quarta-feira, 2 de maio de 2012

Organismo estranho unicelular encontrado pode ser o “parente” mais distante do ser humano


Um organismo unicelular encontrado na Noruega tem sido chamado de “parente mais distante da humanidade”.
Análises genéticas de um microrganismo que vive no lodo de um lago em Ås, 30 km ao sul de Oslo, Noruega, está oferecendo aos pesquisadores uma amostra sobre o que a primeira vida na Terra parecia.
É tão longe dos organismos que nós conhecemos que os pesquisadores afirmam que pertence a um grupo novo de base, chamado reino, sobre a árvore da vida.
Nós encontramos um ramo desconhecido da árvore da vida que vive no lago. Ele é único! Até agora não sabemos de nenhum outro grupo de organismos que cheguem mais perto das raízes da árvore da vida que esta espécie”, disse em um comunicado, o pesquisador Kamran Shalchian-Tabrizi, da Universidade de Oslo, na Noruega.
Professor Klaveness Dag passou os últimos 40 anos estudando os microrganismos de reprodução. Grandes quantidades são necessárias para analisar os genes. 

O organismo, um tipo de protozoário, foi encontrado por pesquisadores em um lago próximo a Olso. Protozoários foram conhecidos pela ciência em 1865, mas como são de difícil cultura em laboratórios, os pesquisadores não foram capazes de obter maiores informações sobre sua formação genética. Eles foram colocados no reino protista baseados principalmente em observações de seu tamanho e forma.
Neste estudo, publicado na revista Molecular Biology Evolution, os pesquisadores conseguiram observar o crescimento suficiente dos protozoários, chamados Collodictyon, no laboratório para analisar seu genoma. Eles descobriram que geneticamente não cabem em qualquer dos reinos de vida anteriormente descobertos. É um organismo com estruturas ligadas à membrana interna, chamado eucariota, mas geneticamente não é um animal, planta, fungo, alga ou protista.
O microrganismo está entre o mais antigo organismo eucarionte vivente que conhecemos atualmente. Ele evoluiu cerca de um bilhão de anos atrás. Isso nos dá uma melhor compreensão do que o início da vida na Terra parecia”, disse Shalchin-Tabrizi.
Mix de recursos
Parecia que era pequeno. Os investigadores descobriram que o organismo é cerca de 30 a 50 micrometros de cumprimento (aproximadamente a largura de um cabelo humano). Eles comem algas e não gostam de viver em grupos. Também é único porque em vez de um ou dois flagelos (caudas celulares que ajudam na locomoção dos organismos) têm quatro.
O animal primordial do lago Ås, a 30 km ao sul de Oslo, não se encaixa em qualquer um dos principais ramos da árvore da vida. Kamran Shalchian-Tabrizi teve que criar um novo ramo principal, chamado Collodictyon. 

O organismo ainda tem algumas características únicas, geralmente associadas aos protistas, especialmente as amebas. Estes pesquisadores se perguntam onde o microrganismo se encaixa na árvore da vida. Analisaram seu código genético para tentar classifica-lo em alguma categoria já existente.
Estamos surpresos”, disse o pesquisador Dag Klaveness, também da Universidade de Oslo, porque a espécie é única. Eles compararam o seu genoma com os de centenas de bases de dados em todo mundo, o que não deu muita sorte. De tudo que olharam apenas encontraram uma correspondência parcial com uma sequência de genes no Tibete.
Nova Vida
Os pesquisadores acreditam que este organismo pertença a um novo grupo na árvore da vida. Os pesquisadores não podem dizer com certeza se outros organismos anteriormente classificados como protozoários estão neste ramo sem a informação genética. Aparentemente, o parente mais próximo conhecido é a Diphylleia protista, embora outros organismos que não foram analisados geneticamente possam possuir essa proximidade.
É concebível que apenas algumas outras espécies existam neste ramo familiar da árvore da vida, que tenham sobrevivido a essas centenas de milhões de anos, desde as espécies eucarióticas aparecidas na Terra pela primeira vez”, disse Klaveness.
Por terem características de dois reinos separados da vida, os pesquisadores acreditam que os ancestrais desse grupo podem ser os organismos que deram origem a outros reinos, como os protistas, reino na qual está incluída a ameba. Se isso for verdade, eles seriam alguns dos mais antigos eucariontes, dando origem a todos os outros, incluindo os humanos.

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