Menor chave concebível é acionada por um único próton
A nova chave molecular está no limite daquilo que se pode conceber
como uma chave eletrônica funcional com base na física atual - e ela pode
assumir não duas, mas quatro posições diferentes.
Chave molecular
Cientistas construíram uma espécie transístor molecular cujo funcionamento depende de um único
próton.
Os transistores atuais dependem de bilhões de elétrons para passar de um
estado ligado para desligado e vice-versa - dando origem ao bem-conhecido
problema do excessivo aquecimento dos processadores.
A nova chave molecular está no limite daquilo que se pode conceber como uma
chave eletrônica funcional com base na física atual - e ela pode assumir não
duas, mas quatro posições diferentes.
E, enquanto um transístor tradicional pode assumir os estados ligado ou
desligado (0 ou 1), a nova chave molecular pode assumir quatro estados
diferentes.
Porfirina
Com uma dimensão total de apenas 1 nanômetro quadrado, o transístor muda de estado
dependendo da posição de um único próton no interior de um anel de porfirina, uma
molécula que vem sendo muito pesquisada no campo da fotossíntese
artificial.
A molécula completa, chamada tetraetilporfirina, assume um formato de sela
quando fixada sobre uma superfície metálica.
Ela possui um par de átomos de hidrogênio que podem mudar suas posições, cada
um deles podendo assumir duas posições diferentes.
Isto acontece o tempo todo quando a molécula está a temperatura ambiente.
Mas, ao ser resfriada, os pesquisadores conseguiram não apenas acompanhar o
passo-a-passo dessas mudanças de posição, como controlá-lo com a ponta de um
microscópio eletrônico.
Interruptor protônico
A ponta do microscópio foi usada para arrancar um dos dois prótons do
interior do anel de porfirina - o próton que restou pode então assumir qualquer
uma das quatro posições.
A minúscula corrente elétrica que flui através da ponta do microscópio
estimula a mudança de posição do próton, o que permite que a posição da chave
seja controlada.
"Operar uma chave de quatro estados movendo um único próton no interior de
uma molécula é realmente fascinante, e representa um passo verdadeiro rumo às
tecnologias em nanoescala," afirmou o pesquisador Knud Seufert, da Universidade
Técnica de Munique, na Alemanha.
Contudo, a utilização do transístor molecular em um circuito eletrônico real
ainda pertence a um futuro distante: além de exigir o resfriamento para ser
controlado, sua velocidade observada até agora foi de apenas 500 alterações de
posição por segundo.

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