segunda-feira, 7 de julho de 2014

Impressora 3D parece ser a grande solução para a imprimir órgãos funcionais



Pesquisadores afirmam ter feito um “grande salto” na reprodução de órgãos por meio da impressora em 3D, que, em breve, serão utilizados para cumprir a demanda nos hospitais.
A equipe conseguiu criar os primeiros órgãos que incluem uma rede vascular completa para transportar o sangue, permitindo que a circulação seja feita através dele. Os cientistas afirmam que esses órgãos poderiam até mesmo substituir aqueles que foram danificados por alguma complicação grave, como o câncer, por exemplo.
Usando uma bioimpressora de alta tecnologia, os pesquisadores fabricaram uma infinidade de minúsculas fibras interligadas para servirem de molde para os vasos sanguíneos artificiais. Posteriormente, eles imprimiram um material à base de proteínas, ricas em células, que foi solidificado pela impressora 3D. Por último, eles removeram as fibras bio-impressas, deixando para trás uma rede de pequenos canais revestidos com células endoteliais humanas, que se organizaram em vasos capilares sanguíneos estáveis em menos de uma semana.
O estudo revela que a sobrevivência dessas redes bioimpressas foram significativamente melhores no quesito de vascularização, diferenciação e proliferação das células, quando comparadas a células que não receberam nenhuma oferta de nutriente.


Cientistas das Universidades de Sydney, Harvard, Stanford e MIT têm agora redes vasculares bioartificiais que conseguem imitar o sistema circulatório do corpo, o que é necessário para o crescimento e manutenção de grandes tecidos complexos.
"Milhares de pessoas morrem todos os anos devido à falta de órgãos para transplante", diz o principal autor do estudo e pesquisador da Universidade de Sydney, Dr. Luiz Bertassoni. “Muitos são submetidos à remoção cirúrgica de tecidos e órgãos devido ao câncer, ou por estarem envolvidos em acidentes com grandes fraturas e lesões”.
"Imagine ser capaz de sair de um hospital com um implante bem sucedido de um órgão completamente impresso, com todas as células, proteínas e vasos sanguíneos nos seus lugares, simplesmente pressionando o botão ‘print’ na tela do computador”, continua Bertassoni. "Ainda estamos longe disso, mas nossa pesquisa tem como objetivo alcançar esse nível e nossa nova descoberta é um passo importante para alcançarmos isso”.
 


Bertassoni afirma que um dos maiores desafios para a engenharia de tecidos e órgãos é a grande rede de vasos sanguíneos e capilares, pois as células morrem sem a irrigação sanguínea adequada. Isso ocorre porque elas precisam de oxigênio para poderem crescer e realizar uma série de funções no organismo. Só o fato de cada célula do corpo possuir a largura de um fio de cabelo, já demonstra o quão complexo é esse tipo de trabalho.
Segundo ele, um dos principais benefícios da nova técnica de bioimpressão é a capacidade de fabricar grandes canais micro-vasculares tridimensionais capazes de suportar a vida em tempo real, com precisão individual suficiente para atender às necessidades dos pacientes.
"Enquanto recriamos essas pequenas partes de tecidos em laboratório, só o fato de conseguirmos imprimir tecidos tridimensionais com capilares sanguíneos funcionais em tão pouco tempo é um grande avanço”, afirma Bertassoni.

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