar emite, criando o efeito de feixe de raios gama. Os pesquisadores estudaram o comportamento do vento ao longo de seu caminho e notaram que ele é dominado por energia eletromagnética.
Os cientistas calcularam uma zona estreita onde o vento provavelmente acelera, mas informaram que os estudos precisam avançar ainda mais para  caracterizar o comportamento do vendo e da energia resultante de raios gama.
Os resultados da pesquisa foram publicados hoje, 15, na respeitada Nature.

Astrônomos estudam 'replay' de erupção nas estrelas de Eta Carinae


Par de bolhas de gás ao redor de Eta Carinae são visíveis nesta imagem captada pelo Telescópio Espacial Hubble. (Foto: Nasa)
Par de bolhas de gás ao redor de Eta Carinae são
visíveis na foto do Telescópio Hubble. 
Astrônomos norte-americanos estudam os ecos de uma erupção estelar que tornou, entre 1837 até 1858, a estrela Eta Carinae em um dos astros mais brilhantes do céu noturno.
Mais de 150 anos depois, os cientistas agora analisam sinais do fenômeno espacial que percorreram um caminho mais longo até atingir a Terra. O estudo é tema da revista "Nature" desta quinta-feira (16).
Eta Carinae é, na verdade, um sistema instável composto por duas estrelas, localizadas a 8 mil anos-luz de distância da Terra -- 1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros.
No século 19, um evento conhecido como a Grande Erupção fez a dupla "derramar" o equivalente a 20 massas solares durante o período de 20 anos durante o qual Eta Carinae mais brilhou no céu. Antes da erupção gigantesca no passado, a dupla chegava a pesar 140 massas solares.
Para estudar o "replay", os pesquisadores aproveitaram tanto a luz visível quanto ondas eletromagnéticas em outras frequências que foram captadas por telescópios em solo terrestre.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Abc da astronomia - Distancias



Suíça desenvolve satélite 'faxineiro' para limpar detritos espaciais


Cientistas suíços afirmaram nesta quarta-feira (15) que planejam lançar em breve um "satélite zelador”, concebido especialmente para se livrar do lixo espacial, detritos que estão na órbita da Terra e que podem causar danos graves e onerosos para outros satélites e naves espaciais.
Ao custo de US$ 11 milhões, o projeto foi chamado de CleanSpace One e o protótipo de uma família de satélites deste tipo já está em construção no Centro Espacial Suíço, com o Instituto Federal Suíço de tecnologia, em Lausanne.
Seu lançamento está previsto para acontecer em até cinco anos e suas primeiras tarefas serão pegar dois satélites suíços que foram lançados em 2009 e 2010 e serão desativados.
Segundo a Nasa, existem mais de 500 mil peças de foguetes, satélites e outros detritos orbitando a Terra. Eles viajam a velocidades muito altas, o que é suficiente para destruir ou causar danos caros a outros satélites e naves espaciais. Colisões, por sua vez, geram mais fragmentos que flutuam no espaço.
Ilustração divulgada nesta quarta-feira pela Agência Espacial Suíça mostra o satélite CleanSpace One, que tentará limpar detritos espaciais (Foto: HO/T EPFL/Swiss Space Center/AP)Ilustração divulgada nesta quarta-feira pelo Centro Espacial Suíço mostra o satélite CleanSpace One, que tentará limpar detritos espaciais.
Nova tecnologia
Os pesquisadores afirmam que construindo um satélite significaria desenvolver uma nova tecnologia para resolver três grandes problemas. A primeira barreira tem a ver com a trajetória, já que o satélite tem de ser capaz de ajustar o seu caminho para corresponder ao seu alvo.

Em seguida, o equipamento tem que estabilizar os detritos a altas velocidades. Os cientistas estudam a aderência de plantas e animais para que sejam capazes de fazer isso. E finalmente, um satélite da família CleanSpace terá de guiar os detritos de volta à atmosfera da Terra, onde o lixo queimará na reentrada.

Telescópio espacial registra estrelas em torno de buraco negro

Astrônomos divulgaram nesta quarta-feira (15) a descoberta de um aglomerado de estrelas jovens azuis, em torno de um buraco negro chamado HLX-1, a cerca de 290 milhões de anos-luz da Terra. Os cientistas usaram o Telescópio Espacial Hubble, parceria da Nasa com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).O achado sugere que esse buraco negro tenha se formado no centro de uma galáxia anã, agora desintegrada. Segundo a equipe responsável, o estudo deve ter implicações importantes para a compreensão de como evoluem os buracos negros supermassivos.
A pesquisa foi liderada por Sean Farrell, do Instituto de Astronomia de Sydney, na Austrália, e publicada pelo “Astrophyisical Journal”.
Imagem do Hubble mostra aglomerado de estrelas em torno de buraco negro (Foto: NASA, ESA, S. Farrell)Imagem do Hubble mostra aglomerado de estrelas em torno de buraco negro.

Escamas de pirarucu inspiram escudos para naves espaciais

Escamas de pirarucu inspiram escudos para naves espaciais

Além da camada externa mineralizada, uma cerâmica extremamente dura, as escamas do pirarucu possuem uma malha de fibras moles, mas cuja disposição lhes dá uma dureza muito grande em todas as direções
Naves com escamas
Cientistas norte-americanos descobriram que as escamas do pirarucu servem como ponto de partida para a criação de escudos protetores hiper-resistentes.
Esses novos materiais são tão fortes que poderão ser utilizados não apenas para proteção pessoal e veicular, mas até mesmo para blindar espaçonaves contra o choque de micrometeoritos e lixos espaciais.
Como o material é basicamente uma cerâmica flexível, ele poderá encontrar outras aplicações, afirmam eles.
Essa bioinspiração surgiu quando Marc Meyers, da Universidade da Califórnia, visitou a Amazônia e verificou que o pirarucu consegue viver em lagos repletos de piranhas, sem ser incomodado.
Ele explica que os engenheiros estão procurando novas inspirações na natureza porque os materiais sintéticos e compósitos conhecidos parecem ter atingido seus limites em termos de resistência.
"Os materiais que a natureza tem à sua disposição não são muito fortes, mas a natureza os combina de formas engenhosas para produzir componentes e estruturas muito fortes," disse o pesquisador.
Piranha versus Pirarucu
Levando consigo escamas de pirarucu e dentes de piranha, ele construiu um aparato capaz de simular as fortíssimas mordidas das piranhas.
Os dentes das piranhas conseguem penetrar parcialmente as escamas individuais, mas se quebram antes que consigam atingir a tecido muscular por trás delas.
Definido o vencedor nesse enfrentamento digno dos filmes de ficção trash, muito comuns nas TVs por assinatura, os pesquisadores partiram para descobrir o que dá essa resistência especial às escamas do pirarucu - o grupo parece gostar do gênero, porque seu artigo científico intitula-se "Batalha no Amazonas: Pirarucu versus Piranha".
Segundo Meyers, a mistura de materiais é similar ao duríssimo esmalte dos dentes recobrindo a muito mais mole dentina.
Escamas de pirarucu inspiram escudos para naves espaciais
Duas escamas de pirarucu, supersposta como ficam no peixe.
Camadas de fibras
Mas a defesa do pirarucu dispõe de algo mais do que apenas uma escama dura: as escamas individuais se combinam em uma estrutura que aumenta a resistência do animal aos ataques das piranhas.
Além da cobertura mineralizada dura na superfície, cada escama possui por baixo uma estrutura de materiais muito mais moles, essencialmente fibras de colágeno, mas que, ao se empilhar em direções alternadas, atingem quase metade da dureza da cerâmica externa.
"Quando você empilha as fibras dessa forma, elas assumem diferentes orientações, o que lhes dá uma resistência homogênea em todas as direções," explica Meyers.
Mais do que isso: as fibras mais moles dão ao revestimento cerâmico duro acima delas uma espécie de flexibilidade, podendo se acomodar a uma tentativa de perfuração sem simplesmente trincar e quebrar.
Inspiração à disposição
A equipe de Meyers é especializada em biomimetismo, já tendo explorado os segredos de diversos tipos de materiais naturais, de conchas de moluscos ao bico dos tucanos.
Agora eles vão estudar escamas de outros peixes sul-americanos, além de garras de crocodilos.
Quanto à fabricação de novos materiais a partir dessas inspirações, eles afirmam que, dispondo do conhecimento sobre as estruturas dos materiais naturais, disponibilizados em seus artigos científicos, os engenheiros poderão usar esse conhecimento na construção dos materiais adequados a cada aplicação que tiverem em mente.

Encontrado o que pode ser menor camaleão do mundo


Um dos menores camaleões do mundo foi descoberto por pesquisadores em uma ilhota de calcário em Madagascar.
O minúsculo camaleão Brookesia micra tem comprimento máximo de 29 milímetros. Cientistas alemães também descobriram três novas espécies no norte da ilha.
Os pesquisadores temem que os animais corram risco de extinção, caso haja alteração no seu habitat.
A descoberta foi publicada pela revista científica 'PLoS ONE'.
Camaleão encontrado em Madagascar pode ser o menor do mundo (Foto: Frank Glaw/PlosONE/Creative Commons/BBC)Camaleão encontrado em Madagascar pode ser o menor do mundo
Busca noturna
A equipe do cientista Frank Glaw, do Zoologische Staatssammlung, de Munique, é especializada em camaleões pequenos, já tendo descoberto outras espécies semelhantes no passado.

Os animais foram encontrados à noite durante a estação das chuvas de Madagascar. Os cientistas tiveram que vasculhar o chão com ajuda de lanternas.
'Eles vivem entre as folhas durante o dia, mas à noite saem e você consegue achá-los', diz Glaw.
Camaleão minúsculo vivia em ilha de calcário (Foto: Frank Glaw/PlosONE/Creative Commons)
Camaleão minúsculo vivia em ilha de calcárioA menor das espécies foi encontrada em uma ilhota remota de calcário.
Os pesquisadores acreditam que pode ser um caso de nanismo insular, um fenômeno no qual espécies diminuem de tamanho com o tempo para se adaptar a um habitat menor.
'É possível que a grande ilha de Madagascar tenha produzido uma espécie geral de camaleões minúsculos, e que uma ilhota pequena tenha produzido a espécie menor', disse Glaw à BBC.
Uma análise genética comprovou que os camaleões são na verdade parte de quatro espécies distintas.
'Isso indica que eles se separaram há milhões de anos, antes mesmo do que várias outras espécies de camaleão', disse Miguel Vences, da universidade alemã de Braunschweig, que participou da equipe.
Cada espécie nova está restrita a um território muito pequeno. O menor dos territórios tem apenas meio quilômetro quadrado.
'Em Madagascar, muitas espécies estão restritas a pequenos habitats, e isso faz com que seja importante conservá-los', diz Glaw.
Outra espécie minúscula - o B. tristis, que significa 'triste' -- foi achado em uma parte isolada de uma floresta, próximo a uma cidade. O nome foi escolhido pelos cientistas para alertar para o perigo de extinção das espécies, que são muito frágeis.

Foto mostra berçário de estrelas em formato de fita no espaço


Uma fotografia divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) mostra uma "fita" de poeira cósmica com aproximadamente 95 trilhões de quilômetros de extensão.
A imagem foi feita com o telescópio Apex, localizado no deserto do Atacama, no Chile. A região aparece próxima a uma estrela da constelação de Touro.
Conhecida como "Nuvem Molecular do Touro", a faixa se situa a 450 anos-luz de distância da Terra. A área apresenta grande formação de estrelas, com a poeira ao redor emitindo um brilho muito fraco, já que a temperatura chega a -260 graus Celsius. A essa temperatura, é necessário um instrumento sensível como o Apex para poder detectar comprimentos de onda tão grande, com quase 1 milímetro de extensão.
A 'Nebulosa Molecular do Touro' a 450 anos-luz da Terra, ao lado de uma estrela da constelação de Touro. (Foto: ESA)
A nebulosa molecular a 450 anos-luz da Terra, ao lado de estrela da constelação de Touro.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"Luz escura" é transmitida por colar de nanopartículas


Opto-eletrônica - Nanopartículas transmitem luz escura
À esquerda, imagem da estrutura plasmônica, uma linha de 15 micrômetros de comprimento feita com nanopartículas de ouro. À direita, uma imagem de fluorescência depois da energização do mesmo canal plasmônico por um laser.

Canais de luz
Canais metálicos microscópios são capazes de transmitir energia eletromagnética que começa como luz, mas se propaga por meio de "plásmons escuros".
Essa transferência de energia de alta eficiência pode ser usada no interior de chips, em componentes optoeletrônicos, capazes de fazer a interface entre o processamento e a transmissão óptica de dados.
Com a nova técnica, a luz pode ser guiada por caminhos complexos, alcançando pontos específicos, sem impor restrições ao projeto do restante do circuito, porque os canais podem ter qualquer formato.
Stephan Link e seus colegas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, demonstraram que o papel hoje desempenhado por componentes chamados guias de onda pode ser executado com vantagens por canais construídos com nanopartículas de apenas 150 nanômetros de diâmetro.
Os pesquisadores usam o termo canal no sentido de um meio de transmissão, e não de um espaço vazado ou de um conduíte oco - na verdade as nanopartículas são postas umas ao lado das outras, como as contas de um colar.
Luz escura
As linhas de nanopartículas conseguem transmitir um sinal ao longo de muitos micrômetros, o que é uma enorme distância para as dimensões internas dos chips.
Não se trata de uma transmissão comum de luz, como a que acontece em uma fibra óptica - na verdade, os canais são muito menores do que o comprimento de onda da luz que eles transmitem.
O que se move não são os fótons de luz, mas os plásmons de superfície, o elemento fundamental da chamada plasmônica, um campo emergente de pesquisa que promete nada menos do que a computação à velocidade da luz.

Plásmons são ondas de elétrons que oscilam na superfície de um metal, como a água de uma vasilha quando você bate em sua borda - o movimento dos plásmons é induzido pela energia da luz que incide sobre o metal.
O distúrbio causado pela luz movimenta os plásmons, cuja oscilação é repassada para a partícula adjacente, e assim por diante, levando a "informação" óptica por distâncias relativamente grandes - até 15 micrômetros.
Luz escura - Plasmons de superfície escuros
Essa transferência de energia de alta eficiência pode ser usada no interior de chips, em componentes optoeletrônicos
Plásmons escuros
A diferença em relação a outras técnicas usadas na plasmônica é que, entre as esferas, o que se propaga são os chamados plásmons escuros, plásmons que não têm um momento dipolo.
"Mas esses modos não são totalmente escuros, especialmente na presença de desordem," explica Link. "Mesmo para os modos sub-radiantes, há uma pequena oscilação."
Como a emissão associada com o movimento dos plásmons escuros é muito pequena, a propagação pode se sustentar por longas distâncias, graças a uma perda muito menor.
Os resultados são melhores do que os obtidos com nanofios de ouro, que, graças aos plásmons de superfície, literalmente transportam a luz pelo lado de fora.

Black-Scholes: A equação matemática sobre a crise econômica




Quando os mercados financeiros globais começaram a desmoronar em 2007, o mundo inteiro se voltou contra os bancos e banqueiros.
  Um dos “culpados” deste imenso mundo matemático pode ser a equação de Black-Scholes. A maioria das pessoas sabe que a crise financeira foi o resultado de vários fatores, sendo o mais significativo o famoso investimento sobre investimento, ou seja, apostas sobre apostas que não têm as qualidades tangíveis de negócios convencionais com base em dinheiros e bens, mas são extremamente lucrativos, tornando-se nos últimos 20 anos um grampo no mundo das finanças.
  Ian Stewart, em entrevista ao The Guardian, mostrou o conceito de derivados sobre negociação, explicando que tudo foi possível graças à equação de Black-Scholes.
Foi o santo graal dos investidores. A equação de Black-Scholes, fruto da imaginação dos economistas Fischer Black e Myron Scholes, mostra de uma maneira racional os preços de um contrato financeiro quando ainda está em tempo de ser executado. Era como comprar ou vender uma aposta de um cavalo no meio da corrida. Ela abriu um novo mundo de investimentos, cada vez mais complexos, florescendo em uma gigantesca indústria mundial. Mas quando o mercado de hipotecaszedou a equação que, até então era a queridinha dos economistas e especialistas, começou a ser chamada de equação de Black-Hole (Buraco Negro), sugando o dinheiro para fora do universo, em um fluxo interminável”, satirizou Stewart.
  Naturalmente é impossível culpar uma equação matemática pelo estado de nossa economia, mas é justo dizer que sem a equação de Black-Scholes, nos últimos cinco anos, a economia mundial teria sido completamente diferente. Como seria diferença não é fácil dizer, mas certamente seria. 

Cientista declara que a Rússia sabe da existência de vida em Vênus desde 1982


Leonid Ksanfomaliti, um eminente cientista russo, afirmou ter descoberto vida em Vênus, em fotos granuladas tiradas por uma sonda soviética há três décadas.
O professor, a partir do Instituto de Pesquisas Especiais de Moscou, mostrou fotografias capturadas por uma sonda soviética em um dos pousos que ela teria feito na superfície do planeta.
Ksanfomaliti declarou que as fotos foram tiradas pela sonda especial Venus-13 em 1982, mostrando uma espécie de escorpião em estilo gigante, que ele alegou ser a prova que existe vida no segundo planeta do Sistema Solar.
  Mas as opiniões do membro da Academia Russa de Ciências, publicada em pesquisas, colocam em dúvida o que Ksanfomaliti afirma. Especialistas dizem que as características descritas como um disco e um escorpião parecem mudar de um local para outro, a cada foto. Ksanfomaliti diz que as imagens mostram um corpo em forma de escorpião, que aparentemente se move junto com a câmera, sendo todo o movimento registrado pela sonda.
Emerge, flutua, desaparece”, explica Ksanfomaliti. “E se a gente esquecer as teorias atuais sobre a não-existência de vida em Vênus, vamos corajosamente sugerir que as características dos objetos morfológicos nos permitiriam dizer que eles estão vivos”, relatou em uma revista.Não existem registros se foram encontrados anteriormente vida em Vênus, um planeta com temperatura superficial média de 464 ºC e gravidade 0,9 vezes mais poderosa do que a da Terra. Mas Jonathon Hill, um técnico de pesquisas e planejador da missão no Centro de Voo Espacial da Arizona State University, lançou dúvidas sobre as alegações de Ksanfomaliti.
Hill é o homem que processa as imagens tiradas durante missões da NASA em Marte. Ele afirma que as versões em alta resolução das imagens da Venera-13 mostram que o objeto que parece um caranguejo, é na verdade um componente mecânico, não uma criatura viva.
O mesmo objeto parece em uma fotografia tirada por uma sonda de pousos idênticos, o Venera-14, que caiu nas proximidades do local.

Mudanças nas correntes oceânicas podem interferir na rotação da Terra


Durante a primeira quinzena de novembro de 2009, a rotação da Terra tornou-se 0,1 milissegundo mais curta. Será que você podemos culpar as águas ao redor da Antártida?
Em novembro de 2009, algo estranho aconteceu no Oceano Austral. A Corrente Circumpolar Antártica começou a desacelerar de repente. A mudança na atual era provocou uma modificação no momento angular do nosso planeta, fazendo com que a terra, para compensar, acelerasse sua rotação. Por cerca de duas semanas, os dias eram um décimo de milésimo de segundo mais curto do que deveria ser.
  Fenômenos como estes ocorridos nas correntes oceânicas afetam a rotação da Terra, podendo até mesmo interferir na formação de ventos no planeta. O pesquisador Stephen Marcus e seus colegas especialistas da NASA, dizem que é uma descoberta inédita a interferência das correntes sobre a rotação da Terra, de modo tão rápido. A grande questão abordada é como isso aconteceu. De acordo com relatórios do New Scientist, é possível que a raiz de tudo isso seja o El Niño.
  O padrão climático incomum poderia ter jogado a velocidade dos ventos para fora da Antártida, o que por sua vez teria provocado calmaria nas correntes oceânicas. Isso aponta para uma possível ligação entre mudanças climáticas, estimulando o El Niño a interferir em questões mais sérias, como a rotação do nosso planeta.
Embora esse tipo de mudança na rotação seja temporário, o fato em si causa preocupação, especialmente para os cientistas que monitoram a Terra. 

Sonda faz mapa de regiões com formação estelar na Via Láctea


Um mapa divulgado com dados coletados pela sonda Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), revela 10 mil regiões de formação estelar, muitas delas nunca vistas antes por astrônomos. A imagem foi divulgada nesta semana e mostra berçários de estrelas tão frios que atingem temperaturas de apenas 7 graus acima do zero absoluto -- aproximadamente 273 graus Celsius negativos.
Os pontos azuis na imagem (veja abaixo) mostram concentrações de centros estelares. A detecção das regiões é feita de forma indireta. Como o hidrogênio que forma as nuvens de gás é difícil de ser detectado, os cientistas procuram por monóxido de carbono para coletar as informações que compõem o mapa.
Mapa de regiões de formação estelar na Via Láctea. (Foto: ESA / Nasa / Reuters)
Mapa de regiões de formação estelar na Via Láctea. 

Museu de Berlim revela tesouros arqueológicos da Arábia Saudita



Mostra em Berlim com tesouros arqueológicos da Arábia Saudita exibe peças pré-históricas e da antiguidade até objetos contemporâneos. Exibição é uma contribuição cultural e histórica à atual discussão sobre islamismo.
O Museu de Arte Islâmica em Berlim, apresenta a exposição Roads of Arabia – Tesouros arqueológicos da Arábia Saudita, com mais de 400 objetos abrangendo quase seis milênios de história da Península Arábica, desde a Pré-História até o Islã Moderno. A maioria das peças foi emprestada por museus da Arábia Saudita cerca de 80 obras vêm de coleções de Berlim. "Nossa intenção é contribuir para o debate sobre o Islã, dentro de uma dimensão cultural e histórica", afirma Stefan Weber, diretor do Museu de Arte Islâmica, situado no Museu de Pérgamo.

Estátuas humanas do século 4º a.C.

A mostra, aberta até 9 de abril de 2012, já passou por Paris, Barcelona e São Petersburgo, antes de chegar à Alemanha. Ela documenta uma mudança de paradigma: do estereótipo de árido país do deserto à imagem de uma nação que escreveu história da arte. Por muitos anos, a Arábia Saudita negligenciou seus tesouros, mas nos últimos anos, o país tem feito muito para preservar o próprio patrimônio, observa Weber.
Roads of Arabiaé uma viagem no tempo, ao longo das antigas rotas comerciais e de peregrinação, começando com os primeiros rastros humanos. Partindo de pontas de flecha pré-históricas, o visitante passa cronologicamente por estelas de pedra com formato humano do 4º milênio antes de Cristo até os artefatos de antigos assentamentos nômades. Planejada ao longo de quatro anos, a exposição dá forte ênfase à Antiguidade, detalhe inesperado, em se tratando do país central do Islã.
Idade da ignorância
No islamismo, o tempo antes da revelação de Maomé é denominado Jahiliyyah, que se pode traduzir como "idade da ignorância". No sentido ortodoxo, o período pré-islâmico é considerado uma era de barbárie e politeísmo. Na exposição, é possível sentir um afastamento da obscura Jahiliyyah. A visão se estende para a continuidade da história da Península Arábica, o que certamente pode ser considerado um sinal de mudança.

Obras mostram o rico passado pré-islâmico da Península Arábica

A exposição leva adiante, até as colossais estátuas do reino de Dedã do primeiro milênio antes de Cristo. Os gigantes olham rigidamente de cima para baixo em direção aos visitantes, dispostos em amplo contraste, numa sala negra espelhada. O estilo das figuras de pedra deixa transparecer influências do Egito antigo, comprovando, assim, uma recepção artística suprarregional.
Uma outra seção é dedicada às rotas históricas de peregrinação, que também eram importantes rotas comerciais na era pré-islâmica. Mas somente sob o califado dos Omíadas e Abássidas foi desenvolvida uma ampla infraestrutura para abastecimento dos fluxos de peregrinos ao largo das rotas de peregrinação de Damasco e Bagdá para Medina. Objetos do cotidiano e cerâmica importada são testemunhos de uma vida social intensa.
Visitante como peregrino
Como se tivesse feito, ele mesmo, uma peregrinação, o visitante se vê diante do Portal de Caaba, após haver descido uma escada estreita. O esplendor e grandeza do portal iluminado por refletores levam o espectador a fazer uma pausa e refletir por um instante, dentro da mostra inteligentemente planejada.
O maciço portão de entrada prateado, com ornamentos florais e caligrafias, data do período otomano e foi substituído no curso dos trabalhos de renovação na Caaba. Na lateral da sala, está pendurada uma grande cortina de porta que – assim como a kiswa, o tecido negro ao redor do santuário – é renovado a cada ano. Segundo um costume da era pré-islâmica, a kiswa é cortada em pedaços e distribuída entre personalidades honoráveis. Alguns desses fragmentos são exibidos ao lado das edições ilustradas de livros de peregrinação iranianos.

Figura de bronze medindo ca. 40 cm (1º-2º a.C.)

Os objetos da Caaba e a história urbana de Meca são, assim como toda exposição, uma novidade em um museu na Alemanha. "A Arábia Saudita remete em nosso imaginário a coisas como areia, príncipes e um lugar onde as mulheres não podem dirigir carro", diz Christian Gierlichs, curador da exposição. Roads to Arabia nos abre uma perspectiva diferente sobre um país que se pensa conhecer, mas que continua bastante estranho para muitos de nós.
A exposição também é promoção para o reino saudita, claro. E logo se impõe a questão: é certo cooperar com um Estado autoritário? Stefan Weber é repetidamente confrontado com criticas nesse sentido, porém não concorda que o alvo seja sempre a cooperação cultural. Por outro lado, pouca gente vê um problema em abastecer seu carro com gasolina saudita, lembra o diretor do Museu de Arte Islâmica de Berlim.

Células surgiram em poças ao lado de gêiseres e não no mar


O prato da "sopa primordial" ficou bem menor: uma equipe de pesquisadores sugeriu, em artigo científico a ser publicado nesta terça-feira na revista "PNAS", que a origem da vida celular não se deu na vastidão do oceano, mas sim em pequenas poças em terra.
É consenso entre os cientistas que os seres vivos surgiram da combinação de certos elementos químicos, que produziram os "tijolos" de substâncias orgânicas dos quais eles são feitos.
Esses ingredientes seriam as substâncias químicas dessa "sopa primordial" no mar.
Essa forma de vida primitiva teria se isolado do ambiente, criado um metabolismo próprio para consumo de energia e a capacidade de se reproduzir.
Pesquisadores da área se dividem entre os que acham que o metabolismo surgiu antes e os que acham que a capacidade de replicação veio primeiro.
Uma hipótese popular de um dos defensores do "metabolismo primeiro" foi criada por Mike Russel, hoje no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
Para ele, os precursores da vida surgiram no fundo dos oceanos, ao redor de jatos de água quente que surgem de fissuras ligadas à atividade vulcânica.
"Estávamos bem contentes com a ideia da origem da vida no mar e nossas visões atuais ainda incorporam alguns traços da hipótese de Mike Russell", disse à Folha o principal autor do estudo, Armen Mulkidjanian, da Universidade de Osnabrück, na Alemanha.
Mas os cientistas notaram discrepâncias entre as proporções de certas formas de elementos químicos no interior das células atuais dos seres vivos e em ambientes marinhos e terrestres em geral. É o caso de certos íons, átomos ou moléculas eletricamente carregados.
De acordo com o grupo, a proporção dos íons dentro das células de hoje reflete a composição do ambiente em que elas se formaram há bilhões de anos.
Editoria de arte/folhapress
As células atuais contêm os seus típicos íons graças a membranas impermeáveis a alguns deles e a enzimas que transportam outros para dentro e para fora. Seria muito exagero sugerir que algo tão sofisticado já existisse nas células primitivas.
Essas "protocélulas" devem ter evoluído em habitats com uma alta relação de íons positivos de potássio e sódio e concentrações altas de compostos de zinco, manganês e fósforo, dizem os pesquisadores.
Segundo eles, essas condições químicas não teriam existido em ambientes marinhos, mas são compatíveis com zonas dominadas por vapor de sistemas geotérmico.
A vida teria surgido em discretas poças ao lado de grandes gêiseres, como os do parque Yellowstone, nos EUA, e só depois os oceanos teriam sido colonizados, quando as condições permitiram.

Cientistas mantêm vivas larvas de moscas congeladas


                          Imagens mostram congelamento gradual das larvas da mosca da fruta, de -1ºC até -4ºC (Foto: Divulgação)
                          Imagens mostram congelamento gradual das
                          larvas da mosca da fruta, de -1ºC até -4ºC
Cientistas conseguiram congelar larvas da mosca da fruta, com temperaturas abaixo de zero, e fazer com que elas continuassem vivas e capazes de voltar à temperatura normal. A pesquisa da Academia de Ciências da República Tcheca foi publicada nesta segunda-feira (13) pela revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)”.
É um dos passos iniciais na direção da criogenia – a conservação da vida pelo congelamento, comum na ficção científica. “É um passo bem pequeno, mas bem importante”, disse ao G1 Vladimir Kostal, autor da pesquisa. Ele deixou claro que a aplicação da tecnologia em mamíferos está muito distante.
As larvas foram expostas a uma temperatura de cinco graus negativos, e metade da água em seus corpos virou gelo. Elas sobreviveram porque receberam dos cientistas uma dieta rica em prolina – um aminoácido comum nos seres vivos, que já tinha se mostrado útil contra o frio em uma pesquisa anteriore.
Estudando moscas nativas de regiões árticas, a equipe de Kostal havia descoberto que as larvas dessa espécie têm um grande estoque da substância. O entomologista não sabe explicar ao certo, no entanto, por que a prolina protege os insetos do frio.
A mosca da fruta é nativa da África e não sobreviveria ao inverno europeu na natureza – ela se adaptou ao continente porque se abriga em ambientes feitos pelo homem. Por isso, o sucesso da experiência de congelamento foi visto pelo próprio Kostal como uma “surpresa”.

Nesse estudo, o acúmulo da prolina foi feito só pela alimentação, o que os pesquisadores consideram tecnologicamente simples, já que não envolve intervenções nas células nem engenharia genética, por exemplo.
Também por causa da alimentação, Kostal não trabalhou com moscas adultas nesse estudo. “É difícil fazer a experiência com adultos porque eles se alimentam bem menos. Como as larvas estão em fase de crescimento, absorvem mais as substâncias que damos”, explicou.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Experimento óptico inédito torna núcleo do ferro transparente

Utilizando um intenso feixe de luz laser, cientistas alemães conseguiram pela primeira vez na história tornar um material opaco, transparente. O experimento é considerado revolucionário e importante para o desenvolvimento dos computadores quânticos, capazes de atingir velocidades de processamento atualmente impossíveis de serem obtidas.
De acordo com a revista científica Nature, onde o artigo foi publicado, a técnica utiliza o efeito conhecido por transparência induzida eletromagneticamente e permite que materiais opacos possam se tornar transparentes para a luz em determinados comprimentos de onda, como por exemplo, o raios-X. O efeito é alcançado por meio de complexa interação óptica na região atômica da eletrosfera, onde os elétrons giram ao redor do núcleo atômico.
O experimento foi demonstrado pelo pesquisador Ralf Röhlsberger, ligado ao laboratório de luz síncrotron Deutsches Elektronen-Synchrotron, na Alemanha.
Segundo o cientista, esse efeito ocorre no comprimento de onda dos raios-x quando eles são direcionados para o núcleo atômico do isótopo de ferro 57, que compreende 2% do ferro que ocorre naturalmente no planeta.
Na prática, a nova forma de controle do estado óptico do núcleo atômico permitirá aos cientistas a construção de transistores ópticos de altíssimas velocidades, em que as correntes elétricas necessárias à comutação serão substituídas pela luz.
“O resultado de alcançar a transparência no núcleo atômico é o resultado do efeito da transparência induzida eletromagneticamente sobre o núcleo do átomo. Certamente, até que o primeiro computador com luz quântica se torne realidade ainda existe um longo caminho a percorrer. Entretanto, com esse efeito fomos capazes de realizar uma classe completamente nova de experimentos de óptica quântica de alta sensibilidade”, disse Röhlsberger.

Ferro Transparente
Para tornar o núcleo do ferro transparente no espectro dos raios-x, Röhlsberger e sua equipe montaram duas lâminas de ferro-57 (FE-57) dentro de uma cavidade ótica formada por dois espelhos de platina posicionados paralelamente.

No arranjo, as duas lâminas de FE-57, cada uma com 3 nanômetros de espessura, são mantidas entre os dois espelhos através de finas camadas de carbono formando uma espécie de sanduiche de 50 nanômetros de espessura. O carbono é transparente ao comprimento de onda do raio-X utilizado,
Em seguida, um feixe de raios X extremamente fino é disparado contra o conjunto em um ângulo muito preciso. Dentro da cavidade ótica os raios-x são refletidos pelos espelhos de platina. Esse movimento de reflexão cria uma ressonância ótica.
Se a distância entre as duas camadas de ferro e o comprimento de onda dos raios-x estiverem em uma proporção determinada, o núcleo do FE-57 se tornará transparente. Quando as camadas são movimentadas dentro da cavidade óptica o núcleo atômico do FE-57 se torna novamente opaco. Dessa forma os cientistas podem controlar o efeito da transparência.

Velocidade da Luz
Além do feito extraordinário, a equipe de Röhlsberger também demonstrou outro efeito paralelo produzido pela transparência induzida eletromagneticamente: o controle preciso da velocidade de propagação da luz.

Utilizando a mesma cavidade ótica, os pesquisadores também conseguiram frear a propagação de um feixe luminoso, fazendo-o se deslocar a apenas alguns metros por segundo, contra o tradicional valor de 300 mil quilômetros por segundo. 

Manchas solares dobram de tamanho e podem originar explosões


Duas manchas solares que praticamente dobraram de tamanho nos últimos dias pode originar uma série de explosões solares em direção à Terra.
O Observatório de Dinâmica Solar, da Nasa (agência espacial dos EUA), registrou a alteração recente na região conhecida como 1416.
Não se sabe qual será o potencial do fenômeno, mas alguns cientistas dizem que as explosões solares poderiam ser de média intensidade e sentidas nas regiões polares, com pequenas interferências nos sistemas de comunicações.
As explosões não colocam em perigo os seres humanos.

Na imagem da Nasa, as duas manchas solares na região 1416 (dir.), que aumentaram de tamanho recentemente
Na imagem da Nasa, as duas manchas solares na região 1416 (dir.), que aumentaram de tamanho recentemente

Aquecimento global ficará pior com erosão do solo, alerta ONU


O aquecimento global ficará pior à medida que a agricultura acelerar a taxa de erosão do solo, reduzindo a quantidade de carbono que o terreno é capaz de armazenar. A informação é do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), divulgada nesta segunda-feira.
O solo contém quantidades enormes de carbono na forma de matéria orgânica, que fornece os nutrientes para o crescimento das plantas e melhora a fertilidade da terra e o movimento da água.
A faixa mais superficial do solo sozinha armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono --três vezes mais que o nível atualmente contido na atmosfera, informou o Livro do Ano 2012 do Pnuma.
"O carbono do solo é facilmente perdido, mas difícil de ser reposto", diz o relatório.
"Os estoques de carbono no solo são altamente vulneráveis às atividades humanas. Eles diminuem de forma significativa [e em geral rapidamente] em resposta às mudanças na cobertura do solo e no uso da terra, tais como desmatamento, desenvolvimento urbano e o aumento das culturas, e como resultado de práticas agrícolas e florestais insustentáveis."
Tais atividades podem decompor a matéria orgânica. Quando isso ocorre, parte do carbono é convertido em dióxido de carbono --gás do efeito estufa que é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global-- e ele é perdido do solo.
Cerca de 24% das terras do planeta já sofreram declínio na saúde e na produtividade ao longo dos últimos 25 anos em razão do uso insustentável do solo, disse o Pnuma.
Desde o século 19, aproximadamente 60% do carbono armazenado nos solos e na vegetação foi perdido como resultado das mudanças no uso da terra, tais como limpar a terra para a agricultura e para as cidades.
À medida que a demanda global por alimentos, água e energia aumente drasticamente, como se prevê, o solo ficará sob uma pressão cada vez maior.

Garrafas PET podem ser usadas para a produção de verniz


Em vez de ir para o lixo, garrafas PET usadas podem ser transformadas em matéria-prima para a produção de verniz, substituindo compostos derivados de petróleo.
No seu estudo de mestrado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o químico Antonio Eduardo Ferreira Alves da Silva desenvolveu uma técnica para transformar as garrafas plásticas jogadas no lixo em um verniz em pó que pode ter várias aplicações: de utensílios domésticos a eletrônicos e indústria automotiva.
O experimento, que já foi patenteado, levou a última edição do prêmio de pesquisa da Abripet (Associação Brasileira da Indústria do PET).
"O trabalho é importante porque aproveita um material que seria descartado e poderia acabar jogado de qualquer jeito, prejudicando o ambiente", disse Silva, que já tinha grande experiência no mundo das tintas industriais antes de se aventurar pelo ramo da pesquisa.
O cientista lidou com material que já havia sido descartado. Após serem moídas, as garrafas passam por um processo de degradação que altera seu peso molecular.
O material passa ainda por outros processos até ser incorporado à receita que forma o verniz sustentável.
O resultado já mostrou que o material é viável para diversos usos e aderiu bem às superfícies em que foi testado.
APERFEIÇOAMENTO
Silva ressalta que o verniz em pó ainda precisa ser aperfeiçoado antes de entrar no mercado --o que ainda não tem previsão de acontecer.
"Para ser comercializado, é preciso resolver alguns problemas eventuais, como a formação de bolhas."
Além disso, diz o cientista, o material é bastante duro. "Algumas aplicações pedem maleabilidade do verniz. É uma propriedade que precisa ser levada em consideração", completa.
Por enquanto, o verniz em pó sustentável de Silva ainda está restrito ao laboratório, mas já existem no mercado tintas e vernizes que usam o PET como um de seus componentes.
"Mas o uso ainda é restrito. Temos que disseminá-lo", afirma Silva.

Novo foguete da Agência Espacial Europeia completa voo inaugural


O novo foguete Vega, a menor nave da Agência Espacial Europeia (ESA), foi lançado com sucesso nesta segunda-feira e, após uma hora e 21 minutos, conseguiu concluir com êxito seu voo inaugural, o qual tinha missão de pôr nove satélites em órbita.
O lançamento foi feito às 8h (horário de Brasília), no Centro Espacial Europeu de Kuru, situado na Guiana Francesa, e foi operado pela empresa Arianespace. "A trajetória é normal, e a pilotagem é tranquila", repetiam os especialistas de empresa ao comprovar que a nave respeitava as previsões dos cientistas.Levando em conta o caráter arriscado da missão de "qualificação", denominada VV 01, a comemoração do lançamento - traduzida em aplausos, abraços e polegares levantados - não chegou à sala até que a nave terminou de lançar sua carga útil.
"Já não há nenhum satélite europeu que não possa ser posto em órbita por um serviço de lançamento europeu", assinalou então o diretor-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain.
"É um grande dia para a ESA, para seus Estados-membros, para a indústria Europeia, para Arianespace e, em particular, para a Itália - onde nasceu o Vega", acrescentou o ex-astronauta.
Foguete Vega é lançado na Guiana Francesa. (Foto: ESA)Foguete Vega é lançado na Guiana Francesa. (Foto: ESA)
O lançador, de 30 metros de altura, 137 toneladas de peso e US$ 942 milhões de investimentos, colocou em órbita nove satélites científicos.
Os cientistas, que insistiam em dizer que este voo inaugural tinha um caráter experimental, temiam que o Vega repetisse o desastre do dia 5 de junho de 1996, quando o Ariane 5 explodiu um minuto após abandonar a plataforma de lançamento.
Viabilizado pela Agência Espacial Italiana e com apoio da França, Bélgica, Espanha, Holanda, Suécia e Suíça, a principal missão do Vega era comprovar se o mesmo se mostrava seguro, confiável e eficaz.
Com o sucesso de sua primeira missão, o lançador passará a ser uma opção viável para mais de 30 satélites que se ajustam a suas capacidades e que anualmente são postos em órbita com um preço de US$ 42 milhões por decolagem.
O Vega completa assim a série de lançadores europeus, que também inclui o Ariane 5, para cargas pesadas, e aos russos Soyuz, usados para cargas intermédias.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Florestas tropicais na África podem ter virado savanas por ação humana


Um grupo de pesquisadores franceses afirma que a transformação das florestas tropicais no centro do continente africano em savanas, ocorrida há 3 mil anos, pode ter sido influenciada pela presença humana. O estudo foi divulgado na revista 'Science'.
Durante anos, os cientistas explicaram a transição como uma consequência apenas das mudanças climáticas que o planeta sofreu. Agora, os pesquisadores acreditam que uma alteração tão drástica não poderia ser apenas ação da natureza e precisaria contar com a participação humana.
O grupo analisou os sedimentos marinhos a 914 metros de profundidade no estuário do Rio Congo. A região serve como registro histórico dos últimos 40 mil anos de formações geológicas na região. Há três milênios, esses depósitos estiveram sob forte influência química, que provocou a quebra de rochas e minerais.
Na mesma época, fazendeiros bantos chegaram ao local após deixar a área onde hoje se encontra Camarões e Nigéria.
Os migrantes empregaram técnicas de agricultura e fundição do ferro à região, provocando grande impacto nas árvores da África Central. Segundo os pesquisadores, o grupo banto teria acelerado o processo de erosão na área ao derrubar árvores para criar terra arável e para as fundições.