quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Há 145 anos, nascia Marie Curie, a pioneira da radioatividade


Imagem mostra algumas das figuras mais importantes da ciência, da esquerda para a direita, em pé: Victor Goldschmidt, Max Planck, Rubens, Somerfeld, .... Foto: Getty Images
Imagem mostra algumas das figuras mais importantes da ciência, da esquerda para a direita, em pé: Victor Goldschmidt, Max Planck, Rubens, Somerfeld, Lindemann, Louis Victor De Broglie, Knudsen, Hasenohrl, Hostelet, Herzen, James Hopwood Jeans, Ernest Rutherford, Heike Kamerlingh-Onnes, Albert Einstein, Paul Langevin. Sentados: Walther Nernst, Marcel Louis Brillouin, Ernest Solvay, Hendrik Lorentz, Otto Heinrich Warburg, Jean Baptiste Perrin, Wilhelm Wien, Madame Marie Curie, Jules Henri Poincaré


Uma das imagens mais famosas da ciência não mostra nenhuma descoberta, fórmula, fenômeno natural ou feito importante. Ela, na verdade, registrava a reunião de alguns dos nomes mais importantes da história da ciência como Albert Einstein, Max Planck, Ernest Rutherford e Jules Henri Poincaré. Feita na Conferência de Solvay de 1911, em Bruxelas, a imagem mostra uma única mulher, de cabeça baixa, aparentemente lendo alguns papéis, mas que não devia nada em importância aos homens da sala: Marie Curie, a pioneira polonesa que nasceu no dia 7 de novembro de 1867.
A polonesa Maria Sklodowska era filha de um professor de escola secundária, o qual ensinou ciências para ela. Após se envolver em uma organização revolucionária estudantil, Maria achou prudente deixar a cidade natal - Varsóvia -, que era controlada pela Rússia, e se dirigiu a Cracóvia, de domínio austríaco. Em 1891, ela foi a Paris estudar na Sorbonne e obteve o diploma em física e matemática. Maria encontrou na capital francesa Pierre, professor de física, em 1894. Os dois se casaram no ano seguinte e ela adotou o sobrenome do marido, passando a se chamar Marie Curie.
Em 1903 - mesmo ano em que Marie ganhou seu doutorado em ciências -, o casal Curie e Henri Becquerel foram laureados com o Nobel de Física pela descoberta da radioatividade.
Uma característica que hoje conhecemos bem sobre a radioatividade é seu risco para a saúde. Na época do descobrimento desse fenômeno, não se sabia desse perigo e o laboratório dos Curie não tinha proteção. Apesar de estar exposto a alguns dos materiais mais temidos pelo ser humano, Pierre acabou morrendo por algo sem relação com o trabalho: ele foi atropelado por uma carruagem em 1906.
Após a morte do marido, Marie tomou o lugar dele como professor de física na Faculdade de Ciências da Universidade de Paris. Entre seus feitos estão a descoberta de vários elementos químicos, como o rádio e um que ela nomeou em homenagem à terra natal: o polônio. Seu método de isolamento do rádio, inclusive, foi tão eficaz que ele agora pode ser usado na medicina.
Em 1911, Marie Curie se tornou a primeira pessoa a ganhar um segundo Nobel, dessa vez em química, exatamente pela descoberta desses dois elementos. Até hoje, ela é a única mulher a receber duas vezes o prêmio. Somente quatro pessoas ganharam mais de uma vez o prêmio, além de duas entidades. A família Curie, aliás, é a recordista. Além do casal, a filha, Irene, levou o prêmio com o marido, Frédéric Joliot, em química, pelos seus estudos sobre radioatividade. H.R. Labouisse, casado com a filha mais nova, Eve, recebeu o Nobel da paz em 1965, representando o Unicef, do qual era diretor.
Em vida, Marie Curie foi muito admirada e foi laureada com inúmeros prêmios. Uma das homenagens mais curiosas foi quando recebeu US$ 50 mil, em 1929, do presidente dos Estados Unidos Herbet Clark Hoover, em nome dos "amigos americanos da ciência" para construir um laboratório que planejava em Varsóvia.
Ao contrário do marido, Marie sofreu com a exposição aos elementos radioativos. Ela, que tanto defendeu o uso medicinal do rádio - inclusive como analgésico - morreu em 1934, perto de Salanches, na França, de leucemia. Mas seu legado continua. De hospitais que tratam seus doentes com as descobertas de madame Curie até nos confins do Sistema Solar.

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