Existência de galáxia que produz estrelas muito mais rápido que a Via
Láctea chamou a atenção de astrônomos. A imagem mostra registros de
diversos telescópios - em infravermelho próximo e ondas
milimétricas (detalhe no canto superior esquerdo), óptico (centro) e em
ondas submilimétricas (feitos pelo Herschel)
O telescópio Herschel, da Agência Espacial Europeia
(ESA), descobriu uma nova galáxia que fabrica estrelas a uma velocidade 2
mil vezes superior à da Via Láctea, o que questiona as teorias atuais
sobre a evolução de nossa nebulosa.
A nova galáxia, denominada HFLS3 e observada quando o
Universo tinha menos de 1 bilhão de anos frente aos atuais 13.810
bilhões de anos, parece pouco mais do que um ponto na imagem capturada
pelo telescópio espacial, disse nesta quarta-feira a ESA em comunicado.
Mas sua "decepcionante aparência" não deve ser enganosa,
pois "essa pequena mancha é na realidade uma fábrica de estrelas que
transforma furiosamente o gás em novas estrelas".
Apesar de sua curta idade, a galáxia recém-descoberta
pelos cientistas tinha então uma massa similar à da Via Láctea na
atualidade, por isso que deduzem que com outros 13 bilhões de anos de
crescimento poderia ter se transformado na "galáxia de maior massa
conhecida no Universo".
Essa dedução implica em um enigma pois, segundo as
teorias que atualmente são feitas pelos especialistas sobre a evolução
das galáxias, nenhuma deveria ter essa massa em um curto período de
tempo - em escala espacial - desde a explosão do Big Bang.
"Esta galáxia em particular nos chamou a atenção porque
era brilhante e muito vermelha se comparada com outras como ela",
declarou o investigador do Imperial College of London Dave Clements.
Esse cor vermelha levou os cientistas a pensarem que a
HFLS3 poderia ser encontrada a uma grande distância, em um universo que
se expande, e algumas análises posteriores confirmaram que,
efetivamente, se trata da galáxia desse tipo mais distante encontrada
até hoje.
Trata-se, portanto, do que os especialistas chamam de
"galáxia com foco estelar", ou seja, uma fábrica cósmica que produz o
que depois se transforma em gerações de galáxias, estrelas e a maior
parte da matéria conhecida. Os especialistas sabiam que existiam, mas
nunca tinham descoberto nenhuma com idade tão avançada depois do Big
Bang.
"O Herschel encontrou um estranho exemplo de uma galáxia
abarrotada de estrelas em um período cósmico no qual havia muito poucas
como ela", comentou o especialista da ESA Göran Pilbratt.
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