Quando as galáxias formam novas estrelas, por vezes ocorrem episódios de atividade intensa conhecidos como starbursts (explosão
de estrelas). Esses eventos ocorriam com frequência nos primórdios do
Universo, mas são mais raras em galáxias próximas. Durante essas
explosões, centenas de milhões de estrelas nascem, e seu efeito
combinado pode formar um poderoso vento que viaja para além da galáxia.
Até então, se sabia que esses ventos afetavam a
galáxia-sede, mas o novo estudo desenvolvido por pesquisadores das
agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA) mostra que o efeito
é muito mais intenso do que se imaginava. A equipe internacional de
astrônomos responsável pelo estudo observou 20 galáxias próximas,
algumas das quais passavam por uma starburst. Eles descobriram
que os ventos que acompanhavam o processo de formação das estrelas eram
capazes de ionizar gases a até 650 mil anos-luz do centro da galáxia -
distância cerca de 20 vezes superior ao seu tamanho visível.
Essa é a primeira evidência direta da observação de
explosões estelares locais impactando grande quantidade de gás ao redor
da galáxia que habitam, e tem consequências significativas sobre como a
galáxia continua a evoluir e formar galáxias.
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