A curiosidade em desvendar os mistérios em torno das auroras, fenômenos
que acontecem em regiões próximas aos polos terrestres, tem levado
grupos de brasileiros a enfrentar o frio da região do Ártico para
conhecer de perto a ˜dança das luzes˜.Neste domingo (29), um grupo de 75 pessoas parte para a Noruega
juntamente com o advogado carioca Daniel Japor Garcia, 37 anos, que se
especializou em guiar conterrâneos pelas terras gélidas do país nórdico,
um dos países do Hemisfério Norte afetados pelas tempestades solares.
Com quatro viagens na bagagem, Japor pode ser surpreendido junto a
outros turistas brasileiros em 2012 por atividades solares mais
intensas, já constatadas pelos cientistas na última semana, que
resultaram na aurora boreal mais forte dos últimos seis anos.
Aurora boreal observada na cidade norueguesa de Svalbard.
“Equipes que estavam na região quando as luzes apareceram disseram que
nunca viram nada parecido. Espero conseguir visualizar alguma 'rebarba'
desta aurora forte”, disse.
Curiosidade
A expedição vai passar pela cidade de Svalbard, a Ilha de Tromso, além
do arquipélago de Lofoten -- todas localidades do território norueguês
-- e acontecerá durante o melhor período de visualização, que vai de
janeiro e março, quando o céu da região fica quase sem nuvens.
O carioca conta que sempre teve curiosidade em conhecer a aurora
boreal. Em 2006, durante uma viagem à Europa, teve a oportunidade de
admirá-la pela primeira vez.“Na hora, chorei de emoção. Porém, senti um pouco de dificuldade em
conseguir ir aos locais onde poderíamos ver melhor este fenômeno. Na
segunda vez que fui para lá, treinei as rotas e, a partir desta
experiência, comecei a formar grupos de interessados na aventura”,
disse.
“Na última vez que a vi, em fevereiro de 2011, foi em Svalvard. Foi
muito forte, tanto que a neve parecia acender. Parecia que a gente
conseguia pegar com a nossa mão, de tão intenso que foi, embora
estivesse a cerca de 100 km de distância da superfície terrestre˜,
disse.
Segundo Japor, para guiar o grupo por estradas com neve, entre
montanhas e longe das grandes cidades, ele teve que se aprofundar na
geografia da região, além de aprender a operar equipamentos que
conseguem detectar as atividades solares.
“Acabamos estudando um pouco de astronomia e climatologia. Existem
vários sites que apontam onde vão ocorrer essas atividades, que dependem
da intensidade das tempestades solares. A partir destas informações,
seguimos para a caçada˜, afirma. “Porém, tem dia que mesmo com o tempo
aberto a aurora não aparece˜, disse.
Nesta expedição os brasileiros serão divididos em dois grupos. A viagem
dura em média 11 dias e custa aproximadamente R$ 10 mil por pessoa.
O advogado e 'caçador de aurora' Daniel Japor já foi 4 vezes para o Ártico.
Tempestade solar
A atividade solar também afeta o Polo Sul, onde o fenômeno recebe o
nome de aurora austral. Já na parte de cima da Linha do Equador, as
fortes luzes do espetáculo visual podem ser vistas na Noruega, Suécia,
Dinamarca, Finlândia, Rússia, parte da América do Norte e na Escócia.
As auroras podem causar alterações nos sistemas de satélites e pode
afetar comunicação por rádio nos polos. A aurora boreal da última semana
atingiu grau 3, de uma escala utilizada pela agência espacial
norte-americana (Nasa) que vai até 5.
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na
sigla em inglês), a navegação aérea e as plataformas petrolíferas
também podem ser afetadas nestas regiões devido ao fenômeno espacial.
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