O sensor de temperatura usa fibras ópticas especiais, que passam por um processo óptico que permite a gravação das chamadas redes de Bragg, que funcionam como sensores.
Monitoramento de temperatura
Uma tecnologia desenvolvida na Coppe/UFRJ promete revolucionar o
monitoramento de temperatura dos geradores de usinas hidrelétricas,
garantindo vida útil mais longa aos equipamentos.
O novo sistema usa sensores de fibra óptica para fazer o monitoramento remoto da temperatura dos geradores, em substituição aos sensores convencionais.
A tecnologia é resultado do trabalho das pesquisadoras Regina Allil e
Bessie Ribeiro, coordenadas pelo professor Marcelo Werneck.
Como qualquer máquina, os hidrogeradores esquentam durante o
funcionamento, o que pode levar a um sobreaquecimento. Caso a
temperatura exceda o limite de 110° C, o calor pode provocar problemas,
como uma pane ou o envelhecimento precoce de peças.
Sensores de fibra óptica
Os novos sensores são baseados em fibras ópticas especiais, que
passam por um processo óptico que permite a gravação das chamadas redes de Bragg, que funcionam como sensores.
Como a fibra óptica é mais fina, ela possibilita a medição precisa de
pontos do equipamento que não podem ser alcançados pelos sensores
convencionais.
"A fibra óptica cabe em locais menores e ocupa menos espaço do que os
fios de cobre. Um único cabo de fibra óptica pode conter até 20
sensores," conta o professor Werneck. Já no caso dos sensores
convencionais, cada sensor exige um par de fios de cobre, que vai até a
sala de comando.
Além da maior precisão, como a fibra óptica é feita basicamente de
vidro, ela é um material isolante, imune às interferências
eletromagnéticas que afetam os resultados das medições, o que permite a
realização de medições mesmo em locais energizados com alta tensão.
Os dados dos sensores de fibra óptica alimentam um programa de
computador, que informa em tempo real o estado do gerador, permitindo a
manutenção de sua temperatura entre os 80º C e 90°C.
Óleo e gás
O projeto-piloto para testar a nova tecnologia foi instalado na Usina de Samuel, operada pela Eletronorte em Rondônia.
Segundo o professor, a contratação do projeto pela Eletronorte poderá
permitir que o sistema passe a ser fabricado em série, baixando seus
custos e atendendo a novas usinas hidrelétricas.
Para isso, a tecnologia deverá ser repassada a uma empresa privada, para fazer o desenvolvimento do produto final.
E ela poderá ter aplicações além das usinas de geração de eletricidade.
"A aplicação da fibra óptica pode propiciar soluções para o setor de
óleo e gás, até então não atendidas pelos sensores convencionais. Um
exemplo é a detecção de bactérias, assim como medidas de pH em lâminas
d'água acima de cinco mil metros de profundidade", ressalta o professor.
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