Chamado de cianodiesel, desde 2010 esta tecnologia é pesquisada pelas
professoras Marli de Fátima Fiore e Heizir Ferreira de Castro. O
principal resultado, até agora, foi a produção de diesel em pequena
escala, possível através da transformação dos lipídios presentes nas
cianobactérias, acumulados por meio da fotossíntese.
A produção comercial do cianodiesel poderia ser mais vantajosa e mais
sustentável que a de biodiesel produzido a partir de plantas, como
cana-de-açúcar, milho e palma, defende Caroline Pamplona, pós-doutoranda
da USP que participa da pesquisa.
Primeiro, porque o período de produção de biomassa das cianobactérias é
muito curto, podendo chegar a apenas dez dias. A colheita do milho, por
exemplo, só ocorre depois de mais de cem dias do plantio. Além disso, a
capacidade de armazenamento de lipídios é muito alta e pode chegar a
metade da biomassa do microorganismo.
Outra possível vantagem, segundo a pesquisadora, é que não é preciso
terra para cultivar cianobactérias. Assim, não haveria interferência na
geração de alimentos - uma crítica existente à geração de
biocombustíveis com plantas.
Detalhe
de uma cultura de cianobactérias. Elas armazenam lipídios, que são
posteriormente convertidos em biodiesel.
Perspectiva comercial
Mas ainda não existem respostas científicas sobre como seria a produção comercial do cianodiesel. Entre as opções estariam bioreatores fechados e tanques abertos. Também não existem estimativas sobre a produtividade deste tipo de biocombustível, ou seja, quanto de óleo seria obtido a partir de uma área “cultivada” com cianobactérias.
Mas ainda não existem respostas científicas sobre como seria a produção comercial do cianodiesel. Entre as opções estariam bioreatores fechados e tanques abertos. Também não existem estimativas sobre a produtividade deste tipo de biocombustível, ou seja, quanto de óleo seria obtido a partir de uma área “cultivada” com cianobactérias.
Uma das primeiras etapas do trabalho das pesquisadoras da USP foi
selecionar linhagens adequadas para a produção de biodiesel. Só no Cena,
existe um banco de cultura com mais de 500 tipos de cianobactérias,
isoladas de diversos ecossistemas, como manguezais, caatinga e Mata
Atlântica. Dessas, apenas duas não tóxicas foram selecionadas para
experimentos de produção de biodiesel.
Agora, o próximo passo da pesquisa é buscar obter viabilidade comercial
para a produção de cianodiesel, explica Caroline. Uma estratégia é
aumentar a quantidade de lipídios produzidos pelos microorganismos,
inclusive via engenharia genética.
A pesquisadora Caroline Pamplona mostra uma cultura de cianobactérias, usadas para produção do cianodiesel.
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