terça-feira, 4 de março de 2014

Pesquisadores descobrem 715 novos planetas

O telescópio Kepler em uma montagem (Foto: Reprodução)
Telescópio Kepler fez a quantidade de planetas conhecidos pela ciência praticamente dobrar. Quatro deles estão em zonas potencialmente habitáveis
 

Existem dois tipos de descobertas planetárias na astronomia. Quando cientistas anunciam um ou poucos 'novos planetas', dados sobre eles provavelmente foram verificados. Quando 'centenas de novos planetas' são anunciados, vale ficar atento: normalmente são 'candidatos' a planetas que ainda precisam ser estudados. No entanto, o último anúncio da equipe responsável pelo telescópio Kepler quebrou essas regras: eles afirmam ter encontrado 715 novos planetas e, sim, esse número foi comprovado.
É um novo recorde, que dobra a quantidade de planetas 'de verdade' que temos registrados (sabíamos de pouco mais de mil fora do Sistema Solar). Mas se você já está pensando em fazer amizade com a nova vizinhança, vamos precisar acabar com suas esperanças: quase nenhum desses planetas é similar à Terra. Ou seja, nenhum teria uma órbita parecida com a nossa, ao redor de uma estrela como o Sol. Apenas quatro dos 715 estariam em uma zona considerada habitável, mas suas estrelas são menores que o Sol.
Mas por que é tão difícil descobrir novos planetas e o Kepler descobriu centenas 'em uma só tacada', sem risco de erro? Aparelhos como o telescópio espacial identificam novos planetas através das sombras que esses corpos celestes fazem quando passam diante de uma estrela. Mas a passagem de planetas não é o único fenômeno que pode causar essa sombra - estrelas que orbitam uma a outra, por exemplo, podem ter o mesmo efeito. Então astrônomos precisam verificar outras variáveis, como a oscilação gravitacional que um planeta causa em sua estrela. E isso precisa ser feito com um candidato de cada vez.
No entanto, no caso das últimas descobertas do Kepler, ele identificou vários planetas passando em frente a estrelas, cada um com seu ritmo baseado em diferentes distâncias orbitais, coisa que não pode ser causada por outro fenômeno. Isso porque eles são parte de sistemas com mais de um corpo celeste - os 715 seriam distribuídos entre 305 estrelas. Sendo assim, o risco de um falso positivo é extremamente baixo.
E essas são só as primeiras descobertas que podemos esperar - foram feitas com dados obtidos pelo Kepler apenas durante seus dois primeiros anos de funcionamento. Apesar de, no momento, o telescópio estar com um malfuncionamento, astrônomos ainda estão estudando informações coletadas pelo telescópio antes do problema.

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