quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dinossauro que pode ser o mais antigo é descoberto em museu


Pesquisadores descobriram, nos corredores do Museu de História Natural de Londres, aquele que pode ser o mais antigo dinossauro conhecido.
O misterioso fóssil está há décadas no acervo do museu, e agora identificou-se que ele provavelmente era um dinossauro que viveu há cerca de 245 milhões de anos -- ou seja, 10 milhões a 15 milhões a mais do que qualquer amostra anteriormente descoberta.



Ilustração de como seria um 'Nyasasaurus' vivo, há 245 milhões de anos (Foto: Reuters/Natural History Museum, London/Mark Witton/Divulgação)Ilustração de como seria um 'Nyasasaurus' vivo, há 245 milhões de anos

A criatura, chamada Nyasasaurus parringtoni, tinha mais ou menos o tamanho de um cão labrador. Ele deve seu nome ao lago Niassa, na África Oriental, e ao cientista Rex Parrington, da Universidade de Cambridge, que recolheu o fóssil próximo ao lago, na década de 1930.

"Se o recém batizado Nyasasaurus parringtoni não é o dinossauro mais antigo, então é seu parente mais próximo descoberto até agora", assinalou o biólogo Sterling Nesbitt, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e autor principal do estudo, publicado na "Biology Letters".
Na opinião de Nesbitt, o estudo indica que os dinossauros evoluíram antes do que se achava e refuta a ideia de que se diversificaram repentinamente no Triássico Superior.
Para Sarah Werning, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos EUA, que também está entre as autoras do estudo, o Nyasasaurus "é um exemplo ótimo de um fóssil de transição".

'Animal mítico'
"Foi o caso de olhar para o material com um par de olhos frescos", disse à Reuters Paul Barrett, do Museu de História Natural, que participou do estudo. "Isso fecha uma lacuna nos registros fósseis e faz recuar a existência dos dinossauros".

Um estudo anterior desse fóssil, na década de 1950, havia sido inconclusivo, segundo Barrett. "Era um mistério sobre o que era... Virou esse animal mítico".
Duas características no fóssil de Londres, junto com uma amostra semelhante localizada posteriormente no Museu Sul-Africano Iziko, na Cidade do Cabo, trazem fortes indícios de que o animal era um dinossauro.
Os tecidos ósseos do antebraço mostram marcas de crescimento rápido, comum em dinossauros, e também apresentam a chamada crista deltopeitoral alongada, que ancorava os músculos do antebraço, algo exclusivo dos dinossauros.
"Embora só conheçamos o Nyasasaurus de fragmentos fósseis, a anatomia do osso do antebraço e dos quadris tem características que são únicas para os dinossauros, o que nos deixa confiantes de que estamos lidando com um animal muito próximo da origem dos dinossauros", disse Barrett.
Os pesquisadores acreditam que o Nyasasaurus provavelmente andava ereto, com 1 metro de altura até o quadril, 2 a 3 metros da cabeça à cauda, e 20 a 60 quilos de peso.
Ele viveu numa época em que os continentes estavam unidos em uma vasta massa de terra chamada Pangeia. A área da Tanzânia onde os fósseis foram achados ficava no sul da Pangeia, o que incluía as futuras África, América do Sul, Antártica e Austrália.

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