sexta-feira, 1 de junho de 2012

Revista Science lista maiores mistérios atuais da astronomia


A “Science”, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, geralmente traz em suas páginas pesquisas com importantes avanços, que esclarecem questões fundamentais da ciência. Nesta semana, no entanto, a publicação deu espaço a dúvidas que ainda não foram solucionadas.
Os editores da revista prepararam uma série chamada “Mistérios da Astronomia”, que apresenta oito fenômenos que os especialistas não sabem explicar – ao menos não há um consenso para isso.


O que é energia escura?
Há 14 anos, os cientistas descobriram a energia escura, mas ainda não conseguiram explicar exatamente o que ela é. Pelos conhecimentos que a humanidade tem de física, a expansão do Universo deveria ser cada vez mais lenta. Porém, a expansão está, na verdade, se acelerando. A – desconhecida – causa dessa aceleração recebeu o nome de energia escura.

Os astrônomos têm três possíveis explicações para o fenômeno. Ela pode ser alguma propriedade desconhecida do espaço no vácuo, um novo tipo de campo de força – chamado de “quintessência” – ou, ainda, sinal de que as teorias científicas a respeito da gravidade estão incorretas. O grande problema é que os especialistas não têm nem pistas de como poderão fazer experiências para chegar a uma conclusão.
Galáxia Abell 1689 teria matéria escura, segundo os astrônomos (Foto: Nasa, ESA, E. Jullo (JPL), P. Natarajan (Yale), & J.-P. Kneib (LAM, CNRS))Galáxia Abell 1689 teria matéria escura, segundo os astrônomos

Qual é a temperatura da matéria escura?
A “matéria escura” é uma teoria desenvolvida em 1933 para explicar como as galáxias se mantêm unidas. Uma quantidade de massa invisível explicaria o campo gravitacional que une os corpos celestes de uma galáxia.

Os físicos ainda não sabem precisamente o que é a matéria escura, mas provavelmente conseguirão detectar algumas de suas partículas dentro de poucos anos. Até lá, a temperatura dessa matéria permanecerá um mistério. Pela teoria atual, ela deveria ser gelada, mas se admite que ela pode ser bem mais quente.


Onde estão os bárions desaparecidos?
Bárion é um termo genérico para descrever as partículas subatômicas, como os prótons e os nêutrons. Pelos cálculos dos astrônomos, cerca de 10% da massa bariônica do Universo está nas galáxias. Gases quentes intergalácticos também formam 10% do Universo, e outros 30% são nuvens de gases frios.

Sobraram 50%, a metade das partículas do Universo, que os cientistas não conseguem localizar. Uma teoria afirma que esses bárions estariam num plasma difuso, mas ainda não há consenso quanto a isso.


Como as estrelas explodem?
A morte de uma estrela não é um processo pacífico. Depois de brilharem por milhões, muitas vezes bilhões de anos, elas se transformam em uma bola de fogo gigante conhecida como “supernova”. As supernovas já são objeto de estudo científico há décadas, mas ainda não está claro para os astrônomos quais são os processos que antecedem a explosão dentro das estrelas.

Imagem da supernova RCW 86, feita com a composição de dados obtidos por quatro telescópios diferentes (Foto: Nasa/ESA/JPL-Caltech/UCLA/CXC/SAO)Imagem da supernova RCW 86, feita com a composição de dados obtidos por quatro telescópios diferentes 

O que reionizou o Universo?
O estudo da história do Universo tem uma lacuna importante que diz respeito ao que acontece dentro dos átomos. De acordo com a teoria, o Big Bang, a explosão que deu início ao Universo como conhecemos, aconteceu há 13,7 bilhões de anos.

Cerca de 400 mil anos depois disso, com a temperatura já mais fria, a atração natural de prótons e elétrons formaria átomos estáveis de hidrogênio. Centenas de milhões de anos depois, no entanto, algo retirou elétrons desses átomos, e formou íons – que não têm um número estável de elétrons e, por isso são mais propensos a reações. O que não se sabe é o que foi esse algo responsável pela reionização.


Qual é fonte dos raios cósmicos mais energéticos?
Há 50 anos, no estado norte-americano do Novo México, cientistas detectaram uma partícula extremamente energética, que recebeu o nome de raio cósmico. Esse raio era, na verdade, um núcleo de um átomo que vaga pelo Universo trombando em corpos celestes, com uma energia de 100.000.000.000.000.000.000 eV – valor tão alto que não podia ser produzido por nenhum processo conhecido até então. E continua sendo, por que os cientistas ainda não conhecem o processo que gera tamanha energia



Por que o Sistema Solar é tão bizarro? Pelo Universo afora, planetas de todos os tipos – quentes, frios, rochosos, gasosos, grandes e pequenos – giram ao redor de estrelas. O Sol é capaz de reunir essa diversidade de planetas em torno de si.
Levando em conta massa, composição química e tamanho, Vênus seria o par mais próximo da Terra, mas os planetas são quase opostos. Vênus tem uma atmosfera ácida, densa e quente, e não tem sinais de já ter tido água – enquanto a Terra é cheia de oceanos. A rotação dos dois também é completamente diferente – em Vênus, o dia dura mais que o ano.
A comparação entre Terra e Vênus é apenas um exemplo da diversidade encontrada entre os oito planetas e outros corpos celestes do sistema.


Por que a coroa solar é tão quente?
No interior do Sol, onde ocorre fusão nuclear, a temperatura supera os 16 milhões de graus Celsius. Na superfície, a temperatura é bem mais baixa, na casa de 5 mil graus Celsius. Porém, acima da superfície, se forma a coroa solar, onde a temperatura supera 1 milhão de graus Celsius.

Os cientistas sabem que a energia solar é suficiente para gerar temperaturas tão altas e que o campo magnético do Sol é forte o bastante para levar a energia até o campo magnético. Os detalhes do processo, no entanto, ainda estão longe de ser um consenso, e há várias teorias conflitantes oferecendo essa explicação.
'Música solar' ocorre em fluxos magnéticos que compõem a coroa solar. (Foto: Nasa/Divulgação)É na coroa solar que se originam as erupções solares 

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mix de imagens mostra como é a galáxia Catavento na Ursa Maior


A foto divulgada pela Nasa (agência espacial americana) nesta quinta-feira é uma combinação de imagens tiradas por telescópios espaciais que operam com infravermelho, raio visível, ultravioleta e raio X.
Ela mostra a galáxia do Catavento, também conhecida como M101, "casa" de estrelas antigas e jovens em formação.
A Catavento está na constelação da Ursa Maior, que é aproximadamente 70% maior que a Via Láctea e está a 21 milhões de anos-luz da Terra.
Isso significa que a luz que tornou possível essa fotografia se expandiu da galáxia do Catavento cerca de 21 milhões de anos atrás, muito antes dos humanos estarem andando pelo nosso planeta.
Foto da galáxia Catavento, que se encontra em constelação a 21 milhões de anos-luz da Terra
Foto da galáxia Catavento, que se encontra em constelação a 21 milhões de anos-luz da Terra

Telescópio de alta resolução permitirá ver detalhes do universo


Na imagem, concepção artística do NuSTAR, que será lançado dia 13 de junho pela Nasa. Com o telescópio, cientistas verão objetos celestes maiores, .... Foto: Nasa/JPL-Caltech/DivulgaçãoNa imagem, concepção artística do NuSTAR, que será lançado dia 13 de junho pela Nasa. Com o telescópio, cientistas verão objetos celestes maiores, mais densos e mais carregados de energia de forma nova
A Nasa anunciou nesta quarta-feira que está pronta para lançar, no dia 13 de junho, o telescópio NuSTAR (Nuclear Spectorscopic Telescope Array - ou Matriz de Telescópios Eletroscópicos Nucleares) de raios-X, capaz de examinar o universo e os buracos negros com uma resolução nunca antes vista, o que permitirá conhecer melhor a evolução do cosmo.
"O NuSTAR nos ajudará a compreender como o nosso universo evoluiu do estado simples do Big Bang até se transformar em algo tão complexo atualmente", afirmou, em entrevista coletiva, Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da Nasa, na sede da organização em Washington.
"Veremos os objetos celestes maiores, mais densos e mais carregados de energia de forma fundamentalmente nova", explicou Fiona Harrison, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e principal encarregada científico do NuSTAR.
O NuSTAR será o primeiro telescópio espacial capaz de criar imagens cósmicas a partir de raios-X de alta energia, do mesmo tipo que os utilizados para gerar imagens do esqueleto humano ou para escanear bagagens nos aeroportos, afirmaram os astrofísicos.
O telescópio vai gerar imagens com uma resolução dez vezes maior do que a obtida com os telescópios atuais e será mais de cem vezes mais sensível do que seus antecessores que funcionam na mesma parte do espectro eletromagnético.
O NuSTAR poderá, assim, captar a alta energia dos raios-X através da poeira e do gás que obstruem a observação das galáxias, os buracos negros e as estrelas de nêutrons situadas no coração da Via Láctea.
O novo telescópio será colocado em órbita por um foguete Pegasus, lançado em pleno voo por um avião Lockeed L-1011, uma grande aeronave com três turbinas batizado de Stargazer, da Base de Testes Reagan, no atol Kwajalein, nas Ilhas Marshall, Pacífico.
Depois do lançamento em 13 de junho, o Stargazer lançará o foguete às 15H30 GMT (12h30 de Brasília). O Pegasus levará o NuStar à órbita terrestre baixa, informou a Nasa.
O objetivo da missão é trabalhar em concordância com outros telescópios no espaço, como o observatório de raios-X da Nasa Chandra, que estuda os raios-X de baixa energia, ou o XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia, informou a Nasa.
Em sua primeira fase de dois anos, a missão NuSTAR mapeará certas regiões do céu para recensear as estrelas mais profundas e distantes, bem como buracos negros de diferentes tamanhos. Para isso, examinará as regiões que rodeiam o centro da Via Láctea.
O novo telescópio também fará observações do universo profundo, além da Via Láctea, permitindo compreender melhor as emissões de partículas das galáxias mais extremas, como a Centaurus A, onde ficam os buracos negros supermaciços.

Cientistas determinam data de colisão da nossa galáxia com a vizinha


Nossa galáxia, a Via Láctea, está em rota de colisão frontal com a vizinha Andrômeda e a batida deve acontecer em 4 bilhões de anos, anunciaram astrônomos da Nasa nesta quinta-feira (31). E se mundo sobreviver a 2012, também deve sobreviver ao impacto: segundo os cientistas, a Terra não deve ser destruída, mas nosso Sistema Solar deve ser lançado para outras partes do espaço.
A aproximação entre a Via Láctea e Andrômeda já era conhecida há muitos anos. Nossa vizinha está se movendo em nossa direção a mais de 400 mil quilômetros por hora (nessa velocidade, dá para chegar na Lua em uma hora). No entanto, não se sabia se isso ia gerar uma colisão, uma “topada” de leve ou se Andromeda passaria pertinho, mas sem nos atingir.
Ilustração da Nasa mostra as duas galáxias logo antes da colisão. (Foto: NASA; ESA; Z. Levay and R. van der Marel, STScI; T. Hallas; and A. Mellinger)Ilustração da Nasa mostra as duas galáxias logo antes da colisão
Agora, os cientistas já sabem. As duas galáxias vão colidir sim e a batida tem data marcada: em 4 bilhões de anos. A partir daí, elas vão se unir em apenas uma – um processo que deve demorar outros 2 bilhões de anos.
Como as estrelas ficam muito longe umas das outras, elas não devem colidir entre si. No entanto, serão lançadas para órbitas diferentes. Segundo as simulações feitas pelos astrônomos, o nosso Sistema Solar deve ser jogado para uma área muito mais distante do centro da galáxia do que a que se encontra hoje.
Depois da batida entre Via Láctea e Andrômeda, outra colisão está prevista – com a galáxia do Triângulo. Existe ainda uma pequena chance de que Triângulo acerte a Via Láctea antes de Andrômeda. Quando tudo estiver terminado, as três serão uma galáxia só.

Com novo projeto, Brasil celebra 25 anos de acelerador de partículas


Visão geral do acelerador de partículas LNLS (Foto: Tadeu Meniconi/G1)Visão geral do acelerador de partículas LNLS (Foto: Tadeu Meniconi/G1)
O Brasil comemora nesta quinta-feira (31) os 25 anos da criação de um de seus mais poderosos laboratórios. O Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), em Campinas (SP), é capaz de ajudar em pesquisas que vão desde a busca por novos remédios contra o câncer até o desenvolvimento de materiais usados para extrair o petróleo do pré-sal.
Nesta quinta-feira (31), uma solenidade com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp abre as comemorações oficiais dos 25 anos do projeto.
Em 1987, quando ainda se chamava Laboratório Nacional de Radiação Síncrotron, o projeto foi iniciado com uma equipe de 26 pessoas em um barracão industrial alugado. Somente dez anos depois seria inaugurada a atual estrutura do LNLS, por onde já passaram centenas de projetos de pesquisa.

Entre 1997 e 2011, o uso da estrutura do LNLS mais que dobrou. No último ano, o local foi usado por 1.335 cientistas envolvidos em 443 propostas de pesquisas, que levaram à publicação de 337 artigos.
De olho nesse crescimento, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem) elaborou o projeto de um laboratório ainda mais moderno, batizado como projeto "Sirius". A construção ainda não começou, mas a previsão é de que ele seja erguido até 2018, no mesmo campus em que fica o LNLS, em Campinas (SP), com um custo aproximado de R$ 400 milhões.
Síncroton
O LNLS é um síncroton, um aparelho usado para analisar as características microscópicas dos materiais. A máquina emite luz visível, em infravermelho, em ultravioleta e raios X. Isso permite um estudo bastante detalhado dos materiais, desde proteínas usadas em remédios até a estrutura de plásticos e metais, e potencializa a nanotecnologia.

Estrutura é blindada para conter radiação (Foto: Tadeu Meniconi/G1)
Estrutura é blindada para conter radiação
“A lâmpada que você usa para produzir infravermelho no seu controle remoto não é a mesma lâmpada que usa no médico para produzir raio X. O síncroton produz toda essa radiação em um único acelerador, é uma única fonte que produz todas essas faixas de energia”, explicou Harry Westfahl Jr, diretor científico do LNLS.
A tecnologia usada em um síncroton é a mesma que é usada no LHC, acelerador de partículas construído pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês) entre a Suíça e a França, que é considerado a maior máquina do mundo.
Nos dois aparelhos, os cientistas aceleram partículas de átomos dentro de um tubo. O processo de aceleração de partículas libera radiação naturalmente.
A ideia inicial dos aceleradores era estudar apenas as partículas. É o que faz o LHC, onde a radiação gerada por esse estudo é vista como um efeito colateral. O síncroton, no entanto, faz o contrário. Ele descarta as partículas e utiliza a radiação para criar uma poderosa ferramenta para a visualização de materiais -- que Westfahl define como “olhos microscópicos”.
Dentro da proteção de concreto, essa é a estrutura do acelerador (Foto: Tadeu Meniconi/G1)Dentro da proteção de concreto, essa é a estrutura do acelerador 
No síncroton, os elétrons são acelerados em um anel interior por meio de micro-ondas. Quando são liberadas para o anel externo, essas partículas estão com altíssima quantidade de energia – no LNLS, esse número chega a 1,7 gigaeletronvolts (GeV), mais de seis vezes mais que a energia de uma partícula liberada em uma bomba atômica.
O anel externo não é exatamente redondo, mas sim um polígono com vários lados. Em cada curva do polígono é instalado um ímã. O campo magnético faz com que o elétron “faça a curva” e continue no tubo, mas a radiação “derrapa” – parte dela faz a curva, mas outra parte segue reto.
Linha de luz (Foto: Tadeu Meniconi/G1)
Linha de luz 
Em cada uma dessas curvas, é colocado um tubo que vai para fora do anel, chamado “linha de luz”, que aproveita a radiação que derrapou. Nessas linhas, a radiação é focada e dá origem a uma ferramenta de visualização.
Em cada uma delas pode ser conduzida uma pesquisa diferente, e elas podem ser usadas simultaneamente. O LNLS tem 16 "estações experimentais" (como são chamadas essas linhas) que servem a diversos estudos de instituições científicas e também de indústrias – Petrobras e Natura são algumas das empresas que utilizam o espaço em suas pesquisas.
“O objetivo do Cern é fazer pesquisa pura, detectar coisas que nunca foram detectadas antes. O objetivo de um síncroton é avaliar produtos, fazer estudo de matéria”, comparou Leandro Fonseca, gerente regional de vendas da National Instruments, uma empresa que cede equipamentos científicos ao Cern e deve participar da construção do Sirius.
Para ele, a máquina pode ter um papel importante no desenvolvimento tecnológico do Brasil. “O síncroton é uma máquina extremamente concorrida, você não consegue colocar um experimento lá qualquer dia. Conseguir prioridade para os experimentos do Brasil rodarem no exterior é difícil. Então a vantagem de ter essa máquina aqui é isso: as empresas nacionais podem patrocinar o síncroton e, em contrapartida, ter direito a horas de uso”, apontou.
Sirius
Harry Westfahl, do LNLS, acredita que a construção do Sirius vá acelerar ainda mais esse processo. O novo laboratório terá mais de 40 linhas de luz, praticamente o triplo da capacidade do atual síncroton brasileiro. Além disso, será também mais eficaz na execução dos experimentos.

O LNLS é considerado um síncroton de segunda geração – uma evolução das primeiras máquinas do tipo, elaboradas a partir da década de 1950. Já o Sirius faz parte da terceira geração, já disponível em laboratórios do exterior, bem mais moderna e eficiente.
“Não tem nem comparação”, definiu Westfahl. Segundo ele, as máquinas mais novas gastam menos energia, podem ser até 1 milhão de vezes mais rápidas e enxergar em nanômetros – bilionésimos de metro – focos que o LNLS vê em milímetros.

Primeira nave privada a visitar estação espacial está de volta à Terra

A cápsula Dragon, da companhia americana SpaceX, retornou nesta quinta-feira (31) à Terra após se tornar o primeiro veículo privado a chegar à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

A espaçonave, não tripulada, caiu de paraquedas no Oceano Pacífico às 12h42 (horário de Brasília) a centenas de quilômetros a oeste da península da Baixa Califórnia, informou o centro de controle de Missão da Nasa em Houston.
A Dragon pousou com segurança no mar. De lá, botes farão o resgate da cápsula e a levarão de volta para os Estados Unidos, onde fica a sede da empresa.
O voo da Dragon era considerado um teste, e foi executado com sucesso. A nave levou pouco mais de 500 kg de suprimentos, como alimentos e água. Apesar de útil, a carga não era indispensável para os astronautas que estão na ISS, justamente pelo risco envolvido na operação.
Dragon pousou em alto mar, no Pacífico (Foto: SpaceX/Divulgação)Dragon pousou em alto mar, no Pacífico 
O lançamento aconteceu na última terça-feira, e foi feito por um foguete projetado pela própria SpaceX, o Falcon 9. A acoplagem aconteceu na sexta, e durante a semana os astronautas levaram os suprimentos para dentro da estação.
Foi a primeira vez na história que uma nave espacial construída pela iniciativa privada se conectou ao complexo que orbita a Terra. Até agora, apenas as agências espaciais da Rússia, do Japão, da Europa e dos Estados Unidos já tinham completado essa operação. Por isso, o feito é considerado o início de uma nova era na exploração espacial.
Com o desenvolvimento dos voos da iniciativa privada, a SpaceX -- assim como outras empresas -- poderá até transportar astronautas no futuro.

Telescópio vê além de camadas de poeira na galáxia Centaurus A



Galáxia Centaurus A, vista pelo telescópio Alma com grandes comprimentos de onda (Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO); ESO/Y. Beletsky)Galáxia Centaurus A, vista pelo telescópio Alma com grandes comprimentos de onda
O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), projeto internacional que conta com participação brasileira, publicou nesta quinta-feira (31) uma foto com qualidade inédita da galáxia Centaurus A, que enxerga além de suas camadas de poeira.
A poeira cósmica presente na região obscurece o centro da galáxia nas imagens que estavam disponíveis até então. Contudo, essa galáxia emite grande quantidade de radiação. Em seu centro, que é bastante luminoso, fica um buraco negro que tem 100 milhões de vezes a massa do Sol.

O Alma, que ainda está em construção no norte do Chile, conseguiu captar comprimentos de onda de cerca de 1,3 milímetros, bem maiores que os do espectro visível, para observar a região.
Os tons de verde, amarelo e laranja revelam a posição e o movimento das nuvens de gás na galáxia. As regiões mais verdes correspondem ao gás que vem em direção à Terra, enquanto as mais alaranjadas mostram o gás que se afasta.

Supererupções vulcânicas podem ocorrer em poucos milhares de anos

As supererupções vulcânicas, com potencial de acabar com civilizações inteiras, podem chegar ao seu ponto máximo em centenas ou poucos milhares de anos, sugere um estudo da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, publicado na revista científica “PLoS One”.

Esse tempo é bem mais curto do que os tradicionais 200 mil anos ou mais, considerados entre os pesquisadores como certo entre a formação do magma e a erupção em si.
Conhecidas como supererupções por terem mais de cem vezes a dimensão de uma erupção vulcânica comum, elas expelem fluxos enormes de gás superaquecido, cinzas e rocha capaz de cobrir continentes inteiros e de injetar partículas suficientes na estratosfera para jogar o clima global em décadas de longos invernos vulcânicos.
Perspectiva tridimensional de Long Valley, na Califórnia, criada a partir de dados obtidos por um radar a bordo do ônibus espacial Endeavour.  (Foto: NASA/JPL)Perspectiva tridimensional de Long Valley, na Califórnia, criada a partir de dados obtidos por um radar a bordo do ônibus espacial Endeavour.
Há evidências de que uma supererupção ocorrida na Indonésia há 74 mil anos foi determinante para a quase extinção de toda a espécie humana.
Geólogos afirmam que a supererupção é produzida por uma enorme piscina de magma que se forma a quilômetros abaixo da superfície e então ferve por 100 mil a 200 mil anos antes da erupção.
“Nosso estudo sugere que quando essa extensa piscina de magma se forma elas são efêmeras e não podem existir por muito tempo sem a erupção”, disse o autor do estudo, Guilherme Gualda, professor de Ciências do Meio Ambiente e da Terra, da Universidade Vanderbilt.
O estudo foi realizado no vulcão Long Valley, na Califórnia, local que já foi palco de uma supererupção. Usando métodos mais modernos para datar o processo de formação do magma, Gualda e seus colegas pesquisadores encontraram evidências de que o processo de sua formação foi feito provavelmente entre 500 a 3 mil anos antes da erupção.
Ao analisarem a idade do magma pela análise de quartzo cristalizado, um mineral encontrado de forma abundante em Long Valley, eles chegaram ao cálculo.
“O fato é que o processo de formação do magma ocorre no tempo histórico, em vez do tempo geológico, o que muda completamente a natureza do problema”, disse Gualda.

Nave privada Dragon se desacopla da Estação Espacial Internacional


A cápsula privada não tripulada Dragon, da empresa americana SpaceX, se separou nesta quinta-feira (31) da Estação Espacial Internacional (ISS) com a ajuda de um braço mecânico, dando fim assim à primeira missão de uma nave comercial à base orbital, confirmou a Nasa.
A Dragon, conectada ao braço mecânico da estação administrada pelos seis astronautas que integram a tripulação atual da base, se separou da ISS às 5h07 (horário de Brasília), dois minutos depois do previsto.
No total, a cápsula Dragon ficou acoplada à ISS por cinco dias, 16 horas e cinco minutos. A nave espacial de seis toneladas, dotada de duas antenas solares, havia sido conectada à ISS na sexta-feira.
A cápsula deve cair às 12h44 no Oceano Pacífico, a 907 km da costa californiana, informou John Couluris, diretor da missão de SpaceX, na sede da empresa em Hawthorne, Califórnia.
Imagem divulgada pela TV da Nasa mostra a Dragon logo após sua cápsula ter sido solta da ISS nesta quinta-feira (31) (Foto: AP)Imagem divulgada pela TV da Nasa mostra a Dragon logo após sua cápsula ter sido solta da ISS nesta quinta-feira (31)

Terremoto do Japão afetou camada mais fina da atmosfera, diz Nasa


O violento terremoto seguido por tsunami que atingiu o norte do Japão em março de 2011 afetou também os céus, perturbando os elétrons no topo da atmosfera, segundo a Nasa.
A onda de energia do fenômeno sísmico alcançou a ionosfera, camada mais alta e fina da atmosfera, entre 80 e 805 quilômetros acima da superfície terrestre.

É nessa camada que a radiação ultravioleta solar decompõe as moléculas e cria uma névoa de elétrons e íons.
Em imagens divulgadas na sexta-feira (25), a Nasa mostrou como as perturbações terrenas do terremoto e do tsunami ecoaram no movimento de elétrons muito distantes. Esse movimento foi monitorado por meio dos sinais de GPS trocados entre satélites e receptores em terra.
Cientistas já haviam visto esse fenômeno antes, em tsunamis ocorridos em Samoa (2009) e Chile (2010). O episódio japonês, no entanto, ocorreu em uma região mais monitorada por uma densa rede de receptores de GPS, segundo nota da Nasa.
O mesmo tsunami causou um grave acidente nuclear na usina de Fukushima.

Halo da Via Láctea tem 11,4 bilhões de anos, determinam astrônomos

O halo interior da Via Láctea teria mais de 11 bilhões de anos, segundo cientistas do Centro de Astrofísica da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. O cálculo foi feito usando um novo método de precisão, criado na universidade, que atribui a idade de populações de estrelas vizinhas. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (30) na revista científica “Nature”.

A nossa galáxia (Via Láctea), uma massa de milhões de estrelas, também tem vários componentes, como o disco e o halo.
No entanto, a dificuldade de calcular as idades das populações estelares, ao longo dos tempos, faz com que haja poucos dados sobre a sua formação.
Jason Kalirai, autor do estudo, desenvolveu a técnica para estimar a idade de estrelas anãs-brancas recém-formadas, usando o aglomerado globular de estrelas Messier 4, de mais de 12 bilhões de anos, como base.
Ele aplicou a técnica em uma amostra de quatro estrelas anãs brancas localizadas próximas ao halo da Via Láctea e chegou à conta de 11,4 bilhões de anos, com uma "margem de erro" de 700 milhões de anos para mais ou para menos. Na mesma observação, ele descobriu quase 2 mil estrelas anãs brancas próximas ao aglomerado.
Halo interior é a parte mais próxima ao centro da Via Láctea (Foto: 2mass/J. Carpenter T.H. Jarrett & R. Hurt)
Halo interior é a parte mais próxima ao centro da Via Láctea

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fenômeno raro: Vênus transitará pelo Sol no dia 5 de junho


Em menos de uma semana, os admiradores do espaço sideral terão uma oportunidade única: observar a passagem do Planeta Vênus pelo Sol. O fenômeno ocorrerá no próximo dia 5 em praticamente toda a Terra, segundo a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa. De acordo com os especialistas, os trânsitos de Vênus são raros e ocorrem aproximadamente a cada século. A previsão é que o fenômeno não se repita até 2117.
O fenômeno começará por volta das 15h na região do Pacífico (16h em Brasília). A Nasa informou que a passagem de Vênus pelo Sol poderá ser observada em alguns países a olho nú, como o Chile, por exemplo. Os especialistas recomendam que o fenômeno não deve ser observado diretamente (sem proteção), pois a luz é intensa.
A orientação, segundo os técnicos, é usar um tipo de proteção. Os que tiverem oportunidade podem procurar os clubes de astronomia que dispõem de telescópios solares, específicos para a observação de fenômenos como o que ocorrerá no dia 5 de junho. De acordo com especialistas, a imagem é do Sol em vermelho dominado por Vênus.
Pelos dados da Nasa, os primeiros trânsitos de Vênus foram identificados no século 18. O astrônomo Edmund Halley observou os movimentos de Vênus ao analisar o Sol e a Terra. Em 1760, o navegador e cartógrafo inglês James Cook foi enviadoelas autoridades da época para observar os trânsitos de Vênus do Tahiti.



Asteroide passa a apenas 14 mil quilômetros da Terra


Imagens do asteroide 2012 KT42 passando pela Terra (Foto: Alex R. Gibbs, Catalina Sky Survey, University of Arizona, NASA)
Imagens do asteroide 2012 KT42 passando pela
Terra
Um asteroide passou a apenas 14 mil quilômetros da Terra nesta terça-feira (29), segundo confirmou a Nasa. Como base de comparação, a distância é menor do que a que separa o Brasil do Japão.
O Laboratório de Propulsão de Jatos, mantido pela agência espacial americana, afirmou que esta foi a sexta passagem mais próxima já registrada de um asteroide à Terra.
O asteroide 2012 KT42 só foi descoberto na última segunda. Tem entre 3 e 10 metros de diâmetro, e é pequeno demais para representar uma ameaça ao planeta. Caso ele entrasse na atmosfera, seria desintegrado totalmente em diminutos meteoritos.
De toda forma, os especialistas que fizeram o cálculo da rota do corpo celeste disseram que não há risco de colisão com a Terra. O pequeno asteroide voa dentro do cinturão Clark de satélites geo-sincrônicos, utilizado para os sistemas de comunicação.
Foi o segundo asteroide a passar perto da Terra nesta semana. Na segunda, um asteroide com 21 metros de diâmetro passou a cerca de 51 km do planeta.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Destroços de navio da era romana são encontrados no fundo do mar


Vestígios de um naufrágio da era romana, datada no século 3 d.C foram encontrados nas profundezas da parte ocidental da ilha grega, segundo declaração emitida pelo Ministério da Cultura da Grécia nesta terça-feira (29).
A descoberta põe à prova a teoria convencional de que os navios que embarcavam no período seguiam apenas por rotas costeiras para evitar possíveis riscos de rotas em mar aberto.
A maioria dos estudiosos acredita que os comerciantes antigos não estavam dispostos a desviar-se para longe da costa, ao contrário dos navios de guerra.
Vestígios de cerâmica da embarcação romana foram encontrados nas profundezas do mar grego. (Foto: AP Photo/Greek Culture Ministry)Vestígios de cerâmica da embarcação romana foram encontrados nas profundezas do mar grego. 
O ministério informou que dois destroços foram descobertos nesse mês durante uma pesquisa submarina na área onde houve um naufrágio de um tubo de gás greco-italiano, que corresponde a uma profundidade de até 1,4 quilômetro entre a ilha grega de Corfu e a Itália.
Segundo Angeliki Simossi, chefe do departamento de antiguidades subaquáticas, naufrágios de navios antigos são encontrados geralmente entre 30 a 40 metros de profundidade.
“Há muitos naufrágios romanos, mas esse está em água profundas. Eles não estavam navegando perto da costa”, disse Simossi.

Mata Atlântica perdeu 133 km² de vegetação em um ano, afirma censo


O bioma Mata Atlântica perdeu 133 km² de área em um ano no Brasil, segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica divulgado nesta terça-feira (29) pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) e pela Fundação SOS Mata Atlântica, que analisou o período entre 2010 e 2011.
O ritmo de desmatamento caiu 57% se comparado com o período 2008 - 2010, quando o bioma perdeu ao todo 311 km².
No novo período medido, Minas Gerais liderou o desmatamento, com 63 km². A Bahia ficou na segunda posição, com desflorestamento de 46 km². Na sequência estão o vêm Mato Grosso do Sul (5,8 km²), Santa Catarina (5,6 km²), Espírito Santo (3,6 km²), São Paulo (2,1 km²) e Rio Grande do Sul (1,1 km²). Rio de Janeiro, Paraná e Goiás registraram desmatamento inferior a 1 km²
Os Estados de Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo foram avaliados parcialmente no estudo, por causa da cobertura de nuvens que prejudicou a captação de imagens por satélite. O estudo analisou dez dos 17 Estados que possuem o bioma, que representam 93% da área total de Mata Atlântica.
Área de Mata Atlântica no estado do RJ. Censo ajudará na criação de políticas de preservação (Foto: Divulgação/Governo do Rio de Janeiro)
Área de Mata Atlântica no estado do RJ. No Brasil, bioma
perdeu 133 km² de cobertura vegetal devido ao
desmatamento entre 2010 e 2011. 
Desmatamento estável
"Embora tenha tido uma leve queda, provavelmente o índice apresentado hoje seria maior se não tivéssemos problemas com nuvens. O (ritmo de) desmatamento continua estável, o que é preocupante", disse a coordenadora do Atlas pelo SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, em referência a Minas Gerais e Bahia, que encabeçam o ranking dos que mais desmataram no período.

Em relação aos municípios, os pesquisadores alertam para a região que chamam de "triângulo do desmatamento", entre Bahia e Minas Gerais. No ranking dos municípios, cidades dos dois Estados ficam no topo.
Nos últimos 25 anos, a Mata Atlântica perdeu 17.354 km² (quase três vezes o tamanho do Distrito Federal) ficando reduzida a 7,9% de sua área original, se considerados os remanescentes florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativos para a conservação de biodiversidade.

Desigualdade social começou no período neolítico, sugere estudo

A desigualdade social começou há mais de 7 mil anos, ou seja, no período neolítico, segundo uma pesquisa realizada por arqueólogos britânicos publicada nesta semana na revista científica “PNAS”, da Academia Americana de Ciências.

A evidência partiu de análises de 300 esqueletos humanos encontrados em sítios arqueológicos na Europa Central. Parte deles estava enterrada com ferramentas agrícolas da época e outra parte não.
Essa diferença, de acordo com os cientistas das universidades de Bristol, Cardiff e Oxford, evidencia uma diferença social. Isto é, os que foram enterrados com as ferramentas viviam nas melhores terras, segundo os cientistas.
Para chegar a essa conclusão, a equipe liderada por Alex Bentley, professor de arqueologia e antropologia da Universidade de Bristol, fez análises químicas que conseguiram identificar o lugar de origem dos corpos.
“Os homens com as ferramentas aparentaram ter vivido em áreas de cultivo férteis e produtivas, o que indica que eles tinham acesso a essas áreas”, disse Bentley.
A análise também relevou que as mulheres, em sua maioria, não estavam enterradas em seu local de origem, o que sugere que se mudavam de acordo com a vivência com um homem.
A evidência mostra uma forte indicação de que essa sociedade já era patriarcal, ou seja, de que as mulheres seguiam os homens ao se casarem.
“Isso significa que no período neolítico foi introduzida a propriedade hereditária na Europa e a desigualdade social", disse o professor.

Crânio de pássaro teria evoluído a partir do dinossauro, diz estudo

Um estudo sobre a evolução da estrutura óssea de aves, realizado por cientistas da Universidade Harvard, revelou que o crânio de aves adultas é muito semelhante ao de dinossauros jovens, devido a um padrão evolutivo. O estudo divulgado nessa semana na revista científica “Nature” afirma ainda que a manutenção das características juvenis no adulto pode ter tido um papel importante na evolução da estrutura craniana das aves.

Os pássaros representam um dos grupos animais mais bem sucedidos em termos de número de espécies e diversidade, e muito desse sucesso é atribuído às suas características ósseas originais, diz a pesquisa.
Para entender como a anatomia das aves evoluiu a partir dos dinossauros, a equipe de cientistas, liderada por Bhart-Anjan Bhullar, analisou uma grande amostra de crânios de aves de dinossauros.
Eles observaram uma mudança no desenvolvimento das aves e fizeram um relatório com assemelhanças entre os crânios de adultos e os de embriões de dinossauros mais jovens.
Espécies de dinossauros comparadas; jovem à esquerda e adulto à direita. Crânio de jacaré americano (aligátor) (letra b); dinossauro primitivo Celófise (letra c) e Archaeopteryx (letra d). (Foto: Reprodução/Nature)
Espécies de dinossauros comparadas no estudo
(jovem à esquerda e adulto à direita). Crânio de jacaré
americano (aligátor) (letra b); dinossauro primitivo
Celófise (letra c) e Archaeopteryx (letra d).
A partir dessas observações, os autores do estudo sugerem que o padrão visto pode ser resultado de fenômenos evolutivos naturais. Um deles, conhecido como pedomorfose, pode ser o responsável por muitas características das aves, como o cérebro relativamente grande e os olhos.
Por outro lado, outro fenômeno, de ação oposta, conhecido como peramorfose, que desenvolve as características dos adultos, está relacionado ao desenvolvimento e a evolução do bico nesses animais.

Pesquisadores encontram instrumentos musicais mais antigos do mundo


Flauta feita por homens pré-históricos com ossos de pássaros (Foto: Universidade de Tuebingen/BBC)
Flauta feita por homens pré-históricos com ossos
de pássaros 
Um grupo de pesquisadores encontrou flautas feitas de osso de passarinhos e dentes de marfim de mamutes em uma caverna no sul da Alemanha e afirmou que os achados constituem os instrumentos musicais mais antigos do mundo.
Os cientistas usaram datação por carbono para descobrir que as flautas têm entre 42 mil e 43 mil anos de idade e datam da mesma época em que o Homo sapiens iniciou a ocupação da Europa.
Liderada por Tom Higham, da Universidade de Oxford, a equipe disse que o achado sugere que os humanos modernos chegaram ao Danúbio Superior antes de uma fase climática de frio extremo ter atingido a região, por volta de 39 mil a 40 mil anos atrás.

Até então se acreditava que o Homo sapiens teria chegado ao local somente após esta onda de frio.
"Estes resultados são consistentes com a hipótese que criamos muitos anos atrás, de que o Rio Danúbio foi um corredor importante para o movimento de humanos e inovações tecnológicas para o centro da Europa entre 40 mil e 45 mil anos atrás", disse Nick Conard, pesquisador da Universidade de Tuebingen.
Os cientistas argumentam que os instrumentos musicais podem ter tido um papel importante para rituais religiosos ou recreativos e alguns chegam a afirmar que a música pode ter sido um dos fatores de diferenciação dos homens modernos sobre os neandertais, que foram extintos em grande parte da Europa há cerca de 30 mil anos.
Para os pesquisadores a música pode ter servido para a manutenção de redes sociais de grande porte, o que teria influeciado uma capacidade de expansão territorial maior do que a dos neandertais.

Arqueólogos encontram tumba de faraó de 4 mil anos no sul do Egito

A tumba de um faraó do Egito, identificado como Haguti Najt (1994-2150 a.C.) , foi descoberta na localidade monumental de Deir al Barsha, situada na província de Minya, ao sul do Egito. O anúncio foi feito por autoridades locais nesta segunda-feira (28).

Segundo um comunicado do Ministério de Estado para as Antiguidades, a tumba foi achada durante os trabalhos de escavação de uma equipe de arqueólogos belgas em uma câmara do mausoléu do pai de Najt, que também foi um governante.
A nota ainda acrescenta que as paredes da tumba contêm importantes inscrições que descrevem como eram os rituais religiosos nesse período da antiguidade.
Além da própria tumba, a equipe de arqueólogos encontrou utensílios utilizados em ocasiões religiosas e algumas oferendas aos deuses. 

Cientistas criam 'molécula olímpica'


Cientistas da Universidade de Warwick, na Grã-Bretanha, criaram a 'olympicene', uma molécula sintética cujo formato remonta aos cinco anéis do símbolo olímpico.O grupo trabalhou em parceria com uma equipe da IBM Research Zurich, uma unidade de pesquisa da empresa americana na Suíça.
Os cientistas já tinham conseguido criar uma molécula composta de cinco aneis de carbono, em fila, em 2009.
Além da criação da molécula sintética, em laboratório, os pesquisadores aprimoraram uma técnica para fotografar a estrutura microscópica.
Molécula sintética tem formato que remonta aos cinco anéis do símbolo olímpico. (Foto: IBM Research Center )Molécula sintética tem formato que remonta aos cinco anéis do símbolo olímpico.
Graham Richards, ex-chefe do Departamento de Química da Universidade de Oxford e membro do conselho da Sociedade Real de Química, foi o primeiro a ter a ideia de criar uma molécula semelhante ao símbolo dos Jogos Olímpicos.
'Eu estava em uma reunião do comitê da Sociedade Real de Química em que tentamos pensar no que poderíamos fazer para marcar as Olimpíadas. Me ocorreu que uma molécula que eu tinha projetado se parecia muito com os aneis olímpicos, e que isto nunca havia sido feito antes', disse.
Interesse em química
Uma vez que a ideia foi definida, coube aos pesquisadores Anish Mistry e David Fox, de Warwick, colocá-la em prática.
A primeira etapa foi criar uma 'receita química' para a molécula e fotografar a estrutura de forma preliminar usando uma técnica chamada microscopia de tunelamento com varredura (STM, scanning tunneling microscopy, em inglês).
Mas foi através da microscopia de força não atômica que a imagem da nova molécula finalizada foi feita de forma mais nítida e apurada.
A técnica usa uma molécula de monóxido de carbono como uma 'agulha' que pode registrar as estruturas de uma única molécula com resolução inédita.
As fotografias mostram o formato de aneis que remontam ao símbolo das Olimpíadas feito com aneis de átomos de carbono.
Richards espera que a criação faça com que mais crianças e adolescentes se interessem pelo estudo de química.
'Moléculas desta natureza podem ter um uso comercial, mas minha sensação é de que, acima de tudo, o que queremos é despertar um interesse em química provocado pelo link entre a criação e as Olimpíadas', disse.