quarta-feira, 14 de março de 2012

Problemas oculares em astronautas podem prejudicar viagens a Marte


Os vôos de longa duração, como os planejados até Marte, estão ainda só no papel. Mas as conclusões de uma recente pesquisa bancada pela Nasa (agência espacial americana) indicam que os empecilhos para se chegar até o planeta vermelho podem ir além das dificuldades impostas pela tecnologia ou pelo tempo de viagem.
O estudo detectou que missões espaciais com no mínimo seis meses de duração provocam problemas oculares em astronautas. Alguns deles, como visão embaçada, parecem persistir mesmo depois do retorno da tripulação à Terra.
Essas mudanças provavelmente ocorrem como uma adaptação do organismo ao ambiente de microgravidade. A esperança dos cientista é poder detectar quais são as características que fazem um astronauta menos suscetível a esse feito colateral das missões espaciais.
Segundo os oftalmologistas Thomas Mader e Andrew Lee, que analisaram os casos, as mudanças não teriam relação com o lançamento e a reentrada no espaço, mas sim com a ação da microgravidade sobre o corpo enquanto estavam na ISS (Estação Espacial Internacional).
A dupla examinou sete astronautas, todos eles com idade em torno dos 50 anos que ficaram pelo menos seis meses contínuos no espaço, e avaliou relatórios de viagem de mais 300.
Do grupo menor, todos tiveram uma alteração no tecido, fluido, nervo ou outra estrutura ocular.
Esses ocorrências podem ter sido provocados pelo aumento da pressão no interior do crânio. Ou seja, dentro da cabeça do astronauta. Contudo, nenhum teve sintomas tradicionais como dor de cabeça crônica, visão dupla ou ouvido zunindo.
Os estudiosos acreditam que há outros fatores envolvidos --como o curso anormal do fluido espinhal em torno do nervo óptico ou do sangue na coroide --, mas não sabem ainda dizer quais são.

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