MINI-SUPERNOVA DO TIPO IAX: Esta concepção artística
mostra o suposto progenitor de um novo tipo de mini-supernova chamada de
Tipo Iax. O material de uma estrela azul quente, de hélio, à direita,
está sendo sugado por uma anã branca de carbono/oxigênio à esquerda, que
está escondida por um disco de acreção. Em muitos casos a anã branca
sobrevive à explosão subsequente.
Supernovas representam as mortes de
estrelas, que colapsam em poderosas explosões. Elas são geralmente
classificadas em dois tipos principais; a nova classe, chamada de Tipo
Iax, “é essencialmente uma mini-supernova”, declara o pesquisador Ryan
Foley, astrônomo do Centro para Astrofísica Harvard-Smithsonian. “Esse é
o baixinho das supernovas”.
Supernovas
são as explosões estelares mais poderosas conhecidas pela ciência,
visíveis até as fronteiras do Universo. Supernovas do Tipo Ia acontecem
após uma estrela anã branca morrer ao absorver muita massa de uma
estrela companheira.
Em
contraste, supernovas do Tipo II ocorrem após o núcleo de uma estrela
com 10 a 100 vezes a massa do Sol ficar sem combustível e colapsar em
uma esfera extremamente densa em uma fração de segundo, expulsando
radiação luminosa.
Em 2012,
pesquisadores começaram a notar que muitas supernovas pareciam
semelhantes a supernovas do Tipo Ia, mas eram nitidamente mais tênues.
Algumas só brilhavam com 1% da luminosidade total de supernovas do Tipo
Ia. Agora, com base em observações passadas e recentes, Foley e seus
colegas identificaram 25 exemplos do que chamam de supernovas do tipo
Iax.
“Esse é realmente um novo tipo de explosão estelar”, contou Foley à SPACE.com
Estrelas binárias
Os
dados que os cientistas coletaram sugerem que, assim como uma supernova
do Tipo Ia, uma do tipo Iax vem de um sistema estelar binário contendo
uma anã branca e uma estrela companheira.
Em
supernovas do Tipo Iax, a estrela companheira aparentemente já perdeu
seu hidrogênio externo, deixando-a dominada por hélio. As anãs brancas
então começam a acumular hélio de suas estrelas companheiras.
Ainda
não está claro o que exatamente acontece durante uma supernova do Tipo
Iax. O hélio na camada externa da estrela companheira pode sofrer fusão
nuclear, lançando uma onda de choque contra a anã branca, o que a faz
detonar.
Por outro lado, todo
o hélio que a anã branca acumulou de sua companheira poderia alterar a
densidade e temperatura do interior da anã branca, forçando o carbono,
oxigênio e talvez o hélio de seu interior a entrarem em fusão,
disparando uma explosão, explicou Foley.
De
qualquer forma parece que, em muitas supernovas do Tipo Iax, a anã
branca na verdade sobrevive à explosão, ao contrário de supernovas do
tipo Ia, em que as anãs brancas são completamente destruídas.
“A
estrela ficará ferida e marcada, mas sobreviverá”, aponta Foley. “Não
temos muita certeza de porquê apenas parte da estrela pode ser
destruída. Esse é um problema difícil em que estamos trabalhando no
momento”.
Foley calculou que
supernovas do Tipo Iax são quase tão comuns quanto supernovas do Tipo
Ia. A razão de tão poucas supernovas do Tipo Iax terem sido detectadas
até agora é que as mais tênues só tem um centésimo do brilho de uma do
Tipo Ia.
“Supernovas do Tipo
Iax não são raras, só fracas”, observa Foley. “Humanos observam
supernovas há mais de mil anos. Durante todo esse tempo, essa nova
classe estava se escondendo nas sombras”.
Sistemas estelares jovens
Nenhuma
supernova do Tipo Iax foi vista até agora em galáxias elípticas, que
ficam cheias de estrelas antigas. Isso sugere que essas supernovas vêm
de sistemas estelares jovens.
Espera-se
que o futuro Grande Telescópio Sinóptico de Pesquisa, no Chile, detecte
um milhão de supernovas durante seu tempo de vida, o que significa que
ele deve descobrir mais de 10 mil supernovas do Tipo Iax –
aproximadamente a mesma quantidade de supernovas do Tipo Ia que
astrônomos descobriram até o momento, apontam os pesquisadores.
“Também
existe a possibilidade de haver supernovas do Tipo Iax bem próximas que
podemos observar em busca de mais respostas”, lembrou Foley. “Nós
gostaríamos de saber com que frequência uma estrela perde metade de sua
massa estelar, ou um décimo dela. No momento, não temos as estatísticas
para responder algumas dessas perguntas”.
Os cientistas detalharam suas descobertas em um artigo aceito para publicação no The Astrophysical Journal
Nenhum comentário:
Postar um comentário