Espécies de milho
Um estudo pode pôr fim a uma antiga discussão entre
arqueólogos. Segundo cientistas do museu Field, em Chicago (EUA), foram
encontrados restos de 5 mil anos de milho. A descoberta pode explicar
qual foi a base alimentar que sustentou o surgimento de um distinta
civilização que habitou o Peru.
"Este novo conjunto de evidências demonstra claramente
que o surgimento inicial de civilizações na América do Sul foi
diretamente ligada à agricultura como outras grandes civilizações, como
Mesopotâmia, Egito, Índia e China", diz Jonathan Haas, líder do estudo.
O estudo foi divulgado em artigo na revista PNAS.
Conforme os autores, os arqueólogos discutem há anos se a base para essa
civilização seria a agricultura ou a pesca.
Para tentar responder a dúvida, os cientistas analisaram
13 sítios arqueológicos nos vales desérticos de Pativilca e Fortaleza,
em uma região andina do Peru onde uma antiga civilização viveu e se
desenvolveu entre 3000 a.C. e 1800 a.C..
Os pesquisadores analisaram basicamente três tipos de
objetos: amostras antigas de solo, ferramentas e coprólitos (fosseis de
fezes). As primeiras os arqueólogos encontraram em "lixões" e outros
locais dos sítios escavadas. Das 126 amostras analisadas, 61 continham
traços de pólen de milho.
Foram examinadas ainda 14 ferramentas de pedra e 11
continham restos de grãos e outras partes do milho. Os arqueólogos
acharam também 62 coprólitos, sendo 34 de humanos e os demais de cães e
outros animais. Quarenta e três (sendo 23 de humanos) tinham restos de
milho.
Os coprólitos também mostraram que o peixe, em especial
as anchovas, tinha um papel importante na dieta local, o suficiente para
ser a fonte primária de proteína, mas não de calorias - o que, segundo
os cientistas, coube ao milho.
O estudo, afirmam os arqueólogos, confirma a importância
da agricultura no surgimento e desenvolvimento de sociedades complexas -
e as civilizações andinas não foram exceção.
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