sábado, 25 de fevereiro de 2012

Será que os 160 bilhões de planetas da Via Láctea são parecidos com a Terra?


As últimas pesquisas astronômicas sugerem que existem, pelo menos, 160 bilhões de planetas extrasolares na Via Láctea. Será que isso significa que temos bilhões de mundos potencialmente habitáveis em nossa galáxia?
  Seguido dessa pergunta, vem outra: será que boa parte deles são realmente parecidos com a Terra? Essas perguntas estão sendo feitas por uma equipe internacional de astrônomos, que buscam respondê-las com provas. Enquanto nós ainda só descobrimos um punhado de planetas rochosos – embora esse número aumente constantemente – podemos olhar para a composição das nuvens de poeira e gás em sistemas solares jovens para observar se aglutinam em planetas.
Ao olhar para os primórdios destes jovens sistemas planetários, os astrônomos podem fazer suposições perspicazes sobre como planetas como a Terra acabam se formando.
  Segundo os cientistas, existem duas razões químicas essenciais que determinam a composição final dos planetas “terrestres” e, por extensão, a sua aptidão em suportar a vida. O primeiro é a relação de carbono e oxigênio. Enquanto as composições da Terra, Marte, Vênus possuem oxigênio, planetas com baixíssimas taxas desse gás vital para nós e rico em carbono, podem resultar nos chamados “planetas de diamante”. A transferência de calor de tais planetas seria tão rápido que seu interior congelaria, tornando a vida impossível em mundos tão diferentes.
  Outra perspectiva é que o planeta candidato tenha magnésio e silício. A Terra tem uma grande quantidade dos dois elementos – o silício um pouco mais. Mas planetas com uma diferença muito grande entre esses dois elementos, contendo uma elevada taxa de silício, levaria a diferentes composições mineralógicas no interior do planeta, formando tipos radicalmente diferentes de placas tectônicas, causando problemas na atmosfera com atividades vulcânicas intensas, o que seria menos propício à vida, para não dizer totalmente impossível.
Pesquisadores dizem que, para abrigar a vida como conhecemos, um planeta não deve apenas conter uma atmosfera parecida com a Terra, mas também uma similaridade com a composição interna.
Os membros da equipe Garik Israelian, responsáveis por entender essas questões, deram um comunicado: “Não pode haver bilhões de planetas como a Terra no Universo, mas a grande maioria deles pode ter uma estrutura interna totalmente diferente da nossa. Planetas em construção são quimicamente diferentes de ambientes não-solares (o que é algo muito comum no Universo), podendo levar à formação de mundos estranhos, muito diferentes do nosso. A quantidade de substâncias radioativas e alguns elementos refratários, especialmente o silício, podem ter implicações drásticas para processos planetários, como a influência nas placas tectônicas e atividades vulcânicas inadequadas”.Este trabalho científico ainda está em seu estágio inicial, por isso não podemos dizer com certeza o percentual de planetas rochosos que são parecidos com a Terra. A chave será descobrir a abundância média destes elementos em diferentes galáxias em incontáveis sistemas solares.
Mas isso não é uma tarefa fácil – agora, tudo o que os cientistas podem dizer com certeza é que parece haver variação gigantesca entre diferentes sistemas solares, com alguns índices que caracterizam carbono/ oxigênio e magnésio/ silício, que são combinações perfeitas para procurar em sistemas solares, e quem sabe, em planetas exóticos.
Parece que nossa galáxia é capaz de variedades inimagináveis, e encontrar um planeta muito parecido com a Terra pode ser mais difícil do que a humanidade espera.

Cientistas cultivam planta a partir de sementes de 30 mil anos


Sementes vegetais preservadas no gelo por 30 mil anos foram recuperadas e cultivadas no Instituto de Biofísica Celular da Academia de Ciências da Rússia. O resultado do experimento foi exibido nesta sexta-feira (24). (Foto: Denis Sinyakov / Reuters)Sementes vegetais preservadas no gelo por 30 mil anos foram recuperadas e cultivadas no Instituto de Biofísica Celular da Academia de Ciências da Rússia. O resultado do experimento foi exibido nesta sexta-feira (24). 
Sementes pertencem à espécie Silene stenophylla, uma planta com flor. Foram encontradas em uma toca de esquilo da Era do Gelo, em águas congeladas do rio Kolyma, na Sibéria. O material pode ajudar os cientistas a reviver outras espécies, de acordo com a imprensa local.  (Foto: Denis Sinyakov / Reuters)Sementes pertencem à espécie Silene stenophylla, uma planta com flor. Foram encontradas em uma toca de esquilo da Era do Gelo, em águas congeladas do rio Kolyma, na Sibéria. O material pode ajudar os cientistas a reviver outras espécies, de acordo com a imprensa local. 

Nasa descobre pela 1ª vez moléculas de carbono em estado sólido


O telescópio espacial Spitzer, da Nasa, detectou a forma sólida das buckyballs no espaço pela primeira vez. Foto: Nasa/JPL-Caltech/DivulgaçãoO telescópio espacial Spitzer, da Nasa, detectou a forma sólida das buckyballs no espaço pela primeira vez

Astrônomos da Nasa, a agência espacial americana, descobriram pela primeira vez esferas microscópicas de carbono em estado sólido, encontradas antes somente em forma de gás no espaço. As moléculas sólidas de carbono são chamadas de buckyballs e foram identificadas por meio de dados de do telescópio espacial Spitzer.
Os cientistas acreditam que estas são as maiores moléculas presentes no espaço. Compostas de 60 átomos de carbono arranjados em uma esfera oca, tal como uma bola de futebol, elas foram obtidas pela primeira vez em laboratório há 25 anos.
No espaço, o primeiro reconhecimento se deu por meio do Spitzer em 2010, mas sob forma de gás. O telescópio identificou as moléculas em uma série de diferentes ambientes cósmicos e foi capaz de encontrar as moléculas em quantidades assombrosas - o equivalente em massa a 15 luas da Terra -, na galáxia Pequena Nuvem de Magalhães.
A recente descoberta das buckyballs significa que grandes quantidades destas moléculas devem estar presentes em alguns ambientes estelares para se ligar e formar partículas sólidas. "Esse resultado sugere que as buckyballs são ainda mais difundidas no espaço do que os resultados anteriores mostraram", disse Mike Werner, cientista do projeto Spitzer, da Nasa. "Elas podem ser uma importante forma de carbono, um elemento essencial para a vida por todo o cosmo", afirmou.
As moléculas receberam este nome pela semelhança da criação do arquiteto Buckminster Fuller, que foi o idealizador do domo geodésico - estrutura que possui círculos interligados na superfície de uma esfera parcial

Monumento egípcio de 250 t é reerguido no templo de Amenófis III


Pesa 250 t e estava submerso na água a 3 m de profundidade, mas isso não impediu que o monumento egípcio chamado colosso de Mêmnon já esteja de pé, como suas duas estátuas irmãs, no templo de Amenófis III, no sul do Egito. Uma equipe de arqueólogos dirigidos pelo espanhol Miguel Ángel López acaba de erguer o corpo desta imponente obra localizada na margem ocidental do Rio Nilo, próxima ao Vale dos Reis.

Em declarações à Agência Efe, López explicou que a estátua representa o faraó Amenófis III e foi derrubada por um terremoto há mais de 3,2 mil anos em um terreno muito instável, argiloso e coberto de água. Não era fácil resgatar nesse cenário essa figura de quartzito de 15 m de altura, e por isso o monumento foi levantado com o auxílio de colchões de ar comprimido. "É como os que usam os bombeiros nos resgates quando um avião cai no mar ou um trem sai dos trilhos", exemplificou o especialista, narrando como foram introduzindo esses colchões pouco a pouco debaixo da estátua até desclocá-la cerca de 20 m de seu lugar.
Uma vez localizado o lugar exato onde estava a base da estátua e colocado o suporte adequado, chegou o momento de recolocar o colosso, um trabalho do qual participaram 300 operários, que empregaram polias "ao mais puro estilo faraônico", segundo López. "O mais complicado foi pôr a escultura no solo, já que estava totalmente gretada, e por isso foi um sucesso total que não tenha quebrado nada com tanta pressão", destacou este especialista em estruturas colossais.
O arqueólogo considerou que seus nove anos de trabalho neste projeto - iniciado em 1998 pela armênia Hourig Sourouzian - representaram um "grande desafio", que pensa em seguir alimentando com as novas peças que estão em processo de recuperação. "Agora vou restaurar um pé que pesa 14 t", declarou um entusiasmado López, detalhando que depois colocará outras partes da anatomia do colosso como os joelhos, o tronco e a cabeça.
O terceiro colosso de Mêmnon se encontra no segundo pilar dos três que integram o templo fúnebre de Amenófis III, chamado por seus construtores de "A casa de milhões de anos". Na parte dianteira estão suas duas célebres estátuas irmãs, à vista dos turistas, embora falte recuperar outras três figuras de dimensões menores.
Construído durante a época de maior esplendor da civilização faraônica, este templo estava composto por três pátios, um peristilo, uma sala hipóstila e um santuário, com uma longitude total de 500 m. Amenófis III foi filho do rei Tutmés IV e pertenceu à XVIII dinastia, que governou o Egito de 1554 a 1304 a.C. e localizou sua capital em Tebas, onde consolidou a supremacia egípcia na Babilônia e na Assíria. O nome do colosso faz alusão, no entanto, a quem os gregos chamaram rei Mêmnon, um monarca da Etiópia que lutou na guerra de Tróia para defendê-la.
Conta a lenda que o colosso norte do primeiro pilar cantava e tinha poderes relacionados com o oráculo dos deuses, mas o arqueólogo espanhol já antecipou que a última estátua erguida não conta com esses mesmos "dons".Segundo López, "o colosso que canta" tinha uma rachadura que fazia com que, com as mudanças bruscas de temperatura, os blocos de pedra chocassem-se entre eles e emitissem um chiado."Na estátua que levantamos não há essas fendas", comentou o arqueólogo, que se prepara agora para a inauguração oficial do monumento no próximo dia 1º de março. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nasa divulga imagem de dunas marcianas de aparência estranha


Uma imagem fornecida pela Nasa (agência espacial americana) na última quarta-feira (22) indica como a aparência das dunas que se encontram no polo Norte de Marte pode ser bizarra --e bem diferente das que existem na Terra.
A imagem, tirada durante ao período equivalente à primavera, mostra dunas e solo que ainda estão cobertos pelo gelo originado na estação anterior.
Dunas que ficam no norte de Marte apresentam pontos pretos que são formados por jatos de areia escura
Dunas que ficam no norte de Marte apresentam pontos pretos que são formados por jatos de areia escura
Os peculiares pontos escuros são formados por pequenos jatos de areia negra e poeira da superfície que são expelidos pelo processo de aquecimento da área.
Esses pontos escuros desaparecem no local entre as dunas e o chão. Isso se deve porque o solo, apesar da mudança da estação, continua frio de uma maneira uniformizada. O mesmo não ocorre com a areia escura.

Objeto que caiu do céu no MA seria tanque de foguete, diz Marcos Pontes


Objeto metálico foi encontrado após moradores ouvirem barulho (Foto: Max Mauro Garreto/Arquivo Pessoal)
Objeto foi encontrado após moradores ouvirem
barulho
Um objeto que caiu do céu e assustou moradores de duas cidades do Maranhão na quarta-feira de Cinzas é provavelmente um tanque de um foguete utilizado para lançar satélites ao espaço, afirmou ao G1 o astronauta brasileiro Marcos Pontes.
O globo metálico foi encontrado por moradores de um povoado de Anapurus, a 280 km de São Luís, onde caiu a 6 metros de uma casa. A FAB (Força Aérea Brasileira) informou que vai investigar a origem do objeto.
O G1 consultou especialistas em engenharia aeroespacial que afirmam haver grande possibilidade de a peça ser lixo espacial, assim como um pesquisador espacial ouvido pela agência russa Ria Novosti. Um centro de estudos espaciais americano previa a reentrada de um fragmento de foguete no dia 22 de fevereiro na atmosfera terrestre, próximo ao local onde a peça foi encontrada.
Segundo Pontes, que viu as imagens, "pelo tamanho, pelo aspecto, parece um tipo de um balão, um reservatório de algum tipo de combustível para controle de atitude [posição] de foguete ou de satélite", avalia o primeiro brasileiro a viajar para o espaço, em março de 2006. "Foguete é mais provável ainda. É a possibilidade mais plausível."Segundo Pontes, "os tanques de nitrogênio [material usado para movimentar as válvulas de controle de combustível para foguetes de propulsão líquida] quase todos têm esse formato. Um globo é o mais lógico para manter pressão alta, como uma bolha de sabão, que fica esférica, com pressão para todos os lados. É a melhor forma de distribuição de energia", explica.
A Aeronáutica informou na tarde desta sexta-feira (24) que técnicos do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, foram até o local buscar a peça.
Alvoroço
O objeto, encontrado por um morador do povoado de Moraes, provocou alvoroço também entre os 10 mil habitantes de Mata Rosa, município vizinho. José Valdir Mendes, 46 anos, afirmou que a peça, do tamanho de um botijão de gás, com mais ou menos 30 kg, é oca e deixou um buraco de cerca de 1 metro em seu quintal.

“Escutei o barulho, tremeu até a perna. Fui olhar o que era. Pensei que era um avião que tinha caído, ou um terremoto”, contou. “Foi um alvoroço enorme aqui. Alguns com medo e receio com aquela história de 2012. Outros dizendo que era ‘alien’. Mas creio que é uma peça de satélite que caiu do espaço mesmo”, afirmou o professor Max Mauro Garreto, 25, morador de Mata Roma.ovo de coruja? Uma bola de um gol perdido do jogador Deivid ou um pênalti batido por Elano na Copa América? Alguns reclamaram ainda que o objeto errou o alvo e deveria ter caído em Brasília e muitos têm a mesma opinião de especialistas: seria um tanque de combustível de um foguete.
Lixo espacial
A agência de notícias russa Ria Novosti repercutiu o caso nesta sexta (24) e, segundo um especialista ouvido, a peça pertenceria a um foguete da família Ariane do consórcio espacial europeu Arianespace, responsável também pelo russo Soyuz e o italiano Vega. O foguete é lançado da base de Kuru, na Guiana Francesa, para colocar satélites em órbita.

A informação foi divulgada no site em francês da agência, que entrevistou o pesquisador espacial Igor Lissov. "Pode-se afirmar com alto grau de probabilidade que o balão esférico descoberto no estado do Maranhão é um fragmento do terceiro estágio do lançador europeu Ariane-4 lançado em 1997 do centro espacial de Kourou", disse Lissov. Segundo ele, comunicados entre pesquisadores norte-americanos confirmam a informação.
Trajetória.
A possibilidade de a peça pertencer a um foguete se explica, segundo Marcos Pontes, também pelo local onde o objeto metálico caiu e pelo estado em que foi encontrado. "A trajetória dele fica mais para o norte, ou seja, a peça teoricamente cairia no meio do oceano Atlântico. Seria mais provável. Mas pela proximidade, pode até ser de ele chegar por ali, no Maranhão", diz Pontes.

Além disso, explica ele, o foguete "sai do zero e passa por diferentes velocidades na atmosfera". "Esses objetos que estão no espaço em órbitas baixas, com o tempo vão perdendo velocidade e começam a reentrar. Sendo de um foguete, ele teria menos chance de queimar totalmente nessa entrada."
Tanque de combustível do Ariane 5 (Foto: Divulgação/Formtech)
Tanque de combustível do Ariane 5
No Brasil, especialistas em engenharia aeroespacial afirmam que é difícil ter certeza absoluta sobre a origem da peça, mas que se trata, pelas circunstâncias, de lixo espacial. Segundo o coronel aviador da reserva Sebastião Gilberti Maia Cavali, que foi chefe da Divisão de Projeto Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da Aeronáutica, não é uma peça de avião.
“De avião não é. Há várias hipóteses de ser um lixo espacial. É um reservatório de alguma coisa, de combustível, isso é certeza. Pode ser um lixo espacial de satélite ou de foguete, ou também podia estar em um balão, pode ter caído de algum outro equipamento”, diz.
De acordo com a Agência Espacial Europeia, os foguetes Ariane possuem tanques de combustível de titânio com um propelente chamado Hidrazina (N2H4). A imagem à esquerda é de um tanque do Ariane 5, um foguete que substituiu o Ariane 4. O G1 entrou em contato com a Arianespace para saber se a peça pertence ao foguete, mas ainda não obteve retorno.
O astronauta brasileiro afirma que a hidrazina é um dos combustíveis utilizados em propulsão mais fina, de foguetes pequenos, e poderia estar presente na esfera encontrada. "Mas é improvável, porque essa substância é usada geralmente só no espaço para mudar nesses foguetes. Se fosse, seria extremamente tóxica. Se quem mexeu não começou a ter reações sérias na pele em 15 minutos, provavelmente não é."
Local de queda
Segundo um centro de estudos americano especializado em lixo espacial, havia previsão de que fragmentos do foguete Ariane 4 readentrassem a atmosfera terrestre no dia 22 de fevereiro às 5h22 (horário de Brasília de verão) em qualquer um dos pontos nas linhas azul e amarela do mapa:

Segundo o centro de estudos americano especializado em lixo espacial, havia previsão de que fragmentos do foguete Ariane 4 readentrassem a atmosfera terrestre no dia 22 de fevereiro às 5h22 (horário de Brasília de verão)  (Foto: Reprodução/Center For Orbital and Reentry Debris Studies)Linha mostra pontos prováveis em que peça teria readentrado a atmosfera terrestre
A Nasa possui um programa específico de monitoramento do lixo espacial e um manual em seu site alertando sobre esse tipo de material . Segundo a agência, existem hoje milhares de objetos orbitando em torno da Terra e outros milhões muito pequenos para serem rastreados, uma verdadeira poluição espacial. A grande maioria se deteriora ao retornar à atmosfera, outros objetos, não.No Brasil, outra bola metálica caiu no município de Montividiu, em Goiás, em março de 2008, a 150 metros de uma casa. Dias depois, outro objeto despencou do céu, dessa vez na Austrália. E em dezembro de 2011, uma esfera caiu em uma região desabitada na Namíbia, país no sul da África.
Segundo a agência espacial americana, porém, a chance de ser atingido por um desses objetos de uma em um trilhão.
Esfera metálica que caiu no sudeste da África, segundo a Nasa (Foto: Divulgação/NASA Johnson Space Center)Esfera metálica que caiu no sudeste da África 
Em janeiro de 2001, o motor de titânio do PAM-D, um módulo assistente de lançamento do foguete Delta 2, readentrou a atmosfera e caiu na Arábia Saudita (Foto: Divulgação/NASA Johnson Space Center)
Em janeiro de 2001, o motor de titânio do PAM-D, um módulo assistente de lançamento do foguete Delta 2, readentrou a atmosfera e caiu na Arábia Saudita 

Acelerador de partículas é reativado em busca da origem da matéria


O Grande Colisor de Hádrons (LHC), acelerador de partículas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), voltou a ser acionado, após mais de dois meses de parada técnica. Com a reativação, mais de 5 mil cientistas darão início à etapa decisiva na busca do "Bóson de Higgs", uma partícula elementar que explicaria a origem da matéria.
"Os aceleradores estão sendo reativados, mas os primeiros feixes de prótons não serão injetados no LHC até meados de março e as colisões continuarão até o fim deste mês", confirmou nesta sexta-feira (24) o porta-voz do Cern, James Gillies.
A injeção de prótons será feita em um primeiro acelerador menor e mais antigo. Lá as partículas vão adquirir energia e ganhar velocidade para passar a um acelerador maior, tudo antes de chegar com toda potência (mais de 99,9% da velocidade da luz) ao LHC, explicou um dos responsáveis do centro de controle do grande acelerador, Mirko Pojer.
Uma das instalações do Grande Colisor de Hádrons (LHC), megatúnel para colidir partículas (Foto: Andrew Strickland / cortesia Cern 7-8-2010)Instalações do Grande Colisor de Hádrons (LHC), megatúnel para colidir partículas 
Uma vez que os prótons chegarem ao LHC, a metade deles fará sua trajetória em uma direção e os demais seguirão no sentido oposto para começarem a colidir no fim de março.
Para isso acontecer, os ímãs supracondutores do LHC deverão ser esfriados a uma temperatura de 271 graus Celsius negativos -- a temperatura mais baixa conhecida no Universo é de cerca de 273 graus Celsius negativos.
No total, serão injetados 2,8 mil pacotes de partículas no LHC, com conteúdo de 115 bilhões de prótons cada, que circularão a uma energia de 4 TeV (teraeletronvolts), 0,5 TeV a mais do que estava previsto."A energia da colisão dos prótons equivale ao choque de um grande avião na velocidade de aterrissagem, ou seja, cerca de 150 km/h", comparou Pojer.
No entanto, dado o reduzido tamanho dos prótons, a probabilidade de choque é pequena, o que explica a necessidade de injetar no acelerador grandes quantidades de partículas.
Os milhares de físicos que trabalham no Cern esperam que as colisões entre prótons a energias tão elevadas façam surgir novas partículas cuja existência está apenas na teoria.
É o caso do Bóson de Higgs, sobre a qual repousam as bases do modelo padrão da física e que é, por enquanto, a única hipótese disponível sobre uma questão tão fundamental como a origem da matéria.
Os responsáveis pelo Cern garantiram que neste ano terão resultados conclusivos sobre a existência ou não de "Higgs". Os pesquisadores do centro de pesquisas europeu acreditam ter visto sinais da partícula durante as medições e análises de dados realizados durante 2011.
O LHC, um anel de 27 quilômetros de circunferência localizado entre 50 e 150 metros abaixo da terra, conta com quatro detectores.
Desses, dois -- conhecidos como Atlas e CMS -- estão dedicados a buscar novas partículas como a de Higgs ao mesmo tempo, mas de maneira independente.
Nos próximos meses, nenhuma nova descoberta será anunciada até que uma dessas experiências alcance um grau de comprovação quase absoluta ou equivalente a uma possibilidade em 1 milhão que possa ter algum erro, disse o físico Steven Goldfarb, coordenador de divulgação e educação do detector Atlas.
Se isso ocorre, o outro detector servirá para contrastar o resultado e corroborar os dados obtidos. Goldfarb lembrou que entre 1999 e 2000, em uma experiência conhecida como "Aleph", os cientistas pensaram ter encontrado a partícula de Higgs, mas outros três experimentos que eram desenvolvidos paralelamente descartaram a descoberta.
"Isto é como tirar dados. Pode ocorrer que o mesmo número saia seis vezes seguidas e seria emocionante, mas existe uma probabilidade estatística que isto ocorra, e ali mora a armadilha", comentou.
A cientista espanhola Silva Goy, que trabalha no detector CMS, tem a mesma opinião. Ela disse queo observado até agora pode ser uma "oscilação estatística" e que o desafio é chegar a um nível de probabilidade que permita eliminar esse risco.
Com o valor de energia que será utilizada neste ano, o volume de dados obtidos chegará aos "15 femtobarn inverso (Fv-1)", considerada suficiente para alcançar um resultado final.
Espera-se que até a próxima grande conferência de física, no início de julho na Austrália, os cientistas do Cern já tenham reunido mais dados do que em todo o ano de 2011 sobre o experimento para apresentá-los à comunidade científica.

Neutrinos mais rápidos que a luz foram resultado de experiência falha


A medição do neutrino que viajou a uma velocidade maior do que a da luz pode ter sido provocada por um erro técnico, informa o site da revista "Science".
A falha estaria em uma má conexão entre um GPS e um computador que são usados para calcular a velocidade com que a partícula percorreu os 730 km que separam a Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), em Genebra, e o laboratório subterrâneo de Gran Sasso, na Itália.
Em 22 de setembro de 2011, a equipe Ópera anunciou que alguns neutrinos haviam feito o trajeto em 60 nanossegundos a menos do que a velocidade da luz.
O anúncio da descoberta causou uma certa agitação no meio científico porque sugeriu que as ideias de Albert Einstein sobre a relatividade, e boa parte da física moderna, se baseavam em uma premissa errônea.
Pelo Twitter, a Cern postou que identificou dois possíveis efeitos que levaram a uma diferença de medição. Um deles poderia superestimar a velocidade e o outro, subestimar. Por isso, a organização disse que novos experimentos serão retomados em maio.
Os cientistas que trabalham no Icarus, outro projeto do Gran Sasso --um laboratório subterrâneo operado pelo Instituto Nacional de Física Nuclear italiano em uma cadeia de montanhas próxima da capital da Itália--, argumentam em novembro de 2011 que suas mensurações da energia dos neutrinos contradiziam a leitura dos colegas.
Pesquisadores dizem que neutrino viaja mais rápido do que a luz
Pesquisadores dizem que neutrino viaja mais rápido do que a luz

Calor fez primeiros cavalos surgirem com o tamanho de cachorros


Quando os cavalos surgiram, há mais de 50 milhões de anos, nas florestas da América do Norte, eles eram do tamanho de cachorros -- pesavam, em média, 5,6 kg. Foram as mudanças de temperatura que os transformaram nos grandes animais que conhecemos hoje, segundo uma pesquisa publicada na edição desta sexta-feira (24) pela revista “Science”.
Ilustração compara o 'Sifrhippus', à direita, com o cavalo moderno (Foto: Danielle Byerley, Museu de História Natural da Flórida)Ilustração compara o 'Sifrhippus', à direita, com o cavalo moderno (Foto: Danielle Byerley, Museu de História Natural da Flórida)
O Sifrhippus, como é chamado esse cavalo pré-histórico, viveu em um tempo em que a Terra tinha condições meteorológicas muito diferentes -- ela era bem mais quente. O auge da temperatura foi uma fase conhecida como "máximo térmico do paleoceno-eoceno". Em cerca de 175 mil anos, a temperatura subiu mais de cinco graus Celsius.
Uma Terra mais quente é uma Terra também com recursos mais escassos. Para se adaptar, um terço dos mamíferos diminuíram de tamanho.Isso também aconteceu com o cavalo, que ficou ainda menor quando passou por essa era. Nos primeiros 130 mil anos dessa era, chegou a ter menos de 4 kg -- como um pequeno gato de estimação.
Quando a Terra começou a esfriar novamente, nos últimos 45 mil anos, o cavalo voltou a crescer e chegou a atingir 6,8 kg no fim do período. Era o começo do estirão que o levaria ao tamanho atual.
“Isso tem implicações, potencialmente, para o que podemos esperar ver no próximo século ou dois, pelo menos com alguns modelos climáticos que prevêem que o aquecimento será de até quatro graus Celsius nos próximos cem anos”, afirmou Ross Secord, da Universidade de Nebraska, em Lincoln, nos EUA, um dos autores do estudo.

Pesquisa encontra gravura rupestre mais antiga das Américas em MG


Pesquisadores encontraram em Minas Gerais a gravura rupestre mais antiga das Américas. O desenho esculpido na pedra foi feito há, pelo menos, 10,5 mil anos, e pode ter até 12 mil anos de idade.
Segundo os autores do estudo, há outros vestígios de gravuras no Piauí, nos EUA e na Argentina, mas a descoberta "é a mais antiga prova indiscutível de arte em rochas nas Américas".
A descoberta foi feita no sítio arqueológico de Lapa do Santo, no município de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na mesma região, foi encontrado o esqueleto de “Luzia”, que está entre os mais antigos vestígios humanos das Américas.
À esquerda, a gravura rupestre original, esculpida na Lapa do Santo. À direita, um desenho que reproduz a figura com fidelidade (Foto: Reprodução/PLoS ONE)
À esquerda, a gravura rupestre original, esculpida na Lapa do Santo. À direita, um desenho que reproduz a figura com fidelidade 
A gravura representa um homem com a cabeça em formato de “C”, mãos com três dedos e um pênis de tamanho exagerado. A figura tem aproximadamente 30 cm de altura e 20 cm de largura. Desenhos no mesmo estilo também são encontrados em outros sítios arqueológicos não só em Minas Gerais, mas também no Nordeste.
A medição da idade da gravura foi feita de duas maneiras diferentes. Paralelamente, os pesquisadores analisaram restos de carvão usados em fogueiras, acumulados em volta da imagem, e grãos de rochas disponíveis na própria figura.
A pesquisa foi liderada por Walter Neves, da Universidade de São Paulo (USP), e assinada por outros três cientistas brasileiros e um americano. Os resultados foram publicado pela revista científica “PLoS One”.

Imagem em ultravioleta mostra erupção solar

A imagem combina observações de vários instrumentos para mostrar o início de uma erupção solar. No processo, uma grande nuvem de partículas é liberada no espaço durante um período de dez horas. A imagem em laranja é o Sol visto pela luz ultravioleta. À direita, um filamento é expelido. A imagem em verde é uma combinação com a observação feita pelo coronógrafo COR1, um aparelho projetado para estudar a coroa solar (Foto: ESA/Nasa/Soho)
A imagem combina observações de vários instrumentos para mostrar o início de uma erupção solar. No processo, uma grande nuvem de partículas é liberada no espaço durante um período de dez horas, nos dias 9 e 10 de fevereiro. A imagem em laranja é o Sol visto pela luz ultravioleta. À direita, um filamento é expelido. A imagem em verde é uma combinação com a observação feita pelo coronógrafo COR1, um aparelho projetado para estudar a coroa solar.

Qual o motivo de existir pouco lítio no Universo? A resposta pode estar nos axions


Depois de hidrogênio e hélio, o lítio é o elemento mais leve e mais simples do Universo.
Segundo pesquisas, ele deveria ter sido formado logo após o Big Bang, mas os dados mostram uma grande falta de lítio no espaço. A explicação pode apontar para um candidato improvável: a matéria escura.
A explicação que conduz para a criação dos elementos mais leves no início do Universo é conhecida como Nucleossíntese do Big Bang. Como explica um artigo da Physics World, a idéia é que o Universo primordial era uma sopa espessa de prótons e nêutrons superaquecidos. Essas duas partículas começaram a montar núcleos atômicos, criando isótopos do hidrogênio, o deutério, bem como isótopos de hélio e lítio. Os elétrons entraram em cena quando as temperaturas caíram, e a fosforescência deste processo é o que hoje conhecemos como radiação cósmica de fundo.
Há apenas um problema com essa idéia – as observações da CMB sugerem que não há lítio suficiente. Na verdade, há apenas cerca de 1/3 do que deveria existir, o que caracteriza um “buraco” na hipótese proposta de modo satisfatório. Para preencher essa lacuna, os físicos da Universidade da Flórida, liberados por Pierre Sikivie, estão estudando uma partícula hipotética chamada “axion”, que há muito tem sido discutida sobre o fato de ser muito leve, e que mal interagiria com a matéria.
Se o axion existir – o que não existe prova para afirmar – então, algumas de suas propriedades menos reconhecidas poderiam realmente ser colocadas em uso, para explicar a discrepância de lítio.
Sikivie e seus colegas destacam que o axion pode formar um condensado de Bose-Einstein – uma fase da matéria formada por bósons em baixíssimas temperaturas. Tais condensados contêm partículas que caem em seu menor estado de energia, e são conhecidas por ocorrerem em baixas densidades em gases a temperaturas próximas do zero absoluto.
É uma possibilidade interessante tentar desvendar o mistério do lítio, sem contar que alguns pesquisadores mencionam a candidatura do axion como sendo a própria matéria escura. Basicamente, para resolver o problema do lítio utilizando como explicação os axions, você estará criando dois problemas completamente novos. A presença de axions causaria níveis de deutério, em quantidades maiores que Bose-Einstein, então você estaria negociando essencialmente uma discrepância ainda maior.Além disso, o número de tipos de neutrinos teria de aumentar dos atuais 3 ou 4 para cerca de 7, se este trabalho estiver correto. Segundo a Physics World, os cientistas reconhecem esses dois problemas, mas eles também apontam para o fato de que a Agência Espacial Europeia, através do Observatório Espacial Plank, esta medindo o número de neutrinos, o que sugere que teremos uma nova ordem e classificação no próximo ano.
Se o número de neutrinos passar para 7, talvez seja necessário dar uma olhada mais profunda sobre a teoria dos axions relacionado-os com a escassez de lítio no espaço.

Bactéria da atmosfera encontrada em rio britânico pode ser a nova fonte de energia mundial


Este tipo de bactéria normalmente é encontrado em órbita acima da Terra. Surpreendentemente, foram encontradas em um rio britânico – são cotadas como uma nova fonte de energia para o mundo.
Os organismos misteriosos foram encontrados na foz do Rio Wear, em Sunderlad, podendo gerar eletricidade quando usadas em uma bateria especial, chamada de célula de combustível microbial.
O Bacillus stratosphericus – geralmente é encontrado a 32 km acima da Terra – acredita-se que foram trazidos à superfície por ciclismo atmosférico, o que provoca aumento de evaporação de água na estratosfera e, em seguida, caem novamente.
É uma forma particular de bactéria potente, que podem ser utilizadas em células para converter resíduos de rios em sua alimentação. Eles possuem o dobro de potencial de liberação de energia elétrica, comparada com outras bactérias da superfície. Os cientistas da Newcastle Universty acreditam que elas poderiam ser colhidas e usadas em países em desenvolvimento como dispositivo útil de energia.
Dentro dessa célula especial, os organismos produziriam dióxido de carbono, prótons e elétrons quando fossem mantidos em solução sem oxigênio. O estudo foi publicado no jornal American Chemical Society Science, na área de tecnologia ambiental, encabeçado pelo professor Burgess de biotecnologia marinha.Encontrar B. stratosphericus foi uma grande surpresa. Elas demonstram potencial para o futuro. Há bilhões de micróbios que podem ter potencial de geração de energia”, comentou o professor.
Os pesquisadores selecionaram as melhores linhagens deste tipo de bactéria, mostrando que conseguem gerar 200 watts por metro cúbico. Embora ainda seja relativamente uma baixa quantidade de energia, isso seria o suficiente para fornecer uma fonte de luz em locais onde não existe energia elétrica.
A utilização de micróbios pode gerar eletricidade em um novo conceito de tratamento de águas residuais em estações de depuração.

Terremoto de 7 graus na escala Richter em Marte aumenta a esperança sobre a existência de vida


Um enorme terremoto ocorrido em Marte foi detectado, sugerindo que pode existir vulcões ativos e até reservatórios de água que, teoricamente, poderia sustentar a vida no Planeta Vermelho.
Os cientistas acompanharam uma série de quedas de pedras em Marte que se assemelham com um tremor de terra ocorrido em 2009 perto de L’Aquila, na Itália.
Através de fotografias captadas pela sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter na NASA, as pedras que medem 18 metros de altura, se movimentaram em um raio de 99 km, ao longo de falhas na fossa Cerberus. Essas informações indicam um terremoto semelhante ao que ocorre em nosso planeta.
Isso é consistente com a hipótese de que as pedras tinham sido mobilizadas através de tremores de terra, e que a gravidade da terra tremida diminuiu ao longo do epicentro”, comentou Gerald Roberts, da Universidade de Londres.
Os pesquisadores foram capazes de excluir a possibilidade de que as rochas foram depositadas pelo gelo derretido por causa de padrões de terra distinta. Com base na área coberta pelas pedras deslocadas, o Dr. Roberts estima que a magnitude do terremoto tenha sido de 7 graus na escala Richter, a mesma intensidade que atingiu o Haiti em 2010 e matou 300 mil pessoas.O tremor – apelidado de Marsquake – pode ter sido alimentado por movimentos de magma. Os ventos marcianos ainda não apagaram as trilhas das pedras, o que faz com que os astrônomos concluam que o evento ocorreu a pouquíssimo tempo.
Cientistas já admitiam a possibilidade que abalos sísmicos poderiam estar agitando a superfície de Marte. Se vulcões ativos existirem no planeta vermelho, o calor pode derreter bolsas de gelo subterrâneo, formando reservatórios de água líquida, o que seria algo bastante hospitaleiro para abrigar a vida como conhecemos.

Criaturas bizarras das profundezas oceânicas nos dão uma noção de possíveis seres de outros planetas


Eles se parecem com monstros de outros planetas. Mas, longe de habitar um mundo alienígena anos-luz da Terra, essas criaturas assustadoras existem nas profundezas dos oceanos.
Novas fotos de poliquetas mostram como elas evoluíram para sobreviver às intensas pressões a 1.000 metros abaixo da superfície da água, onde nem mesmo um único raio de Sol consegue penetrar. As descobertas de regiões tão inóspitas lançam luz sobre a possibilidade de existência de vida em outros planetas.
As fotos possuem detalhes assustadores, incluindo suas bocas terríveis que parecem sair de dentro para fora, tornando mais fácil capturar presas. Minúsculos detalhes são revelados graças às imagens de cientistas que pesquisam as regiões abissais.
As criaturas, que medem pouco mais de três centímetros de comprimento, fazem parte de um ecossistema que era completamente desconhecido há 40 anos. Mas desde a época de 1970, a evolução tecnológica permitiu a exploração cada vez mais profunda de nosso ambiente marinho, permitindo aos cientistas mudarem a visão que tinham sobre a vida de regiões profundas.
Em vez de uma terra árida, descobriram comunidades de criaturas bizarras que vivem em fontes hidrotermais, também chamadas de chaminés ou fumantes. Essas rachaduras no fundo dos oceanos liberam gases em altas temperaturas, resultado de movimento tectônico.
As águas superaquecidas liberadas pelas fontes estão carregadas de coquetéis de substâncias que ajudam a manter um vasto ecossistema ao seu redor. É cogitada a existência de fontes como essa em Europa, uma das luas de Júpiter. Os cientistas também acreditam que elas existiram algum dia em Marte.
Estes vermes rastejam no fundo do mar próximo de respiradouros, usando suas bocas para mastigarem organismos simples na sopa química. Esses animais conseguem energia através de reações químicas, já que nenhum animal em grandes profundidades possa fazer fotossíntese devido a completa falta de luz solar. A capacidade destes seres em sobreviver em locais tão inóspitos, em condições tão adversas ao homem, faz com que esses vermes deslumbrem o pesquisador Daniel Desbruyeres, cientista sênior do Instituto Francês de investigação para Exploração do Mar.
As recentes descobertas de fontes hidrotermais mudaram nossa visão do reino marinho. Este é um dos habitats mais diversificados do planeta, mas nossa percepção sobre sua verdadeira existência ainda está em estágios infantis”, comentou o pesquisador.

Buracos negros ‘fantasmas’ na Via Láctea representam perigo para nós?


Se a última simulação feita por cientistas sobre a fusão de buracos negros estiver correta, podem existir centenas de buracos negros pesando centenas de milhares de vezes a massa do Sol, vagando ao redor da nossa galáxia.
Buracos negros errantes como estes seria muito difícil de detectar”, comenta a astrônoma Kelly Holley-Bockelmann da Universidade Vanderbilt, no Tennessee, EUA.
A menos que eles engulam uma grande quantidade de gás, a única maneira de detectá-los quando estiverem se aproximando seria observar a imensa força gravitacional que ele causaria na luz de suas proximidades. Isso produz um efeito chamado de lente gravitacional, que faria as estrelas de fundo aparecer e iluminar momentaneamente”, comentou Holley-Bockelmann.
As investigações estão centradas em buracos negros de “massa intermediária”, cuja existência foi posta em dúvida por alguns astrônomos até pouco tempo. Até agora, apenas buracos negros de tamanho médio foram confirmados.
Há três anos o telescópio da Agência Espacial Europeia, o XMN-Newton, descobriu um buraco negro na borda da Via Láctea, distando 290 milhões de anos-luz da Terra.
Os pesquisadores analisaram o que acontece quando buracos negros desse tamanho se fundem com outros buracos negros, usando a teoria da relatividade de Einstein. A maior surpresa é a previsão de que quão dois buracos negros que giram em velocidades diferentes ou de tamanhos diferentes se fundem, o buraco negro recém-formado recebe um “grande chute” devido à conservação do momento, empurrando-o para longe, em direção arbitrária em velocidades incrivelmente altas, aproximadamente 4.000 km por segundo.
Isso é muito mais elevado do que qualquer outro modelo previa. Mesmo se a velocidade de ‘chute’ fosse de 200 km por segundo, já seria extremamente alta comparada com a velocidade de escape de típicos objetos astronômicos”, comentou Holley-Bockelmann.
Esta imagem foi a primeira evidência de um buraco negro no centro da Via Láctea. A estrela mais próxima do centro galáctico está orbitando um objeto pequeno central que contém 3,7 milhões de vezes a massa do Sol – um buraco negro supermassivo.
Usando as instalações do Centro Avançado Vanderbilt para Pesquisa em Computação e Educação, a equipe de Holley-Bockelmann realizou uma séria de simulações do crescimento intermediário de buracos negros e como eles interagiriam com outros buracos negros, analisando cuidadosamente o impulso que cada união daria.
Nós usamos diferentes hipóteses para a massa do buraco negro inicial, para o intervalo de massas estelares dentro de aglomerados globulares e assumimos a possibilidade que os spins foram distribuídos aleatoriamente”, comenta.
Com os nossos pressupostos mais conversadores, descobrimos que, mesmo se cada aglomerado globular tiver um buraco negro de tamanho intermediário, apenas 30% irá retê-los após a fusão. Com nossas suposições menos conversadoras, menos de 2% dos aglomerados globulares devem conter buracos negros de massa intermediária hoje”, Se os 200 aglomerados globulares que existem na Via Láctea possuir buracos negros, isso significa que centenas deles estão vagando de modo invisível em torno da nossa galáxia, esperando a oportunidade para engolir nebulosas, estrelas, planetas de quem tiver a infelicidade de estar no seu caminho.
Felizmente, a existência de alguns buracos negros errantes na vizinhança não apresenta um grande perigo. “Estes buracos negros solitários são extremamente improváveis”, comenta Holley-Bockelmann. “Sua zona de perigo, chamado de Raio de Schwarschild, é realmente pequeno, apenas algumas centenas de milhares de quilômetros. Há coisas muito mais perigosas na nossa vizinhança!”, salientou.
Os dois buracos negros já descobertos são quase 10 bilhões de vezes o tamanho do Sol. Eles são tão grandes que todo o Sistema Solar seria anões perto deles. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Astrônomos dizem que pode existir um planeta gigante escondido no Sistema Solar


  Plutão está a cerca de 40 vezes a distância entre o Sol e a Terra, mas o Sistema Solar é aproximadamente 50.000 vezes maior em comprimento que o diâmetro dessa distância.
Essa imensidão de espaço em nossa ‘vizinhança’ poderia esconder enormes segredos. Isso está sendo considerado como uma possibilidade pequena, porém real. Nos últimos anos, os astrônomos descobriram um monte de planetas localizados em 100 unidades astronômicas (unidade de medida equivalente a distância do Sol a Terra) de algumas estrelas em várias galáxias, o que evidencia que possam existir planetas orbitando uma estrela, mesmo em distâncias inacreditáveis.
  Estes planetas são, geralmente, gigantes gasosos. Eles certamente são bem diferentes de planetas anões como Plutão e Éris, descobertos em nosso Sistema Solar e outros que possam existir no Cinturão de Kuiper.
Não há quase nenhuma chance de que esses planetas gigantes possam ter sido formados como parte do disco planetário de sua estrela hospedeira, no caso o Sol, considerando a distância imensa. Isso sugere fortemente que estes são planetas antigos capturados pela gravidade do Sol. Hagai Perets do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica e Kouwenhoven Thijs do Instituto de Astronomia da Universidade de Pequim uniram forças para descobrir o que podemos esperar de estrelas em potencial, como o Sol, em capturar planetas gigantes.
Os pesquisadores declararam na ScienceNow seus resultados: “Promovemos simulações em computador para ver o que acontece quando um aglomerado de estrelas captura planetas flutuantes. Se o número de livre flutuação do planeta for igual ao número de estrelas, 3% a 6% das estrelas obtém sucesso na captura de um planeta e algumas estrelas conseguem capturar até 3 planetas. A maioria dos planetas acabam capturados centenas ou milhares de vezes a distância da Terra ao Sol. Além disso, constatamos que a maioria desses planetas possuem órbitas inclinadas”.Segundo os cálculos, o nosso Sol que possui uma massa ligeiramente maior que a média, teve uma chance real de capturar um ou mais planetas há milhões de anos. As chances não são grandes, mas se os cálculos estiverem exatos, a possibilidade de um planeta existir escondido no nosso Sistema Solar é concreta.
Pesquisas recentes apontam a possibilidade da existência de um planeta na Nuvem de Oort, o que indicaria que existe um grande segredo escondido esperando para ser descoberto.

Satélite capta redemoinho no meio do oceano com mais de 144 km de largura


Um satélite da NASA forneceu imagens de cair o queixo. Um enorme redemoinho no fundo do mar.
A massa de água em rotação – que mede inacreditáveis 144,6 km de largura – foi avistada na costa da África do Sul, por um satélite no dia 26 de dezembro de 2011, mas só agora a Agência Espacial Norte Americana liberou as imagens.Apesar da assustadora imponência, a massa de água não é motivo de alerta internacional ou preocupação com os peixes da região. Na verdade, é mais provável que o redemoinho melhore a vida marinha por dispersar nutrientes, retirando alimento das profundezas e espalhando na superfície.
  As tempestades do mar, mas conhecidos como vórtices, possuem formas bizarras de um turbilhão, formando-se em grandes profundidades. Este tipo de evento natural é chamado de Redemoinhos Agulha, e são considerados os maiores do mundo. A imagem foi capturada quando os satélites faziam um trabalho de varredura de rotina em nosso planeta.

Cientistas descrevem artrópode que vive em grande profundidade

  Cientistas descreveram recentemente o animal terrestre mais profundo já encontrado, juntamente com quatro espécies novas para a ciência. Estes animais são colêmbolos (Arthropoda, Insecta, Collembola), um pequeno inseto sem asas primitivo com seis pernas e sem olhos que vive na escuridão total.
Descrito por Rafael Jordana e Enrique Baquero, da Universidade de Navarra (na Espanha), eles são conhecidos pela ciência como: Anurida stereoodorata, Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundissima e Plutomurus ortobalaganensis. O último é o artrópode que vive no lugar mais profundo já encontrado, a 1.980 metros abaixo da superfície do solo.
Os animais foram coletados durante os trabalhos de uma expedição à caverna mais profunda do mundo, em 2010. A caverna Krubera-Voronja atingindo hoje a profundidade de 2.191 metros abaixo do nível do solo, está localizado na Abcásia, uma área remota perto do Mar Negro nas montanhas do Cáucaso ocidental, sendo a única caverna no mundo com mais de 2 Km de profundidade.
A descoberta de vida em tais sistemas profundas lança novas luzes sobre a forma como olhamos para a vida na Terra. Na ausência total de luz e recursos alimentares extremamente baixos, os animais de cavernas têm adaptações únicas para a vida subterrânea. Eles não têm pigmentação no corpo, não têm olhos e têm desenvolvido estratégias morfofisiológicas de sobrevivência em tal profundidade, durante milhões de anos.

Astrônomos registraram o mais rápido vento soprado de um buraco negro


Astrônomos usando o observatório em raio-x da Nasa, Chandra, registraram a imagem do mais rápido vento soprado de um disco em torno de um buraco negro. Os buracos negros são proveniente do colapso de uma estrela massiva, com massa de 5 a 10 vezes a do Sol. Os cientistas acreditam que, apesar da ideia geral ser o buraco negro atrair toda massa a sua volta, o vento faz com que 95% da massa no disco seja expelida.

Cromossomo Y não está encolhendo, diz estudo


As teorias de que os homens eventualmente vão desaparecer porque o cromossomo Y, que determina a masculinidade, está encolhendo estariam muito erradas, segundo um estudo genético publicado nesta quarta-feira (22).
O cenário da condenação dos homens ganhou destaque quase uma década atrás quando os cientistas descobriram que o cromossomo masculino tinha se reduzido drasticamente.
Ele passou de um super-Y com mais de 1.400 genes, há centenas de milhões de anos, para um pequeno e nodoso cromossomo com apenas dezenas de genes.
Essa descoberta levou a pensar que o Y estava em apuros. Os humanos poderiam acabar como as ratazanas toupeiras transcaucasianas, um pensamento preocupante.
Mamífero cujo cromossomo Y foi vencido pela pressão evolucionária, a ratazana toupeira se diferenciou em duas espécies, um das quais não possui o cromossomo Y. Como o gênero de sua prole é determinado ainda é um mistério.
No pior cenário, os homens desapareceriam sem meios artificiais para garantir a continuidade do sexo masculino ameaçado.
Algumas vozes apocalípticas dizem que isso poderia acontecer em cerca de cinco milhões de anos e outras em apenas 125.000 anos, com o cromossomo Y seguindo o caminho do pássaro extinto Dodo.
Mas o novo estudo diz que a diminuição dos cromossomos Y ocorreu em um passado muito distante e que o cromossomo tem se mantido maravilhosamente estável há milhões de anos.
O genoma humano tem 22 pares de cromossomos mais um par que determina o sexo. Se você é uma mulher, tem dois cromossomos X; se você é um homem, um X e um Y.
A nova evidência vem de uma comparação do cromossomo Y humano com o do macaco rhesus - um famoso macaco do Velho Mundo cujo caminho evolucionário se diferenciou dos humanos e chipanzés cerca de 25 milhões de anos atrás.
O cromossomo Y do rhesus não perdeu um único gene ancestral em todo esse tempo, disse o estudo.
Em comparação, o Y humano perdeu um gene ancestral, o que aconteceu em um minúsculo segmento que corresponde a apenas três por cento do cromossomo inteiro.
"Sem a perda dos genes do Y do rhesus e um gene perdido no Y humano, está claro que o Y não vai a lugar algum", afirmou Jennifer Hughes do Whitehead Institute for Biomedical Research do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
O chefe de Hughes, David Page, disse que tem combatido a noção de " declínio do Y" nos últimos 10 anos e acredita que o novo estudo "simplesmente destrói" a teoria.
"Eu não posso dar uma palestra sem ser questionado sobre o desaparecimento do Y", reclamou. "Esta ideia tem sido tão persuasiva que tem nos impedido de avançar em questões realmente importantes sobre o Y."
Antes de eles se tornarem cromossomos sexuais especializados, o X e o Y eram essencialmente como os cromossomos comuns e costumavam trocar genes com qualquer outro, um processo chamado cruzamento que ajuda a eliminar mutações perigosas e manter um amplo conjunto de genes, de acordo com a equipe de Page.
Mas o cruzamento X-Y parou, fazendo o cromossomo Y perder rapidamente dezenas de genes indesejados em cinco etapas.
"Então ele se nivelou e ele vem fazendo isso muito bem desde então", concluiu Page.

Espaçonaves são coisa do passado: empresa quer construir elevador espacial até 2050

Elevador Espacial

Quem gosta de astronomia certamente deve acompanhar o destino dos humanos rumo ao espaço. Entre as notícias mais recentes, a que mais chama a atenção é sobre as viagens turísticas que serão realizadas pela Virgin Galactic, empresa do milionário Richard Branson, que vai colocar pessoas comuns em órbita entre 2012 e 2013.
Mas uma outra empresa parece ter planos ainda mais ambiciosos. A Obayashi Corp, uma companhia japonesa do ramo de infraestrutura responsável por projetos de engenharia bastante ousados, planeja construir um elevador com destino ao espaço onde os ocupantes vão levar pouco mais de sete dias para chegar à órbita terrestre, em um percurso de aproximadamente 36 mil quilômetros. As operações devem se iniciar daqui cerca de 40 anos, ou seja, em 2050.
Os engenheiros da empresa com sede em Tóquio esperam fazer avanços com o projeto "para que ele não seja simplesmente um sonho", afirmou um funcionário da Obayashi Corp ao site The Daily Yomiuri.
Mas como isso pode se tornar realidade? De acordo com o Digital Trends, a empresa acredita que a construção do elevador será possível graças à descoberta dos nanotubos de carbono, em 1991, que são 20 vezes mais fortes que o aço. Dessa forma, os nanotubos seriam usados para produzir os cabos necessários que colocarão o elevador em órbita.
O plano, nesse caso, é enviar um cabo de 96 mil km até uma espécie de estação espacial contendo laboratórios e uma sala de estar, localizada a cerca de 36 mil km da Terra - distância que corresponde a um quarto da viagem daqui até a lua. O elevador teria a capacidade de levar até 30 passageiros em cada operação e seria alimentado por motores magnéticos acoplados aos nanotubos de carbono.
O valores referentes ao negócio não foram anunciados, mas devem ser tão altos quanto a distância que será percorrida pelo elevador. Pessoas ligadas à Obayashi Corp dizem que a viabilidade do protótipo depende da cooperação de outras empresas de todo o mundo, incluindo a NASA.

EUA comemoram 50 anos da ida do primeiro americano à órbita da Terra


Nesta segunda-feira (20), os Estados Unidos comemoram 50 anos da ida do primeiro norte-americano a orbitar a Terra. Em 20 de fevereiro de 1962, John Glenn foi escolhido pela Nasa para ir ao espaço, colocando o país em uma corrida acirrada com a União Soviética, que tinha enviado o cosmonauta Yuri Gagarin para o espaço dez meses antes.
Antes de Glenn, Alan Shepard e Gus Grissom já tinham ido ao espaço, mas em voos suborbitais.
Após cinco décadas Glenn culpa a administração do ex-presidente George Bush como responsável pela falta de capacidade da Nasa em não enviar mais pessoas em missões.
O fim do programa de ônibus espaciais no ano passado deixou os Estados Unidos dependente de seu ex-inimigo da Guerra Fria para enviar astronautas à Estação Espacial Internacional, de propriedade conjunta, que fica a 385 quilômetros acima do planeta.
"Lamento que essa seja a maneira como as coisas se desenvolveram", disse Glenn a uma multidão de funcionários antigos e atuais da Nasa e convidados no Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, na noite de sábado, parte de uma série de comemorações do 50o aniversário de seu voo.
"Gastamos mais de US$ 100 bilhões colocando a estação espacial lá em cima. É muito ruim que a administração anterior tenha tomado a decisão de acabar com os ônibus espaciais, então agora temos que recorrer a outro lugar até mesmo para chegar até a nossa estação", disse Glenn, que foi senador democrata de Ohio entre 1975 a 1999.
Nesta segunda-feira (20), o senador John Gleen deu entrevista para uma emissora de televisão dos Estados Unidos. A data marca os 50 anos do primeiro voo de um americano ao espaço. (Foto: NASA, Bill Ingalls/AP)Nesta segunda-feira (20), o senador John Glenn deu entrevista para uma emissora de televisão dos Estados Unidos. A data marca os 50 anos do primeiro voo de um americano ao espaço. 
Alto custo
Os Estados Unidos acabaram com o programa de ônibus espaciais no ano passado devido aos elevados custos operacionais e para liberar fundos para uma nova geração de naves espaciais que podem voar mais longe da Terra. Mais dinheiro teria sido necessário anos antes para que as novas naves estivessem prontas no momento em que as antigas fossem aposentadas.

Glenn aproveitou suas conexões políticas em um retorno muito aguardado ao espaço em 1998, quando, aos 77 anos, ele voou a bordo do ônibus espacial Discovery como participante de uma pesquisa sobre envelhecimento patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
Agora aos 90 anos, Glenn, um piloto aposentado, disse que o maior benefício do programa espacial dos EUA é a pesquisa científica e elogiou a decisão de prolongar a vida útil da Estação Espacial Internacional para pelo menos 2020, além do previsto para 2015.
"As pessoas se perguntam 'para que serve a pesquisa?' Acho que cada parte dos progressos realizados pelos seres humanos foi feita porque alguém estava curioso sobre o desconhecido", disse Glenn. "Se há uma coisa que aprendemos através da história de nosso país é que o dinheiro gasto em pesquisa básica traz retornos no futuro, muito além do que foi previsto inicialmente", disse ele.
Mistérios da medicina Embora a pesquisa não tenha sido a razão pela qual Glenn e seus sete colegas do Mercury foram lançados em órbita, os cientistas tinham muitas perguntas sobre o funcionamento do corpo humano no ambiente sem gravidade do espaço.
"As coisas que estávamos investigando nesses primeiros voos parecem tão primitivas agora, que são quase risíveis", disse Glenn. "Os médicos estavam literalmente preocupados que nossos olhos pudessem mudar de forma e nossa visão mudasse o suficiente para que você não pudesse nem mesmo ver o painel de instrumentos", disse.
Scott Carpenter, que seguiu Glenn em órbita três meses depois, disse que engoliu alimento radioativo para que os médicos pudessem ver se o seu corpo poderia metabolizar os alimentos na ausência de gravidade.
"Não tinha sentido, porque você pode comer de cabeça para baixo e processar os alimentos muito bem. Por que não poderíamos fazê-lo da mesma maneira em gravidade zero? Bem, tivemos que provar. Foi-me dado um alimento radioativo em um tubo de creme dental e me disseram para comer na primeira órbita. Era radioativo para que eles pudessem rastrear o seu movimento através do meu corpo", disse Carpenter.
Após Glenn, houve mais duas missões Mercury e três voos Carpenter, pavimentando o caminho para o programa Gemini e, finalmente, o objetivo real do programa espacial humano nascente: o envio de uma tripulação para a Lua. "Apesar de estarmos atrás da União Soviética, fomos capazes de alcançá-los e fazer exatamente o que (o presidente John F.) Kennedy nos disse para fazer", disse Glenn. "Ao fazê-lo, venceríamos os russos na viagem à Lua."
Foto de arquivo da Nasa mostra o astronauta John Gleen durante o voo ao espaço, em 20 de fevereiro de 1962. (Foto: Arquivo Nasa/AP)Foto de arquivo da Nasa mostra o astronauta John Gleen durante o voo ao espaço, em 20 de fevereiro de 1962. 
Velho inimigo, novo amigo
Agora é a Rússia que leva norte-americanos ao espaço a bordo da sua nave espacial Soyuz, um serviço que custa mais de US$ 300 milhões por ano à Nasa. A agência espacial dos EUA também está gastando cerca de US$ 3 bilhões por ano para desenvolver uma cápsula e foguete que podem transportar astronautas para à Lua, asteróides, Marte e outros destinos além da estação espacial. O primeiro voo teste tripulado está previsto para 2021.

Enquanto isso, na esperança de quebrar o monopólio da Rússia no transporte de tripulação à estação, a Nasa já investiu US$ 365,5 milhões desde 2010 em seis empresas que trabalham para desenvolver táxis espaciais comerciais. A agência quer US$ 830 milhões para o ano que começa 1o de outubro para manter o trabalho desenvolvido em duas ou mais empresas.
"Espero que alguns desses esforços para recriar o nosso próprio sistema de transporte avancem e não tenham um monte de problemas, porque até então somos dependentes dos russos para nos levar para o espaço", disse Glenn. "Se alguma coisa acontecer com a Soyuz, se tiver que ser interrompido por qualquer razão especial, não temos nenhuma maneira de entrar no espaço. Acabaria com o nosso programa tripulado até podermos inventar novas maneiras de chegar até lá", disse Glenn.
"Há muitas razões por trás de nossa situação atual", acrescentou Carpenter. "Mas a principal delas é o simples fato de que, quando John e eu trabalhamos para este país, os Estados Unidos eram reconhecidos em todo o mundo como uma nação capaz. Mas agora nos tornamos conhecidos em todo o planeta como uma nação que não é mais capaz, e eu lamento isso."

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Esta planta antiga foi regenerada após congelamento de quase 32 mil anos


  A planta que você vê na foto floresceu na época que existiam mamutes e rinocerontes peludos. Como isso é possível?
  A explicação é simples, mas as circunstâncias são sem precedentes. Os frutos que deram origem às flores caíram na terra durante o Pleistoceno tardio. Eles foram capturados por um esquilo de forrageamento, ficando escondido no subsolo e, posteriormente, enterrado no gelo. Agora, quase de 32.000 anos depois, os frutos foram revivificados, dando origem a um dos anacronismos mais incríveis do mundo biológico.
É importante ressaltar que as antigas sementes congeladas foram encontradas antes, sendo cultivadas normalmente. O que torna esta flor do ártico (com nome científico de Silene stenophylla) tão impressionante é justamente sua idade. A datação por radiocarbono indica que o fruto que gerou essa planta havia sido escondido na tundra no nordeste da Sibéria há exatos 31.800 anos. Essa marca bate todos os recordes conhecidos que, até então, era ocupado por uma semente de palmeira que resistiu por 30 mil anos.
O fruto que deu origem a essas flores começaram sua jornada nas patas de um esquilo. Os esquilos gostam de acumular coisas – de alimentos, para ser mais preciso. Isso é tão verdadeiro hoje como há 30 mil anos. Assim, quando uma equipe de investigadores liderada por David Gilichinsky, decidiram buscar despojos de esquilos antigos ao longo das margens do rio Kolyma na Rússia, encontraram tocas, algumas contendo mais de 600.000 mil sementes e frutos.
  Esses estoques foram preservados em torno de – 7 ºC desde que foram enterrados. As “sepulturas” ficaram sob camadas e camadas de gelo permanente, o que impedia os frutos e sementes de contato com o ar ou calor adequado.


Incrivelmente, quando o pesquisador Svetlana Yashina extraiu material dos frutos recuperados, eles foram capazes de persuadir o tecido, produzindo raízes e parte aérea. A placenta é o local onde as sementes da fruta anexam e recebem nutrientes, identificada na foto ao lado como P na imagem A. Na imagem B é possível observar as sementes anexadas. A pesquisadora então colocou as sementes em um vaso e esperou. Um ano mais tarde, as flores surgiram. A planta deu fruto a partir da semente de quase 32 mil anos.
  Os pesquisadores consideram as descobertas como provas irrefutáveis da existência de anacronismo biológicos que podem ser guardados em camadas de gelo sob o solo. Estima-se que 1/5 da superfície da Terra esteja nessa situação de congelamento. Os pesquisadores dizem que este tipo de mecanismo pode ser uma proteção da natureza, fazendo “estoques”, como lojas naturais, exatamente como atua o Cofre Global de Sementes, localizado em Svalbard na Noruega.
Naturalmente que ocorrem sedimentos permanentemente congelados e isso oferece uma oportunidade importante para a descoberta de espécies de plantas selvagens, preservação de material biológico, nos fornecendo dados para estudar a criopreservação e desenvolvimento de coleções de germoplasma”, declararam os cientistas na edição de hoje, 21, da Proceedings of the National Academy Science.Consideramos que é essencial continuar nossos estudos em áreas geladas em busca de um pool genético antigo ou de vida preexistente que hipoteticamente já desapareceu da superfície da Terra há milênios”, concluíram.

Mudanças nas temperaturas dos oceanos podem ter favorecido a evolução humana


  Muitas das características básicas que nós associamos ao ser humano - excluindo caminhar em duas pernas e a inteligência - evoluíram quando nosso antigo habitat mudou de floresta densa para grande pastagem aberta.
O que teria provocado essa mudança? A razão por trás da grande mudança na África Oriental de floresta para pastagens é algo que intriga os cientistas. Muitas explicações existem para tentar entender algo crucial. O Atlântico Norte pode ter esfriado, a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera caído drasticamente ou vulcões poderiam ter entrado em erupção, liberando grande quantidade de gases tóxicos. Tudo poderia contribuir para aumentar o processo de mudança, mas não explica totalmente.
Agora, Peter deMenocal de Lamont-Doherty do Earth Observatory de Columbia, diz que ele tem a resposta, e apresentou seu estudo na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência. Ele diz que os gradientes de temperatura dos oceanos Índico e Pacífico – em outras palavras, as temperaturas dos oceanos mudaram em alguns pontos – podem explicar por que a África Oriental passou por sua mudança crucial.
  O pesquisador deMenocal disse que há dois milhões de anos o Oceano Índico teve uma temperatura média de 28 ºC. Isso significa que existia muita abundância de água quente na costa da África Oriental no Mar da Arábia. Mas a pesquisa do cientista indica que isso começou a mudar drasticamente, com a temperatura do Mar Arábico caindo para 25 ºC, enquanto as partes mais orientais do Índico subiram ligeiramente para 29 ºC.
  De acordo com os modelos dos pesquisadores do clima, essa mudança teria roubado uma enorme quantidade de água quente disponível fora da África Oriental, e as chuvas caíram 30%. Isso teria sido mais que suficiente para causar o aparecimento de savanas modernas, o que parece ter se alinhado e se adaptado perfeitamente.Claro, isso explica porque as pastagens surgiram. O que ele não explica é por que o gradiente de temperatura do Índico mudou há 2 milhões de anos.Algo mais grandioso deve ter ocorrido para ter marcado uma mudança nas características da região.
Agora os cientistas querem pesquisar para encontrar dados que expliquem este buraco que falta para encaixar o quebra-cabeça.