Cientistas revelam como parasita da malária sobrevive no sangue
Cientistas britânicos e franceses desvendaram como os parasitas responsáveis
pela malária sobrevivem na corrente sanguínea dos pacientes. Eles descobriram
que os micro-organismos utilizam enzimas chamadas quinases para poder se
alimentar. O trabalho foi descrito na publicação online "Nature
Communications".
Agora, uma nova possibilidade de terapia poderá focar no bloqueio dessas
substâncias no sangue, o que mataria os causadores da doença.
A malária é causada pelo parasita Plasmodium, um protozoário
transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. A doença afeta
mais de 225 milhões de pessoas no mundo, gerando 800 mil mortes por ano. A maior
parte dos óbitos acontece entre crianças africanas.
O problema é tamanho que um menino ou menina naquele continente morrem a cada
45 segundos. Na África, a malária é responsável por 20% do total de óbitos
infantis.
Os pesquisadores agora tentam encontrar formas de produzir novos medicamentos
que possam bloquear a produção de quinases. Ligados ao Instituto Nacional
Francês de Pesquisa Médica (Inserm) e à Universidade de Leicester, na
Grã-Bretanha, os cientistas acreditam que o estudo pode ser decisivo no combate
à malária.
Para os professores Tobin e Doerig, ambos integrantes do trabalho, conhecer o
papel das quinases para a sobrevivência dos parasitas pode ser o método mais
eficiente de ajudar a erradicar uma doença especialmente perigosa entre as
nações mais pobres do mundo.
Os especialistas alertam para o fato do Plasmodium ter facilidade
para desenvolver resistência a terapias com remédios, mesmo para os medicamentos
de ponta no combate à malária. Eles acreditam que "desviar" o foco dos
tratamentos convencionais e se concentrar em drogas que diminuam os níveis de
quinase no sangue é a melhor tática para evitar a resistência dos protozoários.
Exemplar de 'Anopheles stephensi', mosquito que
ataca as populações indianas e paquistanesas
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