terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os planetas com grande constituição de diamantes podem abrigar vida? 
 Cientistas da Universidade de Ohio compreendem melhor a composição dos planetas e seus processos geológicos e quais têm mais propensão em abrigar vida.
O sistema solar é relativamente pobre em carbono, consequentemente, o núcleo da Terra é feito de ferro e seu manto de sílica é baseado em minerais. Algumas estrelas têm alto teor de carbono-oxigênio, em comparação ao sol, no entanto, as estrelas podem hospedar composições minerais muito diferentes da Terra.
O astrônomo Marc Kuchner, da NASA Goddard Space Flight Center em Greenbelt e colegas, mostraram que os sistemas planetários com alto teor de carbono-oxigênio formariam planetas com camadas de grafite. Em alta pressão, poderiam converter partes desta camada em quilômetros de diamantes com vasta espessura.
Alguns corpos celestes da nossa galáxia podem ser compostos de diamantes em seus mantos e experimentos em laboratórios sugerem que, embora ricos em carbono, seria extremamente frio, o que dificulta a sustentação da vida nestes planetas
É possível abrigar vida em diamantes?
Diamantes conduzem o calor muito bem, então qualquer corpo celeste que tenha camadas de diamantes em seu núcleo irá mover o calor rapidamente para a superfície e logo, irradiar seu calor para longe no espaço. O diamante é também resistente a qualquer alteração à sua forma, isso impossibilitaria convecção de correntes no interior do planeta que seria responsável pelo movimento de calor.
A convecção em planetas cinco a dez vezes a massa da Terra são incrivelmente lentas. O resultado é que esses planetas ricos em diamantes não terão ciclos globais de carbono, nem as placas tectônicas - que por sua vez podem ter implicações para a formação do oceano. "Eu não vejo nenhum mecanismo para manter um oceano na superfície", diz Wendy Panero. Na Terra, os oceanos são “movidos” por causa da atividade das placas tectônicas.
Planetas negros
Wendy Panero, pesquisador da Universidade de Ohio, submeteu pequenas amostras de carbono, ferro e oxigênio a 65 mil gigapascals de pressão, em uma temperatura de 2.126 ºC imitando as condições de profundidade no interior da Terra. Ela descobriu que amostras com alto teor de carbono-oxigênio são formadores de diamantes.
A pesquisadora juntamente com Cayman Unterborn, cientista da Universidade de Ohio, descobriram que quase 50% dos átomos em planetas como este iriam se transformar em diamante, e que quase ¼ destes planetas em volume seria de diamante.
A cientista informa que os planetas com massas que variam de metade da massa da Terra a cerca de 10x a massa terrestre têm uma composição semelhante. Por exemplo, teria núcleo de aço líquido e um manto de 3,5 mil km de espessura sendo a maior parte de diamante, coberto com uma crosta de grafite e pedras. E ao contrário do que a maioria pensa, estes planetas de diamantes não são brilhantes. "Eles são planetas muito escuros", diz Unterborn.
Explosão de diamantes
A principal pergunta dos astrofísicos, até agora, é: seria uma estrutura de cristal, diamante, ou talvez de carbono misturados com ferro?
"Este estudo é uma benção para nós astrofísicos que estão interessados em planetas de carbono - que agora parecem estar aparecendo em uma variedade de ambientes diferentes ao redor da galáxia", diz Kuchner. "[Ele] também nos lembra que pode haver enormes depósitos de carbono, mesmo diamante, enterrado nos planetas em nosso próprio sistema solar."

Nenhum comentário:

Postar um comentário